A SUBSERVIÊNCIA DO MAPA E DO BANCO DO BRASIL AO GREENPACE.

Vamos imaginar que o produtor rural brasileiro, de ora em diante ao solicitar ao Banco do Brasil, um financiamento de custeio para o plantio de soja e ou para insumos destinados à pecuária de corte ? aves, suínos, bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos - ouça do gerente desta entidade o seguinte: O senhor receberá o financiamento solicitado, desde que se enquadre dentro das exigências da ONG GREENPACE e com um relatório prévio do MAPA, autorizando a sua solicitação.

E então o produtor rural vai dizer o quê?
Se não plantar ou criar, invariavelmente estará rumando para o prejuízo, quando não estará frente a frente com a invasão de suas terras pelo MST, que ao rasgar a Constituição Brasileira, invade as terras, com a desculpa de são improdutivas.
E por certo receberão financiamento do MDA, pois não fazem parte do sistema de agro- negócios.

Mas para piorar ainda mais a situação, além do GREENPACE e do MAPA o agricultor poderá receber mais uma intimação velada, a sua produção rural está abonada para exportação, pela ABAG ? Associação Brasileira do Agronegócio -.

O que está se configurando no Brasil é que o livre arbítrio do proprietário rural em plantar ou criar de acordo com até então posto constitucionalmente, está sendo jogado na privada do descaso e da nossa independência como Nação livre e senhora dos seus destinos.

Ao assinar este acordo, o Banco do Brasil representado pelo vice-presidente de Agronegócios, Luís Carlos Guedes Pinto, curvou-se a Nação brasileira aos interesses estrangeiros. Uma vez que nesta negociata o então vice-presidente de Agronegócios da maior entidade bancária financiadora das atividades agropecuárias, representou o então presidente da República, que representa todos os cidadãos e cidadãs do Brasil, pelo menos constitucionalmente.

O dano causado pela assinatura deste acordo, coloca o Brasil dentro de um ferramental de controle de negociações espúrias, sem precedentes, só visto durante o período do Império que controlava a produção de ouro e cana de açúcar. Com este tipo de controle o GREENPACE fará o direcionamento de toda a produção brasileira, todas as Comodities Agrícolas, estarão sob um controle internacional, que beneficiará aos paises e empresas simpatizantes desta ONG.

Muitos dirão que este tipo de acordo, se destina a controlar o desmatamento e que não serão aceitas no mercado internacional, Comodities Agrícolas advindas de áreas desmatadas na faixa de expansão agropecuária amazônica. Podem até estar certos. Mas não os habilita a se imiscuir nos nossos destinos, nas nossas decisões e nas nossas atitudes. Vamos exemplificar. Se qualquer entidade civil brasileira fosse ditar parâmetros de produção na Holanda, sede do GREENPACE, no mínimo seria taxada de se intrometer nos assuntos internos holandeses e seria expulsa daquele país. No Brasil ocorre o contrário, ajoelha-se servilmente ante a pressão desta entidade, sabedora que é que o Brasil inicia uma jornada heróica para se tornar o grande produtor e fornecedor de alimentos para vários países. E isto incomoda o GREENPACE que necessita obter espaço na mídia, recursos para suas aventuras ambientalistas, provocar a falência de sistemas produtivos que não adequam aos seus princípios, para depois vendê-los a empresas que lhes são simpáticas.

É incrível como o interesse do GREENPACE em prejudicar o sistema produtivo brasileiro, com a desculpa de proteção do Meio Ambiente. Isto demonstra de forma clara que o Brasil não possuiu uma política ambientalmente correta para todos os sistemas produtivos agropecuários e para todos os elos destas cadeias produtivas.
Mas tal não é sinônimo e nem autorização para que o GREENPACE, MAPA, BBS/A E ABAG respondam, tomem atitudes e representem os agropecuáristas brasileiros, ao tomarem este tipo de atitude abonada pelo governo da época. Cito da época porque este acordo foi firmando nos últimos dias do governo Lula, provavelmente na última semana de dezembro de 2010.

É uma vergonha para o povo brasileiro e em especial para o meio rural se submeter aos ditames internacionais, uma vez que em permanecendo este estado vergonhoso e de falta de soberania, estaremos passando um atestado de incompetência e nos subordinando ao que bem entender o GREEPACE que por sua vez, disfarçadamente representa interesses de empresas internacionais que se moldaram ao seu modo de agir e pressionar.

Aos produtores rurais, é sabido que não é correto e nem ecológico abrir novas fronteiras agrícolas, sob a desculpa que precisamos produzir para não entregar. Já fomos entregues.
Aos produtores rurais, é sabido que não é preciso derrubar nem um hectare do cerrado, da floresta amazônica, da caatinga e nem do que resta da faixa litorânea de floresta para se aumentar a produtividade e não a produção. Tecnologias de ponta estão à disposição do meio produtivo agropecuário. Estamos dominando de forma crescente e respeitosa ante o cenário internacional a manipulação dos Organismos Geneticamente Modificados, que já dominamos vários Genomas, que já produzimos plantas resistentes aos ataques de vírus, fungos e bactérias, que o nosso sistema de plantio direto é um dos melhores do mundo, que a nossa agricultura de precisão é uma realidade, que o Sistema Integração Lavoura-Pecuária tem dado resultados fantásticos, que o setor sucro-alcooleiro está crescendo a olhos vistos, ante novas variedades que apresentam elevado grau de sacarose e resistência às doenças da cana de açúcar.

Ditar onde e como plantar soja de forma vergonhosa e se ajoelhar de forma covarde com o fez o coordenador do Grupo de Trabalho da Soja (GTS) Paulo Adario, perante do GREEPACE é abdicar de toda a liberdade até então conquistada pelo setor produtivo rural. Não estamos mais nos anos de chumbo, quando o Banco do Brasil através do CTRIN, ditava a política do plantio de trigo, de acordo com os interesses estrangeiros.

O Brasil conquistou às duras penas suas fronteiras agropecuárias, enfrenta vários inimigos internos a saber: MST, FRENTE CAMPESINA, PASTORAL DA TERRA e agora acrescido do MAPA, ABAG, GTS e os externos GREENPACE e as barreiras alfandegárias.

Ou os produtores rurais tomam uma atitude em relação ao seu direito e dever de plantar conforme os ditames racionais indicados pela EMBRAPA e por outros órgãos de pesquisas para se firmarem no cenário internacional de forma respeitosa e responsável ou então estarão sujeitando suas propriedades e suas produções ao que covardemente o MAPA, ABAG, GTS e GREENPACE lhes enfiarem garganta abaixo.´
Por enquanto a ABIEC não se curvou, mas não está longe de tal acontece.

Ainda resta uma saída: EXERCERMOS NOSSOS DIREITOS DE SOBERANIA.

Médico Veterinário Romão Miranda Vidal.