A chamada primeira Revolução Industrial ou com mais propriamente é chamada - Revolução Industrial inglesa -, foi um acontecimento de proporção intimamente ligado à Inglaterra, que se realizando melhor que os outros países partem para a área central da economia-mundo, a acumulação primitiva de capitais, pode criar condições que permitam a introdução continua de inovações técnicas e da forma fabril de produção. Esse processo de desenvolvimento industrial conseguiu levar o homem a tornar-se independente das forças da natureza, para realizar as suas tarefas produtivas. Entre 1769 e 1782, com a introdução da máquina a vapor por James Watt que introduzida às ferrovias são uma "invenção" que permitiu um notável aumento na produção mineira, principalmente de carvão e ferro. Já em termos de produção, a Revolução Industrial Inglesa caracterizou-se com um tripé: a indústria têxtil, a siderúrgica e a mineração de carvão.

O comentário de um visitante alemão retrata fielmente uma Inglaterra transformada pela Revolução Industrial, em 1835, "observamos centenas de fábricas com cinco ou seis pavimentos, cada qual com uma chaminé colossal ao seu lado, exalando negro vapor de carvão". Como se encontrava o trabalhador nesse processo, na verdade via-se transformado em acessório de produção, podendo ser trocado sem alterar em nada, houve também uma migração para as cidades industriais, onde qualquer que fosse a inovação técnica imediatamente ampliava-se o mercado de trabalho.

A mais acurada teorização acerca da estrutura interna do sistema capitalista (que sustentava que a crescente exploração da classe operária levaria o sistema a crises sucessivas, até uma crise final, quando o operariado tomaria o poder instalando outro sistema econômico - o socialismo) foi esboçada por Karl Marx e Friedrich Engels na obra Manifesto Comunista (1848), e sistematizada em O Capital (1867), esses autores vivenciaram as transformações sociais que a Revolução Industrial causou à Inglaterra.

O conjunto de inovações que acabou ficando chamado de Segunda Revolução Industrial fez com que alterasse o sistema econômico capitalista, uma mudança tanto em sua organização com em sua estrutura, dentre as modificações que ocorreram com a Revolução Industrial apenas a estrada de ferro permaneceu recebendo recursos, pois o ferro aí deixou de ser um produto industrializado, para se tornar matéria-prima para o aço. Também o vapor de água foi substituído pela eletricidade e pelo petróleo, como uma fonte de energia. A indústria química também permitiu que ocorresse uma crescente independência industrial das matérias naturais. As fábricas conheceram seu apogeu com a introdução da linha de produção, assim a ciência tornou-se matéria auxiliadora da técnica, e a administração dos negócios adquiriu um caráter científico. A ferrovia popularizada na Inglaterra como um meio de transporte eficiente, também rápido e barato.

A Revolução Industrial Inglesa com o aparecimento da indústria química produziu um impacto entre as relações homem e natureza, que com essa relação o homem tornou-se independente da natureza podendo produzir artificialmente e sinteticamente matérias-primas, agora países que não possuíam jazidas de determinados produtos, que podendo ser devido a sua condição geoclimática não permite o cultivo de plantas tintoriais, podem agora produzi-las artificialmente, anilinas, ácidos, tecidos e corantes sintéticos, alcalóides, explosivos, essências, medicamentos e plásticos são produzidos em grande volume, com essa nova indústria que "imita a natureza".

Devido à introdução da linha de produção a produção fabril recebe um grande impulso, essa permite uma extrema especialização do trabalho, aumentando a produção, e barateando mesmo que sensivelmente os custos unitários dos produtos industrializados. Também a livre concorrência entre as empresas, esta pela conquista do mercado consumidor, faz com que o "capital maior engula o capital menor", fazendo com que este se concentre, e este concentrado faz com que ele possa aumentar seus lucros, podendo estabelecer seus preços e controlar suas ofertas. Assim esse capital monopolista manifesta-se na condição de dois tipos de empresas, os trustes e os cartéis. Os trustes são acumulações verticais de capitais, que controlam a oferta de determinados produtos, desde as fontes de matérias-primas, passando pelos processos de fabricação, até a sua comercialização. Já os cartéis são acumulações horizontais de capitais, que controlando apenas parte do setor produtivo, levam as diferentes empresas especializadas em suas diversas etapas, a associarem-se a fim de que possam impedir a concorrência de outras e controlar os mercados.

Como nesse novo mundo a ciência passa a ser considerada, e torna-se um esforço concentrado e metódico, para o avanço da técnica, também o gerenciamento dos negócios passa a possuir um caráter técnico-científico, com o aparecimento de administradores e gerentes profissionais, o que leva à separação entre a propriedade e a direção das grandes empresas, exemplo foi Frederick W. Taylor (1885-1915), que com seus métodos que procuravam ter um máximo rendimento produtivo dos operários, com um rigoroso procedimento de trabalho, fazendo com que os operários seguissem o mesmo ritmo das máquinas, este também foi adotado por Henry Ford, na produção de seus automóveis. Tudo isso levou a característica da Segunda Revolução Industrial a acumulação de capitais, pelo fato de que a concentração de capitais faz parte da própria dinâmica do capitalismo.

Enquanto a Inglaterra foi durante muitas décadas a única nação realmente industrializada, os demais países continuavam agrários, talvez pelo fato de serem burguesias nacionais fracas e desarticuladas para que pudessem influir na política de seus Estados com sucesso, e atenderem aos seus interesses. Esses países iriam enfrentar a concorrência de uma Inglaterra já há um século industrializada e possuidora de vastas possessões coloniais que garantem a ela mercados consumidores seguros, e como fontes abastecedoras de matérias-primas. A ausência da industrialização nesses países não implicava que estes não pudessem se desenvolver como países capitalistas, ou mesmo que estivessem sendo sujeitos de qualquer outro sistema econômico. Mas, a partir do momento em que o capitalismo se constitui isso nas décadas do século XVIII na Inglaterra, ele passa a ter a capacidade crescer na economia-mundo desde décadas do século XVI. O que passa a acontecer é que as pequenas parcelas dessa economia-mundo tornam-se áreas centrais do sistema capitalista. Isso acontece com a Inglaterra por mais de um século, em quanto isso os outros países permanecem periféricos, no sentido de favorecer a área central, graças à existência de um desenvolvimento desigual e de uma relação de troca também desigual. Mas o que a industrialização traz para um país não sua inclusão no sistema capitalista, mas a sua admissão na área central desse sistema.