A REVELAÇAO DO MAL - Parte 2


Hoje céu é azul e as nuvens brancas
Os pés firmes no chão e a cabeça leve no ar
Os olhos a tudo avidamente vislumbrar

Abruptamente surge a luz do nada vem para iluminar o momento que nada aconteceu
É que no nada que nada acontece é que tudo pode subitamente submergir

Mesmo com tudo dominado não quer dizer que uma fração de nada ganha vida e vaza para um outro lado totalmente desconhecido

Sendo patrulhado, olhos para todos os lados
Direita ou esquerda tanto faz tudo dá no mesmo engano
Medo/ desolação/ desunião/ descontentamento/ delírios à parte tudo continua sem solução
Para onde vai esse caminho essa estrada feita para ser apagada?
Nada muito além do que se permite ir sob a fumaça da ilusão que se turva cada vez mais a cada passo
E os supostos guias batem cabeça na espessa neblina e na verdade não explicam nada
E quando explicam confundem mais ainda e tudo isso vira lei
Só para os que caem como moscas em suas redes pegajosas, aqueles que nada lhe é explicado vem marcados para não saberem de nada como animais que vai ruminando para o abate.

Pensa grande a mente comprometida somente consigo mesma e logo acha um aliado.

Falam de coisas velhas frutas passadas gosto de azedo no céu da boca amarga. Amansada a besta pasta no jardim estéril do ego no canto esquerdo do cérebro.
Pois é aí que tudo começou e é por isso que ninguém pode entender.
Como algo possa vir simplesmente do nada?
Quando muito percebe o que está a sua volta vê tudo invertido.
O circulo fica quadrado e a reta parece não levar a lugar nenhum.
O fantasma fica real e a realidade se oculta na luz clara do dia.
E o bem e o mal é a única coisa que existe neste mundo virtual e distorcido.
Mesmo sofrendo todas as conseqüências desta malfadada escolha.
Segue adiante indo há lugar nenhum sem cura nem esperança.
Nesse caminho frio escuro e vulgar se aprofunda além dos sentidos.
Vive tudo que se tem para viver para no fim descobrir o engano.
E um vazio imenso suga-o para dentro de suas entranhas.
O desespero o engolfa sem ao menos titubear e agora?
Embora não se entrega parece que nada vai mudar.
Desce rápido como uma pedra jogada num pântano.
Não tem tempo nem de juntar os fragmentos aleatórios no ar.
E já pressente um novo ataque começar.
De um lado eu e o meu mundo que no fundo é a mesma coisa.
E do outro lado uma força totalmente esclarecida

Não saiu nem um centímetro ainda do lugar da arrancada para a vida.
Cansado velho e fragilizado a única coisa que quer é se render.
Forja buracos, tocas, ninhos, mascaras, disfarces, personagens e personalidades.
Tudo em vão continua preso em si mesmo sem jeito de ser resgatado.
Enrolado em sua própria rede tentando em vão se desvencilhar.

Não consegue imaginar o que é nada.
Não há como abarcar o que o que não consegue conhecer.
Não há como afirmar o que não consegue nem ao menos perceber.

E é por isso que não percebe além do próprio nariz.
E é por isso que todos neste mundo estão enfiados nisso.
Cada parte até ao pescoço totalmente comprometido.
Enquanto a mente delira de insanidade geral.
É tomada de assalto por uma força totalmente contraria.
Mas o pior ainda está para ser mencionado para vir à tona.
O que não consegue ver continua não sendo visto.
Mas nem por isso não deixa de existir.
E o que se vê aos poucos se transforma em algo bizarro.
Assustador e é com terror que descobre que não pode mudar nada.
E o pesadelo se torna comum e invade a vida diária.
Sai pela pele do corpo como faíscas mortais.
Indo de encontro a tudo num colossal encontro frontal.
E parece que não há nada neste mundo que possa deter isso.
Por mais que se tenha feito nunca se sabe se valeu.
Toda uma vida totalmente desperdiçada?
Assim rompe e adianta o caminho.
Com a urgência de quem não tolera a omissão.
A insensatez , a covardia a falta de brio.
E é dessa forma repentina que abandona tudo.
Foge noite adentro sem olhar para trás.
De que estas fugindo? De que adianta dizer? Do vazio?
Se eu mostrar a cara do monstro vai acreditar?
Ela é do tamanho de todo o mal que existe.
Mesmo se eu lhe mostrasse não teria olhos para enxergá-lo.
Nada vai ajudar estamos amarrados na ancora que vai afundar.
Um buraco surgiu no barco e é nesta condição que navegamos.
Este barco precisa de reparo precisa de toda ajuda que puder.
Se começarmos agora ainda navegará o mar do infinito?

Se for pelos nossos critérios e aí quem sabe? Se fosse dito na cara não suportaria o peso da vergonha

Como um só momento pode ter tudo contido ali?

Parado, estático por quanto contradiz tudo
Estou eu há observar se existe algo veloz à frente
Ou se tudo se curva no desvio de apetrechos no caminho

Vivem todos os personagens possíveis e os impossíveis também aqueles do outro lado.

E assim possa ver o seu reflexo

Amanhece com o gosto de ontem.
Amortecido no céu da boca...
E o dia começa com essa deficiência a falta de algo.
Que se levantou e partiu logo cedo para outro lugar.
E ninguém sabe para onde e o porquê de tal pressa.

De onde vem este vazio?
Que reclama e quer ser preenchido.
Clama impaciente como um bebê.
O seu choro penetra como uma flecha.
De onde vem este vazio?
Que reclama e quer ser preenchido.
Clama impaciente como um bebê.
O seu choro penetra como uma flecha.


Esta deficiência de alguma coisa leva tudo e a todos ao limite Maximo.
Se não chegou é só questão de tempo, o tempo de quando chegar.
Quando a deficiência cresce e fica maior.
Maior é o vazio que forma quando se vai.
A falta de alguma coisa, o vazio, a deficiência.
Define o que diretamente se recebe.
Mas existe este vazo este recipiente infinitamente cheio lá do outro lado.
Posso senti-lo apenas vagamente velozmente escapa da percepção.
Deixando apenas uma leve impressão de sua presença.
Como se dissesse não se preocupe eu volto.
Fique ligado, alerta siga as regras da Torah e do zohar.
Não se desconecte do grupo e do ambiente que é o seu receptáculo.
Não desista nunca nem se for o ultimo o menor dos menores.
Os sábios profetas já diziam: do menor ao maior todos serão salvos.
Resgatarão do corpo os que vivem em carne e osso, amor ou ódio.
Com a mente e o desejo ardente de transcenderem este mundo.

Aceitar as leis da natureza a linguagem da vida.
Apesar de isto ser totalmente oposto a todos nós.
É a que recebemos para aprender com ela.
Isso se faz não porque quer, mas é obrigado.
Queira ou não queira em tempo saberá.
Quando chega é como se revirasse tudo.
Ficando de cabeça para baixo.
Tudo que se recebe simplesmente.
Desaparece num piscar de olhos.
E tudo isso depende só de quem?
E assim é a roda da existência.
A gigante roda do tempo e do espaço.
Gira para cima e para baixo.
Mas não para de girar.



Estamos no mesmo barco em um oceano tormentoso.
O que nos trouxe aqui a não ser nossos egos?