RESENHA CRÍTICA: Artigos relacionados à situação atual do Brasil, como exportador,Frente ao mercado internacional.

 O artigo de Flávio Ilha “O desafio de exportar valor” circulou recentemente em algumas revistas bem conhecidas como o Amanhã e O Globo. Aborda sobre os impactos positivos e negativos da economia global sobre a exportação dos manufaturados. 

Com a recuperação da economia americana, iniciada no último trimestre de 2012, seria um ponto positivo, o qual se deve estender no próximo ano e puxar as exportações brasileiras da categoria, especialmente dos três Estados do Sul.   

O crescente aumento de produção da China, maior compradora de insumos básicos do Brasil, cada vez mais presente com manufaturas no mercado da América latina. Conquistando fatias de mercado das indústrias brasileiras, tradicionais fornecedoras para o mercado latino-americano.

Uma superprodução agrícola brasileira, prevista para esta safra, também deve embaralhar o mercado com o peso da balança pendendo ainda mais para o lado das commodities. O resultado é que a participação de bens industriais no total de exportações brasileiras vem caindo fortemente. 

Segundo especialistas, o perfil exportador focado em commodities não mudará, mas a indústria tende a se recuperar internamente, o que deve contribuir para o aumento das exportações.  Quase metade das exportações brasileiras se concentra, hoje, em apenas cinco commodities: as vendas de minério de ferro, petróleo bruto, complexo soja, açúcar (bruto e refinado) e carne. As vendas de manufaturados perderam fôlego, prejudicadas pelo dólar barato e pela desaceleração da economia global no pós-crise.

Com essa combinação, as commodities dominaram a pauta de exportações, definindo uma tendência que incomoda muitos analistas, tanto pela dependência exagerada dos produtos primários quanto pela concentração excessiva em poucos deles.

A falta de políticas objetivas do governo brasileiro para a indústria, além do cenário internacional conturbado como a parceria com a Argentina, perda de espaço na Europa, competir com o mercado Chinês. Os quais serão mais detalhados nos próximos artigos.

 Percebe-se que apesar de tudo as exportações cresceram em 2012, porque o preço das commodities aumentou. Não foi a quantidade. Ou seja, não há nenhum mérito para o Brasil. O país sequer define o preço desses produtos.

Foi divulgado no final de maio de 2013, pelo site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), “Superávit volta a crescer em maio e alcança US$ 1,518 bilhão”. Trazendo diversos dados sobre o comportamento da balança comercial brasileira, baseada no saldo das exportações e importações, anual e mensal. Salientando os principais produtos comercializados no período, que repercutiram na apuração.  Na verdade, o título embora bastante otimista, não representa o conteúdo geral do texto, que aponta diversas perdas em relação ao ano anterior de 2012.

Se, no antigo sistema colonial, o Brasil estava atrelado exclusivamente a Portugal, no século 20 essa dependência no comércio exterior passou a ser em relação aos Estados Unidos e, agora, no século 21, à China.

Há de se pensar em alternativas para amenizar os efeitos dessa tendência, olhar para o mercado externo, mas sem esquecer-se do mercado interno. Evitando que as perdas se tornem ainda maiores.

Outro artigo que nos ajuda a entender melhor este cenário é "Indústria brasileira perde espaço na Europa com retração de 11,5% em suas exportações”, publicado em maio de 2013 pela revista O Tempo.  Apresenta dados compilados pela Comissão Européia e pelo MDIC.

Em 2012 a queda já foi de 7,7%. No primeiro trimestre, as exportações de produtos básicos tiveram uma redução de 9%. Mas foram os produtos manufaturados que mais pesaram na conta. A queda já chega a quase 20%, redução que só se equipara à queda de 22% em 2009, o pior ano do comércio global em 70 anos.

 Se a tendência for mantida no restante do ano, 2013 deve reverter 14 anos de balança comercial positiva. O ano ainda caminha, além disso, para acumular o pior déficit comercial brasileiro com o seu maior parceiro desde que os dados começaram a ser compilados, em 1989.

Se as exportações brasileiras para a Europa sofrem, empresas do Velho Continente continuam expandindo as vendas no mercado brasileiro. Nos três primeiros meses do ano, as exportações da Europa para o Brasil aumentaram 2,4%. Em 2012, elas haviam tido uma alta de 2,6%.

Enquanto isso, no mercado bem próximo a situação não é diferente segundo o artigo “Comércio com a Argentina acumula déficit de R$ 82 milhões no ano”, publicado em maio de 2013 no portal de Economia do Terra.

Segundo o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Mauro Laviola, a Argentina continua impondo restrições ao comércio com o Mercosul - regras que fizeram as exportações brasileiras ao país terem queda de mais de 20% no ano passado. “Em 2012, o nosso superávit, que era de quase US$ 6 bilhões em 2011, diminuiu para US$ 1,6 bilhão”, diz.

“O curioso disso, se não lamentável, é que o Brasil diminuiu suas exportações para a Argentina, que aumentou a importação da China”, comenta Laviola. Para ele, isso se deve ao fato de os chineses apresentarem preços mais competitivos. “Mesmo pagando uma tarifa de importação, da qual o Brasil é isento pelo Mercosul, o produto chinês chega mais barato do que o brasileiro”, aponta. Em função da escassez de dólares que a Argentina está tendo, por causa da crise econômica, o país está preferindo importar de quem vende mais barato.

CONCLUSÃO:

As commodities ainda permanecerão como carro chefe das exportações brasileiras, revelando uma dependência exagerada dos produtos primários quanto pela concentração excessiva em poucos deles. A destinação destes produtos a mercados restritos como Europa, EUA, China, faz com que a balança comercial oscile a depender da procura e estabilidade econômica destes países. Sendo estes fatores negativos ao crescimento das exportações brasileiras no mercado exterior.

Incentivar a recuperação da exportação de produtos manufaturados é imprescindível para uma economia saudável e equilibrada. Expandir mercados diminuirá a tendência a depender de um único ou poucos compradores. E ao mesmo tempo zelar pelo mercado interno.

Mas, resolver na prática esta equação não é nada fácil e continuará a ser o grande desafio dos gestores públicos, empresas privadas e dos produtores.

Fontes Consultadas:

Superávit volta a crescer em maio e alcança US$ 1,518 bilhão

Fonte: http://www.comexbrasil.gov.br/conteudo/ver/chave/superavit-volta-a-crescer-em

Comércio com a Argentina acumula déficit de R$ 82 milhões no ano

Fonte: http://economia.terra.com.br/operacoes-cambiais/operacoes-empresariais/comercio-com-a-argentina-acumula-deficit-de-r-82-mi-no-ano,d83028cf2556e310VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html

O desafio de exportar valor

Fonte:http://www.amanha.com.br/home-internas/4849-o-desafio-de-exportar-valor

Indústria brasileira perde espaço na Europa com retração de 11,5% em suas exportações

Fonte: http://www.otempo.com.br/capa/economia/ind%C3%BAstria-brasileira-perde-espa%C3%A7o-na-europa-com-retra%C3%A7%C3%A3o-de-11-5-em-suas-exporta%C3%A7%C3%B5es-1.644706