A SÍNDROME DE ASPERGER NO CONTEXTO DA INCLUSÃO SOCIAL

Monografia apresentada como exigência do curso de Pós-Graduação (Lato Sensu) pata obtenção do título de (Especialista em Educação Especial com ênfase em Deficiência Mental), sob a orientação da professora Esp. (Josefa Patrícia Vitorino de Farias).

BOA VISTA-PB        

2011

 

RESUMO

O presente trabalho traz uma discussão teórica e prática em torno da Síndrome de Asperger no contexto da inclusão social e revela as dificuldades, bem como as possibilidades dessas pessoas diante da sua inserção na escola regular de ensino e ainda propõe uma parceria entre a escola e a família, no intuito de facilitar o desenvolvimento da aprendizagem dos aspergers. Teve como palco a Escola Francisca Leite Vitorino, localizada no município de Boa Vista-PB, onde um aluno asperger é matriculado e freqüenta regularmente às aulas. A pesquisa é do tipo qualitativa e descritiva, tendo como recurso uma entrevista com a professora do ensino regular nesta escola, visando compreender a realidade educacional do aluno com síndrome de Asperger em situação de inclusão social. O norteamento deste trabalho, portanto, se deu através de alguns autores da área em questão, como Schwartzman (1991), Gauderer (1993), Fajardo (2010), entre outros. Suas pontuações se dirigem à corroboração dos estudos teóricos por parte da realidade estudada e propõem um novo olhar em relação à educação inclusiva e seu papel social na vida dos aspergers.

Palavras-chave: Síndrome de Asperger; inclusão social; aprendizagem; escola regular.

 

INTRODUÇÃO

Diante das inúmeras patologias encontradas no mundo, a Síndrome de Asperger ainda é uma incógnita para muitos estudiosos da área médica, no entanto, em poucos aprofundamentos acerca desta síndrome, encontramos uma série de aspectos ou características bastante marcantes e específicas, o que, de certo modo, pode auxiliar no entendimento da mesma.

Apesar de esta síndrome ter em sua forma ou descrição, características definidas, a pessoa que é acometida por esta pode ter uma vida normal, mesmo diante das dificuldades e limitações, o que corresponde a uma vida social e familiar correspondente às suas necessidades individuais.

Nesta mesma direção, também já se constata nos dias atuais uma maior incidência de pessoas com Síndrome de Asperger freqüentando a escola regular ou escolas especiais, objetivando ter os direitos igualitários constituídos e celebrados em legislação nacional, em prol do seu desenvolvimento educacional e social.

Neste sentido, ao procurarmos entender a maneira como a pessoa com SA vive, seja no meio familiar ou social como um todo, incluindo, com certeza, o seu espaço escolar, nos inquietou o fato de que ao observarmos as dificuldades enfrentadas por inúmeras famílias de crianças com SA nestes espaços, para entendermos a dimensão real desse transtorno em seus variados contextos. Porém, especificamente ao saber que, no município de Boa Vista-PB, uma escola regular tem uma criança com SA matriculada, o que reforçou o desejo de compreender a dinâmica escolar e familiar da mesma.

Partindo desse princípio, a problemática principal em torno dessa questão envolveu a preocupação pessoal sobre como essa criança com SA se desenvolve nos meios familiar, escolar e social, haja vista que suas limitações e necessidades podem influenciar, de forma positiva ou negativa, seu desenvolvimento geral.

CAPÍTULO I – CONHECENDO A SÍNDROME DE ASPERGER

A Síndrome de Asperger é um transtorno ainda em estudo, pois a mesmo apresenta características que podem ser confundidas com o autismo clássico ou até mesmo com outro tipo de deficiência ou transtorno.

Por isso, é necessário que tanto a família como o médico possam estar atentos aos aspectos individuais da criança, além da sua relação social, para estabelecer tratamento específico com profissionais da saúde quando necessário, para que sua qualidade de vida seja preservada.

 

1.1. Conceitos e visões

 

A Síndrome de Asperger (SA), também conhecida como transtorno de Asperger ou desordem de Asperger é uma síndrome de espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. A validade do diagnóstico de SA como condição distinta do autismo é incerta, tendo sido proposta a sua eliminação do “Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais” (DSM), sendo fundida com o autismo.

A SA é mais comum no sexo masculino do que no sexo feminino. Quando adultos muitos podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa que não possui a síndrome. Há indivíduos com Asperger que se tornaram professores universitários, como Vernon Smith, “Prêmio Nobel” de Economia em 2002.

O termo “síndrome de Asperger” foi primeiramente utilizado por Lorna Wing em 1981, num jornal médico que pretendia, desta forma, homenagear Hans Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco, cujo trabalho não foi reconhecido internacionalmente até a década de 1990. No entanto, a síndrome foi reconhecida pela primeira vez no DSM, na sua quarta revisão, em 1994. (DSM-IV).

Segundo o CID-10 (2000, p. 369):

A síndrome de Asperger é um transtorno de validade nosológica incerta, caracterizado por uma alteração qualitativa das interações sociais recíprocas, semelhante à observada no autismo com um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Ele se diferencia do autismo essencialmente pelo fato de que não se acompanha de retardo ou deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo. Os sujeitos que apresentam este transtorno são em geral muito desajeitados. As anomalias persistem frequentemente na adolescência e idade adulta. O transtorno se acompanha por vezes de episódios psicóticos no início da idade adulta. Este transtorno também é conhecido como psicopatia autística ou transtorno esquizóide da infância.

Apesar do transtorno ou síndrome de Asperger ter algumas diferenças em relação ao autismo, seus sintomas, por vezes, se assemelham a este, pois um dos principais é a dificuldade de interação social, busca pelo isolamento e olhar “perdido”, além destes, apresenta falta de empatia, interpretação muito literal da linguagem, dificuldade com mudanças, perseveração em comportamentos estereotipados. No entanto, isso pode ser conciliado com desenvolvimento cognitivo normal ou alto.

Em meio aos grandes nomes ou personalidades da História que possuíam fortes traços da síndrome de Asperger, podemos citar os físicos: Isaac Newton e Albert Einstein, o compositor Mozart, os filósofos Sócrates e Wittgenstein, o naturalista Charles Darwin, o pintor renascentista Michelangelo, os cineastas Stanley Kubrick e Andy Warhol e o enxadrista/xadrezista Bobby Fischer.

O diagnóstico da SA é complexo em virtude de que mesmo através do uso de vários instrumentos de avaliação não existe um exame clínico que a detecte. Os critérios de diagnóstico podem ser avaliados sob o CID-10 da OMS, o de Szatmari, o de Gillberg e Critério de Descoberta de Attwood & Gray.

Entretanto, há ainda grande controvérsia de SA é um transtorno distinto e separado ou se é equivalente ao Autismo de alta funcionalidade, ou mesmo a outras condições (como o transtorno de personalidade esquizóide).

Ainda temos que considerar que o diagnóstico da SA em indivíduos adultos é uma tarefa difícil e imprecisa, uma vez que indivíduos adultos com SA ou AAF já aprenderam de forma racional a mascarar os seus erros sociais. Quando distraídos demonstram os sintomas de SA, mas se concentrados em uma interação social específica, como o relacionamento com o psicanalista no momento do teste, podem se comportar de forma aparentemente normal.

Além disso, há pouco acordo entre os vários critérios de diagnóstico da síndrome. Um estudo realizado em 2008 comparando quatro conjuntos de critérios (DSM, CID, Gillberg e Szatmari) concluiu que o diagnóstico apenas coincidia em 39% dos casos.

Para complicar ainda mais esta questão, os diagnósticos de SA e AAF são usados indistintamente, complicando as estimativas de prevalência, onde a mesma criança pode receber diferentes diagnósticos, dependendo do método aplicado pelo médico, e vários estudos indicam que quase todas as crianças diagnosticadas com “Síndrome de Asperger” têm na realidade autismo e não SA, tal como é definida no DSM-IV.

Por outro lado, também tem sido argumentado que o diagnóstico de Síndrome de Asperger tornou mais confusa a fronteira entre o autismo e a simples excentricidade, e que, sobretudo quanto o diagnóstico é feito por profissionais pouco preparados, haverá vários casos de falsos positivos.

A partir desse panorama, em 2010, a American Psychiatric Association divulgou a proposta para o DSM-V, onde a Síndrome de Asperger desaparece como diagnóstico distinto, passando a estar incluída no autismo.

Estes fatores tornam, portanto, o diagnóstico mais difícil, pois suas características em muito se assemelham com as do autismo clássico, o que podemos correr o risco de facilitar os falsos laudos em termo dessa síndrome.

 

1.2. Características da Síndrome de Asperger

 

As principais características da Síndrome de Asperger são:

 

§ Interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras atividades;

 

§ Rituais ou comportamentos repetitivos;

 

§ Peculiaridades na fala e na linguagem;

 

§ Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo;

 

§ Comportamento social e emocionalmente impróprio e problemas de interação interpessoal;

 

§ Problemas com comunicação;

 

§ Habilidade de desenhar para compensar a dificuldade de se expressar verbalmente;

 

§ Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados;

 

§ Imaginação e criatividade fantasiosa mais reduzida do que uma criatividade com base em fatos reais;

 

§ Frequentemente, com um Q.I. verbal significadamente mais elevado que o não-verbal.

 

Além disso, as características mais comuns e importantes da SA podem ser divididas em várias categorias amplas: as dificuldades sociais, os interesses específicos e intensos, e peculiaridades na fala e na linguagem. Outras características são comumente associadas com essa síndrome, mas nem sempre tomadas como necessárias ao diagnóstico. Esta seção reflete principalmente as visões de Attwood, Gillberg e Wing sobre as características mais importantes da SA; os critérios DSM-IV representam uma visão ligeiramente distinta. A SA é geralmente camuflada e muitas pessoas com o transtorno convivem perfeitamente com os que não têm. Os efeitos da SA dependem de como o indivíduo afetado responde à própria síndrome.

 

1.3. O contexto social da AS

 

Diante da importância do meio social na vida das pessoas, seja estas deficientes ou não, e apesar de não haver uma distinção comum a todos os portadores de SA, as dificuldades com o convívio social são praticamente universais e, portanto, também são um dos critérios definidores mais relevantes. As pessoas com SA não têm habilidade natural de enxergar os subtextos da interação social, e podem não ter capacidade de expressar seu próprio estado emocional, resultando em observações e comentários que podem soar ofensivos apesar de bem-intencionados, ou na impossibilidade de identificar o que é socialmente “aceitável”. As regras informais do convívio social que angustiam os portadores de SA são descritas como “o currículo oculto”. Os Aspergers precisam aprender estas aptidões sociais intelectualmente de maneira clara, seca, lógica como matemática, em vez de intuitivamente por meio da interação emocional normal.

Os indivíduos com SA não têm capacidade de captar informação sobre os estados cognitivos e emocionais de outras pessoas baseadas em “pistas” deixadas no ambiente social e em traços como a expressão facial, linguagem corporal, humor e ironia. Este aspecto, portanto, é chamado de “cegueira emocional”. Tal fenômeno também considerado uma carência de teoria da mente. Sem isso, os indivíduos com SA não conseguem reconhecer nem entender os pensamentos e sentimentos dos demais. Desprovidos dessa informação intuitiva, não podem interpretar nem compreender os desejos ou intenções dos outros e, portanto, são incapazes de prever o que se pode esperar dos demais ou o que estes podem esperar deles. Isso geralmente leva a comportamentos impróprios e anti-sociais.

Dentre as dificuldades que o indivíduo com SA possui nas interações sociais, podemos destacar:

 

1. Dificuldade em compreender as mensagens transmitidas por meio da linguagem corporal. Pessoas com SA geralmente não olham nos olhos, e quando olham, não conseguem “ler”.

 

2. Interpretar as palavras sempre em sentido denotativo. Indivíduos com SA têm dificuldade em identificar o uso de coloquialismos, ironia, gírias, sarcasmo e metáforas.

 

3. Ser considerado grosso, rude e ofensivo. Propensos a comportamento egocêntrico, Aspergers não captam indiretas e sinais de alertas de que seu comportamento é inadequado à situação social.

 

4. Aperceber-se de erros sociais. À medida que os Aspergers amadurecem e se tornam cientes de sua “cegueira emocional”, começam a temer cometer novos erros no comportamento social, e a autocrítica em relação a isso pode crescer a ponto de se tornar fobia.

 

5. Paranóia. Por causa da “cegueira emocional”, pessoas com SA têm problemas para distinguir a diferença entre atitudes deliberadas ou casuais dos outros, o que por sua vez pode gerar uma paranóia.

 

6. Lidar com conflitos. Ser incapaz de entender outros pontos de vista pode levar a inflexibilidade e a uma incapacidade de negociar soluções de conflitos. Uma vez que o conflito se resolva, o remorso pode não ser evidente.

 

7. Consciência de magoar os outros. Uma falta de empatia em geral leva a comportamentos ofensivos ou insensíveis não-intencionais.

 

8. Consolar os outros. Como carecem de intuição sobre os sentimentos alheios, pessoas com SA têm pouca compreensão sobre como consolar alguém ou fazê-los se sentirem melhor.

 

9. Reconhecer sinais de enfado. A incapacidade de entender os interesses alheios pode levar Aspergers a serem incompreensíveis ou desatentos. Na mão inversa, pessoas com SA geralmente não percebem quando o interlocutor está entediado ou desinteressado.

 

10. Introspecção e autoconsciência. Indivíduos com SA têm dificuldade de entender seus próprios sentimentos ou o seu impacto nos sentimentos alheios.

 

11. Vestimenta e higiene pessoal. Pessoas com SA tendem a ser menos afetados pela pressão dos semelhantes do que outras. Como resultados geralmente fazem tudo da maneira que acham mais confortáveis, sem se importar com a opinião alheia. Isto é válido principalmente em relação à forma de se vestir e aos cuidados com a própria aparência.

 

12. Amor e rancor recíproco. Como Aspergers reagem mais pragmaticamente do que emocionalmente, suas expressões de afeto e rancor são em geral curtas e fracas.

 

13. Compreensão em embaraço e passo em falso. Apesar do fato de pessoas com SA terem compreensão intelectual de constrangimento e gafes, são incapazes de aplicar estes conceitos no nível emocional.

 

14. Lidar com críticas. Pessoas com SA sentem-se forçosamente compelidas a corrigir erros, mesmo quando são cometidos por pessoas em posição de autoridade, como um professor ou um chefe. Por isso, podem parecer imprudentemente ofensivos.

 

15. Velocidade e qualidade do processamento das relações sociais. Como respondem às interações sociais com a razão e não intuição, portadores de SA tendem a processar informações de relacionamentos muito mais lentamente do que o normal, levando a pausas ou demoras desproporcionais e incômodas.

 

16. Exaustão. Quando um indivíduo com SA começa a entender o processo de abstração, precisa treinar um esforço deliberado e repetitivo para processar informações de outra maneira. Isto muito freqüentemente leva a exaustão mental.

 Uma pessoa com SA pode ter problemas em compreender as emoções alheias: as mensagens passadas pela expressão facial, olhares e gestual tem um impacto baixo, mas não nulo (como no caso dos psicopatas). Eles também podem ter dificuldades em demonstrar empatia. Assim, Aspergers podem parecer egoístas, egocêntricos ou insensíveis. Na maioria dos casos, estas percepções são injustas porque os portadores da síndrome são neurologicamente incapazes de entender os estados emocionais das pessoas à sua volta. Eles geralmente ficam chocados, irritados e magoados quando lhes dizem que suas ações são ofensivas ou impróprias. É evidente que pessoas com SA têm emoções. Mas a natureza concreta dos laços emocionais que venham a ter (ou seja, com objetos em vez de pessoas) pode parecer curiosa ou até ser uma causa de preocupação para quem não compartilha da mesma perspectiva.

Apesar desses aspectos serem importantes, o fato de não conseguir demonstrar afeto - pelo menos de modo convencional – não significa necessariamente que pessoas com SA não sintam afeto. A compreensão disto pode ajudar parceiros ou conviveres a se sentir menos rejeitados e mais compreensivos. O aumento da compreensão também pode resultar de leitura e pesquisa sobre a síndrome e outros transtornos comórbidos. Porém, às vezes, ocorre o problema oposto: a pessoa com SA é normalmente afeiçoada a alguém e não consegue captar ou interpretar sinais daquela pessoa, causando aborrecimento.

Além destes, outro aspecto importante das diferenças sociais encontradas em aspergers é uma fraqueza na coerência central do indivíduo. Pessoas com esta deficiência podem ser tão focadas em detalhes que não conseguem compreender o conjunto. Uma pessoa com coerência central fraca pode lembrar-se de uma história minuciosamente, mas ser incapaz de fazer um juízo de valor sobre a narrativa, ou pode entender um conjunto de regras detalhadamente, mas ter dúvidas de como aplicá-las.

Porém, além destes aspectos ou características serem relevantes, necessário se faz que tenhamos em mente que a pessoa com SA também é capaz de desenvolver atividades do cotidiano normalmente, desde que para isso, a família o incentive e o ensine a ser o mais autônomo possível em sua vida, pois uma provável dependência pode se acentuar no decorrer dos anos, caso a família subestime seu filho asperger, uma vez que essa questão é bastante vista em muitos casos

Outra importante observação diz respeito ao desenvolvimento afetivo por parte dos aspergers, vez que estas pessoas sentem dificuldades em aceitar, de modo natural, afetividade, com um agravamento nas suas relações sociais mais próximas, pois uma das suas características mais marcantes é a necessidade de isolamento social, fato este que é uma condição as síndrome e que pode ocasionar alguns prejuízos para os aspergers na sua vida social e afetiva. CAPÍTULO II – A SÍNDROME DE ASPERGER E A FAMÍLIA

A pessoa com SA deve ser aceita, respeitada e auxiliada pela sua família em todos os momentos da vida, constituindo, sobremaneira, a construção de um ambiente saudável e com características naturais, apesar da deficiência.

Entretanto, não tem sido tarefa fácil para os familiares do asperger, tendo em vista que o mesmo apresenta variadas dificuldades na sua relação com o meio em que vive, tornando mais difícil a sua integração social, porém, não é mais difícil se a família procurar ajuda profissional o mais cedo possível, já que o diagnóstico precoce auxilia no tratamento ou diminuição dos sintomas.

2.1. A importância da família

Em todos os momentos da vida dos indivíduos, a família desempenha papel fundamental, onde os laços consaguíneos, bem como as relações afetivas, podem construir um ambiente salutar, dependendo de como a dinâmica familiar se estabelece e, ainda, fortalece as relações sociais das mais variadas formas, constituindo, desta forma, o equilíbrio emocional, afetivo, social e educacional destas pessoas no seio da sociedade.

Apesar da pessoa com SA apresentar suas limitações e dificuldades em suas relações interpessoais, a família pode auxiliar na adequação da realidade destes com o meio em que vivem, mas sempre procurando facilitar sua vida e suas relações, pois o asperger sente muitas dificuldades para relacionar-se.

Em torno dessa questão, porém, estão as famílias que pouco conhecem a deficiência, o que torna mais difícil o entendimento do comportamento que seus filhos apresentam.

Neste sentido, o primeiro obstáculo das famílias dos aspergers é acertar o diagnóstico, pois muitas vezes percorrem verdadeiras maratonas em psicólogos, psiquiatras e neurologistas que chegam a confundir a síndrome com hiperatividade ou déficit de atenção.  Contudo, outro fator importante a ser considerado é o fato de que muitas famílias de crianças com SA sentem dificuldade em aceitar tal deficiência, o que prejudica, a princípio, sua forma de se relacionar, pois com as dificuldades de compreensão da deficiência, aumentam os casos em que a família não sabe como agir diante das necessidades do filho com asperger.

Por isso, é importante o diagnóstico precoce para que a deficiência seja compreendida e, ao mesmo tempo, a família possa procurar auxílio profissional específico, visando facilitar o desenvolvimento educacional de forma geral da pessoa com SA.

Tal importante quanto o papel da família na compreensão dos aspectos positivos e negativos que envolvem a SA, são os mecanismos educacionais pessoais que esta deve construir no lar da criança asperger, como por exemplo, o incentivo aos cuidados pessoais e individuais em prol da saúde e autonomia desse indivíduo.

Mas, para que o papel da família seja eficaz, é necessário que a busca por melhores condições de vida do asperger seja o tempo todo reforçado objetivando alcançar os melhores resultados possível no convívio familiar e social dos envolvidos.

Do ponto de vista da participação familiar no desenvolvimento de estratégias que facilitem o comportamento da criança com SA, estão as formas naturais de se comunicar, envolvendo fatores de natureza sócio-comportamental, a paciência e o carinho dos parentes do asperger.

Assim, diante das dificuldades enfrentadas pela família, a aceitação e o respeito ao filho com asperger é o primeiro passo na busca da felicidade de todos os familiares, fazendo com que o amor seja a mola propulsora da harmonia no lar dessa criança, mesmo sabendo que suas limitações ainda o impedem de conviver de forma natural com as pessoas, tanto em casa quanto na escola ou na sociedade como um todo.

Frente a este desafio, sabemos que a família é o primeiro grupo social que fundamenta os princípios e valores de respeito, amizade afeto, entre outros aspectos importantes na vida das pessoas, sejam estas deficientes ou não.

De acordo com essa assertiva, o afeto é o primeiro elo entre a mãe e o filho, o que tem o poder de superar qualquer dificuldade, seja esta de natureza orgânica ou psíquica.  Diante deste quadro, Winnicott (1983, p. 58) afirma que a mãe é a figura que constitui um papel importantíssimo no desenvolvimento da afetividade de crianças com ou sem deficiência, quando revela que

[...] há um desenvolvimento emocional “primitivo", cujos efeitos, segundo ele, são de importância crucial para o indivíduo por se estenderem para além da infância. Muitos problemas da fase adulta estariam vinculados a disfunções ocorridas entre a criança e o "ambiente", representado geralmente pela mãe.

Vem daí a idéia da "mãe suficientemente boa", que segundo o autor (ibidem) aquela cuja percepção - consciente ou inconsciente - das necessidades do bebê a leva a responder adequadamente aos diferentes estágios do desenvolvimento dele. Isso faz com que se crie um ambiente - nomeado por ele de holding (cuja melhor tradução para o português, seria "colo") - propício a um processo de formação de um ser humano independente. "O holding é o somatório de aconchego, percepção, proteção e alegria fornecidos pela mãe", diz ele. Começa como algo vital, como o oxigênio e a alimentação, e se dilui conforme o bebê cresce.

Apesar dessa característica winnicottiana responder pela adequação de um ambiente onde a criança possa melhor se desenvolver, há muitos outros aspectos que podemos analisar, do ponto de vista da família. Em primeiro lugar, a família do asperger precisa aceitar o seu filho com a síndrome, em segundo lugar, a família precisa de um diagnóstico preciso e confirmador para em seguida tomar as suas medidas mais adequadas em relação à condução dos comportamentos entre seus membros, para então, poder facilitar o ambiente da criança e não constrangê-la pela “diferença” que carrega em si. Em terceiro lugar, é necessário que, diante do diagnóstico, a família possa desenvolver atitudes positivas em relação ao filho com SA, onde o carinho, o respeito e o amor possam ser construídos ao longo da sua vida, permitindo assim, o melhor desempenho possível das suas atividades cotidianas, evitando, desta forma, os conflitos em torno do comportamento isolado do asperger. Por isso, um dos primeiros obstáculos dessas famílias é acertar o diagnóstico. Muitas vezes percorrem verdadeiras maratonas em psicólogos, psiquiatras e neurologistas que chegam a confundir a síndrome com hiperatividade ou déficit de atenção, pois “são sintomas sutis e muitas vezes os pais não 25

identificam porque acham que é o jeito da criança”, afirma Cinara Zanin Perillo, psiquiatra especialista em infância e adolescência.

Diante desse quadro, fica difícil para a família poder caracterizar uma síndrome que desconhecem ou que conhecem muito pouco em seu filho, em meio a tantas contradições, o que requer, por parte dos profissionais da saúde, um olhar atento e cuidadoso na hora de diagnosticar essa síndrome.

Contudo, hoje já se observa manifestações positivas em torno da SA, principalmente quando esta é bem assistida, tanto por profissionais capacitados, quanto da família que procura entender cada vez mais seu filho e a síndrome que ele carrega.

A Síndrome de Asperger também se tornou mais conhecida através de filmes ou desenhos que retratam essa questão, o que influenciou positivamente os conhecimentos e informações das famílias em todo o mundo, como por exemplo, “Mary e Max – Uma amizade Diferente”, animação que mostra os problemas dos “aspies”, como são chamados, onde na ficção, Mary, de 8 anos, uma menina gordinha e solitária, que mora na Austrália, torna-se amiga de Max, um homem de 44 anos, que tem síndrome de Asperger e vive em Nova York. Ambos têm dificuldade de fazer amigos e passam a trocar correspondências onde compartilham alegrias e decepções. O filme “Muito além do jardim” também retrata a problemática da síndrome de Asperger e suas dificuldades.

Notadamente sabemos que é muito importante os meios de comunicação tratarem de assuntos como a SA, pois colaboram com o reconhecimento das dificuldades, mas também das habilidades e capacidades que estas pessoas têm.

2.2. Desmistificando barreiras

Apesar das pessoas com síndrome de Asperger apresentarem suas características próprias, bem como limitações do aspecto social e integrativo, estas também são dotadas de criatividade, inteligência e condições de viver em sociedade naturalmente. 26 Porém, diante dessa perspectiva, é necessário que a família esteja devidamente ciente do seu papel, onde a forma de entender esta deficiência deve ser bastante clara para que a criança seja compreendida em todas as suas necessidades, angústias, medos, inseguranças, que interferem de modo singular, a vida dos aspergers.

Neste sentido, o diagnóstico precoce é muito importante para que a família possa ajudar seu filho da melhor forma possível, mas nem sempre este é de fácil entendimento, pois muitas vezes pode ser confundido com outra deficiência.

Assim, diante desse quadro, podemos dizer que a Síndrome de Asperger é uma deficiência que em si traz características que podem influenciar na diminuição da interação social, visto que o asperger tem dificuldade de relacionar-se, o que não impede que a família possa ajudar no sentido de treinar, por assim dizer, este aspecto em seu filho, com a ajuda de profissionais da área.

Durante muitos anos e através de sucessivos estudos, contudo, a SA vem sendo analisada por estudiosos da área e adquiriu, ao longo dos anos, semelhança com o autismo, mas diferenciando nos aspectos comunicação, interação social e linguagem, o que dificulta também a visão da família ao receber um filho com a SA.

Sabemos o quanto é difícil para a família enfrentar as dificuldades que giram em torno do filho com SA, mas com a dedicação, o carinho e amor dedicados, todas as barreiras ficam diminuídas em relação ao trato com o asperger, pois este deve ser tratado como uma pessoa com possibilidades e capacidades além da sua deficiência.

Para que as dificuldades do asperger sejam diminuídas, é necessário que todas as suas relações possam se estabelecer naturalmente, com a compreensão de que tanto a família quanto a escola e a sociedade como um todo possam respeitar, aceitar e incluir o asperger na vida social naturalmente, onde seus direitos possam ser garantidos e respeitados igualmente em relação às pessoas que não têm a deficiência. CAPÍTULO III - O CONTEXTO ESCOLAR DA PESSOA COM SA

O direito à educação é um direito inalienável e igualitário para todos, como rege nossa constituição e por isso deve ser dirigido a toda e qualquer pessoa, independente de ser ou não deficiente.

Neste sentido, a pessoa com síndrome de asperger também está inserida neste processo, de modo que a escola deve se adaptar para receber toda e qualquer deficiência, haja vista que está relacionada aos preceitos da educação inclusiva e o direito à diversidade.

3.1. O processo de ensino e aprendizagem

Sabemos que a escola desempenha um papel secundário ao da família da criança com SA, mas as crianças diagnosticadas com essa síndrome apresentam um desafio especial no sistema educacional. Vistos tipicamente como excêntricos e peculiares pelos colegas, suas habilidades sociais inatas frequentemente as levam a serem feitas de bode expiatório. Desajeitamento e interesse obsessivo em coisas obscuras contribuem para sua apresentação “ímpar”. Crianças com SA falham no entendimento das relações humanas e regras do convívio social; são ingênuos e eminentemente carentes de senso comum. Sua inflexibilidade e falta de habilidade para lidar com mudanças leva esses indivíduos a ser facilmente estressados e emocionalmente vulneráveis. Ao mesmo tempo, crianças com SA (na maioria rapazes) têm frequentemente, inteligência na média ou acima da média e tem memória privilegiada. Sua obsessão por tema único de interesse pode levar a grandes descobertas mais tarde na vida.

Para Piaget, o ponto central da sua teoria de aprendizagem caracteriza-se essencialmente pela estrutura cognitiva do sujeito. As estruturas cognitivas mudam através dos processos de adaptação: assimilação e acomodação. A assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de estruturas cognitivas existentes, 28 enquanto que a acomodação se refere à mudança da estrutura cognitiva para compreender o meio. Níveis diferentes de desenvolvimento cognitivo.

É fundamental permitir que a criança desenvolva suas próprias teorias e hipóteses a respeito da escrita e garantir o raciocínio, que não se desenvolve com a repetição mecânica de conteúdos. Segundo Piaget, cada vez que ensinamos prematuramente a uma criança algo que ela poderia ter descoberto por si mesma, esta criança foi impedida de inventar, e consequentemente de entender completamente.

Concordando com a teoria piagetiana, Ferreiro e Teberosky apud Rizzo (2008, p 35) afirmam que o sujeito da aprendizagem (aluno) é um sujeito cognoscente, aquele que busca adquirir conhecimento, que procura ativamente compreender o mundo que o rodeia e trata de resolver as interrogações que este mundo provoca.

Assim, em Piaget, a escrita deve ser entendida enquanto objeto de conhecimento, e o sujeito da aprendizagem enquanto sujeito cognoscente.

Diante desta afirmativa, podemos considerar que a psicologia genética considera a concepção de aprendizagem como sendo um processo de obtenção de conhecimento, o que necessariamente supõe que existam processos de aprendizagem do sujeito que não dependem dos métodos. O método (enquanto ação específica do meio) pode ajudar ou frear, facilitar ou dificultar; porém, não pode criar aprendizagem. A obtenção de conhecimento é um resultado da própria atividade do sujeito.

Desta forma, em sua teoria, Piaget ressalta a importância da aquisição do conhecimento objetivo através de grandes reestruturações globais e “errôneas” (no que se refere ao ponto final), porém construtivas.

Em Vygotsky, a sua teoria é de natureza sócio-cultural, pois o aprendiz é participante ativo no processo de aquisição de conhecimento. Instrução relacionada a contextos e experiências pessoais.

O desenvolvimento cognitivo é limitado a um determinado potencial para cada intervalo de idade (ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal); o indivíduo deve estar inserido em um grupo social e aprende o que seu grupo produz; o conhecimento surge primeiro no grupo, para só depois ser interiorizado. A aprendizagem ocorre no relacionamento do aluno com o professor e com outros alunos. 29 O mesmo autor reforça o fato de que a aprendizagem da criança precisa estar em consonância com o seu desenvolvimento e diz:

O aprendizado é uma das principais fontes da criança em idade escolar; é também uma poderosa força que direciona o seu desenvolvimento, determinando o destino de todo o seu desenvolvimento mental (VYGOTSKY, 1991a, p. 74).

Porém, a escola enfrenta grandes desafios para ensinar alunos com SA, pois estes apresentam variadas dificuldades durante o processo de ensino e aprendizagem, visto que são pessoas com pouca socialização e comunicação, apesar de terem boas habilidades para determinadas áreas específicas. Por isso, é necessário que a escola aproveite o potencial do aluno e canalizá-lo para os demais conteúdos da série ou ano que cursa.

Desta forma, é preciso aprofundar o conhecimento sobre estas síndromes para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas.

Para tanto, a avaliação pedagógica é muito importante para auxiliar o aluno asperger da melhor forma possível e esta pode ser um dos instrumentos que podem auxiliar neste aspecto. Um dos instrumentos, portanto, para avaliação pedagógica, que se destaca é o Programa da Escala Portage do Desenvolvimento, criado por Davis Sherer, em 1969, que permite a avaliação nas áreas de linguagem, cognição, cuidados pessoais, socialização e motora, fornecendo a idade de desenvolvimento em cada uma destas áreas e uma idade de desenvolvimento geral. (GAUDERER, 1993, p. 82).

A escola tem seu papel no nível da educação. São elaboradas estratégias para que estes alunos consigam desenvolver capacidades de poderem se integrar com as outras crianças ditas “normais”. Porém, a família tem também um papel crucial, porque são os que têm mais experiência em lidar com as crianças, principalmente porque estas crianças com SA necessitam de atenção redobrada, durante 24 horas. Muitas vezes, a profissão e o horário cotidiano não facilitam, mas é importante dispensar algumas horas para que as crianças possam se sentir queridas e mostrar o que aprenderam. Os pais podem encorajar a criança a comunicar espontaneamente, criando situações que provoquem a necessidade de 30 comunicação. Não se deve antecipar tudo o que a criança precisa, deve-se criar momentos para que ela sinta a necessidade de pedir aquilo que precisa.

3.2. A escola regular como espaço de inclusão e o papel do professor

A escola tem um papel muito importante na vida das pessoas, mas precisa se adaptar aos mais recentes desafios a que se impõe a educação, tendo em vista que este espaço de cidadania e formação social do indivíduo permanece sempre mudando seus conceitos e valores, em prol da melhor oferta da educação, onde os desejos, necessidades e anseios das pessoas possam ser atendidos de forma igualitária e justa.

Neste sentido, seu maior desafio é tentar oferecer um ensino de qualidade para todos, como rege nossa constituição, em que a construção de um espaço cidadão possa fluir para as pessoas ditas “normais” e as consideradas “deficientes”.

Então, diante desses aspectos, podemos ter que:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CF, 1988, Art. 205, p. 137).

Frente a esta constitucionalidade, entendemos que a escola regular tem um papel importante na busca e conquista dessa legislação, haja vista que, é através da escola que a criança pode desenvolver seu potencial.

Todavia, é fundamental a preparação do professor através de um programa adequado de diagnose e avaliação dos resultados globais no processo de aprendizagem, já que a criança especial se caracteriza pela falta de uniformidade no seu rendimento, levando-se em consideração o nível de desenvolvimento da aprendizagem que geralmente é lenta e gradativa.

Portanto, caberá ao professor adequar o seu sistema de comunicação a cada aluno, respectivamente. Antes de chegar à sala de aula, o aluno é avaliado pela supervisão técnica, para colocá-lo num grupo adequado, considerando a sua idade cronológica, desenvolvimento e nível de comportamento. As turmas são formadas 31 por três a cinco alunos, no máximo, sob a responsabilidade da professora, e um auxiliar que é de grande precisão, para haver um funcionamento no ensino regular, é dada atenção especial à sensibilização dos alunos e dos envolvidos para saberem quem são e como se comportam esses alunos portadores de necessidades especiais.

Com todo esse processo, a criança pode reagir violentamente quando submetida ao excesso de pressão e diante disso, é preciso levar em conta, se o programa está transmitindo segurança e controle da situação e, acima de tudo, muito amor pelo que está fazendo.

A importância do ensino estruturado é ressaltada por Eric Schopler apud Gauderer, (1993), no método TEACCH – Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficiências relacionadas à Comunicação. Esse método foi criado para auxiliar tanto o autismo clássico quanto a síndrome de Asperger no desenvolvimento da sua autonomia diante da sua comunicação com o meio em que vivem. Porém, o método TEACCH não se restringe ao ambiente familiar, haja vista que ele pode ser desenvolvido na escola para auxiliar estas pessoas da melhor forma possível.

De fato, sabemos que esse método auxilia tanto autistas como aspergers em seu desenvolvimento, podendo ampliar o leque de autonomia possível em ambos os casos, pois possibilita que a criança autista ou asperger possa desempenhar melhor sua comunicação, sem, no entanto, se sentirem “ameaçadas” por outras pessoas durante o convívio com as mesmas.

Assim, a escola tem um papel preponderante na construção da aprendizagem dessas pessoas, oportunizando cada vez mais e melhor sua comunicabilidade em todos os setores e situações.

Diante desse contexto, uma escola inclusiva deve fazer parte também de uma sociedade inclusiva, onde todos os direitos possam ser invioláveis e igualitários para todos e a escola não pode ficar de fora desse contexto. Por isso, a inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais exige atualmente uma ressignificação das ações pedagógicas em todo o contexto escolar, além do compromisso político da educação. Para tanto, entramos em acordo com Werneck (1997, p. 157), ao afirmar que: 32 Participar da construção de uma sociedade inclusiva é como fazer longos passeios por novas idéias e sentimentos. Refletir sobre a inclusão acorda nossos monstros mais íntimos. Com alguns deles nunca havíamos nos deparados antes. Não adianta querer reduzir as dimensões do que será caminhar pela trilha de uma sociedade inclusiva. Temos que nos arriscar.

Para entendermos melhor o processo de educação inclusiva, portanto, temos que nos ater a uma inclusão que reflita seus aspectos formativos, educativos culturais, sociais e históricos, numa forma totalizante e que englobe todo e qualquer conhecimento.

Conforme declara a Lei 9394/96, inclusão é uma proposta que condiz com a igualdade de direitos e oportunidades educacionais para todos, em ambientes favoráveis já “garantidos” por ela. mas, nem sempre esse direito é de fato uma garantia aos cidadãos.

Ainda considerando a escola como um ponto de apoio educacional de crianças e adolescentes, verificamos que é necessário que as políticas pedagógicas se voltem para as necessidades dos alunos, de modo que todos possam ter acesso ao conhecimento, de forma sistematizada e objetiva, bem como os professores devem se capacitar cada vez mais em prol de um novo modelo de educação quer seja a nível local ou regional, mas com a permanente busca de novas e adequadas oportunidades, visto que todo dia se renovam as idéias, os pensamentos e as ações, no sentido de formar uma nova concepção de educação, contextualizados na realidade de cada aluno.

Diante desse contexto, podemos inferir que a educação inclusiva ainda é considerada um desafio no qual muitos municípios ainda tem que enfrentar e adequar suas práticas visando o estabelecimento de uma nova ordem educacional e social no país.

Assim, para Montoan (2007), temos que ter em mente que a escola é um espaço onde os desafios são diários frente às novas mudanças nacionais em relação à educação inclusiva e afirma:

A inclusão é um desafio que, ao ser devidamente enfrentado pela escola comum, provoca a melhoria da qualidade da educação básica e superior, pois para que os alunos com e sem deficiência possam exercer o direito à educação em sua plenitude, é necessário que a escola aprimore suas práticas, a fim de atender às diferenças (MONTOAN, 2007, p. 45). 33 Vemos que a afirmação acima reforça este pensamento, uma vez que a escola precisa estar em constantes mudanças para que a sua atuação não revele prejuízos para os alunos com deficiência, mas promova o acesso, a construção e a renovação constante das práticas pedagógicas em detrimento da má qualidade da educação ofertada pela escola, quando o momento atual é de grande importância para a educação e este processo não é diferente no município de Boa Vista-PB. Porém, podemos dizer que já há alguns significativos avanços na educação inclusiva deste município, com a participação e atuação da sala de recursos multifuncionais, através da oferta do Atendimento Educacional Especializado.

A Política Nacional de educação Especial na Perspectiva Inclusiva reflete a ampla discussão realizada nos diversos fóruns educacionais sobre inclusão no país, as conquistas do movimento das pessoas com deficiência, bem como os avanços dos marcos legais e da pedagogia.

Diante desse processo, entendemos que a nova proposta (MEC/SEESP, 2008) tem como objetivo:

[...] o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais especiais.

Como podemos observar, os pressupostos da educação inclusiva e o direito à diversidade trouxeram grande contribuição para o acesso de pessoas com deficiência na escola regular de ensino e propõem que os mesmos direitos garantidos legalmente no país possam se efetivar a todas as pessoas, independente destas serem ou não deficientes.

Sabemos ainda que o movimento inclusivo estabelece atos normativos em direção ao cumprimento da Constituição Federal, propondo ações que resguardam o direito à educação de todas as pessoas, independente de estas terem ou não uma deficiência, pois a partir de marcos legais esse direito constituído jamais poderá ser violado, o que garante o acesso e permanência de alunos com ou sem deficiência no ensino regular.

Desta forma, entendemos que o papel do professor é de fundamental importância dentro da escola inclusiva, uma vez que este é o mediador direto do 34 processo de ensino-aprendizagem e é o responsável pela construção da cidadania e da formação educacional de todos os sujeitos inseridos neste espaço.

Assim, vemos que apesar da implantação da educação inclusiva, o professor deve rever sua prática em direção ao aprimoramento profissional, com um olhar voltado para o respeito às diferenças e ainda, dando continuidade ao processo de aperfeiçoamento didático-pedagógico para que possa sempre atualizar sua prática em prol da oferta de uma educação adequada e igualitária para todos. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Analisando os dados desta pesquisa, pudemos observar que a síndrome de Asperger, além de ser uma deficiência que limita o ser humano diante da vida social, também representa um grande desafio para a escola regular de ensino, visto que a inserção de crianças com deficiência no ensino regular é recente, do ponto de vista da educação inclusiva e seus atos normativos nacionais e internacionais.

Diante dessa realidade, pudemos compreender que apesar dessas limitações serem um aspecto negativo para o processo de ensino-aprendizagem de pessoas com deficiência, não podemos esquecer que estes indivíduos também têm suas potencialidades e capacidades frente à diversidade e à vida social. Por isso, se faz necessário respeitarmos suas condições de vida em qualquer espaço ou lugar, sempre levando em consideração a história de vida, o ritmo de aprendizagem, as limitações e as habilidades de cada sujeito.

Diante disso, ao propormos dialogar com uma pedagoga de turma regular que tem um aluno com SA, nos deparamos com uma realidade que é possível entender se olharmos para os sujeitos como eles são e respeitando suas dificuldades, necessidades e capacidades. Assim, para que pudéssemos resguardar a identidade da professora pesquisada, reiteramos o compromisso em assegurar o sigilo em torno do seu nome numa entrevista semi-estruturada, já que a proposta principal desta pesquisa foi compreender a realidade de um aluno asperger na sala de aula regular no município já citado anteriormente.

Então, ao iniciarmos a entrevista nos depararmos com as principais dificuldades da professora ao ensinar um aluno com SA na turma regular, onde verificamos que a mesma refere-se a alguns pontos como sendo cruciais e, ao mesmo tempo, relevantes, se considerados sob o olhar do direito à educação inclusiva, à diversidade e do direito à educação de todos os sujeitos constituídos. E afirma:

“A educação inclusiva é importante por oportunizar a socialização dos indivíduos, tornando-os membros de um ambiente onde ele possa interferir, 36

auxiliar, crescer e se desenvolver com dignidade e respeito”. (relato da pedagoga da sala de aula regular/5° ano).

Notamos que a pedagoga é consciente da sua responsabilidade e do seu papel enquanto ser que forma e que facilita o acesso de pessoas com deficiência em sua turma, o que já é significativo para o avanço da aprendizagem do aluno asperger.

Em relação às dificuldades enfrentadas por ela durante o processo de ensino-aprendizagem com o aluno asperger, esta afirma que o tempo era seu maior obstáculo, ao afirmar: “Minha maior dificuldade era a questão do tempo de aula, por ser curto e o aluno asperger estar na turma regular, onde às vezes eu me sentia falha não dando-lhe a devida atenção”. Neste relato, percebemos que há certa insegurança da professora pesquisada em relação à sua atuação com o aluno asperger na sala de aula regular, o que é comum em muitas escolas do país.

Ao ser questionado sobre a inserção de alunos com deficiência na escola regular, esta se refere à legislação nacional e diz concordar quando diz:

“Concordo. A lei garante o direito de todos estarem na escola e perante a lei somos todos iguais. Cada pessoa aprende de maneira diferente e isso é importante. Como educadora, sei que muitos alunos com deficiência não alcançarão os mesmos patamares de alunos ditos “normais”, mas isso não é motivo para deixarmos esses alunos à margem dos demais”(relato da pedagoga do 5° ano).

Vemos que mais uma vez a professora demonstra consciência e responsabilidade diante dos direitos adquiridos pelas pessoas com deficiência em relação à sua educação.

No tocante ao comportamento do aluno asperger em sala de aula, a professora pesquisada revelou que o mesmo aparentemente é tímido e com certa dificuldade de se relacionar com os colegas de turma. Fato este que é uma das características desta síndrome.

Além destes aspectos citados, foi indagado à professora pesquisada ainda sobre o aspecto familiar do asperger em relação ao incentivo e participação na sua vida escolar e esta afirmou que há esta parceria entre a escola e a família, o que ajuda no desenvolvimento da sua aprendizagem.

Por fim, foi questionado junto a esta professora sobre a sua avaliação com a criança asperger, esta revelou:

“As crianças com SA apresentam muitas dificuldades em interagir socialmente, além de demonstrarem pouco jeito para começar este processo e até mesmo para manter uma conversa, tendo assim, dificuldade na sua comunicação” (pedagoga do 5° ano).

Esta fala da professora também comprova outra característica dos aspergers que é a dificuldade de comunicação que estes têm diante das pessoas, lugares, entre outros, o que reforça o fato de se ampliar o nível de limitação que estes representam, mas que também não é um fato que possa ser considerado como um grande obstáculo, mas como mais um desafio a ser rompido.

Considerando que não somente a escola, mas a família deve se responsabilizar pelo compromisso em permitir, incentivar e ajudar o filho/aluno com asperger a freqüentar a escola, mas também para garantir que seus direitos sejam inviolados, é preciso que oportunize a realização de um canal de informações que possam contribuir positivamente com a vida educacional do filho, mantendo uma estreita ligação com a escola, no sentido de melhor auxiliar o aluno com SA no processo de ensino-aprendizagem.

Frente a este quadro, a pesquisadora ainda propôs uma entrevista com a mãe do aluno asperger, para conhecer melhor sua forma de enxergar a deficiência, bem como suas dificuldades, seus anseios, suas inseguranças, assim como suas potencialidades no ambiente escolar, com a ressalva de que a parceria entre a família e a escola é imprescindível para o sucesso da aprendizagem, socialização e inclusão social.

Já em relação aos dados coletados com a mãe do aluno asperger, os mesmos procedimentos utilizados com os dados da professora foram apresentados, visto que, através da entrevista pudemos conhecer melhor a relação entre a família do SA e a escola, uma vez que a criança foi alfabetizada mesmo com suas 38limitações e ainda observamos a importância da parceria entre a família e a escola para o processo de ensino-aprendizagem desse aluno.

Então, ao iniciarmos a entrevista com a mãe, também enfatizamos a questão da preservação da sua identidade e sigilo para que os dados fossem realmente apresentados de forma clara e objetiva conforme pretensão da pesquisadora.

A princípio, a pesquisadora levou em consideração o aspecto escolar do asperger e o enfrentamento da família e a mãe respondeu que a escola desempenhou um papel importante para a aceitação e acolhimento do mesmo ao relatar: “No momento que fui matricular meu filho na escola senti que ele foi muito bem aceito e achei grande facilidade, pois tanto a diretora quanto a professora e demais funcionários receberam meu filho muito bem, apesar das suas dificuldades” (relato da mãe do aluno com SA).

Observamos neste diálogo que a mãe teve total e irrestrito apoio da escola como um todo em relação à aceitação do seu filho sem discriminação ou preconceito, já que a pessoa com deficiência também merece crédito e respeito.

No tocante às dificuldades do filho asperger no seio familiar, a mãe diz ter sofrido bastante com as suas dificuldades, e afirma: “sofremos muito com o pai do meu filho, porque ele era muito violento e não tinha contato com seu filho, a criança tinha medo do próprio pai e não chegava perto dele por nada, só depois foi melhorando”.

Observa-se que o diálogo da mãe vem em forma de desagravo e desapontamento, visto que além da criança ser “diferente”, tinha o distanciamento do pai como comportamento.

Quando indagada pela pesquisadora em relação à participação familiar na vida escolar do seu filho, a mãe respondeu: “Sempre procuramos participar das coisas da escola e só não vamos a algum evento quando não podemos e ao chegar em casa sempre procuro ajudá-lo nas atividades da escola. Às vezes até exagerava nas ajudas e meu filho reclamava comigo dizendo que sabia fazer”.

Nota-se que os cuidados redobrados da mãe em relação às atividades do seu filho são normais, mas ao mesmo tempo, tem uma tendência superprotetora que até mesmo a criança não gostou o que reforça o fato de que, muitas vezes a família subestima a capacidade do filho com deficiência.

Voltando-se para o papel da escola e, ao ser indagada para o recebimento adequado do seu filho, a mãe respondeu: “Houve muita aceitação da escola para com meu filho, apesar de ter havido alguns desentendimentos entre um aluno com deficiência intelectual e meu filho e ele ficava com medo, pois todos os dias a outra criança mordia ou brigava na saída da escola”.

Vendo a questão acima, observamos que os medos do filho eram os medos também da mãe, já que muitas vezes as coisas que acontecem com os alunos os seus professores não sabem ou não vêem.

Indagada sobre a ajuda da família na socialização do filho asperger, a mãe revelou: “eu deixo ele à vontade e respeito seus limites, apesar de antes eu ter tido mais medo de deixá-lo até brincar com outras crianças, pois ele não sabia se defender”.

Mais uma vez observa-se neste relato da mãe que a mesma estava sempre preocupada com seu filho, mas por outro lado, o privou de integrar-se a seus pares, aumentando, desta forma, o receio em integrar-se socialmente, até porque a não socialização já é uma das características de indivíduos com SA.

Por fim, indagada sobre a relação do seu filho asperger com a escola, a mãe respondeu: “Realmente é muito boa, satisfatória para meu filho e para sua vida educacional, visto que antes ele parecia frágil e inseguro, agora ele demonstra coragem e felicidade para ir à escola todos os dias sem falta”.

Olhando o modo da mãe enxergar a relação entre seu filho e a escola, percebemos que a mesma fala com certa segurança e que seu filho vem melhorando gradativamente na sua aprendizagem e na visa social, o que demonstra que nada adianta os pais privarem seus filhos com deficiência do convívio social e ainda reforça o fato de que o papel da inclusão é, sem dúvida, um importante mecanismo de aceitação e respeito às diferenças em todos os seus níveis.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das discussões teóricas e práticas em torno da inserção de pessoas com deficiência na escola regular de ensino, especialmente o aluno com síndrome de Asperger, que é o objeto de estudo deste trabalho, evidencia-se um movimento contínuo e transformador da educação e do papel do professor diante de uma nova realidade que é a educação inclusiva, dando oportunidade e respeitando um dos direitos constitucionais que é o direito de todos à educação, segundo nossa constituição.

Neste sentido, ao identificarmos as principais dificuldades, bem como as possibilidades de avanço na vida educacional do asperger, pudemos verificar que a realidade estudada resguarda esse direito e tenta se adaptar ao novo modelo de inserção educacional e social de pessoas com deficiência na escola regular. No entanto, muitos são os desafios e as adaptações que a escola tem que fazer, no sentido de melhor atender as necessidades de cada aluno, sendo este deficiente ou não.

É, portanto, refletindo e analisando este novo processo, que o educador pode revolucionar seu modo de ensinar, contemplando todos os alunos na dinâmica pedagógica e social da educação.

Porém, frente a este novo panorama, muitas são as inseguranças, dificuldades e receios por parte de muitos professores que se sentem desprovidos de recursos específicos e adaptados para trabalharem em sala de aula comum com alunos deficientes.

Contudo, apesar dessas dificuldades, ainda há professores que tentam melhorar sua prática para melhor atender seus alunos, sejam estes deficientes ou não.

Deste modo, considerando o fato da educação inclusiva só ter chegado efetivamente recentemente nas escolas, devemos ter em mente que é necessário tempo e disponibilidade para que os professores possam renovar seu repertório de atividades que possam contribuir com a aprendizagem de crianças com deficiência na escola regular.

Compreendendo que a SA é uma deficiência que envolve limitações sociais sérias, podemos considerar ainda que a escola tenha o papel de facilitar essa área e 41

possibilitar que o aluno asperger melhore sua qualidade de vida, através do apoio e parceria com a família, onde cada avanço aponte novas possibilidades e a aprendizagem possa fluir naturalmente, com respeito às diferenças e partindo em direção à otimização do processo educativo e social dos aspergers.

Logo, podemos observar que o compromisso que devemos ter em relação à educação inclusiva e social de pessoas com deficiência, deve estar referendado pela responsabilidade que cada um de nós deve ter frente aos novos e instigantes desafios, propondo soluções e adequações físicas, materiais, pessoais e sociais em torno de pessoas com deficiência e em especial com síndrome de Asperger.

Para tanto, se faz necessário que haja uma mudança de paradigma, pois muitas escolas ainda adotam uma postura tradicional, conservadora, arcaica e preconceituosa para com o trato de pessoas com deficiência, o que interfere de modo negativo, no desenvolvimento de uma nova educação, que seja de fato inclusiva e transformadora para todos.

No entanto, ao voltarmos nossos olhares em direção à participação da família durante o processo educacional do filho com SA, notamos que é de importância capital que esta reconheça e facilite a inserção do papel social e integrativo a que o filho tem direito, mesmo com suas limitações, mas que o apoio e incentivo educacional melhorem gradativamente para que os resultados possam ser positivos em todos os momentos.

Por fim, diante da realidade aqui apresentada, os objetivos propostos neste trabalho foram alcançados por considerarmos que os estudos acerca da Síndrome de Asperger, o papel da escola inclusiva, bem como o apoio da família, permearam as discussões teóricas e práticas deste estudo, de forma clara, objetiva e real, mas não teve a intenção de concluir tais reflexões, pois possibilita o enfrentamento de novos estudos em decorrência da busca pelo aprimoramento das ideias e repercutindo de modo satisfatório sobre a qualidade da educação em todos os seus contextos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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