A unidade de mapeamento do solo

Em pedologia, o que é uma unidade de mapeamento? Seria a mesma coisa que unidade taxonômica? Esse texto é uma tentativa de esclarecer esses conceitos para os alunos de ensino médio e demais interessados.

Ambos os termos são muito utilizados no mapeamento de solos, ou seja, na distribuição espacial (geográfica) que os solos têm em uma dada região. O termo unidade taxonômica pode ser entendido como o tipo ou ordem de solo que ocorre em uma dada área. Por exemplo, em Ribeirão Preto – SP, o solo denominado Latossolo Vermelho é uma unidade taxonômica. Esse solo possui uma distribuição espacial na região da referida cidade. Visualmente, se olharmos um mapa de solos dessa região, observa-se que nela há vários tipos de solos, não apenas Latossolos Vermelhos. Dessa maneira, a região de Ribeirão apresenta outras unidades taxonômicas em seus domínios.

Suponhamos que temos em mãos o mapa de solos da região de Ribeirão Preto. Nele, a título de exemplo, os Latossolos são representados pela cor amarela. Assim, a "mancha" amarela que observamos ao olhar o mapa constitui a unidade de mapeamento da unidade taxonômica chamada Latossolo. É comum, notar o uso de várias cores para designar os vários tipos de solos que ocorrem em uma região de estudo. Desse modo, os Argissolos podem ser representados, por exemplo, pela cor vermelha, e assim, por diante.

No entanto, deve-se tomar cuidado, pois muitas vezes a unidade de mapeamento não coincide com a unidade taxonômica. Isso acontece, geralmente, em mapas de solos de pequena escala cartográfica, ou seja, mapas de solos de grandes regiões que contemplam Estados ou até mesmo o país inteiro. Representando grandes áreas, perde-se o grau de detalhe de cada "pequena" região que o mapa abrange. Desse modo, muitas vezes uma unidade de mapeamento pode contemplar dois ou mais solos. Por exemplo, no mapa de grandes regiões é comum observar e notar a seguinte descrição na legenda e no mapa, Latossolo + Argissolo. Apesar de serem solos distintos, o nível de levantamento do solo é muito pouco detalhado para espacializar esses solos de forma que possamos visualizar onde termina o Latossolo e se inicia o Argissolo. Por esse motivo, utilizando um mapa de pequena escala, diz-se que na região do Estado de São Paulo, predominam unidades de mapeamento do tipo associação de dois solos, no exemplo, Latossolos Vermelhos e Argissolos Vermelhos.

Quando a unidade de mapeamento contempla apenas uma unidade taxonômica, diz-se que há uma unidade de mapeamento do tipo simples (em contraposição ao tipo associação que acabamos de explicar que pode conter dois ou mais solos; Figura 1). Normalmente, as unidades de mapeamento contemplam apenas uma unidade taxonômica quando o mapa de solos é do tipo ultra-detalhado, isto é, de escala grande, representando detalhadamente pequenas áreas. O oposto disso, seria os mapas do tipo esquemático, exploratório, reconhecimento, e, em menor proporção, os mapas semi-detalhados e detalhados.


Figura 1. Exemplo de mapa contendo unidades de mapeamento que podem ou não contemplar mais de uma unidade taxonômica. Nesse caso, repare que a sigla AEd3 (próximo ao rio) representa uma unidade de mapeamento do tipo simples. Já PA5 representa uma unidade de mapeamento do tipo associação de 4 tipos de solos.

Fonte: Silva et al. (2008)

A importância desses conceitos é relevante para o técnico ambiental, pois, baseado no solo, ele realizará todo o planejamento de uso da terra para seus diversos fins.

Preparado a partir de:

DEMATTÊ, J.A.M. Notas de aula de Manejo e Conservação do Solo – módulo planejamento. Piracicaba, [a.n.t.], ESALQ/USP, 2009.

SILVA, W.A.; CARVALHO, D.F.; VARELLA, C.A.A.; CEDDIA, M.B. Sistema de informação geográfica para mapeamento da renda líquida aplicada no planejamento da agricultura irrigada. Engenharia Agrícola, v.28, p.76-85, 2008.