1. Introdução do Turismo

O turismo está condicionado à hospitalidade, eventos, entretenimentos e a uma série de benefícios ligados ao setor de serviço. É uma troca de informações e conhecimentos e se observarmos, o fenômeno econômico e cultural é muito amplo nesse segmento se comparado a outras atividades.
Levando em consideração os aspectos inerentes a pós modernidade, o turismo está se consolidando como uma partitura para o desenvolvimento regional, até porque o ato de praticá-lo não é mais exclusividade da classe "A".

Dias (2003) discorre o turismo como [...} o setor da economia que mais cresce na atualidade, já tendo atingido o status de principal atividade econômica no mundo [...].

Cabo (2007) disserta o turismo como um fenômeno contemporâneo que abrange os setores econômico, social e político.
A expansão do turismo está tomando uma proporção cada vez mais densa e ocupando um espaço muito importante no mercado em virtude de ser uma mola propulsora na geração de recursos, renda e emprego. Salientando que o turismo é conveniente por se preocupar com a preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e social.
A sustentabilidade de uma região não depende somente da comunidade autóctone, mas também dos turistas, pois eles têm sua participação no desenvolvimento em virtude da sustentabilidade visar à minimização dos impactos ecológicos promovendo benefícios para a comunidade receptora.

De acordo com COOPER et al (2001) [...] O turismo é uma atividade multidimensional e multifacetada, que tem contato com muitas vidas e atividades econômicas diferentes [...].
Percebe-se que perante a ótica de diversos autores, o turismo está envolvido com o fator econômico e com o movimento de pessoas que se deslocam de um lugar para outro, não necessariamente em busca de lazer, visto que a segmentação do turismo é muito ampla, pois temos o turismo de negócios; turismo religioso; turismo rural; turismo cultural, turismo de natureza; ecoturismo; turismo de compras, entre outros.

O turismo contemporâneo é um grande consumidor da natureza e sua evolução, nas últimas décadas, ocorreu como conseqüência da "busca do verde" e da "fuga" dos tumultos dos grandes conglomerados urbanos pelas pessoas que tentam recuperar o equilíbrio psicofísico em contato com os ambientes naturais durante seu tempo de lazer (RUSCHMANN, 1997, p. 9).

Se for para resumirmos o que realmente é o turismo, poderíamos então dizer que ele nos condiciona a viajar para locais que seja de nosso interesse, obtendo satisfação. Pois o turismo faz bem para nós enquanto pessoa sendo uma prática que influencia no bem estar e na qualidade de vida. E que todo o conjunto de atrativos e serviços necessários gera uma relação social, econômica e cultural.

2. Unidades de Conservação

As Unidades de Conservação (UC´s) são partes do território nacional definidas como terrestres ou marinhas, e elas podem ser estaduais, federais e municipais, desde que criada através de leis e decretos.
Essas UC´s tem por sua vez a conservação da toda a biodiversidade. Elas necessitam de um plano de manejo para facilitar o seu funcionamento. Pois é através desse plano que se pode definir o uso da área das UC´s viabilizando assim, a visitação pública e o lazer.

"Unidade de conservação é o nome que se dá a áreas do território ou do mar brasileiro, com limites demarcados, sujeitas a um uso ou ocupação especial e onde se encontram ecossistemas únicos e recursos ambientais de valor cênico e paisagístico que devem ser protegidos" (www.biritibamirim.sp.gov.br).

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), também define a UC´s com sendo um espaço territorial:

"Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção". (www.sds.am.gov.br).

Dessa forma, o objetivo das UC´s, é proteger as belezas naturais assim como restaurar ecossistemas degradados e recuperar recursos hídricos, favorecendo a educação ambiental e o contato com a natureza através do turismo ecológico. Não foi por acaso que surgiram as UC´s. O poder público faz um levantamento de informações sobre o local a ser protegido para saber qual a importância terá perante a sociedade civil. Muitas vezes são nessas áreas que contêm os resquícios das formações vegetais. Feito o levantamento, pode-se então estabelecer ser uma UC ou não, até porque se essas áreas não forem protegidas, logo estará dando lugar à paisagem urbana.

Podemos dizer também que as UC´s protegem os serviços ambientais (minimização de danos para água, ar, solo, etc.), motivando assim o desenvolvimento regional no qual estará possibilitando lazer em contato com a natureza, mais precisamente o turismo ecológico ou turismo de natureza.

3. Responsabilidade do Turista

Num primeiro momento parece soar estranho o termo "responsabilidade do turista". É como se precisássemos lembrá-los de que eles devem ou não fazer quando estão em uma destinação turística, mais precisamente nas UC´s.

Mas é exatamente isso que precisamos expor quando eles veem em grandes grupos ou até mesmo sozinhos para a visitação de parques, reservas, unidades de conservação, enfim, tudo o que diz respeito à natureza e a vida que gera ao seu entorno. Não podemos nos ater somente ao meio ambiente, mas sim, com aqueles que fazem parte do mesmo e que devem ser considerados como a comunidade local, os animais, o patrimônio histórico e cultural.

O turismo está inserido em diversas manifestações, por isso é preciso saber respeitar para ser respeitado.
Cabe ressaltar mais uma vez a importância do planejamento e ordenamento para que não ocorra uma massificação em prol da degradação ambiental.

Uma vez planejado, são pouquíssimas as interferências negativas sobre o meio ambiente, até porque o maior interesse da comunidade receptora é manter a sua natureza preservada para que sempre os visitantes possam vir com mais freqüência ao seu encontro.
O turista tem suas responsabilidades a serem cumpridas e que possam facilitar a sua chegada no destino.

A responsabilidade de obedecer às leis e aos regulamentos locais;
A responsabilidade de não tomar parte em atividades que, embora não sejam ilegais ou onde as leis não são cumpridas pelas autoridades locais, sejam, não obstante, condenadas pela sociedade, como a pedofilia;
A responsabilidade de não ofender propositalmente as crenças religiosas locais ou as normas culturais de comportamento;
A responsabilidade de não danificar propositalmente o meio ambiente físico local;
A responsabilidade de minimizar o uso de recursos locais escassos (SWARBROOKE, 2000, p. 91).

O turista que visita uma UC deverá ter consciência de que está pisando numa área que requer um enorme cuidado para que não seja degradado, por isso, o mesmo deverá estar atento para:

?Não pisar nas plantas;
?Não arrancar folhas e flores que estão ao alcance das mãos, pois muitas vezes, alguns visitantes se encantam com as plantas exóticas e tendem a querer levar uma consigo.
?Não jogar lixo no chão e procurar jogá-lo nas lixeiras de coleta seletiva;
?Proteger e respeitar os animais silvestres que circulam por essas áreas,
lembrando que somos nós que estamos invadindo o seu habitat;
?Evitar fornecer comida aos animais, pois isso poderá causar malefícios no seu organismo caso ele coma algum alimento que contenha conservantes, por exemplo;
?Zelar pela localidade procurando estar atento para que não esteja prejudicando ou interferindo no modo de vida ou na cultura dos mesmos.

Na verdade, essa responsabilidade fica por conta de uma educação ambiental que o turista deve ter, não somente para com as cidades na qual ele estará visitando, mas também para com a sua cidade.
A educação para o turismo ambiental deverá ser desenvolvida por meio de programas não formais, chamando o "cidadão turista" a uma participação consciente na proteção do meio ambiente não apenas durante as férias, mas também no cotidiano, no local de sua residência permanente (RUSCHMANN, 1997, p. 75).

A partir do momento em que o turista sai da sua origem seguindo para um destino turístico, automaticamente ele já terá que executar as suas responsabilidades, iniciando pela cortesia que ele deverá ter com a comunidade receptora, assim como todos os agentes envolvidos para bem atendê-lo, inclusive saber os limites da sua exigência, não é porque ele está pagando pelos serviços que lhe estão sendo oferecidos que lhe dará o direito de agir de forma austera.

4. Considerações Finais

Após o estudo feito sobre os efeitos do turismo em UC´s, fica possível detectar que essa atividade deve ser feita com muita cautela e consciência. Lembrando que a sustentabilidade de uma região depende também dos turistas, eles fazem parte do desenvolvimento podendo influenciar na minimização dos impactos ecológicos. Pois o turismo sustentável acontece de acordo que o turista visa à maximização dos aspectos positivos, ou seja, que qualquer ação do homem perante a natureza estará atingindo a si mesmo. Desta forma, devemos nos preocupar com cada milímetro de área que estamos pisando para não prejudicar o meio ambiente.

O turismo é uma atividade que fomenta toda a economia de uma região. É
através dele que ocorre a geração de renda e emprego, valorizando os bens patrimoniais e culturais dessa região, assim, proporcionando uma gama de motivação para que sua comunidade possa valorizar também esses bens, nos quais muitas vezes acabam sendo esquecidos e ocorre uma depreciação temporal.

Sendo assim, o turismo pode impactar positivo ou negativamente numa região, para isso, antes de tudo é preciso tomar como base a real situação em que essa região se encontra, muitas vezes, porém, é uma região esquecida pelos órgãos públicos e que quando o turismo passa a interagir com a mesma a preocupação em desenvolvê-la vem à tona, consequentemente, a manutenção da infraestrutura básica e o sistema de transportes serão os primeiros a serem repensados. Enfim, é sempre bom fazer um planejamento para que ocorra uma atividade coerente e sem respaldos negativos, assim, os atores locais (comunidade, órgãos públicos) e turistas, ficaram satisfeitos.

5. Referências Bibliográficas
CABO, Arturo R., Planificación territorial del turismo. In SEABRA, Giovanni (Org.). Turismo de Base Local. João Pessoa: Editora Universitária, 2007.

COOPER. C., FLETCHER. J. WANHILL, S. GILBERT. D. e SHEPHERD. R. Turismo, princípios e práticas. Trad. Roberto Cataldo Costa. 2.ed. ? Porto alegre: Bookmann, 2001, p.40/41.

DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003, p.60.

RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente ? Campinas, SP: Papirus, 1997, p. 75 (Coleção Turismo).

_______________, Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente ? Campinas, SP: Papirus, 1997, p. 09 (Coleção Turismo).
SWARBROOKE, J. Turismo sustentável: meio ambiente e economia, vol.2, trad. Esther Eva Horovitz. São Paulo: Aleph, 2000.

SITES:
Conceito de Unidade de conservação. Disponível em <http://www.biritibamirim.sp.gov.br/index.php?sitesig=PMBIRITIBAMIRIM&page=PMBIRITIBAMIRIM_0100_Meio_Ambiente> Acesso em 02 de Junho de 2011.

Informações sobre Unidades de Conservação. Disponível em <http://www.sds.am.gov.br/programas_02.php?cod=1129> Acesso em 02 de Junho de 2011.