A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E A INFLUÊNCIA CAPITALISTA NA EDUCAÇÃO

*Gracy Kele Miranda de Brito

RESUMO:

A sociedade contemporânea é marcada fortemente pelo sistema capitalista. Ao longo dos tempos a educação se desenvolveu assumindo formas e conteúdos diversos, os quais são organizados conforme as condições materiais de produção e reprodução da vida e da sociedade como um todo.

No capitalismo a forma mais desenvolvida da atividade educativa, é a educação escolar. Pois é a partir do momento em que o ser humano é inserido na escola que ele passa a conviver diretamente com as regras, normas, desejos, anseios e objetivos estabelecidos para ele por essa sociedade antes mesmo dele nascer. Nas escolas hoje, vivemos um momento de universalização, ou seja, globalização da educação, proporcionado por um sistema de ensino que mais exclui do que inclui. O presente artigo visa entender as relações entre educação, capitalismo e sociedade tendo como princípio de análise as concepções de educação citadas por Karl Marx (1818-1883), refletindo sobre os desafios e as exigências a serem enfrentadas pela educação e por suas instituições na sociedade contemporânea, de acordo com os avanços das forças produtivas onde o conhecimento passa a constituir ponto de partida para o desenvolvimento econômico e social. As reflexões desenvolvidas mostram a necessidade que seja analisada criticamente o papel social da educação e as finalidades da escola na sociedade globalizada.

Palavras-chave: sociologia, capitalismo e educação.

 

CONTEMPORARY SOCIETY AND THE CAPITALIST INFLUENCE IN EDUCATION

ABSTRACT: 

Contemporary society is strongly marked by the capitalist system. Over time education has been developed taking various forms and contents, which are organized according to the material conditions of production and reproduction of life and society as a whole.

In capitalism the most developed form of educational activity, is education. Well from the moment the human being is inserted into the school he has to deal directly with the rules, standards, desires, aspirations and goals set for it by that company before he was born. In schools today, we live in a time of universal coverage, ie, globalization of education, provided by an education system that excludes more than it includes. This article aims to understand the relationships between education, society and capitalism based on the principle of analysis of the conceptions of education cited by Karl Marx (1818-1883), reflecting on the challenges and requirements that must be overcome by education and its institutions in society contemporary, according to the progress of productive forces where knowledge shall constitute a starting point for economic and social development. The reflections developed that show the need to be examined critically the social role of education and the mission of the school in a globalized society.

Keywords: sociology, capitalism and education.

 

Introdução

Logo após a Primeira Revolução Industrial as fontes de riqueza também passaram por mudanças significativas. As fontes de como essas riquezas poderiam ser adquiridas já não era somente terras como no período feudal, mas propriedades, bancos, fábricas, máquinas, etc. Surgindo nesse período a classe empresarial (burguesia) e a classe trabalhadora (proletariado). Com isso também aparecem às divisões do trabalho, antes de subsistência, agora, porém troca-se capacidade de trabalho por salário. Nesse contexto a classe dominante acredita que somente a escola pode incutir nas crianças futuras trabalhadoras, valores como: pontualidade, assiduidade, confiabilidade e principalmente submissão à autoridade da classe dominante. Todos esses valores eram exigidos pela burguesia que colocava na escola a responsabilidade de preparar os futuros trabalhadores para exercerem apenas funções determinadas.

O pensamento daquela época era que um trabalhador bem educado era um empregado melhor, ou seja, adaptado a hierarquia. A expansão do capitalismo foi decisiva para maior universalização da ação pedagógica escolar. Predominando as ideias de classe que tem maior poder aquisitivo. O sistema educativo no capitalismo é visto como reprodutor das desigualdades existentes. Esse sistema educativo tem a finalidade de incutir as ideologias das classes dominantes e de capacitar tecnicamente à classe trabalhadora para o exercício de uma função produtiva.

 Na sociedade contemporânea a escola também é vista como escada que permite as pessoas subirem de condição financeira através do trabalho qualificado. Nesse contexto a escola passa a ser um espaço tanto de inclusão como de exclusão social, estando à mercê da classe dominante através da administração direta do Estado.

 

O novo contexto político-econômico e a educação

A dinâmica da sociedade contemporânea vem solicitar que a prática educativa guarde relações com as transformações e exigências do contexto atual, em que a educação e a aquisição do conhecimento passam a constituir-se pontos estratégicos para o desenvolvimento econômico e social. A partir destas condições, impõe-se novas solicitações a educação, em conformidade com as significativas mudanças das forças produtoras, que vieram gerar uma nova cultura, centrada no conhecimento científico e tecnológico, tidos agora como o mais efetivo fator de produção no mundo capitalista.

Assim do ponto de vista do capitalismo globalizado, educação e conhecimento são as forças principais e os eixos essenciais da transformação produtiva e do desenvolvimento econômico. As políticas de introdução da educação à lógica do capital são justificadas por um discurso baseado na ênfase à modernização educativa, a competitividade, a produtividade, ao desempenho, a eficiência e a qualidade, que expressam o ideário neoliberal e definem a efetivação de um novo parâmetro pedagógico, tendo por base à pedagogia da produtividade e da eficiência ligados a lógica do mercado.

A partir da década de 80, aprofunda o debate acerca da referência aos mecanismos de mercado, como orientadores das políticas educacionais, em virtude das transformações que caracterizam o acelerado processo de integração e de reestruturação do capitalismo em nível mundial. Os avanços científicos e tecnológicos, as modificações do sistema de produção e os novos modelos de desenvolvimento econômico estão mais uma vez, a afetar a organização do trabalho e o perfil dos trabalhadores, o que vem repercutir na qualificação profissional e consequentemente nos sistemas de ensino e nas escolas.

Neste processo, merece destaque o fato de que principalmente nos países subdesenvolvidos, suas próprias condições estruturais não possibilitam a todos o acesso às novas tecnologias de informações e comunicação como recursos para ampliar o universo de informações, e para criar ambientes de aprendizado que enfatizem a construção do conhecimento. Conforme Perrenoud (1994), o que mais ameaça a democracia é a tendência para a sociedade dual, tanto no que se refere ao emprego, quanto ao que se refere campo do saber e das competências. Ele afirma:

 

“É um risco quando uma minoria de pessoas bastante qualificadas e muito ativas permitem a uma maioria de desempregados ou de marginais viverem fora do circuito econômico. É toda a problemática da divisão do trabalho. De certa maneira, as tecnologias modernas permitem produzir para todos (com acentuadas desigualdades de níveis de vida, com certeza) sem exigir a todos que trabalhem para a produção, mesmo de maneira indireta. A autorização, a informatização das tarefas menos qualificadas conduzem-nos para uma sociedade de peritos, de planificadores e de engenheiros, que, a breve prazo, apenas terão necessidade de uma mão-de-obra relativamente limitada para fazer funcionar um aparelho de produção largamente automatizado.” (p.19)

 

As instituições escolares defrontam-se com vários desafios, diante a essas mudanças e exigências da sociedade, estando a receber muitas críticas quanto aos resultados concretos de suas atividades e à eficácia do seu funcionamento, e também no que tange às suas relações com as estruturas sociais, levando-se em conta a possibilidade de democratização do conhecimento, do ensino e da própria sociedade.

Os sistemas escolares encontram-se no momento repleto de opiniões contrárias e dilemas, pois, ao mesmo tempo em que são depositadas tantas expectativas em relação à educação, as políticas que a ela se aplicam encontram-se mais preocupadas com interesses reduzidos e tangencialmente educativos. Ao mesmo tempo em que a educação é responsabilizada por uma série de problemas de ordem social, moral e econômica, ela é também considerada como elemento fundamental para a reestruturação econômica e para a solução de problemas sociais e culturais emergente.

 

A educação e o capitalismo na visão de Karl Marx

Na base do pensamento de Marx está a ideia de que tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições de uma mesma realidade. O conflito que explica a história é a luta de classes. Segundo o filósofo, as sociedades se estruturam de modo a promover os interesses da classe economicamente dominante. No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado. Sua teoria é considerada radical a sociedade capitalista.

O marxismo prevê que o proletariado se libertará dos vínculos com as forças opressoras e, assim, dará origem a uma nova sociedade. Segundo Marx, o conflito de classes já havia sido responsável pelo surgimento do capitalismo, cujas raízes estariam nas contradições internas do feudalismo medieval. Em ambos os regimes (feudalismo e capitalismo), as forças econômicas tiveram papel central.

 

 “O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor, uma sociedade com o capitalista industrial”. (KARL MARX)

 

Marx abordou as relações capitalistas como fenômenos históricos, mutável e contraditório, trazendo em si impulsos de ruptura. Um desses impulsos resulta do processo de alienação a que o trabalhador é submetido, segundo o pensador. Por causa da divisão do trabalho – característica do industrialismo, em que cabe a cada um apenas uma pequena etapa da produção – o empregado se aliena do processo total. 

Além disso, o retorno da produção de cada homem é uma quantia de dinheiro, que por sua vez, será trocada por produtos. O comércio seria uma engrenagem de trocas em que tudo – do trabalho ao dinheiro, das máquinas ao salário – tem valor de mercadoria, multiplicando o aspecto alienante.

Um dos objetivos da revolução prevista por Marx é recuperar em todos os homens o pleno desenvolvimento intelectual, físico e técnico. É nesse sentido que a educação ganha ênfase no pensamento marxista. Combater a alienação e a desumanização era, para Marx, função social da educação. Para isso seria necessário aprender competências que são indispensáveis para a compreensão do mundo físico e social. O filósofo chamava atenção para o risco de a escola ensinar conteúdos sujeitos a interpretações “de partido ou de classe”. Ele valorizava a gratuidade da educação, mas não o atrelamento a políticas de Estado – o que equivaleria a subordinar o ensino à religião. Marx via na instrução das fábricas, criada pelo capitalismo, qualidades a serem aproveitadas para o ensino transformador – principalmente o rigor com que encarava o aprendizado para o trabalho. O mais importante, no entanto, seria ir contra a tendência profissionalizante, que leva as escolas industriais a ensinar apenas estritamente o necessário para o exercício de determinada função. Marx entendia que a educação deveria ser ao mesmo tempo intelectual, física e técnica. Essa concepção, chamada de “unilateral” (múltipla), difere da visão da educação “integral” porque esta tem uma conotação moral e afetiva que, para Marx, não deveria ser trabalhada pela escola, mas por “outros adultos”. Chegou a fazer uma análise profunda da educação com base na teoria que ajudou a criar.

É extremamente pertinente a concepção educativa de Marx, visto que sua proposta recupera o sentido do trabalho enquanto atividade vital em que o homem humaniza-se sempre mais ao invés de alienar-se e a educação é concebida, não como instrumento de dominação e manutenção do status, mas como processo de transformação desta situação. Sua obra é uma crítica à concepção burguesa do ser humano e de educação. Ele opõe-se a concepção materialista, histórica e dialética, isto é, interessa-se pelo ser humano real em carne e osso, por seus problemas enquanto vivem em sociedade, visando uma transformação positivista e humanizada. 

 

A educação como mecanismo de inclusão e exclusão na sociedade capitalista

 

O atual sistema educativo do Brasil vem confirmando o que se diz sobre a reprodução, exclusão e dominação. Projetos político-pedagógicos até existem e são postos em andamento aqueles que legitimam o sistema e não representam para ele uma ameaça.

É preciso reconhecer que a escola contribui para a reprodução das classes sociais, ressaltar a contradição como aspecto fundamental do dinamismo histórico. Se por um lado a escola reproduz (os valores dominantes da exploração e do poder), por outro alimenta o movimento de superação do estado de coisas existentes. 

Esta escola que ensina relações sociais submissas aos trabalhadores que aceitaram facilmente a sociedade atual, e não farão nada para alterá-la, se vale da educação para fazê-lo. A realidade do ensino hoje, principalmente público e no Brasil é cada dia mais preocupante. Vivemos hoje uma política educacional voltada para apenas práticas assistencialistas que visam garantir o controle da opinião pública mediante determinadas situações. A educação brasileira vive hoje um momento de “crescimento”. Esse crescimento está atrelado a uma política educacional mascaradas por programas educacionais baseados em cópias. As crianças aprendem muito pouco hoje na escola, para além da submissão e isto é necessário enfrentar a lógica da organização da escola e da educação, no processo de trabalho pedagógico e nas políticas públicas.

As “inovações” pedagógicas e as políticas assistencialistas, focais, compensatórias, como por exemplo, a política de cotas para “excluídos”, não enfrentarão a gravidade da situação educacional no Brasil. Fora do contexto das lutas mais gerais contra a lógica capitalista, fora do acúmulo de forças para resistir e transformar, estas medidas serão facilmente barradas e diluídas, cooptadas e amoldadas. Um ganho para o capital. Continuar explorando trabalhadores alienados que não conseguem se identificar com suas produções, com suas relações, consigo mesmo, instruindo os que mandam, é o papel estratégico da escola capitalista.

Segundo o IBGE, a taxa de analfabetismo no Brasil que em 1970 era de 40%, caiu, em 1980, para 22%, em 2003 para 11,6% e entre 2008 e 2009 para 9,7%. No Piauí temos casos de escolas-modelo e Prefeitos ganhadores de prêmios nacionais e internacionais pela atuação no setor Educacional.  Dados como esses dão suporte à propaganda de superação da exclusão educacional. 

Infelizmente por razões lógicas, para haver exclusão é necessário que haja inclusão. Também do ponto de vista lógico podemos dizer que quanto mais pessoas forem incluídas, menor se tornará a exclusão. No entanto, no sistema capitalista a lógica não funciona assim. Quanto mais o sistema inclui, melhor condição adquire para excluir, porque as pessoas são incluídas [no sistema] como coisas, sem nome, identidade, poder, autonomia; em condições adequadas à manipulação e enquadramento em novas situações de exclusão, para continuarem alimentando o sistema opressor.

É por isso que as chamadas medidas de inclusão do tipo Bolsa Família, PETI, Pro jovem, Seguro Safra; Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, Mais Educação e outras, incluem   todas as pessoas das classes menos favorecidas. 

Nessa lógica, ampliar a educação infantil, universalizar o ensino fundamental e as vagas no ensino superior não quer dizer diminuir e muito menos superar a exclusão, mesmo porque do total de jovens que concluem o primeiro grau, apenas 40% ingressam no ensino médio e a presença na Universidade dos 44,3% de famílias com renda mensal familiar inferior a dois salários mínimos representa apenas 18% (dados do Mec de2011).

É por isso que mesmo havendo a ampliação do número de jovens incluídos na Universidade, por causa do PROUNI, ou cotas para estudantes de escolas públicas, esses (as) ao saírem são, em grande escala, excluídos (as) do emprego e da renda, pois “não há lugar para todos (as)”, podendo, em seguida, serem incluídos (as) no subemprego e outras situações degradantes.

Desse modo, programas de inclusão como o PROUNI servem muito bem aos objetivos de exclusão dos setores socialmente empobrecidos, ao passo que contribui para a capitalizar com recursos públicos o setor privado de ensino, via isenção fiscal, ampliando o patrimônio particular dos grupos privilegiados economicamente e, ao mesmo tempo, empobrecendo o setor público: em 1995 existiam, no país, 210 instituições públicas de ensino superior e 684 privadas, em 2011 o número de universidades privadas aumentou consideravelmente em relação ao setor público onde foi registrado pelo Mec uma diminuição dessas instituições, principalmente das Federais.  

Nessa compressão, inclusão e exclusão representam duas faces de uma mesma moeda: a desigualdade. No entanto, como essas faces não se mostram simultaneamente, ora vemos a inclusão ora a exclusão; a primeira aparentando ser a medida reparadora da exclusão, quando, de fato, ambas apenas se complementam, mantendo a realidade desigual dominante. O que nos leva a afirmar, ser dúvida, que o meio possível de superação do problema da exclusão educacional é a derrota [também na e pela educação] do sistema capitalista, e construção de uma sociedade livre e justa.

A segunda lógica da escola capitalista é a da submissão, empregada quando a exclusão não foi suficiente para educar o jovem pobre para o sistema capitalista. A saída é construir uma nova teoria pedagógica a partir dos objetivos e da necessidade da classe trabalhadora.

Para isso, é necessário que o educador quebre o isolamento da escola em relação à vida e ao cotidiano do educando, promova o acesso ao bom conhecimento - que é negado pela escola capitalista -, ensine a auto-organização no coletivo e se qualifique teoricamente.

Vivemos hoje, numa sociedade democrática, capitalista e de uma consciência de vida como nunca antes se viu. São vários fatores que reunidos acabam gerando um campo próprio para a chamada inclusão escolar, ou seja, por ideias e por motivos financeiros ou até mesmo morais. Diante deste fato, é importante mostrar o papel da escola como espelho da sociedade, e como fonte inclusiva, que deve está pronta para acolher todos os alunos. Sendo para alguns a única chance para se desenvolverem, e tornarem cidadãos, capazes de construir sua própria identidade sociocultural. Contudo, nunca antes se valorizou tanto o direito natural de cada um de nós nos expressarmos conforme nossas próprias características individuais.

A educação do nosso país sempre foi e será uma das maiores preocupações daqueles que idealizam seu crescimento A preocupação com a educação é sempre na perspectiva de reprodução e alimentação do sistema, nunca de contestação do status. A escola assim torna-se um artefato que está sempre a serviço do capital, do processo de acumulação do capital, contribuindo para propagar uma conformidade que torna aceitável a tentativa de perpetuação da divisão das classes sociais. 

A educação que poderia contribuir de forma significativa para um processo lento, mas possível de transformação, acaba ficando responsável por abastecer as mudanças significativas. A escola deve estar preparada não para formar o homem apenas para o mercado de trabalho, mas se voltar para a formação de um homem crítico e consciente de suas ações, enquanto cidadão político que deve lutar por uma sociedade mais igualitária e fazer valer seus direitos. Num sentido mais amplo, a instituição escolar precisa ter como objetivo, primeiro a apropriação do conhecimento pelo sujeito, formando cidadãos politizados que sejam capazes de participar ativamente da transformação social.

Isso não quer dizer que a escola também não deva formar para o trabalho. Porém, não deve formar para o trabalho alienado.

A escola precisa oferecer aos alunos o conhecimento sistematizado, para que eles possam interagir no mundo do trabalho, compreendendo as relações de poder e de opressão que se tecem, de forma a atuarem futuramente como agentes transformadores e não apenas como sujeitos passivos que se deixam levar pelo sistema.

 

Conclusão

Falamos muito sobre a interferência do capitalismo no desenvolvimento das atividades das instituições escolares. Essa preocupação é mediante o fato de que apesar de haver tantas instituições escolares e até algumas facilidades para a população, mesmo das classes mais baixas, ainda vivemos um momento onde a máquina do sistema capitalista funciona a todo vapor e interfere e muito no processo de universalização do ensino, visto que esse sistema mesmo atualmente sustenta em suas bases a divisão e consolidação das classes sociais.

Não podemos deixar de observar as mudanças positivas e significativas em relação à educação nesse período de tempo, principalmente no nosso país e na nossa região. A região do Nordeste foi à única onde o número de instituições que oferecem ensino superior não teve queda, pelo contrário aumentou consideravelmente, tanto no setor privado quanto no público.

A escola não contribuirá para a tão sonhada transformação social se não houver o convencimento de que esta instituição não deve estar ligada ao modelo econômico vigente, mas sim, trabalhar numa perspectiva contra a dominação e buscar superar esta concepção de educação produtivista implantada desde o início pelo sistema capitalista.

Nessa visão é necessário sempre repensar e ressignificar as práticas pedagógicas, pensando em situações de ensino aprendizagem que oportunizem aos educadores e alunos pensarem nas alterações necessárias para o surgimento de uma sociedade na qual o sistema não oprima mais os sujeitos. Precisamos almejar uma educação que liberte que trabalhe em prol da formação do ser político, de sujeitos que lutem por mudanças, e que usem o conhecimento sistematizado para transformar a realidade.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências Bibliográficas:

BRASIL. A educação básica no Brasil. Portal do Mec.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1994

MARX, K. : ENGELS.F.Crítica da educação e do ensino. Lisboa: Moraes, 1978.

REVISTA HISTEDDBR, Campinas, nº 32, p. 150-157, dez. 2008 - ISSN: 1676-2584.