1 INTRODUÇÃO

Muitas são as tentativas de atividades de registros de leitura para formar o leitor eficiente e crítico, tais como: verificações e estímulos por meio de pistas das palavras do texto, associação e comparação entre textos, promoção de debates, discussões temáticas em vídeos, e também, a retextualização. Esta última é tema deste estudo.

O tema nos permitiu apresentar inicialmente alguns conceitos sobre como se dá o processo de retextualização de um texto escrito para outro texto escrito, e também a relevância do leitor crítico quanto à utilização de atividades de retextualização na formação do mesmo. Temos como base de avaliação de nosso estudo, as atividades feitas por vários alunos do ensino médio (MARQUESI, 2004) e universitário (2015, no curso de Letras).

Para esta atividade, usamos a crônica “Vista Cansada” de Otto Lara Resende (1992), apresentamos uma sugestão para o trabalho de retextualização em sala de aula do quarto período do curso de Letras. Discutimos teoricamente conceitos e aplicabilidade destes conceitos ou princípios sobre retextualização em exemplos de teóricos (MARQUESI, 2004; DELL ISOLA, 2007; MARCUSCHI, 2010), que abordaram este assunto, como por exemplo, uma pesquisa realizada pelo Núcleo Extensionista, de Ensino de Língua Portuguesa, do Instituto de Pesquisas Linguísticas Sedes Sapientiae IP-PUCSP, relatada em um artigo de Sueli Cristina Marquesi1, publicado no livro Ensino de Língua Portuguesa, de Vanda Maria Elias, no ano 2013, que serviu como apanhado teórico nestas discussões sobre retexto.

O objetivo desta investigação é fazer um apanhado teórico sobre os conceitos de retextualização e suas respectivas atividades. Analisar entre o que é retextualizar e reescrita, à luz de teóricos, aplicando os conceitos de Marcuschi (2010), Dell Isola (2007), dentre outros. Também iremos abordar sobre os processos de retextualização da escrita para a escrita.

Tal estudo tem como estratégia formar o leitor crítico, individualizado e criativo. A retextualização cuja tarefa didática tem servido muito mais para se trabalhar a criatividade e o desenvolvimento da escrita e do discurso, tem estimulado outros modelos de reescrita como o conhecido “reconto”. No entanto, nesta pesquisa, a retextualização será vista exclusivamente como um exercício para formar o leitor crítico, individualizado e criativo em produções escritas, ou mesmo registro escrito de releituras pelos alunos.

1 Doutora em Linguística Aplicada e professora titular de Língua Portuguesa da PUC-SP, e da Universidade Cruzeiro do Sul. Em seu estudo, relata a uma proposta de trabalho de retextualização em sala de aula.