A SACOLINHA DA VIDA
Na nossa vida somos obrigados a fazer, completamente sozinhos, duas viagens. A primeira é quando nascemos, quando saímos da pátria celestial e viemos cumprir alguma missão no planeta terra. A segunda é quando, terminado o trabalho e esgotado o nosso tempo vivenciando a experiência de estar na carne voltaremos para a casa do nosso Pai Criador. A primeira viagem é chamada de nascimento e a segunda denominamos morte. Quando estamos sendo preparados para nascer no planeta terra, Deus nos confia uma sacola muito pequena e nos diz. Meu filho, isto é para você levar para a sua viagem. Quando voltares, você poderá trazer da terra todas as coisas que couberem nesta sacola. Diremos ao Criador, mas Senhor, ela é muito pequena, não cabe quase nada aí dentro. O Pai Celestial responderá. Engano seu meu filho, pois nesta pequena sacola você poderá trazer tesouros incalculáveis. Como saberei onde estão os tesouros que cabem nessa pequenina sacola, perguntaremos. O Criador nos responderá, siga as palavras do meu filho que eu mandei para ensinar toda a minha lei. Com essas explicações viemos a este mundo. Nascemos como todas as crianças, nus e chorando por ter deixado o abrigo da casa Paterna e o aconchego do útero materno. Vamos crescendo e desenvolvendo nossa capacidade intelectual até nos tornarmos realmente conscientes da nossa existência como seres humanos. Essa preparação é longa, leva muitos anos, porque necessitamos aprender regras, conceitos, valores e tantas outras coisas que formarão o nosso caráter. É claro que não nos lembraremos da sacolinha, isso estará oculto no nosso consciente, mas bem guardado no âmago do nosso ser. Chegaremos à adolescência e começaremos a prática de muitas coisas próprias da idade, porque ainda não despertaremos para os reais valores da vida. Alguns jamais despertarão e morrerão velhos como se ainda adolescentes fossem. Outros tantos passarão por essa fase e ingressarão na idade madura, constituirão família, conseguirão trabalho, comprarão carros importados e luxuosos, fazendas, sítios, barcos sofisticados e etc. Ficarão tão maravilhados com esses tesouros que não conseguirão mais viver sem eles. Muitos venderão a sua consciência ou comprarão a consciência dos outros. Tantos se deixarão levar pela corrupção que lhes abrirá as portas para ganhos monetários milionários, às custas do sofrimento do povo, das lágrimas dos necessitados e carentes. O orgulho, a vaidade, a avareza, o desprezo aos mais humildes tornar-se-ão coisas sem grande importância, porque teremos tudo o que precisarmos. Conquistaremos todas essas coisas e elas são nossas. Porém, um dia, quando menos esperarmos seremos chamados a interromper a nossa caminhada no planeta terra e retornar a casa Paterna. Aí nos lembraremos da pequena sacola que carregamos no ombro e desesperadamente tentaremos colocar dentro delas todas as nossas coisas que conquistamos. Porém nada cabe dentro dela, ela é muito diminuta. Ficaremos agarrados a todas as coisas materiais que julgamos nos pertencer e lutaremos com todas as nossas forças para não regressar, para não deixar a matéria e proceder a segunda viagem. Mas o Criador nos chama e partimos independentemente da nossa vontade. Ao nos defrontarmos com o Pai ele nos perguntará quais os tesouros que você conseguiu trazer na sua sacolinha? Responderemos, Senhor não pude trazer nada, pois nada coube nela. Deus nos olhará com compaixão e nos dirá meu filho, perdestes a grande oportunidade de trazer tesouros incalculáveis que o tornaria feliz por toda a eternidade. Filho bastaria que você seguisse as palavras do meu querido Filho Jesus, que morreu por ti também, quando praticamente substituiu as leis de Moises por apenas uma máxima: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Se tivesses praticado essa lei a sua sacolinha estaria transbordando de amor, caridade, compaixão e luz. Como estará a nossa sacolinha? Poderemos ser chamados a regressar a qualquer momento.
Itamar da Silva Dutra ? Advogado ? [email protected]