A TRANSCEDÊNCIA NO   SUPORTE DA ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL. Uma experiência com Capelão realizada na Clínica Médica do Hospital Regional de Assis no ano 2009

  

RESUMO

 Diante da intensa crise de humanismo do universo , da saúde pública,  dos serviços de saúde,  da necessidade de  uma política de saúde voltada não só  para a doença  mas para o doente.Partindo desse contexto   priorizando o contexto hospitalar,  é visível a  necessidade de um novo paradigma, uma   política de saúde  voltada    para as necessidades   espirituais  do paciente , principalmente pela mudança do  perfil dos pacientes internados,  portador de  doenças  crônico evolutivas, progressivas , enfim paciente terminal ,  desse contexto percebemos uma indiferença , insensibilidade inconsciente do   profissionais de saúde, devido a   sobrecarga de trabalho e  estresse  que reflete na desumanização do cuidado. Esses  sentimentos vividos  pelo cuidador  são considerados como um   mecanismo de defesa para proteger suas emoções, já que não é fácil lidar diariamente com   sofrimento, dor e morte.  Baseado nesse contesto é    necessário implementar um nova metodologia de um  cuidado voltado para o  corpo e a  alma ,  já que o  paciente na sua finitude anseia por um  momento especial de encontrar com Deus, então o intuito desse trabalho não é  para discutir religião, dogmas, mas simplesmente para falar de Deus, da existência de    encontrar com Deus  , ou seja humanizar o cuidar referindo ao  paciente e cuidador.. Pensando nesse problemática   resolvemos montar um Projeto de Capelania na Clínica Médica do HRA com objetivo de  aliviar a dor  sofrimento,   oferecer  suporte emocional, espiritual ao paciente-familiar e profissional.

 

1. INTRODUÇÃO:

 

O HRA é referência para os DRS IX e dividindo em diversas áreas, para isso conta com uma unida de Clínica médica e 30 leitos funcionando.

Nos últimos anos depois de firmado parceria com a FAMEMA iniciou novos serviços reestruturou os já existentes de forma que ocorreu um aumento no número de pacientes atendidos e uma mudança no seu perfil. Casos mais complexos antes encaminhados para outros serviços, hoje têm sido resolvidos aqui, pacientes terminais com câncer, doenças crônicas e infecciosas. Diante dessa mudança a clínica presta atendimento de alta complexidade e várias especificidades, pacientes procedentes da UTI, paciente terminal, doenças infecciosas, câncer e outras.

O perfil da assistência começa mudar, por que muitos pacientes sem prognóstico, alguns em estado vegetativo, pacientes terminais necessitando de cuidados paliativos e entendemos que lidar com o sofrimento não é uma tarefa fácil para o paciente, familiares, para os profissionais de saúde que somente tem nos seu conceito cura e recuperação, não conseguem aceitar o limite da terapêutica e da ciência, nesse momento é crucial a assistência espiritual ao paciente para oferecer um cuidado humanizado visando o ser humano como um todo, nas suas várias dimensões bio-psico-social e espiritual.

A Associação Médica Mundial revisou recentemente a Declaração do Paciente (Santiago, Chile, 2005). Entre os direitos defendidos apresentados à assistência religiosa (n.11), afirmando que o paciente tem direito de receber ou recusar o conforto espiritual e moral, incluindo a ajuda ministro de suam opção religiosa.

Como talvez um dos maiores cientistas de todos os tempos, Einstein um caminho de acreditar em ambos, deus e a Ciência.

 

Koenig diz:

“ As crenças religiosas  podem ter um papel em ajudar os pacientes a constuírem o sentido de um sofrimento inerente à doença, o que pode por sua vez, facilitar a aceitação da situação”

 

A relevância da espiritualidade tem sido ressaltada, em distintas perspectivas, por médicos célebres como Wiliamm Osler (1910), Benjamin Rusch (1911), Freud (1930): Fromm (1930). 

 

CAPELANIA

 

Trata-se de uma assistência religiosa prestada por ministro religioso garantida por lei em entidades civis e militares de internação coletiva como dispositivo previsto na Constituição Brasileira de 1998 nos seguintes termos: “é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.” (CF art.5, VII).

É uma atividade cuja missão é colaborar na formação integral do ser humano, oferecendo oportunidades de conhecimento, reflexão, desenvolvimento e aplicação dos valores e princípios ético-cristãos e da revelação de Deus para o exercício saudável da cidadania.

Capelão é um ministro religioso autorizado a prestar assistência religiosa e a realizar cultos religiosos em comunidades religiosas, colégios, universidades, hospitais, presídios, corporações militares e outras organizações.

A Capelania Hospitalar é uma prestação de serviço religioso ministrado aos enfermos em hospitais rede pública ou privado, também garantido por Lei Federal e leis estaduais. Importante destacar que, embora a entrada do ministro religioso seja facultada por Lei, este tipo de serviço não deverá trazer nenhum tipo aos enfermos no seu leito de internação coletiva.

Organização da Capelania

O Capelão é um ministro do evangelho (Ex. Capelão Evangélico é um Pastor), missionário ou, em casos especiais, um leigo com larga experiência em Capelania hospitalar, que tenha sido aprovado e credenciado por sua denominação religiosa, indicado nomeado e aceito pela superintendência do hospital do hospital.

O Capelão trabalha em harmonia com os médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde atuando como complemento ao trabalho do médico, confortando pacientes e aconselhamento funcionários.

 

Uma pesquisa feita pela American Pain Society mostrou que a oração era o segundo método  mais usado no manejo da dor , depois de medicações orais  para a dor, e método  não-ligado  à droga mais comum, no manejo da dor”

 

FINALIDADE DA CAPELANIA EVANGÉLICA

 

Prestar assistência espiritual voluntário a todos os pacientes e funcionários que o desejarem, sem acepção de credo religioso;

Responsabilizar-se por pessoas que estejam a seu serviço, desde que devidamente credenciados;

Aceita para fins de cooperação ministros e leigos, desde que aceitem a posição da Capelania Evangélica e se submetam os cursos de treinamentos pelo seu Capelão (Curso de visitação hospitalar ministrado pelo menos uma vez ao ano, atingindo as diferentes denominações);

Trabalhar juntamente com médicos, enfermeiros, psicólogos, psiquiatras visando a um atendimento integral do paciente, para sua saúde total;

Estar disposição de funcionários que desejarem aconselhamento pessoal (em casos especiais, quando preocupados e aflitos por problemas particulares, dando-lhes condições especiais de enfrentar e resolver suas crises e assim ter estrutura emocional para melhor atender seus pacientes);

Cooperar com clérigos de outras religiões, estabelecendo linhas de conduta e praxe;

-atendimento aos familiares de pacientes internados, em casos de necessidade, confortando-os e animando.

 

 

2. OBJETIVO:

Atender a necessidade espiritual do paciente priorizando o paciente terminal, como ser humano.

 

3. JUSTIFICATIVA:

 Ajudar o paciente, familiar a lidar com o sofrimento, o estresse da doença causado pela doença e morte, visando bem estar mental, ajudando a enfrentar as angústias, o medo, garantindo uma assistência espiritual nos valores da fé e esperança, pois diante da.

 Mudança do perfil dos pacientes internados na clínica, pacientes graves em estado terminal, em processo de morrer caminhando para a finitude, agonizando, com dor, alguns desses pacientes mantendo somente cuidados paliativos, um tratamento extraordinário. Frente à mudança de paradigma de curar e tratar para somente cuidar dar suporte ao paciente e família e um cuidado com qualidade e reverência. Afinal passamos por um momento muito especial em Cuidados Paliativos no Brasil, e precisamos manter nosso propósito de cuidar, é preciso sensibilização dos profissionais em relação à necessidade espiritual do paciente, sem dogma ou julgamento, mas em atitude, compreensão e amor e acolhimento.

 

4. IMPLANTAÇÃO

A idéia é estruturar o atendimento individual, utilizando um capelão voluntário com entrada livre no hospital e com disponibilidade para visitar os pacientes selecionados e que desejam sua presença à beira do leito, com intuito de oferecer um suporte de maneira ecumênica, já que diz que a espiritualidade não segue dogmas.

No momento que o paciente desejar os profissionais da clínica entram em contato com o capelão e comunica o nome do paciente e o número do leito. Não há, aqui, nenhuma proposta de conversão, doutrinação ou de cruzada evangelística em favor de nenhuma religião.

Trata-se apenas do amparo fraterno, da conversação leve e positiva, da consolação da dor do semelhante.

Tal missão deve ser sempre ser conduzida de forma sensata, subordinada às orientações dos profissionais de saúde responsáveis pelo atendimento dos pacientes e à direção do Hospital.

O poder público não será onerado com a implantação desta medida uma vez que o serviço é voluntário.

A independência administrativa do Hospital está preservada, pois todo o serviço fica subordinado à sua direção.

“O espírito firme sustém o homen na sua enfermidade, mas o espírito abatido, que, o suportará”? - Provérbios 18h14

 

 

Perguntas

Qual a importância da assistência espiritual para o paciente terminal ?

 

Quando e que momento chamar o Capelão para atender o paciente teminal?

A  espiritualidade potencializa  o conhecimento cientifico  na doença?

 

 

5. Operacional:

 

Atendimento voluntário realizado pelo Capelão de segunda a sexta feira a partir das 18h30min horas, sábados, domingos e feriados.

 

Acesso livre no hospital seguido de apresentação e identificação do mesmo (crachá).

 

O contato deverá ser realizado pelo enfermeiro ou auxiliar de enfermagem da unidade, conforme a necessidade, avaliação dos profissionais e solicitação do paciente e/ou familiar, sempre priorizando o paciente terminal e ou em estado grave;

 

Deverá ser informado pra o capelão o nome do paciente e o número do leito da.

 

Realizar contato prévio ao Capelão quando for para prestar atendimento para os profissionais da unidade (auxiliares de enfermagem e enfermeiros), e quando solicitado pelo mesmo;

 

O atendimento do paciente será realizado no quarto no qual o paciente está internado, e quando for o auxiliar de enfermagem na (copa  da clínica).