A Tecnologia da Informação tem invadido, no bom sentido, todas as áreas do conhecimento já a um bom tempo. Pois no ambiente acadêmico a área de Sistemas de Informação tem capacitado os alunos ao desenvolvimento de ferramentas e tecnologias  operacionais, de gestão e apoio para as mais diferentes áreas. E na própria educação não poderia ser diferente, a Tecnologia também invadiu.

                Temos hoje para a maioria das instituições de ensino, assim como para o corpo docente e discente, a facilidade de acesso à Informação durante o transcorrer de uma aula por meio da Tecnologia. Coisa que não tínhamos a pouco tempo atrás, onde o debate ficava para a sala de aula e a pesquisa sobre o conteúdo trabalho como atividade extra classe. E isso se deve em muito ao bum nas vendas de smartphones e acesso à Informação por meio de Tecnologias moveis de banda larga, 3G e 4G.

                Vemos que hoje no ambiente acadêmico, onde o professor ao colocar uma questão de sua aula para debate, muitos alunos já estão consultando online o tema na Internet, de modo a procurar outras fontes sobre o que se esta sendo apresentado. As discussões em sala ganharam mais força por conta das consultas em tempo real, dos conceitos debatidos, aliado a aplicativos de apoio ao ensino e desenvolvidos para fins específicos.

                É claro que não podemos generalizar a questão do acesso a Tecnologia da Informação com qualidade no ambiente educacional, tendo em vista questões regionais e pontuais de acesso a Internet, e de poder aquisitivo por parte de instituições e alunos. No entanto, também não podemos ficar alheios as facilidades educacionais e o ganho no aprendizado com o apoio da Tecnologia.

                A questão que temos que analisar caso a caso é “Como vamos trazer a Tecnologia apoiando a Informação e o Aprendizado para dentro da sala de aula”. Pois existem diferentes realidades em escolas municipais, estaduais, particulares e de ensino superior. E Ainda temos a questão da capacitação docente em relação a Tecnologia e a disponibilidade igualitária de hardware e acesso por parte do corpo discente. Além das diferentes disciplinas e conteúdos a serem trabalhados, que não seguem um padrão de ensino por meio da tecnologia.

                Outro ponto a ser trabalhado no uso da tecnologia em sala de aula, é que diante de um acesso a Internet quem realmente bomba são as redes sociais. Pois o jovem quer estar antenado o tempo todo sobre o que esta acontecendo com seus grupos. E aqui fica o desafio aos professores, trabalhar seus conteúdos por meio da Tecnologia, juntamente com as redes sociais. Por isso que acredito muito na troca de experiências entre professores e instituições, tanto na metodologia de ensino tendo a Tecnologia como apoio, quanto nas ferramentas a serem utilizadas.

                Para este caso, o ferramental tecnológico de apoio ao ensino, disponível na Internet, não para de crescer. Alguns de boa qualidade, outros de qualidade duvidosa. Inicialmente, muitos softwares e aplicativos começaram a surgir da necessidade pontual e visionária de seus criadores ou de trabalhos acadêmicos. Onde, para concluírem seus cursos de graduação, os alunos devem desenvolver um TCC – Trabalho de Conclusão de Curso, e acabavam focando na área de educacional. Hoje existem empresas que estão se especializando no desenvolvimento de materiais didáticos interativos, tanto para computadores quanto para smartphones, sejam softwares, sites ou aplicativos.

                Mas ainda, o que mais se desenvolve é para o ensino fundamental. Abordando temos como matemática, português, geografia, história, sociologia, física, ciências e outros. Isto pode ser pelo fato que este público, além de ser muito maior se compararmos a um determinado curso superior, já nasceu antenado nas facilidades da tecnologia e exige metodologias de ensino mais ágeis.

                Na última pesquisa TIC Kids Online, realizada pelo Comitê Gestor da Internet, apurou que 82% dos jovens entre 9 e 17 anos, acessam a Internet pelo Celular. Por outro lado, a OCDE – Organização para a cooperação e desenvolvimento Econômico, em um estudo realizado em 70 países, apontou que o uso da Tecnologia não garante melhoria no aprendizado. O estudo apontou que países que investiram pesado em Tecnologia, não registraram melhorias nos exames de leitura e matemática.

                Deste modo fica claro que não basta ter toda uma tecnologia disponível, se o professor não for capacitado a trabalhar com ela. Velhos conceitos metodológicos do quadro negro (que é verde) e do giz estão ficando somente no figurativo.

                Já para a educação superior, o que tem crescido muito é o EAD – Ensino a Distância. Com a exigência de um comprometimento maior de participação por parte do alunado. A cada dia novos cursos superiores e de pós-graduação estão surgindo. Os materiais desenvolvidos para as aulas e o ferramental de apoio, tem evoluído muito, tornando as aulas mais atrativas e dinâmicas. Estamos saído do ambiente da sala de aula e entrando literalmente no mundo hi-tech.

                Vejo que ainda temos muito o que fazer, aprender, desenvolver e definir, como a Tecnologia da Informação vai interagir dentro da sala de aula, com ganho real de aprendizado para todos.

Orlei José Pombeiro - coordenador do curso de Sistemas de Informação do UniBrasil Centro Universitário