UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

Paulo Ricardo dos santos souza
A sociolingüística em crescimento harmonioso
O neologismo adentrando de forma supérflua




Resumo

Temos neste artigo uma observação feita dentro da linguagem comum e também da linguagem informal relatando o que acontece em meio de uma conversa entre pessoas com diversos conhecimentos que diferenciam entre si e foi analisado o quão as pessoas inserem novas palavras no meio da arena discursiva a fim de concluir sua comunicação o mais rápido possível, gerando novos termos e novas palavras ou até mesmo fazendo uso de palavras que nunca ouviram falar, mas que existem dentro da língua portuguesa.

Palavra-chave: semi-letrados, signo e interpretante



A comunicação interage no mundo inteiro e todos neste mundo estão interligados entre si, participam integralmente de sua organização, influenciando e sendo fluenciado por outros indivíduos semi-letrados ou sem nenhum tipo de instrução. Tornando-se responsável pelo o crescimento da língua.
Uma observação feita em um campo de estudo relacionado com a linguagem comum foi analisada que pessoas de poucas instruções ou sem nenhum conhecimento arbitrário da língua estão sempre inserindo novos termos e novas palavras que acabam sendo codificadas e aceitas pelos destinatários, ou seja, uma pessoa fala um signo que o destinatário nunca ouviu falar e, ao mesmo tempo ele acaba codificando este signo e gerando assim um significante interpretante.
As pessoas no ciclo da comunicação ou dentro da arena com função ativa em relação às mensagens geram índices que formulam um signo desconhecido em significante interpretante de acordo com suas necessidades em prol do entendimento imediato no caso da mensagem em questão, isto é, as novas palavras que não fazem parte da língua portuguesa, ou que são construídas em cima das que já existem ganham força de interpretação partindo do emissor para o receptor. Este fato ocorre quando a pessoa por falta de conhecimento na língua ou por não ter interesse em está falando conforme os demais acabam criando seu meio de comunicação a fim de completar sua deficiência gerando novos termos ou palavras que se analisadas podem fazer parte do uso cotidiano entre pessoas em função da comunicação contínua.

As palavras que saem do emissor em constante rendimento interacional, transformam-se em meios de saída para um fim propício de resultado adequando-se ao seu estilo de comunicação absoluta; dando ao entender e fazendo com que o receptor seja capaz de caracterizar e definir de acordo com a situação em pauta. Vale ressaltar que a cada instante o emissor sem instrução gera uma nova palavra que pode lhe servir na falta daquela que não foi vinda a sua mente no momento do discurso. Ocasionando assim uma proliferação de palavras descontextualizada e na maioria das vezes contextualizada, isto é, dentro da norma padrão da língua portuguesa.
Para muitos lingüistas a língua é viva e eu como observador assíduo da língua ela deve está em constante crescimento a depender daqueles que a dominam e evidentemente daqueles que fazem uso dela, porém sem ter muito interesse em aprender acabam criando palavras que são levadas a dedo por cada receptor que avalia e codifica do seu jeito interligando a comunicação evitando assim uma falha no entendimento da mensagem.
É mais fácil para quem já tem o domínio da língua decifrá-la de modo a dar continuidade à mensagem em questão do que um nativo de outra língua entender o que foi gerado pelo emissor ocasionando assim falha de comunicação para este último, Que terá que interrogar a respeito do que foi dito. Isso por não ter nascido no Brasil e por não ter crescido com a mente diversificada para todas as formas possíveis de criação dentro da língua portuguesa.
Os indivíduos semi-letrados ou sem nenhum tipo de instrução são capazes de gerar novos signos que são processados e codificados por quem os recebem. Validando assim novos léxicos que poderão fazer parte do ciclo de comunicação quando precisarem ser utilizados. É de suma importância na área do neologismo ter que avaliar essa nova maneira de inserir sem qualquer impulso e saindo por necessidade, mas que até então nunca são notadas por quem as pronunciam. Podemos considerar isso um fenômeno natural da língua materna da qual os indivíduos semi-letrados ou sem nenhuma instrução fazem uso de forma harmoniosa entre pessoas do mesmo nível de instrução.

Segundo Dino Preti (2003, p.11),
Entre sociedade e língua, de fato, não há uma relação de mera causalidade. Desde que nascemos um mundo de signos lingüísticos nos cerca, e suas inúmeras possibilidades comunicativas começam a tornar-se reais a partir do momento em que, pela imitação e associação, começamos a formular nossas mensagens. E toda nossa vida em sociedade supõe um problema de intercâmbio e comunicação que se realiza fundamentalmente pela língua, por meio mais comum de que dispomos para tal.

Os semi-letrados ou as pessoas sem um mínimo de instrução escolar sempre abordará na arena discursiva, novas palavras que poderão ser codificadas e reusadas em outros contextos e ocasiões, tendo em vista que essa tal palavra seja ou não seja de grande valia para os mais estudiosos que as analisarão de forma mais profunda a fim de obter um resultado positivo ou até mesmo negativo da tal palavra ou termo criado pelos tais indivíduos falantes da língua materna.
Tomamos por exemplo esse pequeno discurso dentro da arena discursiva imediata.

Local: padaria
Participante: o cliente, a atendente, ouvinte e o observador.

1ºDiálogo
Atendente ? esses jovens de hoje em dia causa muita aborrecência aos pais, não é mesmo?
Cliente ? é o tempo das almas perdidas que desparece anti nós.
Ouvinte - nos tornamos alvo da culpacidade que a eles pertencem para arraigar seus instintos malignos.
Atendente ? é algo pêndolo que sobrecai diante a juventude.
Cliente ? é milhor você tumar mais cuidado com esse seus interços.

A língua funciona como elemento de interação entre o indivíduo e a sociedade em que ele atua. É através dela que a realidade se transforma em signos, pela associação de significantes sonoros a significados arbitrários, com os quais se processa a comunicação lingüística. Dino preti (2003, p.12)

Lista de frases que contém um novo signo que já está sendo codificado e se tornando um elemento interpretante.

1 ? nós chatinamos muito ontem a noite ( conversar)
2 ? é algo pêndolo que cai sobre a juventude. ( força negativa)
3 ? nos tornamos alvo da culpacidade que a eles pertencem
4 ? ele tem fortefanha ( ato de falar pelo o nariz)
5 ? ela não pode vir, pois está com orose ( virose)
6 ? é algo sumerato ( raro )
7 ? eu estou exaforado /z/ ( preocupado)

8? estou com vontade de prossecar. ( defecar)

9? qual vai ser a mistura de hoje? alimento - incluindo carnes, legumes e cereais.

10? - olha só meu fashbook! ( essa pessoa não sabe nada de inglês) porém soube relacionar fashion + book = albúm de fotografias com diversos modelos.

como podemos observar nós emissores e receptores somos todos criativos quando nos encontramos em meio a uma conversação informal. É por essa e outras razões que a língua se torna heterogênea, pois cada comunidade traz novas maneiras de se expressarem.


Centenas de novas palavras estão sendo inseridas na arena discursiva a cada novo instante em que eles se veem despeocupados em relação ao que falar. está é uma lista de algumas delas e há mais além disso sendo registradas em papéis para serem analisadas. É óbvio que os emissores e receptores decifram entre si o que cada um tem a dizer a respeito de algo dando de fato sentido as novas palavras dependendo do contexto em cada qual se encontra e sobre o que falam.



Todas as coisas são signos, com muitos ou poucos significantes que quando definido é igual ao significado ou interpretante. Os signos podem ser de qualidade, existência ou de lei.

A relação de signo de qualidade e objeto interpretativo gera um ícone
A relação de signo existente e objeto interpretativo gera um índice, já na relação de signo de lei com o objeto interpretativo gera um símbolo. É daí que surgem novos modelos de palavras com seus definidos interpretativos resultante de mais um signo interpretante.


Referência

Sociolingüística: os níveis da fala, Dino Preti
Santaella, L. o que é semiótica. São Paulo: brasiliense, 1983