ANA CRISTINA AMARAL, CAMILA MAGALHÃES CARDOSO

RESUMO
O presente artigo tem como objetivo analisar a sátira, que por sua vez serviu como tema de grandes produções que acrescentaram ao corpus da literatura latina, bem como mostrar as características e finalidades da mesma através de suas técnicas, dentro de uma perspectiva histórica e contextualizada com os aspectos característicos da época, dando ênfase ao sentido pitoresco que as sátiras exerciam sobre a percepção e apreciação popular, uma forma de provocar e promover uma visão crítica, para dessa que venha reconhecê-la como relevante fonte etimológica Os autores que utilizavam essa vertente como tema propõe uma seqüência de caracteres relevantemente apreciativos e lógicos, na qual se buscam as causas e os efeitos da inserção da sátira em enredos que exalta tanto a criticidade.

Palavras-chave: Literatura latina. Sátira. Características.

RESUMEN

En este artículo se querer analizar la sátira, que a su vez sirvió como el tema de las grande producciones que se sumaban al corpus de la literatura latina, así como mostrar las características y efectos de que a través de sus técnicas, desde una perspectiva histórica y el contexto con los rasgos característicos de la época, haciendo hincapié en el sentido de que la sátira pintoresca ejercida sobre la percepción popular y reconocimiento, una forma de provocar y promover una visión crítica de este modo a lo reconocen como relevantes autores fuerte etimológico que utilizaron este tema como parte propone una cadena pertinentes para evaluar y lógica, en el que buscar las causas y los efectos de la inserción de la sátira en las parcelas que exalta tanto la criticidad.

Palabras claves: La literatura latina. La sátira. Características.

INTRODUÇÃO

No presente artigo serão abordados aspectos que se referenciam a inserção da sátira em produções literárias desde tempos relacionados à antiguidade literária, assim sendo, a sátira será encarada como recurso de desenvolvimento no âmbito da literatura latina. Faz-se necessário ainda identificar os fatores que levaram grandes autores, poetas e escritores de língua latina a relacionar literatura, sátira e outros temas de forma tão marcante, partindo do pressuposto que os fatos satíricos seguem uma trajetória desde a época latina até os tempos modernos, atentando sempre para as modificações ocorridas nesse percurso e as ações que levaram a transformações tão significantes nesse âmbito literário, enfatizando desde o eu no contexto histórico.
Posto isso, considerando que a literatura e suas vertentes é um tema que está significativamente presente no dia-a-dia da educação, este artigo discorre uma exposição de como certos autores utilizaram-se de recursos característicos da sátira para engrandecer suas obras. Desenvolvendo assim, objetiva-se demonstrar a relevância da sátira para o construir literário. Para tanto, foi realizada uma pesquisa laboral com o intuito de melhor fundamentar o conteúdo do assunto em questão, proporcionando resultados que dispuseram a busca contínua de conhecimentos relacionados à prática da sátira nas produções literárias latinas.
A investigação objetivou alcançar, além dessas metas, o conhecimento desse tema de uma forma geral. A metodologia dedutiva adotada, partindo da contextualização histórico-literária e das razões da inclusão do conceito básico do que é sátira, permitiu a compreensão mais acurada dos fatores favoráveis ou ainda adversos ao êxito dos sugeridos autores na consecução de seus objetivos, o que por sua é de suma importância para o desfecho lógico das ações presentes nas obras em questão.

1. BREVE HISTÓRICO DA LITERATURA LATINA

Dentro do imódico âmbito da literatura está significativamente presente um corpo de obras literárias escritas em latim, a esse corpo dar-se o nome de literatura latina ou ainda romana. Este por sua vez, permanece até os tempos atuais como um duradouro e imprescindível espólio de uma cultura relativamente presente, que é da Roma Antiga, entre as quais estão presentes grandes produções com vertentes da poesia, comedia, tragédia, sátira, história e retórica, temas estes que tinham particularmente como base, principalmente a tradição literária de origem grega, desde que essa estivesse em um importante grau de amadurecimento, porém é de suma importância frisar que mesmo com a queda do Império Romano Ocidental a literatura latina, como a língua também dessa origem, continuaram a desempenhar papel central na civilização européia e ainda ocidental.
No entanto, vale ressaltar que a vertente literária em questão é costumeiramente dividida em períodos distintos e determinados, pois a literatura latina sempre apresentou notória influência da cultura grega. Seus poetas, dramaturgos, oradores e filósofos constituem, junto com os gregos, o grande binômio conhecido como "cultura greco-latina", que serviu de modelo para a literatura ocidental.
De modo geral, não é uma tarefa fácil caracterizar a literatura latina, haja vista, que pouco se sabe sobre ela até a concretização de sua helenização, porém já existiam alguns gêneros como oratória, a história e o direito; a prosa teve autores como Tito Lívio e a sátira, gênero romano por excelência com Lucílio, Marcial e Juvenal. Conseguintemente, pode-se constatar que dois gêneros podem ser tidos como introdutores iniciais da literatura latina, sendo eles o teatro e a poesia satírica

2. O CONCEITO DE SÁTIRA E SEU DESENVOLVIMENTO NA LITERATURA LATINA

Do ponto de vista etimológico, a origem do termo sátira se relaciona ao composto lanx satura que, na língua culinária, designava a oferenda dedicada a Ceres, que consistia em um prato com frutos variados. O vocábulo era também utilizado para designar, na linguagem política, uma reunião de leis que se pretendia votar conjuntamente. O termo usado metaforicamente reflete exatamente a característica básica do gênero em suas origens: a diversidade temática e formal.
Para que se entenda de forma relevante o tema proposto por este artigo é necessário que se parta de um conceito, que será encarado como divisor de águas, que por sua vez, facilitar a compreensão dessa pesquisa, desse modo, a sátira pode ser tida como uma técnica literária ou ainda artística que ridiculariza um determinado tema, indivíduos, organizações ou estados. Geralmente essa prática pode vir como forma de intervenção política ou de outra natureza, com o objetivo de provocar ou evitar uma mudança significativa. Na maioria das vezes em que é identificada os adjetivos satíricos referem-se ao próprio autor da sátira. No decorrer do tempo a sátira tornou-se uma composição de tema variado é adquirida em forma de prosa e verso. Poesia de crítica sarcástica e mordaz dos costumes sociais. Possui como objetivo principal provocar ou evitar uma mudança, política social ou moral.
A sátira não é uma criação dos romanos porém, suas origens estão ligadas as noites em que a poesia era utilizada para lançar o ridículo sobre as pessoas, as épocas e os costumes da época. A sátira transforma-se em humor satírico, ou seja, cômico por apresentar semelhanças da realidade. Provavelmente tenha surgido em meados do século IV a.C. Destacam-se na arte satírica Ênio e Pacúvio, mas é com Lucílio que a sátira se define como gênero literário e a partir desse período perdeu as suas características de dramaticidade e teatralidade.
Falando-se do conceito chave de sátira, torna-se interessante fazer relação sucinta ao século XII e ao século XIV, estes que por sua vez, fazem relação ao período do Trovadorismo em ligação as cantigas de escárnio e maldizer. Há essa relação por ser neste período que também foi comum, sem grandes criticas ou omissões o poema satírico, representado pelas cantigas de escárnio (crítica indireta) e de maldizer (crítica direta).

2.1 AS PRINCIPAIS TÉCNICAS PARA UMA BOA PRODUÇÃO SATÍRICA

Como qualquer outro gênero literário, para que um autor tivesse a sátira como principal tema de suas obras foi preciso, desde a antiguidade, a utilização coerente e lógica de técnicas satíricas, para melhor fundamentar e erradicalizar suas produções no âmbito da literatura latina. Dentre essas técnicas pode se destacar a chamada "diminuição", que por sua vez diz respeito à redução do tamanho ou ainda da grandeza de algo, de tal forma a revolver sua aparência burlesca ou a fazer essa mesma forma sobressair-se por seus defeitos mais criticados
Outra técnica satírica bastante utilizada desde as origens da literatura latina é intitulada "inflação", esta que condiz ao fato de exagerar aumentando algum aspecto daquilo que é satirizado, servindo também para acentuar os defeitos do que se pretende satirizar, em suma, pode ser tida como uma forma de hipérbole.
Entre as relevantes técnicas de sátiras está ainda a denominada como "justaposição", esta por sua vez exerce o fundamental papel de colocar em patamar de igualdade coisas que a primeira instância apresentam importância desigual, de tal modo a rebaixar algumas outras coisas supostamente altivas, ao nível de outras consideradas menos pobres ou menos favorecidas.
3. OS AUTORES E A SÁTIRA COMO TEMA

No século XVI, época do Classicismo na história, a sátira vai ganhando relevante proporção, haja vista, que compromissado com o resgate de formas e valores da cultura clássica, ou seja, greco-romana, Miguel de Cervantes faz uma sátira bem humorada das novelas, cujos temas eram as cavalarias, criando o personagem Dom Quixote e seu escudeiro, Sancho Pança, na famosa obra Dom Quixote de La Mancha.
Há muitos autores que destacam de forma ímpar a sátira que se faz presente na literatura latina. Com um estilo simples, Lucílio criticava os costumes e a vida cotidiana. Pequena parte dos 30 livros que escreveu foi conservada; Horácio que é tido como o poeta da reflexão, escreveu sátiras, odes e epístolas. Predominam o equilíbrio e a harmonia de suas imagens e em seus últimos anos de vida, preferiu as epístolas, nas quais tratou de assuntos morais e literários.
O período de 18 a 200 inicia-se com a morte de Augusto, enfatizando o desmoronamento do Império Romano, dessa forma ressurge a sátira com Marcial, crítico violento da sociedade romana; Varrón, autor de sátiras menipeas, classe especial de sátira reconhecida por sua mistura de verso e prosa, e explicitamente colocada na perspectiva de uma herança grega, já que fazem referência a Menipo de Gádara, filósofo cínico grego do século segundo a. C; Persio, de estilo obscuro e de conteúdo influído pelo Estoicismo; Sêneca, que empapa seus textos de filosofia moral e de episódios picantes e propriamente satíricas, mas também como provável autor de uma sátira menipea; Juvenal, quem contaminou com um ácido e amargurado humor seus propósitos morais, atacando à sociedade em todos seus vícios: tirania, perversidade feminina, superstições, privilégios...; Petrônio consagrou uma sátira menipea extensa a criticar a sociedade em tempos do imperador; Nerón em forma de novela, seu Satyricon, da que só têm subsistido alguns fragmentos.

3.1 A RELAÇÃO E DISTINÇÃO ENTRE A SÁTIRA E A PARÓDIA

De certa forma a paródia pode estar relacionada com a sátira, uma vez que a paródia imita outra forma de arte, de uma forma exagerada, para criar um efeito cômico, ridicularizando, geralmente o tema e estilo da obra parodiada, em suma esta é a principal relação entre esses dois gêneros, porém, é necessário que se atente para o fato de que ainda que por vezes as técnicas próprias da sátira e da paródia se sobreponham, não são sinônimas, que segundo Arruda:

A sátira nem sempre é humorística - por vezes chega a ser trágica. A paródia é inevitavelmente de caráter cômico. A paródia é imitativa por definição - a sátira não tem de o ser. O humor satírico tenta, muitas vezes, obter um efeito cômico pela justaposição da sátira com a realidade. O principal objetivo da sátira é político, social ou moral - e não cômico... O humor satírico tende, pois, para a sutileza, ironia e uso do efeito cômico do deadpan (impassibilidade do humorista, como se não percebesse o ridículo das situações que apresenta). (p. 15 1991)

Atualmente, tanto a sátira quanto a paródia ganham sumariamente elementos novos, pois se passa a trabalhar com o jogo de imagens e sons, graças a recursos audiovisuais, sendo esses dois os principais elementos com que se irá criar o efeito cômico ou o efeito crítica-ironia, e não mais através somente do texto e de sua interpretação. O leitor da sátira e da paródia passa ao espectador desses estilos que em última análise podem se manifestar em qualquer tipo de linguagem.
Uma das principais características da sátira antiga presente na literatura latina é a apropriação paródica dos mais diversos gêneros literários da antiguidade, incluindo ainda uma heterogeneidade estilística seqüencial, que podia vir em prosa ou em verso e se encontravam misturados no mesmo texto. Mas há ainda outra etimologia, que se liga à língua grega, associando a sátira latina à figura mítica do sátiro, lembrando uma de suas características mais relevantes, já encontrada na comédia antiga e transmitida ao romance: a irreverência. O que caracteriza a irreverência satírica é seu caráter denunciador e moralizador pois, de fato o objetivo da sátira é atacar os males da sociedade, o que deu origem à expressão latina: castigat ridendo moris, que se pode traduzir livremente como "castigar os costumes pelo riso".
Portanto, por seu caráter denunciador, a sátira é essencialmente paródica pois, se constrói através do rebaixamento de personalidades, sejam estas reais ou fictícias, instituições e temas que, segundo as convenções clássicas, deveriam ser tratados em estilo elevado. Segundo Arruda "... a sátira ri de assuntos e pessoas ?sérias?, para denunciar o que há de podre por trás da fachada nobre impingida à sociedade". (p.25 1991)


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante o estudo em questão, pretendeu-se explicar sobre a relevância da sátira, bem como a sua contextualização inserida a língua latina, que apontam as raízes das produções de grandes autores. Discorrendo ainda, a origem e a importância das técnicas satíricas, objetivando com o mesmo as definições e características que a sátira possui, para dessa buscar-se um resultado relevante, haja vista, ser muito comum, quase definindo sua essência, que a sátira esteja fortemente impregnada de ironia e sarcasmo, estes que por sua vez que representam grandes vertentes da literatura, romana que influenciou forte e significativamente a literatura latina, representando sumariamente toda uma cultura e um clero presente até os dias atuais.

REFERÊNCIAS

ARRUDA, J. J. A. História: Antiga e Medieval. 14ª edição, São Paulo: Ática, 1991.

MARTIN, M. C. A Língua Latina: sua origem, variedades e desdobramentos. Disponível em http://www.filologia.org.br/revista/36/02. Acesso em: 15 ago. 2010.

MOTA, A. J. HORÁCIO: Poeta e Crítico social. Disponível em: http://www.gelne.ufc.br/revista_ano4_no2_36.pdf. Acesso em: 16 ago. 2010.

HISTÓRIA DA LITERATURA. Disponível em: http: www.suapesquisa.com/literatura/. Acesso em: 16 ago. 2010.

TERMO LÍNGUA LATINA. Disponível em: http//pt.wikipedia.org/wik/Iíngua-latina. Acesso em: 20 ago. 2010.