SANTOMAURO, B. Uma proposta mais eficaz. Escola. São Paulo, ano 25, n. 232, p. 83-84, mai 2010.

O resumo é uma das técnicas de estudos mais eficazes do mundo didático. Mas muitos professores se queixam da técnica por não alcançar, na maioria das vezes os resultados que esperam.
Um dos trabalhos mais recentes da pesquisadora Argentina Flora Perelman, da Universidade de Buenos Aires, analisou como as condições de ensino influenciam o resumo feito pelos alunos. Para realizá-lo, a pesquisadora orientou, juntamente com os professores do 3º ano de uma escola de classe média em Buenos Aires, na Argentina, duas propostas de síntese para 15 estudantes. Na primeira situação as crianças escreveram resumos de um texto sobre a cidade grega de Esparta. Ao longo de sua exposição, o professor apresentou o gênero como um procedimento que serve apenas para reforçar o que já se sabe. Depois realizou uma intervenção, reunindo no quadro ideias que deveriam constar da síntese, mas sem discutir por que e pedindo que a turma escrevesse uma nova versão do texto. Em termos de critérios de seleção de informações, só cinco dos 15 alunos evoluíram entre uma versão e outra. E em termos de compreensão, ninguém avançou.
Para a segunda proposta - resumir um texto sobre Atenas -, a atuação foi diferente. De início o educador definiu resumo como uma prática de estudo para conhecer melhor o conteúdo de um texto. A mudança foi visível: 13 de 15 estudantes melhoraram na compreensão e todos aprimoraram a seleção de informações.
"Para resumir bem, o aluno deve entender o que está resumindo. Em seguida, já munido de uma compreensão global do que está escrito, ele parte para a produção. Nessa etapa, o objetivo é ampliar ainda mais o entendimento, pois o momento da escrita leva a uma nova reflexão sobre o texto-fonte, evidenciando a ideia central e hierarquizando as informações" (SANTOMAURO, p. 84).
É muito importante prestar atenção na linguagem utilizada. Ao notar que o aluno utiliza as mesmas expressões do texto que está lendo, o professor não precisa considerar aquilo uma cópia inútil. "Definições científicas, por exemplo, são difíceis de serem explicadas com outras palavras", lembra a pesquisadora. "O essencial é notar se o aluno compreendeu e não fez só uma justaposição de trechos" (SANTOMAURO, p. 84).
"Praticando a escrita e refletindo sobre ela, a turma constrói resumos que extraem o sumo do texto." (SANTOMAURO, p. 84).

Por: Leandro Pereira da Silva