Foi em meio a editoriais do jornal “A Penna”, periódico que surgiu em 1897, das mãos de João Antônio dos Santos Gumes, que se questionava a República e a nação que se formava, os descasos das autoridades constituídas para as regiões consideradas inóspitas, violentas, como os chamados “sertões”. Verificava-se, de um lado, o litoral, onde as “grandes obras”, a “civilização” chegavam a olhos vistos; de outro, o sertão, esquecido, ressequido, abandonado. “A Penna” não se furtava a tais análises. Percebe-se, assim, nesse editorial, de 28.03.1913,

 

“A quem compete erguer-nos desse abatimento moral? A quem está entregue a sorte desta imensa população que só dispõe de energia para se abalar, buscando uma covarde fuga. Aqueles que a Providência colocou a frente da sociedade. São como generais que devem, impávidos, ocultar nos mais profundos dos seus corações, o desfalecimento e as angústias que torturam-no por mais intensos que sejam. São como o comandante do navio, em alto mar, transfigurando ante a procela, dominando a todos, porque todos nele confiam. Mas...” (A Penna, 1913: 1).   

 

Nessa perspectiva, Ivo observa:

 

“Desde os tempos coloniais, o sertão, considerado “inculto e cheio de façanhas barbarescas” foi concebido como o abrigo da pobreza, da desordem e do isolamento, características opostas à forma de viver das regiões litorâneas, consideradas espaços privilegiados para a “civilização”, para a diversidade econômica e para o exercício da política” (IVO, 2008: 3).

 

            Os editorais de “A Penna” ratificavam o entendimento da elite da cidade de Caetité e demais localidades situadas nos Altos Sertões da Bahia. Parece ser Caetité