Geralmente, quando se usa o termo "ambiental" logo vem à mente, algo relacionado ao ambiente natural - rios, lagos, florestas, pântanos, parques, áreas de preservação, dentre outros. No entanto, esse termo é tudo isso e muito mais. O termo ambiental originou-se de ambiente, que também, pode ser usado para espaços humanizados.
O ambiente é acima de tudo um espaço, um território, o lugar onde as coisas acontecem, quer sejam de ordem natural biótica ou abiótica, quer sejam de ordem artificial proposital ou acidental. O homem é sem sombra de dúvidas o maior protagonista desse espaço.
Talvez por isso, Santos apud Steinberger (2006), aborda sobre a crescente humanização da natureza, tornando-a mais culturalizada, processo esse, cada vez mais voltado para a tecnificação. "Não existe uma separação do homem e da natureza, pois a natureza se socializa e o homem se naturaliza, e o progresso técnico não elimina a ação da natureza."
A sociedade está diante de um novo sistema de natureza, a biotecnologia, que traz a possibilidade de "inventar" a natureza. É a existência denominada pelo autor desde 1993 do "meio técnico-científico-informacional". Esse novo sistema de natureza provoca a remodelação da organização do território (op. cit.).
Mediante as afirmações de Santos de que a natureza se socializa ao passo que o homem se naturaliza, pode-se entender que o ambiente pode ser o lugar onde se vive, como a casa, a escola, a igreja, o bairro, a cidade... Mas pode ser também o ambiente aquático, pantanoso, florestal, desértico, gelado... O ambiente é um local de presença mútua dos homens com os demais seres vivos.
O ambiente também pode ser compreendido como, urbano, rural, financeiro, econômico, social, cultural, escolar, hospitalar, empresarial, dentre outros.
Espaço de interações e alterações permanentes e dinâmicas, o ambiente é vivo, e para Trovão e Feitosa (2006) o ambiente "...é constituído por todos os elementos do espaço, seus atributos, suas relações e os fluxos que promovem sua configuração e sua dinâmica. Os elementos e os fluxos são de origem natural e humana, enquanto os atributos são as propriedades inerentes a cada elemento. Dependendo da natureza, freqüência e magnitude que os atributos manifestam, evidencia-se o domínio dos aspectos físicos ou humanos no sistema ambiental.
Infelizmente o domínio econômico e tecnológico do homem no planeta, principalmente nos últimos 250 anos, tem criado um déficit ambiental copioso, e em alguns casos com danos ambientais irreversíveis.
Para Castells apud Steinberger (2006) a problemática ambiental impressiona não só pela extensão de danos causados ao meio natural, mas porque afeta o ser biológico e compromete a qualidade de vida.
Outro problema sério, esse mais específico, é a ausência de saneamento básico na maioria das cidades dos países periféricos, com reflexos negativos à saúde das populações.
Contudo, sabe-se que o saneamento básico tem importante papel na conservação ambiental, bem como na qualidade de vida e no desenvolvimento das comunidades. [...] Portanto, a sua carência revela como conseqüência, o agravamento dos problemas de saúde da população (SILVA apud GOMES, 2001), além de dá origem a outros.
Para mitigar os efeitos nocivos da privação de saneamento básico nas comunidades mais pobres, a educação ambiental é indispensável e fundamental no processo de melhoria da qualidade do ambiente compartilhado.
A educação ambiental deve seguir a lógica do particular para o geral, do indivíduo para a sociedade: 1 - O indivíduo deve possuir hábitos saudáveis de higiene e consumo com sua própria substância física; 2 - A residência deve estar sempre limpa, os utensílios domésticos bem higienizados, os resíduos sólidos e líquidos isolados e/ou distantes - nunca colocados no quintal, na rua, na praça ou em terrenos abandonados; 3 - O bairro deve ser bem cuidado pelos moradores e pelo poder público municipal, com limpeza das ruas, coleta regular de resíduos sólidos, rede de esgotamento sanitária, dentre outros serviços, cada segmento da sociedade e do poder público deve cumprir seu papel na manutenção da qualidade do ambiente de uso comum; 4 - A cidade (seguidas as recomendações anteriores), certamente será um ambiente mais saudável e agradável para o convívio humano.
Para isso, o poder público municipal e a sociedade devem colocar entre as prioridades, a melhoria da qualidade ambiental, por meio da preservação dos recursos naturais e da criação de projetos de educação ambiental e sanitária.

Publicado no Jornal O Imparcial, Caderno de Opinião, pág. 4, em 09 de junho de 2009, São Luís, MA.



ישו, המאסטר של המאסטרים.