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Esta historia foi criada em cima do poema “Quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade. Utilizando os nomes dos personagens, e os cenários que são citados no poema, foi criada toda uma narrativa em cima do poema.
OBS. A narrativa foi apenas baseada no poema, respeitando os nomes, os cenários, e o fim de cada personagem; a intensão desta historia é levar o leitor a entender que, através de um pequeno escrito com grandes qualidades literárias, podem-se desenvolver grandes histórias.
“João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história”
(Carlos Drummond de Andrade)
Uma das qualidades de Carlos Drummond de Andrade era levar o leitor a criar, ele sabia que todas as pessoas são intelectualmente diferentes e poderiam imaginar de forma diferenciada, então estrategicamente Carlos
NUNES, José Romilson Silva, A Triste Historia de Joaquim. Narrativa baseada no poema “Quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade.
Drummond de Andrade deixa o leitor complementar com suas próprias características e conhecimento de mundo, tornando o escrito mais atraente.
A TRISTE HISTORIA DE JOAQUIM
Às nove horas de segunda feira João acorda atordoado, ainda meio sonolento, se prepara para ir ao seu trabalho; João nunca havia se atrasado, esta seria a primeira vez. João era um rapaz alto, magro, tinha boa aparência, pele escura, cabelos cacheados, gostava sempre de andar trajando roupas sociais o que lhe aumentava a seriedade, era bem sucedido financeiramente desde criança seus pais haviam investido em seus estudos e logo cedo o mesmo terminou sua faculdade de jornalismo, entrando cedo no mercado de trabalho, aos poucos João foi subindo de cargo na empresa que trabalhava
Ao chegar ao seu trabalho, João se surpreende ao avistar uma bela moça.
_ Bom dia _ João a cumprimenta com um belo sorriso.
_ Bom dia _ a garota responde meio acanhada.
_ Posso saber qual é a sua graça? _ pergunta João.
_ Como assim? _ pergunta a garota meio confusa sem entender o significado do que João falara.
_ Quer dizer, qual é o seu nome _ explica João sorrindo.
_ Agora sim, entendi _ responde a garota com um tom alegre. _ meu nome é Teresa.
_ Posso ajuda-la em algo? _ pergunta João.
_ Sim! _ responde Teresa. _ Finalizei meu curso de Letras e fui contratada por esta empresa para analisar os textos antes de serem publicados, e procuro pelo senhor João que gerencia esta área.
_ oh sim! Estás a falar com o próprio _ responde João.
João trabalhava na revista NEWS, uma grande empresa que obtinha o monopólio na cidade de Ilha Bela e nas pequenas cidades circunvizinhas; Ilha Bela era uma cidade bem desenvolvida, porem ainda permanecia muitas áreas com grandes arvores que enfeitavam as praças, e nesta cidade corriam riachos límpidos que serviam de inspiração aos poetas, não se esquecendo dos grandes monumentos históricos e religiosos que davam um ar sagrado e misterioso aquela cidade, era indicada a todos os turistas que quisessem conhecer um lugar inspirador, o por do sol em ilha bela era único, pois a beleza dos raios da tardezinha atravessando as grandes arvores despertava um sentimento intenso de alegria, o céu se enfeitava colorido pelos pássaros da tarde que buscavam repouso nas imensas arvores esperando o anoitecer, as borboletas voavam livres enfeitando as praças, tanta beleza parecia uma pintura que surgira na mente do pintor mas inspirado, quando anoitecia podia-se ver as estrelas de maneira inexplicável como se houvesse a canção mais linda a tocar incessantemente, sempre alegrando o coração dos “ilhabelences”.
_ Pois bem senhorita Teresa! Vou lhe mostrar seu local de trabalho _ disse João empolgado com a nova colega de trabalho.
Após João mostrar todos os setores e apresentar Teresa aos funcionários daquela revista, levou-a a sala da antiga funcionaria que saíra da empresa há pouco tempo.
_ Bom! Esse será seu local de trabalho _ disse João abrindo a porta. _ Vou deixa-la à vontade para organiza-la da maneira que mais lhe agradar.
Ao fim do dia João se despediu de Teresa e dos outros funcionários e partiu em direção a sua casa dirigindo seu carro importado e chupando seu cigarro, se surpreendendo com pensamentos que lhe vinha à mente, João relembrava o momento em que conhecera Teresa, parecia ouvir sua vós suave sussurrar ao seu ouvido, relembrava os lindos olhos castanhos destacados pela maquiagem, os lábios com um tom marcante que despertava os mais íntimos pensamentos de João.
Ao chegar a sua casa João se sente só, essa era a primeira vez que lhe vinha esse sentimento de solidão, pois já fazia cinco anos que ele resolveu
morar só, sua grande casa com moveis antigos ampliava este sentimento de solidão.
PROXIMO DIA
Terça feira as sete horas da manha, João acorda e se prepara ansioso para ir ao serviço, queria rever a moça que não saía da sua mente. Chegando no trabalho João cumprimentou o porteiro:
_ Bom dia Raimundo.
_ Bom dia João _ respondeu o porteiro que se chamava Raimundo.
_ Como foi sua noite? _ perguntou João.
_ Foi ótima _ respondeu Raimundo.
Raimundo era um jovem de família humilde que trabalhava como porteiro para pagar sua faculdade; estava cursando o quinto período de direito. Era um jovem com boa aparência, alto, moreno, cabelo liso e arredondado, que ele fizera em homenagem a banda de rock Oasis; o seu sorriso e o modo elegante que ele falava encantava todas as moças daquela revista, inclusive Teresa.
Ao entrar, João avista Teresa.
_ Bom dia Teresa _ João a cumprimenta.
Bom dia senhor João _ responde Teresa.
_ Não precisa me chamar de senhor _ diz João com um sorriso no rosto.
Logo após se cumprimentarem, João acompanha Teresa a sua sala, e leva os textos para serem analisados.
_ Bom... Estes são os textos _ diz João ao entregar um bloco de folhas com os textos que iriam ser publicados pela revista NEWS.
_ OK! _ Teresa recebe os textos.
_ Você gostaria de sair para almoçar comigo hoje? _ pergunta João meio nervoso.
_ Sim _ responde Teresa percebendo que João se interessara por ela.
_ Ok! Então as doze vamos ao melhor restaurante de Ilha Bela _ exclama João.
Teresa ri timidamente.
Às doze horas João e Teresa saem rumo ao restaurante, João nunca havia se sentido tão feliz dentro do seu carro importado, era a primeira vez que ele levava no seu carro uma garota que lhe despertava os desejos mais íntimos, as arvores nunca foram tão belas, os pássaros nunca cantaram tão exuberante melodia, as borboletas nunca haviam colorido tão lindamente o céu quanto naquele dia; João sentia o ar mais puro, via as flores mais coloridas...imediatamente João para seu carro perto de um jardim de rosas e diz:
_ Teresa, eu tenho que te falar algo.
_ Fiz algo errado nos textos? _ pergunta Teresa meio assustada.
_ Não, não é sobre o trabalho _ prossegue João. _ Estou apaixonado por você, nunca gostei tanto de uma pessoa o quanto estou gostando de você.
Teresa fica sem palavras, João aproxima-se para beija-la, Teresa aceita o beijo de João, João se sente o homem mais feliz do mundo; logo após o beijo, João e Teresa partem em direção ao restaurante, chegando lá, os dois conversam mais intimamente, e após o almoço João leva Teresa a sua casa.
_ Daqui a pouco nos vemos no trabalho _ diz João com um sorriso apaixonado.
_ Sim _ respondeu Teresa meio tímida.
Teresa morava a uma quadra de distancia do seu trabalho. Pouco antes das duas horas Teresa parte rumo ao trabalho, ao chegar na portaria encontra o porteiro Raimundo.
_ Não acredito! _ exclama Teresa. _ Quanto tempo Raimundo!
_ É você mesmo Teresa? _ pergunta Raimundo. _ Nossa! Você mudou muito, estás muito linda.
Os dois conversam por alguns minutos relembrando o tempo em que os dois estudaram juntos no primeiro ano do ensino médio, Teresa escondia um amor platônico por Raimundo, desde a primeira vez que os dois se conheceram no primeiro ano do ensino médio, Teresa morava em uma cidade chamada Mariana, situada ao lado de Ilha Bela; Raimundo era de Ilha Bela, porem teve que passar um ano morando em Mariana, para cuidar de seu avô Sebastião; João se matriculou na escola do bairro e conheceu Teresa, os dois se tornaram grandes amigos, até chegaram a namorar, mas Raimundo disse que não davam certo, pois ele amava Maria; Maria era uma bela garota de cabelos louros e longos, grandes olhos azuis, ela tinha um belo sorriso e uma voz suave e mimada. Raimundo e Maria se conheciam desde a infância, eles brincavam juntos, quando criança, saiam a correr pelas chuvas de inverno com os pés descalços e sempre que se via o pequeno Raimundo, ele estava junto a sua amiga Maria, mas a partir da adolescência aquele sentimento foi amadurecendo, Raimundo nunca se declarou, pois tinha medo de perder a amizade de Maria Raimundo já havia conhecido e namorado varias garotas, mas aquele sentimento por Maria era persistente, sobrevivia ao tempo tomando forças a cada dia que se passava.
Após aquele ano morando em Mariana, Raimundo voltou para Ilha Bela, e Teresa nunca mais o viu. Seis anos se passaram, e quando Teresa avistou Raimundo, parece que todo aquele sentimento despertou. Depois de Teresa e Raimundo conversar ela se dirigiu ao seu local de serviço.
Cada dia que passava João surpreendia Teresa com belos presentes, mas Teresa cada dia alimentava a esperança de que Raimundo a desse uma chance, e Raimundo esperando que Maria percebesse que ele a amava.
Alguns dias se passaram e Raimundo se desespera ao ouvir a noticia que Maria iria se casar com um rapaz chamado Joaquim. Joaquim era um jovem forte, nunca havia estudado, crescera pelos garimpos com sua mãe, quando Joaquim se tornou homem, quis seguir a profissão de garimpeiro, tinha braços fortes e pele escura do sol, nos seus tempos vagos ele gostava de dedilhar seu violão, ele gostava de compor musicas, aprendeu a escrever com sua mãe, pois precisava anotar suas canções, não tinha vícios, porem se encantava pelas moças de Ilha Bela.
MARIA E JOAQUIM
Um dia Joaquim chegou da garimpagem, trocou seu ouro em dinheiro, e foi à pracinha do centro de Ilha Bela; Joaquim gostava daquela praça, pois lá tinha grandes arvoredos que embelezavam o local e muitas flores, havia uma grande fonte de aguas cristalinas, e um parquinho que as senhoras levavam seus filhos para brincarem. Joaquim para e observa um jovem tocar seu violão, tocava uma canção para sua bela namorada que suspirava de amores. A canção dizia:
“Coloquei meu coração nas tuas mãos, te dei meu amor
Te falei que você é a dona do meu coração
Nosso amor é poesia
Nosso amor é uma canção
Noite fria e as lembranças me fazem chorar
Minha noite ilumina quando vejo teu olhar
A saudade bate forte no meu coração
Tua imagem na minha mente faz brotar uma canção
Tua voz é meu remédio
Teu sorriso é meu ar
Eu não quero mais viver sem te amar
Eu vou estar aqui esperando o tempo de Deus pra nós
Eu vou estar aqui esperando o tempo de Deus”
Joaquim olha para o lado e avista uma moça, ele se aproxima de diz:
_ Que musica linda né?
_ Sim, muito linda _ responde a garota.
_ Você vem sempre aqui? _ pergunta Joaquim.
_ Sim, venho todas as tardes _ responde a garota.
_ Qual seu nome moça? _ pergunta Joaquim.
_ Meu nome é Maria _ responde a garota.
_ Queres tomar um sorvete? _ pergunta Joaquim com um olhar de Don Juan.
_ Sim _ responde Maria. _ Um sorvete cairia bem nessa tarde de sol.
Joaquim vai ao sorveteiro e logo após os dois se sentam, e ao som do jovem violonista eles conversam aquela tarde.
Joaquim e Maria se encontravam todas as tardes naquela pracinha, em uma tarde de domingo após uma semana Joaquim encontra Maria normalmente perto da fonte igual todas as tardes anteriores, naquele dia ele a convida para visitar o quarto no qual o mesmo estava ficando enquanto estava naquela cidade; era um local pequeno, havia apenas dois cômodos, tinha uma aparência velha com a pintura antiga desgrudando da parede, o cheiro causava certo desprazer em Maria, mas a mesma não ligava, pois a paixão era mais forte que qualquer cheiro ou aparência, havia roupas espalhadas pelo chão e um colchão velho, apesar do lugar ter uma aparência desagradável Maria se sentia bem, pois estava loucamente apaixonada por Joaquim, Maria estava decidida a se entregar completamente aquele relacionamento, sem pensar em qualquer
consequência, os dois se sentam naquele colchão sem falarem nada, apenas pensando, era possível ver a aparência de nervosismo nos olhos de Maria pois ela estava decidida a fazer algo que nunca havia feito, mas apesar do seu nervosismo ela não tinha nenhuma intenção em sair dali ou desistir do que estava pensando.
_ Não se preocupe_ sussurra Joaquim acariciando-a.
Maria não diz nada, apenas deixar se levar pelas caricias de Joaquim; Joaquim dá um intenso beijo em Maria e aos poucos vai tirando a roupa de Maria, peça por peça, era algo inédito para ela pois a mesma nunca havia deixado um homem vê-la nua, mas Maria em nenhum momento o impede e nem mesmo diz algo, Joaquim sem dizer mais nada beija cada parte do corpo de Maria e os dois se amam naquela tarde.
As visitas de Maria ao quarta de Joaquim se tornaram frequente e algo muito estranho ocorreu, pois aquele lugar de aparência ruim se tornou o melhor lugar para Maria.
Após se passarem dois meses Joaquim e Maria encontram-se novamente naquela pracinha
_ Maria... _ diz Joaquim. _ Amanhã tenho que voltar ao garimpo, mas não quero ir sem te pedir em namoro, esses dias foram os melhores da minha vida, você aceita namorar comigo?
_ Sim, aceito! _ responde Maria. _ Só não demora muito pra voltar, vou estar te esperando.
Logo após essas palavras, Joaquim dá um intenso beijo em Maria, vai em direção ao jovem do violão que todas as tardes toca para sua amada naquela praça.
_ Boa tarde _ diz Joaquim.
_ Boa tarde _ responde o garoto do violão.
_ Qual o seu nome? _ pergunta Joaquim.
_ Romilson _ responde o garoto do violão.
_ Eu me chamo Joaquim, gostaria de pedir seu violão por uns instantes para eu cantar uma canção para minha namorada _ diz Joaquim.
_ Aqui está _ diz Romilson entregando o violão. _ Nada melhor que uma bela canção de amor para conquistar o coração de uma dama.
_ Obrigado! _ Joaquim retira-se com o violão em mãos.
Ao aproximar-se de Maria, Joaquim dedilha um mi maior e canta:
_Quando te encontrei
Me perdi no teu olhar,
Teu sorriso imenso brilho
Fez eu me apaixonar.
Viajar pelo teu céu,
Mergulhar pelo teu mar,
Ir além do infinito,
Quero somente te amar;
Estou preso em você,
Mas não quero a liberdade,
Apagar a ilusão,
Criar a realidade;
Quero entrar na tua vida
Sem nenhuma explicação,
Nosso amor é como o brilho
Perdido na escuridão;
Esquecer da minha vida
E viver só pra você,
Construir um amor perfeito,
Sem você não sei viver;
Tô perdido sem você
Tô chorando sem parar,
Me encontrei no teu viver,
Me alegrei com teu olhar.
_ Nossa! Que musica linda _ diz Maria com cara de apaixonada.
_ Sim! _ diz Joaquim. _ É especialmente pra você, quando eu voltar, quero casar com você.
_ Nossa! Faz tão pouco tempo... _ diz Maria.
_ Sim! Faz pouco tempo, mas foi o suficiente para eu saber que você é a garota da minha vida _ diz Joaquim segurando a mão de Maria.
_ Eu vou te esperar _ disse Maria com um sorriso de amor.
DEPOIS DE TRÊS MESES
Nestes três meses, Teresa havia aceitado o pedido de namoro que João fizera, mas ela não tirava os olhos de Raimundo, e Raimundo estava
muito triste, pois Maria o contara que estava apaixonada por Joaquim e que ela iria se casar com ele, mal sabia Maria que Joaquim tinha um romance com uma garota chamada Lili que morava no garimpo, e que a musica que ele cantou para ela, na realidade ele havia feito para Lili.
Lili era filha de Anastácio, dono do garimpo Ouro Belo, o garimpo que Joaquim trabalhava. Lili tinha olhos castanhos, cabelos negros e encaracolados, era magra e tinha uma bela aparência, gostava de usar longos vestidos escondendo as belas curvas de seu lindo corpo. Já fazia um tempo que Lili e Joaquim tinham um romance escondido, mas ela sempre dizia para ele que eles só poderiam se encontrar as escondidas, e que nunca poderia existir algo serio entre os dois, Lili andava livremente pelo garimpo, aas vezes ela gostava de ver os peões trabalharem, Lili era respeitada pois era filha do dono do garimpo e qualquer falta de respeito poderia custar o trabalho dos garimpeiros. Certo dia Joaquim estava no riacho onde se encontrava com Lili, esperando-a, ao vê-la de longe, correu para abraça-la, mas ela tinha um rosto triste e disse:
_ Joaquim, eu tenho que te falar uma coisa.
_ O que minha princesa? _ perguntou Joaquim.
_ Eu estou noiva já faz um tempo, e vou casar em breve _ disse Lili.
_ Você só pode está brincando! _ exclama Joaquim com um sorriso forçado.
_ Não! _ prossegue Lili. _ estou falando a mais pura verdade, meu pai quer que eu case com um rapaz, eu por mim não casaria com ninguém, eu gosto dessa vida de solteira _ disse Lili.
_ Mas você não sente nada por mim? _ pergunta Joaquim.
_ Não Joaquim _ prossegue Lili. _ Foi só um lance.
_ Mas... Eu te amo! _ exclama Joaquim. _ Eu pensei que você sentisse algo por mim.
_ Não... Não sinto nada _ prossegue Lili. _ Você foi apenas mais um.
Após esta conversa Lili se retirou e Joaquim ficou sozinho a chorar. No outro dia Joaquim recebe uma carta de Maria, que dizia:
_ Amor eu estou te esperando ansiosa por você, todos os dias penso em você, não vejo a hora de te ver chegar e poder te abraçar, te beijar, eu já falei pra meus pais que nós vamos casar, vem logo amor, saudades de você.
Joaquim desesperado e com ódio em seu coração rasga aquela carta, pega um papel e escreve:
_ Maria, o tempo que eu passei aí foi bom, mas eu não vou mais voltar, eu não te amo, foi apenas pra distrair, eu e você não temos nada, não vou casar com você, me esquece. Após escrever entrega a seu amigo que estava indo para a cidade, para leva-la para Maria.
Quando Maria recebeu aquela carta, ficou muito triste, e jurou nunca mais se apaixonar.
Raimundo foi em direção à casa de Maria, disposto a declarar todo amor que tinha por ela desde a infância, estava disposto a declarar-se mesmo que aquela declaração custasse a amizade de longos anos, Raimundo pilotava sua moto, ansioso e decidido a falar tudo, no meio do caminho, ele nunca tinha andado tão rápido, quando foi fazer uma curva, “derrepente” se chocou com uma carreta que o derrubou bruscamente da moto e seu sangue se espalhou pelo asfalto, o motorista da carreta ligou para o socorro pedindo ajuda, Raimundo foi levado ao hospital, quando Maria soube do acidente de seu amigo, foi imediatamente ao hospital que ele estava, ao chegar lá Raimundo pediu para a chamarem, ela entrou na sala de emergência e Raimundo sentindo muita dor disse:
_ Maria, Antes... Antes de eu partir, eu quero te dizer uma coisa, eu sempre te amei _ Maria ouve tudo chorando, Raimundo sentindo faltar-lhe o ar prossegue. _ Sempre fui apaixonado por você, e hoje eu iria dizer toda a verdade... Eu te amo!
Logo após Raimundo dizer essas palavras, ele morreu, Maria ao ver que Raimundo morrera, chorou desesperadamente e prometeu que nunca mais se envolveria com homem nenhum. Quando Teresa soube da morte de Raimundo, ela se entristeceu tanto que resolveu ir para o convento, e
daquele momento em diante ela dedicou sua vida a Deus, a ajudar os necessitados, a rezar, e cuidar das crianças carentes, e nunca mais Teresa amou outro homem, , João ficou muito triste com a decisão de Teresa e resolveu abandonar seu trabalho e a cidade de Ilha Bela, pegou suas economias e saiu rumo aos Estados Unidos, e nunca mais se ouviu falar de João.
Joaquim soube do casamento com um rapaz chamado J. Pinto Fernandes, então tomou um gole de cachaça, o que nunca havia feito antes, pegou seu revolver, e saiu desesperado rumo à igreja do garimpo Ouro Belo, ao chegar lá já era tarde demais, Lili já tinha casado, e já estavam todos na festa após o casamento; Joaquim correu em direção à frente do salão de festas, deu um grito assustador, e a banda parou imediatamente de tocar, todos os convidados fitaram os olhos nele, ele sem proferir nenhuma palavra, apenas pegou seu revolver, levou vagarosamente em direção a sua cabeça, e antes que alguém falasse algo ou tentasse o impedir, ele apertou o gatilho; o sangue de Joaquim se espalhou pelo belo salão de festas.
O casamento de Lili ficou marcado pela tragédia da morte de Joaquim, porem aos poucos foi se esquecendo aquele triste acontecimento.