A VERACIDADE DOS FATOS
Publicado em 03 de junho de 2009 por Junior Miranda Scheuer
Estamos num século decisivo, ou damos procedência ao uso irracional do combustível fóssil ou apostamos nos bicombustíveis; decisivo pelo seguinte – o meio ambiente pede socorro. Também, não podemos mais ficar no jogo de quem é o responsável pelo efeito estufa, o homem do campo, produtor de alimentos, ou o homem da cidade, industrializador! Medidas devem ser tomadas para minimizar ou remediar os fatos ocorridos, a realidade da destruição das florestas e a necessidade da substituição de nossa fonte energética.
Em julho do ano passado foi publicado o decreto no 6.514 regulamentando, ou melhor, impondo prazos aos ruralistas para a averbação da Reserva Legal e da Área de Preservação Permanente, estipulando data limite. Porém, a bancada ruralista conseguiu contornar e, o governo lançou um novo decreto no 6.686, dando um prazo até 11 de dezembro deste ano para a realização da averbação.
Diante do exposto, fica a exclamação - É incabível a averbação em tão pouco tempo, o agricultor não tem lucros mirabolantes nem receitas grandiosas para realizar todas as exigências do decreto e, muito menos o governo não tem medidas que contemplem aquele agricultor que destinará sua área para a preservação ambiental, alocando seus próprios recursos para plantio de árvores e destinando uma parte de sua propriedade a RL e construção de cercas ao redor das APPs. O ruralista deveria ser remunerado por estar diminuindo o passivo ambiental. Ainda, a RL poderia ser incluída dentro da APP, pois o produtor não vai abster-se somente de 20% de suas terras e sim, de uma área maior.
Para minimizar os impactos ambientais e os índices do aquecimento global, o destino de áreas rurais é válido para a preservação, dentro das condições de cada ruralista, mas não é o suficiente. A nossa fonte energética principal é ainda o petróleo, sabido que este é o principal vilão do aquecimento. Em 1975, com o PROÁLCOOL, vislumbrou-se a grande chance de um combustível renovável, menos agravante que o ouro negro, mas foi momentâneo, pois o petróleo voltou e o combustível álcool foi praticamente esquecido. Graças à tecnologia que trabalhou de forma perspicaz, surgiu os motores flex, podendo ser misturado gasolina e etanol; novamente vislumbrou-se uma nova fonte energética – o etanol, energia renovável.
Segundo estudo da Embrapa Agrobiologia, o etanol, comparado com a gasolina na queima pelos motores, emite 73% a menos de CO2, dado que comprova os benefícios oriundos da produção deste biocombustível e, analisando o balanço do sequestro de carbono pela cana-de-açúcar, estudo realizado pela Embrapa Monitoramento por Satélite, ela armazena 120 toneladas por hectare e disponibiliza 220 toneladas de O2 ao longo do ano por hectare. São formidáveis os benefícios que a cultura da cana nos propicia, nada comparado à extração de petróleo.
Devemos preservar nossas propriedades, destinando áreas de verde permanente, mas não podemos esquecer que é na área rural que é produzido o pão de cada dia! Deve-se ter muito cuidado com isso e o governo deve dar maior respaldo ao ruralista, pois este, em pouco tempo, será o produtor de água, líquido que gerará muitas intrigas no futuro.
Então, neste século devemos estabelecer quais são as prioridades para o nosso futuro, não mais de nossos filhos, pois já estamos vivendo a colheita imposta por nossos antepassados.