Ana Carolina Vasconcelos Teixeira¹

Carolina Corrêa Benine¹

Letícia Natália de Oliveira¹

Mariana Aparecida Souza Vasconcelos¹

Mirella Cristina de Sá Cintra¹

Patricia Cristina de Oliveira[1]

Ana Paula Barbosa[2]

RESUMO

Socialização é o processo onde o indivíduo é integrado numa sociedade, através dessa o mesmo adquire hábitos para se tornar uma pessoa humana. Um ambiente que ajuda muito nesse processo é a escola, pois nela a criança e/ou adolescente coloca em prática o exercício de vivência e convivência, que contribui para a formação da sua personalidade. Um ótimo lugar para eles vivenciarem essas experiências é o Programa Escola da Família, pois é um espaço onde se tem acesso a atividades recreativas, que fornecem conhecimento técnico e serviços públicos para a comunidade em geral. A pesquisa bibliográfica foi utilizada como instrumento, que é aquela que é realizada através de livros, artigos e publicações sobre um assunto abordado, deste modo, sendo possível conhecer as diferentes contribuições de diferentes autores sobre o tema presente. Concluindo assim a extrema importância do Projeto Escola da Família para o desenvolvimento social do adolescente.  

Palavras-chave: socialização; adolescentes; escola

Key-words: socialization; teenagers; school 

  1. INTRODUÇÃO

Por socialização entende-se como o processo pelo qual o indivíduo é integrado numa sociedade. Como definido por Berger e Luckmann, a socialização é “ampla e consistente introdução de um indivíduo no mundo objetivo de uma sociedade ou de um setor dela” (BERGER; LUCKMANN, 1973, p. 175).

É por meio deste processo que o indivíduo adquire os hábitos que o capacitam a viver em uma determinada sociedade, ampliando o sentimento coletivo de solidariedade social e o espírito de colaboração, sendo assim se tornando pessoa humana.

A escola é um ambiente que colabora para este processo, principalmente para os adolescentes, pois é o lugar onde é possível colocar em prática o exercício de vivências e convivências, além de trazer os questionamentos que fazem parte desta fase da vida e que são de grande valor para a construção de seus projetos de vida e para a formação de sua personalidade.

O Programa escola da Família, criado há 13 anos pela Secretaria do Estado de São Paulo, é uma grande oportunidade para os jovens vivenciarem essas experiências, pois é um espaço que as escolas abrem aos finais de semana para os alunos e seus familiares, e para a comunidade em geral. É um espaço onde se tem acesso a atividades recreativas e que forneçam conhecimento técnico, e a serviços públicos. Esse programa é uma grande oportunidade para os jovens se incluírem na sociedade, pois é um ambiente de possível aproximação com aqueles que se assemelham, seja com os mesmos gostos e preferências ou por objetivos futuros em comum, fora de uma sala de aula, é possível para aqueles que têm interesse partilharem de forma mútua e mais direta as experiências e relações com outros jovens.

 O objetivo deste trabalho foi fazer uma pesquisa bibliográfica através de livros, artigos e materiais já publicados sobre a socialização dos adolescentes no Programa Escola da Família, além de enfatizar importância do Programa no desenvolvimento social dos adolescentes e trazer à instituição os resultados referentes à pesquisa realizada.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO 

A adolescência é caracterizada pela transição entre a infância e a vida adulta, e nesta etapa se vivencia grandes mudanças, sejam físicas, mentais, cognitivas ou emocionais “essas mudanças refletem o desenvolvimento físico, característico dessa fase, e o emocional, resultantes de uma socialização desejada pelo indivíduo” (PUOLI, 2014).

Para Berger e Luckmann, a socialização pode ser dividida em primária e secundária. A socialização primária diz respeito aos primeiros contatos sociais da criança, que é a família e pessoas próximas à criança, e é na idade escolar que se inicia o processo de socialização secundária, onde as pessoas envolvidas são os outros generalizados, que se apresentam principalmente na figura dos professores e dos colegas de escola (BERGER; LUCKMANN, 1973, p. 175).

Na adolescência a socialização secundária é bem evidenciada, pois nesta fase o jovem naturalmente vai desprendendo-se um pouco da família e unindo com os amigos, geralmente por se sentirem mais confortáveis em compartilhar o que estão vivendo com aqueles que estão passando pelo mesmo processo.

A escolarização tornou-se um dos aspectos fundamentais para a constituição do indivíduo como elemento da real valia na sociedade.

O desenvolvimento da instituição escolar não deve ser confundido com a educação em si. A educação é o todo que trata de desenvolver o ser humano ao máximo de suas potencialidades e na dinâmica de seu mundo. Pelo contrário, a instituição escolar desenvolvida em nossa época parece estar mais interessada em instrumentalizar que, propriamente, em desenvolver a educação (MOSQUEIRA, 1974, p. 51).

Uma das melhores coisas que acontece na travessia dos adolescentes é a escola. É o lugar onde conseguem, com facilidade, fazer amigos, aprender a relacionar-se com o meio, apresentar suas opiniões, passando a fazer parte de “sua tribo”. Daí a importância de estar bem integrado e adaptado, para ter motivação e vontade de frequenta-la para atingir a aprendizagem ideal. Segundo Tripoli “a escola para este adolescente é o lugar onde ele forma seu grupo de amigos a ponto de sentir falta quando está de férias”.  (TRIPOLI, 1998, p.132).

“A escola tem uma inestimável função a desempenhar como “lugar de mudança”, isto é, área neutra onde os jovens possam exercitar-se, dando livre curso à sua criatividade e talentos potenciais, testando novas ideias e assim podendo contribuir com soluções inéditas para a melhoria da qualidade da vida humana.” (OSORIO, 1989, p.94).

Apesar de nesta fase transitória o adolescente procurar outros pares e, consequentemente, se afastar da família e a escola ser uma grande influenciadora para este processo, é fundamental que a escola e a família estejam em comunhão, que caminhem juntas, de forma simultânea trazendo certa segurança na aprendizagem para que os adolescentes tornem-se cidadãos críticos capazes de enfrentar os problemas da sociedade.

[...]