O mundo é feito de afetos, basta aceitarmos que é condição primordial se deixar afetar pelo mundo, pois enfim como dizia o poetinha: "O mundo é feito de encontro, embora haja tanto desencontro..." Sartre dizia: "O inferno são os outros" Talvez porque se deixar afetar pelo mundo requer paciência e sabedoria que só adquirimos com a maturidade, e de tanto se deixar afetar pelo mundo reconhecendo que a condição vital e primordial da vida é o encontro que temos com ela a cada segundo e a cada instante pulsional dela a vida em nosso coração. Reconhecemos a maturidade em nós quando, encaramos com naturalidade e simplicidade essa condição de nos deixarmos afetar pelo mundo que nos transforma e imprime sua condição, tal como o banco de areia é afetado pela onda do mar que o transforma a cada batida afetando sua natureza até aquele momento estática. Nada ė imutável na vida, a transformação é bem vinda, pois o mundo nos afetara, porque essa é a sua condição natural. Cabe a nós afetados encarar a diversidade que nos cerca com simplicidade, amando o mundo como ele é. As vezes a resiliência esconde uma Vaidade de querer se mostrar sempre forte. A humildade é uma virtude que reconhece nossos limites e reconhecer-se como frágeis nos torna leve em um mundo que exige a perfeição e não permite falhas, e fomentando o empreendedorismo e o " Eu nasci para ser feliz, Eu nasci para vencer, blá, blá, bla..." Nascemos para viver e viver a vida implica em ganho e derrota, erros e acertos. A vida é mais que uma cartilha... A vida é o sabor dos encontros, a vida é a escolha diante do sempre inusitado e inesperado. A simplicidade é a marca indissolúvel de Deus em nós. Oscar Wilde dizia: "A vida é muito importante para ser levada a sério" dizia também: " viver é a coisa mais rara do mundo, a maioria das pessoas apenas existem" A maturidade nos ensina que cuvar-se, muitas vezes não significa servidão e sim simboliza o peso que temos em nossas costas em ter que decidir a cada instante de vida, a melhor vida e o melhor mundo que nos apresenta. A simplicidade é a sabedoria que reconhece que tudo vai e só o que fica é a angústia de um momento mal vívido ou a satisfação de um segundo de felicidade. Sê simples, pois a simplicidade não me obriga ser o melhor em nada, mas me condiciona a ser humilde e reconhecer os meus medos, as minhas aflições, minhas pulsões e desejos mais infames, e reconhecendo-os em mim, trabalha para que adormeça-os. A simplicidade reconhece que somos farinhas do mesmo saco e que se atritam ao balançar do saco (mundo) que nos afeta. Seja simples, seja leve e reconheça o atrito como algo natural no saco de farinha (mundo) com tantos grãos (pessoas) a conviverem num mesmo saco. Não seja tão rigoroso com os atritos, receba-o com um sorriso (leveza) ou uma gargalhada (sarcasmo), entendendo que a evolução é um processo natural em que todos estão inseridos. A simplicidade se satisfaz tanto com uma pergunta idiota quanto com uma pergunta excelsa. A simplicidade é sorrir sempre e principalmente dos nossos tropeços. Quando olhamos à todos num processo único de evolução, sentimo-nos felizes em fazer parte desse imenso saco de farinha. A simplicidade mais que uma virtude é condição de vida que nos torna leve diante de um mundo competente e avesso a falhas. A simplicidade é o juiz que absolve o erro assim que o reconhece em sí num gesto sublime de humildade.