A ocorrência do stresse ocupacional tem sido observado em todas as partes do mundo, como fator causal de mortalidade, morbidade e ruptura na saúde mental e bem-estar dos trabalhadores.

O impacto dos fatores estressantes sobre profissões que requerem grau elevado de contato com o público, recebe o nome de Síndrome de Burnout. De origem inglesa, este termo significa: queimar, ferir, estar excitado, ansioso.

Trata-se de uma resposta ao estresse emocional crônico, sentimentos relativos ao desempenho da profissão, representado por:

   1. Exaustão física e emocional (contrastes entre tensão e tédio)

   2. Diminuição da realização pessoal no trabalho (competência, sucesso, esforços falhos, depressão)

   3. Despersonalização (distanciamento, separação, insensibilidade, cinismo)

   4. Envolvimento (pessoas, proximidade, atenção diferenciada)

Burnout é portanto, a reação final do indivíduo em face das experiências estressantes que se acumulam ao longo do tempo.

As situações de estresse contribuem para as condições de mau-uso e abuso da voz, que geram esforços e adaptações do aparelho fonador, deixando o profissional mais propenso ao desenvolvimento de uma disfonia.

Várias pessoas utilizam sua voz como instrumento de trabalho falando muito e por um longo período. Dentre elas encontramos professores, cantores, atores, vendedores, operadores de telemarketing, repórteres, radialistas, advogados, palestrantes . Por isso, é muito comum essas pessoas apresentarem rouquidão, cansaço para falar, perda de intensidade vocal, irritação na garganta e até mesmo a perda da voz.

As enfermidades vocais têm grande impacto social, emocional, profissional e econômico. Estima-se que representem um prejuízo de mais de 100 milhões de reais ao ano com licenças, afastamentos e readaptações por disfonia.

Estudo realizado durante dois anos, financiado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), envolvendo 52 mil educadores em 1.440 escolas dos 27 Estados, revelou dados assustadores. Descobriu-se que 48% dos professores sofrem de algum sintoma da Síndrome de Bournout, que causa exaustão emocional.

Voz é a expressão da personalidade e da emoção . Desde o nascimento a voz é expressa de maneiras diferentes como choro , riso e sons da fala. A produção da voz ocorre a partir da vibração das pregas vocais (conhecidas anteriormente como cordas vocais) que se localizam na laringe , mais especificamente atrás da cartilagem tireóide que é o pomo de adão no homem . No momento da expiração as pregas vocais se aproximam e vibrando produzem um som fundamental que será amplificado pelas nossas caixas de ressonância que são a laringe , a cavidade bucal e nasal.Os tecidos das nossas pregas vocais são muito delicados e se utilizados de forma inadequada podem surgir alterações..A voz rouca pode indicar alterações na laringe . A rouquidão passageira pode ser resultado de excessos .

É extremamente importante que cuidemos sempre de nossa saúde vocal para evitarmos que ocorra uma alteração na qualidade da mesma, além de outras conseqüências até mais graves. Uma triagem fonoaudiológica, para receber orientações sobre a saúde e a higiene vocal é muito importante caso ocorra algum sintoma relacionado a má qualidade vocal. Um fonoaudiólogo pode fazer uma avaliação e dar os encaminhamentos necessários, seja uma terapia vocal ou em muitos casos, encaminhá-lo a uma avaliação com o otorrinolaringologista.

As principais causas da Síndrome de Burnout são:

   1. Excesso de trabalho

   2. Sobreesforço (que leva a estados de ansiedade e fadiga)

   3. Desmoralização e perda de ilusão

   4. Perda de vocação, decepção com superiores, etc.


Os principais sintomas da Síndrome de Burnout :

a) Psicossomáticos: fadiga crônica, dor de cabeça, distúrbios do sono, úlceras e problemas gástricos, dores musculares, perda de peso;

b) Comportamentais: falta ao trabalho, vícios (fumo, álcool, drogas, café);

c) Emocionais: irritabilidade, falta de concentração, distanciamento afetivo,disfonia;

d) Relativos ao trabalho: menor capacidade, ações hostis, conflitos, etc.

Qualquer alteração vocal permanecendo por mais de 15 dias deve ser investigada pelo médico Otorrinolaringologista .E se diagnosticada uma disfonia  o Fonoaudiólogo é quem melhor pode orientar e tratar juntamente com o Otorrinolaringologista a alteração vocal.