Verdade e Epistemologia.

 

Edjar.

 

Todos nós em algum momento perguntamos o que é a verdade, resposta difícil, porque a verdade precisa necessariamente ser objetiva, para ter fundamento é necessário ser universal, o que não pode ser é uma hipóstase metafísica, mesmo que todos não acreditem na universalidade de um fato como verdadeiro.  

Um exemplo simples de definição, existe Deus ou não existe, uma parte significativa do mundo acredita na existência de Deus, portanto, não é uma verdade universal no sentido de todos acreditarem na sua não existência, muito menos uma peremptória dialética de conteúdo crítico.  

 Aqui está o grande equivoco como critério de um engano metafísico.  Existe uma evidencia metafísica que comprova a não existência de Deus, mesmo que uma parte significativa do povo acredita na existência de Deus, mas uma evidencia intuitiva da sua não existência adquire critério de universalidade como prova da não existência.

Com efeito, o caráter universal da prova da não existência de Deus, é absolutamente aceitável, certo holismo. Ele não existe é bobagem qualquer forma discursiva a não ser para exemplificar uma situação como essa na explicitação do critério derivado da verdade. 

Aplicação da lógica não é muito lógica refiro aos argumentos dedutivos na formalidade do entendimento de algo, por exemplo, quando desejo entender o mecanismo  hermenêutico político que levou a Revolução francesa superar o Antigo Regime e implantar o Estado moderno por mais que tento compreender não é uma análise inteiramente compreensiva.

 A verdade dos fatos resulta por aproximação, associada às interpretações a cada sujeito em ação. Nesse caso em especifico não é também aplicação da teoria do preceito universal, como critério heurístico definidor do que realmente corresponde com o conceito do real.

O objeto em análise é quase sempre um produto projetivo das ideologias do sujeito. Os meandros da construção da estrutura do cérebro que pensa desenvolve os formatos da estrutura de análise e faz o sujeito ser exatamente essa perspectiva.

 O objeto transforma naturalmente no entendimento da estrutura psicológica cognoscitiva, e, nega de certa forma a sua própria realidade enquanto fenômeno, certa falsificabilidade ao princípio  da teoria de Popper.

 Então o liame entre sujeito e objeto não tem espaço de liberdade para fazer o objeto ser sua realidade a priori em si mesmo. Isso a princípio na defesa da constitucionalidade da natureza de algo em específico, o que a teoria como critério de paradigma revela ao objeto em sua fenomenalidade. 

O que acontece aqui nessa processualidade é que objeto e o sujeito apesar de realidades diferentes são produzidos pelo mesmo material ideológico cultural, o que chamamos de factibilidade o aspecto existencial de ambos os preceitos.

 O sujeito é fruto dos mesmos elementos que levou a produção do objeto, por isso que análise do objeto é operativa, não tem como ser objetivo.

 Aquilo que desenvolve por meio da reflexão do entendimento, é o mesmo desenvolvimento que operacionaliza o objeto, a extensão da lógica simbólica no procedimento metodológico.

Conhecer um objeto cultural é muito difícil, porque o sujeito não consegue libertar da estrutura da síntese formulada pela linguagem, por maior que seja a tentativa, o sujeito sempre volta ao seu ponto de origem.

O que é necessário de certo modo não é possível, seu posicionamento refere ao epoché, a suspensão do entendimento como didática epistemológica.  

 É praticamente impossível o sujeito sair do mundo da subjetividade, nesse sentido não consegue um caráter universal para qualquer entendimento fenomenológico, refiro de maneira natural ao mundo da produção cultural e não ao método empírico indutivo.

É nessa perspectiva que a análise é sempre interpretativa qualquer sujeito cultural cai nesse círculo praticamente vicioso, não se chega ao objeto, às analises são diversas, não se aproxima a um critério de universalidade, por outro lado, aquilo que é da natureza das projeções sintáticas das categorias passa serem as realidades fenomenológicas.   

A realidade do objeto torna-se a mesma do sujeito, motivo pelo qual aplica se o método dedutivo, a lógica formal do principio da não contradição, dimensão profundamente contraditória e de manifestação do epifenomenalismo em parte aos aspectos secundários.   

Isso na aplicação do primeiro silogismo, a identidade do princípio, o que não pode ser pela essencialidade a negação do fundamento, mas o mesmo jamais seria indutivo e não se fundamenta no campo empírico.

Tudo que é da construção do sujeito cultural, o que teve como resultado premissas diversas em hipóteses complexas não dentro do campo empírico.

 O objeto em análise fica sempre em prejuízo, como entendê-lo mesmo quando o recurso metodológico está imbuído por fundamentos contaminados pela própria cultura.

Nesse caso em especial a interpretação também é prejudicada, porque não tem como entrar no campo da objetividade, escatológica, ela é tão somente subjetiva aquilo que o sujeito entende não tem como atingir a complexidade da realidade descrita pela realidade do objeto.

 O sujeito então pelo menos em parte projeta no referido suas complexidades de sínteses relativas ao entendimento, e, o que se compreende passa ser de certo modo a realidade do objeto fenomenológico em estudo.

Já o outro objeto, cujo campo sua natureza específica não é fundamentalmente da essência da cultura, isso significa que o sujeito consegue uma relativa independência em relação à construção do saber.

 A metodologia aplicada refere-se tão somente a natureza desse objeto em questão, é que podemos dizer do entendimento diacrônico no campo das Ciências da Natureza.

No caso em questão, o objeto em si não tem caráter de particularidade, um determinado fenômeno em estudo, o que se reverifica em particular não tem nele mesmo nenhum caráter de universalidade.

 É apenas um determinado fato epistemológico, mas o resultado da conclusão que se chega do objeto em estudo é necessariamente universal.

Exatamente por ser empírico pelo não uso dos elementos culturais no entendimento das análises, o que deve então revelar o objeto é a mesma coisa em qualquer parte do mundo.

 Um exemplo, um exame de DNA, a metodologia aplicada  para o entendimento da análise objetiva é a mesma em qualquer parte do mundo, indiferente a cultura ou da ideologia religiosa do sujeito em ação ao entendimento.

Exatamente por esse motivo que o método em uso,  não pode ser apenas silogístico, ou seja, a velha aplicação clássica da lógica aristotélica, porque aqui não se trata de interpretar no mundo da realidade subjetiva.

 Mas antes de compreender o objeto fenomenológico, sua manifestação não é cultural, mas natural ao mundo da natureza, é igual em qualquer parte do mundo, em que haja a manifestação da natureza, sem o ato do paralogismo lógico.

 A metodologia, portanto, é da compreensão e não da interpretação, o sujeito tem que compreender o objeto, e para tal necessariamente ele esquece os seus preceitos culturais.

Não é necessário nenhum tipo de ideologia ou fundamentos culturais para compreender a lei da gravidade ou os princípios da engenharia aplicada.

As Ciências nos dois campos específicos, uma delas aquela que vem do mundo cultural, ou seja, da lógica da aplicação das categorias das análises ao objeto em estudo, tão somente uma mediação cultual.

O entendimento nesse caso além de interpretativo é silogístico e subjetivo diverge conforme ao campo das variações ideológicas, outro campo o conhecimento é da interpretação, não sofre variação subjetiva e o conhecimento vem do campo empírico.

 Sua  aplicação indutiva, o saber    da compreensão e não  da interpretação, não se fundamenta em  nenhuma variação subjetiva do campo projetivo do mundo subjetivo do sujeito  da interpretação.

 Realizado essa analise nos dois campos distintos, fica mais evidente o entendimento das duas epistemologias distintas, axioma que se determina a lógica compreensiva nas especificidades comuns as lógicas aplicativas, o que é de diferente o preceito da interpretação.  

 

Edjar Dias de Vasconcelos.