A RELEVÂNCIA DA FALA E DA ESCRITA NO PARÂMETRO SOCIAL

RENILDE TAVARES DE DEUS

RESUMO

A fala e a escrita são práticas da civilização contemporânea, mas alguns lingüísticas contemporâneas acham que a fala é um objeto de estudo mais importante que a escrita, possivelmente devido a fala ser características universal da humanidade, entretanto a escrita não era utilizada por todos os povos. Na antiguidade a noção utilizava a fala para comunicar-se, a partir daí percebe-se que a oralidade surgiu desde os primórdios, sendo indispensável na recepção de mensagens dos povos antigos, mas ainda está presente no meio social; com isso encontra-se lado a lado com a escrita, apesar da grafia ter surgido a menos tempo que a fala.

Palavras-chave: Meio Social. Fala. Escrita. Universal.

RESUMEN

El habla y la escritura son prácticas de La cívilización contemporánea, todavia algunos linguistas contemporaneos creem que el habla es un objeto de estúdio mas importante que La escritura, posiblemente debido al habla ser una característica universal de la humanidad, mientras la escritura no era utilizada por todos los pueblos. Em la antiguedad la nacion utilizaba el habla para comunicarse, a partir de ahí percebio que la oralidad surgio desde los primeros tiempos, siendo indespensable em la recepción de mensajesde los pueblos antiguos, pero todavia esta presente en el medio social, com eso se encuentra lado al lado con la escritura, a pesar de la ortografía haber surgido menos tiempo que el habla.



Palabla-clave: Medio Social. Habla. Escritura. Universal.




INTRODUÇÃO
Na sociedade atual a fala e escrita encontram-se no mesmo grau de igualdade mesmo com o aparecimento da escrita ter sido muito recente comparado com a fala. A historicidade dos sinais gráficos ocorreu a pouco tempo em comparação a exposição oral. A grafia surge cerca de 5.000 anos a.c.
No ocidente esse surgimento deu-se a pouco mais de 2.500 anos. Sendo que na história da imprensa, a menos duração ainda, pois a mesma está com 500 anos. Mesmo com pouco tempo, a grafia tornou-se particularizada, ou seja, restrita a poucas pessoas, já que nem todos podiam ter acesso a essa manifestação, visto que a classe social pobre não pôde usufruir dessa descoberta, somente a elite teve acesso a essa prática.
Porém, com o passar do tempo a sociedade consegui desfrutar desse bem, juntando-a com a fala, dando-lhes importância e fazendo nova história, utilizando-as na prática social.

1 HISTÓRIA DA FALA E DA ESCRITA.
Segundo Marcuschi, hoje é impossível investigar oralidade e letramento sem uma referência direta ao papel dessas duas práticas na civilização contemporânea. De igual modo, já não se podem observar satisfatoriamente as semelhanças e diferencias entre a fala e escrita (o contraposto formal das duas práticas acima nomeadas) sem considerar a distribuição de seus usos na vida cotidiana. Assim, fica difícil, se não possível, o tratamento das relações entre estas últimas, centrando-se exclusivamente no código. Mais do que uma simples mudança de perspectiva, isto representa a construção de um novo objeto de análise e uma nova concepção de língua e de texto, agora vistos como um conjunto de práticas sociais. De acordo com Marcuschi (2008, p.16).
Uma vez adotada a posição de que lidamos com práticas de letramento e oralidade, será fundamental considerar que as línguas se fundam em usos e não o contrário. Assim, não será primeiramente as regras da língua nem a morfologia os merecedores de nossa atenção, mas o usos da língua.
A Fala e a escrita estão no mesmo patamar, ou seja, nenhuma esta acima da outra, a escrita não deriva da fala como alguns teóricos contemporâneos chegaram a afirmar, há uma eficiência entre as duas Stubbs (1980), afirma que os povos, indistintamente, têm ou tiveram uma tradição oral, mas relativamente todos tiveram uma tradição escrita, isto não torna a oralidade mais importante ou prestigiosa que a escrita.
Trata-se de apenas perceber que a oralidade tem uma "primazia cronológica" indiscutível sobre a escrita.
A fala surge como comunicação na prática social, e esse processo se dá de forma natural que manifesta-se desde quando a mãe tem primeiro contato com o bebê.
Ao comparar fala e escrita percebe-se que elas distinguem-se, isto é a escrita não produz tudo o que a fala reproduz, ou seja, ambas tem características próprias de um lado aparece o som e a grafia o que gerou a eficácia entre as duas.
Entre a fala e a escrita existe uma atividade de interação, pois não faz sentido escrever sem que possa interagir com alguém, para isso é necessário que haja troca de informações sobre determinado assunto.
Eric Havelock Apud Graff, (1995:38) comenta a tardia entrada da escrita na humanidade e sua repentina valorização.
O hábito de usar os símbolos escritos para representar fala é apenas um dispositivo útil que tem exercido a pouco tempo para poder ter sido inscrito em nossos genes...Segue-se que qualquer língua pode ser transportada para qualquer sistema de símbolos escritos que o usuário da língua possa escolher sem que isso afete a estrutura básica da língua.
Há a presença da fala e da escrita na sociedade. Por meio de ambas ocorre o surgimento da oralidade e o ato de escrever, surgindo como praticas sociais aos povos no qual inseriu-se.
Contudo, nas palavras de Graff (1995:37) há imensos predomínio da escrita, mas a fala continua na ordem do dia, mediante Graff diríamos que:
A despeito das décadas nas quais os estudos vem proclamando uma queda da cultura oral "tradicional", a partir do advento da impressa tipográfica móvel, continua igualmente possível e significativo situar o poder persistentes de modos orais de comunicação.
A fala surge para a comunicação no plano da oralidade, mas também caracteriza?se pelo uso da linguagem nas suas diferentes sonoridades significativas. Percebe-se com nitidez que a fala é um fato observável na sociedade que o indivíduo utiliza de forma excepcional juntamente com a escrita.
Atualmente existe uma questão bastante discutida das informações grafadas ditas "síncronas" em tempo real pela internet, produzidas em salas de bate-papo. Nesse caso temos um tipo de comunicação que se encaixa em oralidade e escrita
Para Reny-Debove (1996:78)
A fala apresenta-se com todos os caracteres extralingüísticos ligados a uma produção personalizada; a escrita, pelo contrário, é na maioria das vezes neutralizada e perde os caracteres lingüísticos de sua produção, sem que seja por isso perdida a origem do texto.
Mediante Ong [1982], mesmo considerando a enorme inegável importância que a escrita tem nos povos e nas civilizações "letradas" continuamos povos orais. A oralidade jamais desaparecerá e sempre será, ao lado da escrita, o grande meio de expressão e de atividade comunicativa. A oralidade enquanto prática social é inerente ao ser humano e não será substituída por nenhuma outra tecnologia.
Ela será sempre a porta da nossa iniciação à racionalidade e fator de identidade social, regional e grupal de indivíduos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Há diferenças entre fala e escrita, mas nota-se que ambas são fundamentais para a prática social, em vista disso podemos nos comunicar tanto através da oralidade, quanto da escrita, isso mostra que as práticas acima citadas caminham juntas, de modo que nenhuma está em grau mais elevado. A escrita não surge como representação da fala, e sim para oficializar o que foi falado, conseqüentemente as duas distingue-se assim uma como a outra tem suas particularidades, no discurso deixa-se lacunas que podem ser completadas no mesmo instante, essa característica não ocorre na caligrafia. O que acontece é uma organização, assim como as regras que a ato de redigir aceita no processo da edificação da língua, na basilar da fala e da escrita.

REFERÊNCIAS.
ERIC, Havelock. Origins of western literacy. Toronto, Ontario Institute for Studies in Education, 1976, P.12. citado a partir de GRAFF,1995.
MARCUSHI, Luis Antônio. Da fala para a escrita: Atividades de retextualização. Editora Cortez. 9ª ed.SP.1997.
ONG, Walter [1982] 1998. Oralidade e cultura escrita. A tecnologia da palavra. Papirus editora. SP
REY-Debove, Tosette.1996. A procura da distinção oral /escrita. In: CATACH, Nina (org). op.cit.São Paulo, Àtica,pp 75-90.
STUBBS, Michael.1980. Language and Literacy: The. Sociolinguisticas of Reding and Writing.London, Routledge e Kegan Paul.