FUNDAÇÃO FRANCISCO MASCARENHAS
FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO (LATO SENSU)
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO
EDUCACIONAL






DULCINEIDE GUIMARAES DA MATA





A RELAÇÃO SUPERVISOR/DOCENTE NO ESPAÇO ESCOLAR











CAMPINA GRANDE - PB
2010
DULCINEIDE GUIMARAES DA MATA





A RELAÇÃO SUPERVISOR/DOCENTE NO ESPAÇO ESCOLAR




Trabalho de Conclusão de Curso- Artigo Científico - apresentado á Coordenação do Curso de Especialização em Supervisão e Orientação Educacional, ministrado pelas Faculdades Integradas de patos, em cumprimento ás exigências para obtenção do título de Especialista.

Orientadora: Prof.ª Ms. Jocélia Germano Soares Portela













CAMPINA GRANDE - PB
2010
DULCINEIDE GUIMARAES DA MATA




A RELAÇÃO SUPERVISOR/DOCENTE NO ESPAÇO ESCOLAR




Trabalho aprovado em ¬___________/________________/_______________


Nota__________________________________________________________


Professor (a): ___________________________________________________














CAMPINA GRANDE - PB
2010
RESUMO


A relação supervisor/docente no espaço escolar é pautada em um tipo de preconceito silencioso, uma espécie de guerra fria, onde o supervisor aparece como fiscalizador do trabalho docente e este por sua vez, buscando talvez delimitar/defender o seu espaço, fecha-se em sua prática pedagógica e não permite que nada nem ninguém ouse transpor este espaço. Neste trabalho, buscamos refletir sobre esta ação/relação do supervisor/docente e para tal, confrontamos a prática e a teoria, com as concepções abordadas pelos teóricos Arroyio91982), Rangel (1997 e 2001), Saviani (1999) e Silva ; considerando alguns elementos históricos relevantes a respeito dos conceitos em que esta ação deve estar respaldada, visando restaurar o processo de ensino e aprendizagem educacional englobando o supervisor e o docente, haja vista que são sujeitos envolvidos no processo.

Palavras-chave: Relação Supervisor/Docente ? Reflexão - Prática Educativa.



































ABSTRACT


The supervisor/teaching in educational space is punctuated by a type of prejudice quiet, a kind of cold war, where the supervisor appears as supervisory work Professor turn fetching perhaps delimit/defend your space, your pedagogical practice and does not allow nothing and nobody dares to transpose this space. This work, we reflect on this action/supervisor/teacher ratio and face the practice and theory, with theoretical concepts addressed by Arroyio91982), Rangel (1997 and 2001), Saviani (1999) and Silva Jr; whereas some historical elements relevant to the concepts in this action must be accompanied to restore the process of teaching and learning educational encompassing the supervisor and the faculty that are involved in this process.

Keywords: Relationship Supervisor/Teacher -Reflection- Educational Practice.




































SUMÁRIO


INTRODUÇÃO .......................................................................................................................06
1. BREVE HISTÓRICO DA SUPERVISÃO NO BRASIL ....................................................07
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................11
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 12


































INTRODUÇÃO



Este artigo é resultado de um estudo com a perspectiva de pesquisar a relação supervisor/docente no espaço escolar e para tal, procurarmos confrontar a teoria e a prática por meio dos aportes teóricos de alguns estudiosos da educação. O tema justifica-se pela sua relevância social, pois percebemos a contribuição que o supervisor e o docente, ambos com sua formação, trazem para o espaço escolar e que apesar da importância destes profissionais para a educação. A relação entre eles apresenta conflitos que não podem ser ignorados, existe certo antagonismo nesta relação que precisa ter fim, afinal, o resultado desses conflitos pode influenciar diretamente no processo educativo e atingir irremediavelmente de forma negativa o alvo principal do processo educativo: O aluno.
O supervisor, por influência de sua trajetória histórica no Brasil, por longo tempo exerceu a tarefa de fiscalizador e controlador da tarefa educativa, e a ele, cabia a função de controlar, julgar e inspecionar a fim de garantir o trabalho didático na escola planejado pelo sistema. No contexto atual, o supervisor perde este caráter controlador e exerce uma função social de grande relevância para o trabalho educativo: o fazer coletivo. É esta a real função do supervisor: articular e ordenar a reflexão coletiva.
Justificando os motivos para a elaboração deste artigo, passemos a considerar os objetivos de nossa prática: Verificar se a ação supervisor/docente articula e promove os conhecimentos da coletividade no contexto escolar; Observar se a prática educativa supervisora contribui para a prática dos docentes; Avaliar até que ponto a relação supervisor/docente contribui para o bom desempenho escolar dos discentes.















1. BREVE HISTÓRICO DA SUPERVISÃO EDUCACIONAL NO BRASIL

Com referência nos autores Naura S. C Ferreira; Mary Rangel Silva Júnior, Demerval Saviani e outros, situaremos a trajetória da Supervisão Educacional no Brasil, e para tal, iniciaremos a nossa reflexão buscando na idéias de Naura (ANO) significado da palavra supervisão: "visão sobre, e de sua origem traz o viés da administração, que nos leva ao entendimento de gerência para controlar o executado".Diante deste cenário, quando direcionada para a educação, a supervisão passou a ser exercida como função de controle no processo educacional. Apropriados da etimologia da palavra supervisão, daremos seguimento ao nosso estudo com base em Rangel(1999) no seu texto "Supervisão:do sonho á ação - uma visão prática em transformação", o qual reporta-se á supervisão descrevendo sua trajetória no Brasil nas décadas de 1960 a 1990.
De acordo com a autora, durante as décadas de 1960 e 1970 a supervisão constituiu-se como uma especialidade pedagógica, cuja função era a de garantir a efetividade do trabalho didático na escola, o que nos leva á suposição de que a concepção que se tem do supervisor neste momento é a de controlador da ação docente, e para bem desempenhar esta função, deveria ter a capacidade de "pensar e agir com inteligência, equilíbrio, liderança, autoridade, dominando conhecimentos e técnicas de relações humanas" (RANGEL;1999,P.71). Diante dessa exposição. É notável o controle que a ação supervisora detinha sobre o professor, que passa a ser submisso ao supervisor a ao sistema educacional, tornando-se um mero executador de tarefas planejadas e pensadas.
Durante a década de 1980, cresce no Brasil o interesse de eliminar o supervisor da escola, haja vista que o papel por ele desempenhado assume um caráter dasarticulador das atividades educativas que não mais satisfaziam ás exigências educacionais faze aos movimentos revolucionários que ocorriam na sociedade brasileira, os problemas sociais reprimidos crescem de tal forma que surge a necessidade de transformação. E o supervisor estaria usando sua técnica em contexto, enfraquecendo e dividindo a escola, pó que torna um "problema" para o sistema.
No entanto, apesar desse interesse de eliminar o supervisor educacional das escolas, estudos diversos apontam a função do supervisor como necessária para a organização do trabalho educativo e para tal, a sua ação é direcionada para a coordenação, ou seja, o supervisor agora não mais assume o papel de "controlador da ação docente" e sim o de coordenador das ações educacionais.

Nos anos de 1990, a "supervisão parra por uma ressignificação, na qual se revaloriza a formação e a ação, o que resultou ao supervisor a compreensão de sua ação de natureza educativa, e, portanto sócio pedagógico no didático curricular".

Tomando esse direcionamento, revalorizamos, também, a supervisão educacional não mais com a função de controladora dos interesses dominantes, mas sim, como participe na construção da sociedade, condição que garantirá a qualidade do trabalho pedagógico e do processo de humanização do homem pela educação. (FERREIRA, 2003: 251).


Neste momento em que se repensa e se atribui outro significado á supervisão, surge um novo olhar e compreende-se a supervisão em sua ação educativa e para tanto, faz-se necessário pensar a ação supervisora como se intitula, através das diversas nomenclaturas.

Incluem-se nessa terminologia as expressões supervisão, supervisão educacional, supervisão escolar, supervisão pedagógica, coordenação, coordenação de área ou disciplina. (RANGEL, 1998).


Ao observarmos as diversas denominações que são nomeadas a supervisão educacional, percebemos claramente que o seu objetivo é o processo de ensino-aprendizagem, e que esse processo envolve diversos atores, desde os professores, passando pelos alunos e também pelo currículo da escola, e que para que possa desenvolver esta ação coletiva, é necessário que o supervisor tenha clareza dos valores inerentes á cada um desses atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem, transformando a supervisão em uma ação realmente educativa e de todos.
O supervisor educacional no desenvolvimento de sua ação se depara com alguns limites e possibilidades que devem ser superados e para tal, faz-se necessário rever sua prática, observar atitudes e gestos que dêem margem á interpretações conflituosas, a exemplo do autoritarismo, pois como nos lembra GRAMSCI (1986), em seu texto A Supervisão Possível, o autoritarismo do supervisor não decorre necessariamente de sua posição hierárquica, mas do modo pelo qual interpreta e desempenha o papel que lhe foi atribuído.
É preciso que o supervisor e o professor entendam que a função de cada um, apesar de distintas, está direcionada ao processo educativo e no mínimo deve se manter o respeito entre ambos, deve-se ter a consciência de que o objetivo dos dois é único, o de transformação social e que o esforço e a união desses dois profissionais só tendem á concretização desse objetivo.
Professores e supervisores comprometidos igualmente com a transformação social farão da organização escolar o palco comum da sua luta libertadora. A percepção clara dos limites desse palco apenas favorecerá com propósito comum de aproveitamento de suas possibilidades. (GRAMSCI, 1986)



A Supervisão almejada é aquela em que o supervisor possibilita aos professores e aos próprios supervisores o despertar para a função primordial: A educadora, e como educadores cabe-lhes mediar a prática social e direcioná-la para onde for necessária. É preciso que os problemas do sistema escolar sejam enfrentados juntos, sem divisões, possibilitando intervenções que venham a superar os problemas e não acentuá-los e torná-los bem maiores do que já o são.
Não se admite nos dias atuais, supervisores que se encontrem com os professores apenas uma vez no mês para "aplicar" um planejamento, que muitas vezes se resume a simples determinações das Secretarias de Educação que, por terem programas a cumprir, usam o supervisor como executor dessas ações. O supervisor dos dias de hoje deve ter seu olhar atento para a construção do conhecimento, para o exercício livre da cidadania, e os seus encontros com os professores,por menor espaço de tempo que seja, deve ser voltado para a educação enquanto construção do conhecimento, e para que esta construção seja efetivada é preciso que supervisores e professores estejam realmente comprometidos com sua condição de educadores.
O supervisor é o agente que oferecerá subsídios para que todos participem da construção para uma emancipação humana e esta se dá através da participação e da solidariedade. Neste sentido, torna-se clara a idéia emancipatória da educação voltada para " a criação de novos sujeitos, capazes de aprofundar humanização no próprio processo de luta pela própria humanização da humanidade" (FERREIRA, 1999,p.253).
A autora bem reflete os limites e as possibilidades encontradas no caminho trilhado pela ação supervisora no desenvolvimento do seu papel. Na prática, constata-se alguns impasses que limitam essa ação supervisora na escola, dentre os quais nos ateamos agora á resistência dos professores em aceitar este trabalho que em alguns casos, por serem especialistas, mestres ou doutores em educação, utilizam-se deste artifício para distanciar-se dos supervisores, e porque não dizer também dos professores que não possuem tais especificações. Neste sentido, esta prática apresentada pelos professores é contrária á visão de Rangel (1992,p.20) quando afirma que: "o alcance do trabalho pedagógico se ampliaria pela coordenação quando a ação se co-ordena (organiza-se coletivamente)assumindo na prática a relação epistemológica entre o pedagógico e o educativo, o que equivale a dizer assumindo na
prática o seu compromisso social". Verifica-se então que a realização do trabalho pedagógico não é exclusivamente da competência do supervisor e sim de todos os sujeitos envolvidos no espaço escolar. Nesse sentido, é compreensível que todos os profissionais da educação sejam especialistas em suas áreas específicas, independentemente de qual cargo ou função exerça.
Baseado na discussão apresentada, essa prática aponta a falta de compreensão de alguns "professores" em relação a função do supervisor para uma melhor funcionamento da escola, sendo primordial o desenvolvimento de ações que possam, mudar essa visão equivocada e garantir uma maior interação entre esses profissionais como alternativa de melhorias e avanços do processo pedagógico.























CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo nos permite uma reflexão acerca da relação supervisor/docente no espaço escolar, nos permitindo compreender as dificuldades de entendimento entre estes profissionais do trabalho pedagógico. A contribuição desses profissionais para o processo educativo é incontestável, no entanto, a dificuldade de articulação e de trabalho em conjunto, de respeitar o espaço do outro, torna-se um entrave nesse relacionamento. É preciso que o supervisor e o docente repensem a sua prática educativa e centralizem o seu trabalho de forma que alcance o principal objetivo da educação: O aluno.
Deve se esquecer as idéias ultrapassadas de controle, de relação de poder, afim de que o resultado desse trabalho entre supervisor e docente seja o melhor possível, é imprescindível que se tenha um novo olhar para a supervisão e a docência, que se entenda que o papel (ou a função) de cada um desses profissionais é de extrema importância para a educação e que suas ações dever ser direcionadas para o fazer coletivo, nesse cenário não existe espaço para individualismo e sim para a construção de uma educação capaz de transformar e de construir verdadeiras ações de cidadania.