[1]Claudia Oliveira Santos da Silva

[2] Flávia Valéska Santos da SilvaFarache

RESUMO: Este estudo foi realizado com a pretensão de analisar a relação entre professor-aluno com auto-estima baixa em sala de aula, buscando evidenciar a importância do papel do educador, cujas dificuldades e sucessos caminham sempre juntos, bem como a influência da escola na educação dos discentes e seus aspectos sócio-educativos, principalmente nas relações em sala de aula, como também os desafios enfrentados pelo educador no que diz respeito ao crescimento intelectual dos alunos. Para isso, buscamos o auxilio de estudiosos como: Gil, Pimenta, Paulo Freire, Guarnieri, Lopes, Marchesi, Rios, Zabala e outros. Nestes buscamos entender como se dá esta relação entre docente que lidam com estudantes que apresentam dificuldades de relacionamento interpessoal e indisciplina na sala de aula.

PALAVRAS-CHAVES; professor-aluno; auto-estima baixa; educação; aprendizagem.

ABSTRACT: This study was conducted with the intention of analyzing the relationship between teacher and student of low self-esteem in the classroom, seeking to stress the role of the educator, whose successes and difficulties always go together as well as the influence of school education of them and their aspects socio-educational, especially in relations in the classroom as well as the challenge faced by the teacher with regard to the intellectual growth of students. For this we seek the help of scholars such as: Gil, Pimenta, Paulo Freire, Guarnieri, Lopes, Marchesi, Rios, Zabala and others. With these, we seek to understand how it's this relationship between teachers who deal with troubled students is.

INTRODUÇÃO

As relações humanas são fenômenos fundamentais para a realização pessoal e profissional de um indivíduo. Logo, a análise da relação entre professor-aluno envolve interesses, da parte do professor o de transmitir e do aluno de ter acesso ao conhecimento, sendo essa interação uma representante ilustre das conseqüências da aprendizagem, pois a educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental, sendo capaz de promover a formação de valores nos seres humanos.Dessa forma, pode-se afirmar que a relação entre professor-aluno depende em grande parte do clima estabelecido por ambos em sala de aula.

O objetivo desse estudo é fazer uma analise sobre a relação professor-aluno com auto baixa-estima em sala de aula, sugerindo formas de resgatar o interesse e a autoconfiança dos estudantes normalmente tomados como problema podendo também destacar o importante papel do educador na escola e na sociedade.

A produção deste estudo se deu a partir de visitas realizadas à instituições de ensino, onde pode-se observar o comportamento de alguns professores em relação a alunos tidos como problemas em sala de aula. Foram muitas as vezes que presenciamos docente retirada discentes de sala de aula por motivos aparentemente banais, como por exemplo, chamar a atenção de um colega no momento em que o professor expõe a matéria, ou ainda por esta utilizando um notebook em sala de aula. Compreendemos que apesar do fato desses alunos não estarem sintonizados com os conteúdos ministrados nas aulas, a atitude do educador não contribuiu em nada para a solução do problema, visto que o mesmo poderia ter utilizado outras ferramentas como forma de atrair a atenção desses alunos ao invés de apenas descartá-los.

A relação educador-educando não deve ser uma relação de imposição, mas sim, uma relação de cooperação, de respeito e crescimento. [3] Não importa o nível, o profissional de educação é responsável pelos acréscimos construídos no espaço escolar, ele deve ensinar a grupos de alunos cada vez mais heterogêneos e para isso deve renovar suas habilidades, ser portador de uma especial preparação para lidar com alguns tipos de dificuldades que possam ser identificadas entre os estudantes em sala de aula.

Esses professores não compreenderam que os alunos tidos como mal comportados, inconscientemente poderiam estar trazendo de casa problemas pessoais e ou psicológicos, assim chamam a atenção causando perturbação em sala e atrapalhando o desenvolvimento das aulas. Na verdade os educadores estavam tão preocupados na aplicação do conteúdo que nem se deram ao trabalho de olhar para esses estudantes a fim de perceber que algo poderia estar acontecendo ou até mesmo tentar uma conversa mais afetuosa no sentido de ganhar a confiança e descobrir o porquê da falta de interesse pelo assunto apresentado. Desse modo, com um pouco mais de atenção poderiam verificar que estavam diante de alunos que pediam socorro, algo evidente pelo seu inquieto comportamento.

Freire (1996) afirma que "o bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas." Ou seja, o professor deve ter a preocupação de observar enquanto ensina se seus alunos estão interessados no assunto explanando, se os mesmos estão dentro da espiritualidade da aula. O educador deve ter cuidados em criar uma dinâmica que insira todos os alunos, dede os mais rápidos aos mais lentos contanto que o interesse seja comum.

Diversos são os motivos que exigem reflexão e busca de soluções. Um olhar mais compreensivo do mestre para seus discípulos que chamam atenção em sala de aula pode fazer a diferença no futuro desses. Assim, há a possibilidade de se fazer com que mudem seu comportamento dentro do grupo.

Todo Aluno precisa ser considerado importante e perceba sua importância assim como a da aprendizagem para sua formação. Para tanto, o professor pode utilizar do artifício de dar responsabilidade ao mesmo para que esse se sinta valorizado e passe a participar da produção das atividades em sala de aula ou fora dela.

Segundo Gil (2009), é comum em quase todas as salas de aula, os professores identificarem um ou mais estudantes cujo comportamento é visto como prejudicial para o aproveitamento das aulas. Esses alunos terminam sendo vistos como "problemáticos". Entretanto, é comum que à primeira vista, o problema seja atribuído aos alunos. E, devido ao comportamento destes, causa um desgaste para o docente, por outro lado, já não passa a se sentir à vontade em sala de aula causando prejuízos sérios na aprendizagem dos demais.

Alunos que estão com a auto-estima em baixa não participam e nem dão atenção às aulas, enfrentam problemas com a aprendizagem, perturbam na sala com brincadeiras fora de hora. Esses estudantes precisam de ajuda e quando a mesma não chega no momento que estão pedindo, a situação se agrava cada vez mais.Muitas vezes nem a própria família percebe a alteração no comportamento dos seus filhos. Os discentes que não conseguem produzir conhecimentos, acabam excluídos do grupo, terminam abandonando o espaço escolar, indo para as ruas, se envolvendo com pessoas que têm vícios e que vivem em mundo social diferente da tradicional.

Para Zabala (1998), a capacidade de uma pessoa para se relacionar depende das experiências que vivem, e as instituições educacionais são uma das que condicionam e definem as próprias concepções pessoais sobre si mesmo e sobre os demais. Portanto, entendemos que um estudo mais aprofundado sobre essa relação professor-aluno com auto-estima baixa em sala de aula no sentido de encontrar uma sugestão para uma possível solução e convencer professores que lidam com alunos que tem o perfil de problema a saberem lidar com essa situação, podendo através da identificação do problema, valorizar mais esse aluno criando situações pelas quais os mesmos se envolvam passem a acreditar em si, se valorizem, elevando sua auto-estima, melhorem seu comportamento e passem a produzir juntamente com o grupo.

Análise dos papeis do professor e do aluno face à aprendizagem

A relação professor aluno em sala de aula é um processo que deve acontecer baseado no dialogo e a partir daí ambos passam a criar confiança e, consequentemente, se inicia a construção coletiva do conhecimento. O estudante participa dessa construção exercendo a atividade mental quando o mesmo elabora observa o objeto de estudo além de fazer suas comparações, avaliações e julgamentos, onde tanto o professor quanto o aluno dialogam e cada um expressa sua opinião conforme o próprio entendimento. Neste processo, o valor pedagógico dessa relação é evidente e por ela se constrói o conhecimento. De acordo com Freire (1996) Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro.

Desde a entrada para o ensino fundamental até o ensino superior, ocorrem diversas mudanças na vida dos estudantes. Não restam dúvidas que é uma fase repleta de novos desafios e incertezas, e pode ocasionar desequilíbrios emocionais e provocar esgotamento físico e mental dos discentes.

[...] um dos principais fatores de stress reside na ansiedade inerente à avaliação do desempenho, seja ela contínua ou ligada à expectativa de eficácia em momentos de avaliação decisivos, como são as épocas de exames, as apresentações orais ou a defesa de teses de licenciatura, exemplifica a psicóloga. [4]

Contudo, essa sobrecarga leva os alunos ao esgotamento físico, mental, e quando essas situações de stress não ficam resolvidas, o estudante pode manifestar os sintomas depressivos. No momento em que o jovem se depara com maiores responsabilidades e dificuldades em suas escolhas, entram em cena uma série de mecanismos de defesa inconscientes e comportamentos determinantes da queda no rendimento escolar.[5]

Cunha (2004) diz que, analisar as relações que acontecem entre professor e alunos apenas usando como referência o campo psicológico ou afetivo é, no mínimo, um comportamento ingênuo. Elas acontecem no palco de uma sociedade e, portanto, são profundamente marcadas pelas condições sociais. Em nosso entendimento, as diversas formas de organizações sociais dos alunos e a relação com o processo de aprendizagem são fatores que interferem na dinâmica da sala de aula. O trabalho do professor realizado em sala de aula, sua relação com os alunos são influenciadas pela relação que ele tem com a sociedade e com cultura.Conforme ressalta Gil (2009), as experiências vivenciadas em sala devem contribuir para satisfazer tanto aos interesses do estudante quanto as exigências da sociedade.

Um dos objetivos de qualquer bom professor segundo Zabala (1998) consiste em ser cada vez mais competente no desenvolvimento da sua profissão, competência essa que será adquirida através da ampliação do conhecimento e da experiência.Para nós o conhecimento e a experiência são pontos fundamentais que dão mais segurança ao professor na realização das suas atividades profissionais.

[...] o bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. (FREIRE, 1996, p. 96)

A função do professor se assemelha a de um maestro, os músicos produzem as notas musicais a partir dos seus movimentos, em sala de aula e o mestre é quem tem o poder de estimular os movimentos dos seus alunos, desenvolvendo atividades pelas quais se interessem e os envolvam na produção do conhecimento.

É característica de um bom professor buscar ampliar sua competência face ao exercício profissional. Deve promover para si, uma cultura de formação permanente de uma prática reflexiva alienada a especialização que produz um maior apoio na sala de aula. O modelo elaborado por Zabala (1998) traz subsídios para uma análise da prática profissional. A interpretação é um dos instrumentos utilizados, contrariando aqueles métodos que o professor se utiliza de uma prática que o transforma em um mero aplicador de fórmulas tradicionais. É indispensável que esse profissional tenha uma constante preocupação com a avaliação do trabalho que está realizando.

"A tarefa da educação é inserir as crianças e os jovens tanto no avanço civilizatório, para que dele usufruam como na problemática do mundo de hoje, por intermédio da reflexão, do conhecimento, da análise, da compreensão, da contextualização, do desenvolvimento de habilidades e atitudes. Portanto, sua tarefa é garantir que se apropriem do instrumental cientifico, técnico, tecnológico, de pensamento, político, social e econômico, de desenvolvimento cultural para que sejam capazes de pensar e gestar soluções. (PIMETA, 2008, p. 97)".

Não é difícil entender que educar é um fenômeno que possibilita a humanização de pessoas ao mesmo tempo em que promove sua inserção na sociedade onde vivem. Portanto acreditamos que as atitudes didáticas pedagógico dos docentes em todos os níveis do ensino, têm um papel importante na promoção da melhoria da auto–estima baixa dos alunos. Nesse sentido, os professores deverão está preparados para identificar e buscar o envolvimento de alunos com dificuldades em sala de aula e motivá-los a vencer os obstáculos propostos, promovendo um verdadeiro encontro participativo entre educadores e educandosde forma a transformar a sala de aula em uma organização social.

"A grande conquista do pensamento educacional moderno foi à conclusão de que educar não é criar elites, e sim tornar todo ser humano capaz de direcionar a própria vida. Desenvolver as habilidades básicas para sobreviver na parafernália global". (ALMEIDA, 2005.p.78)

À medida que o formador procura identificar esse interesse, é que está em condições de motivar humor e entusiasmo dos formandos. Para Gil (2009), estudar a relação professor-aluno é muito importante. Sobretudo porque ela é que responde em boa parte pelo chamado aprendizado não intencional. Ou seja, os estudantes aprendem mais do que está programado pelo mestre no momento da relação ensino aprendizagem e tudo flui naturalmente. Os educandos envolvidos nas dinâmicas das aulas terminam conseguindo com que o educador vá longe em suas reflexões do que o previsto para determinada aula.

Para Marchesi (1998), o trabalho do professor enfrenta dificuldades cada vez maiores, à medida que as condições para o ensino modificam-se de forma acelerada e sua situação profissional é submetida a exigências novas e mais amplas. Não há dúvidas que as exigências ao sistema educacional estão maiores, consequentemente aos professores, aqueles que não se comprometem com os melindres que a profissão exige certamente serão responsabilizados pelo sucesso ou fracasso dos alunos.

A relação professor-aluno em sala de aula: estudando um caso

De acordo com pesquisa realizada entre professores do curso de Serviço Social da IES que lidam diariamente com alunos das várias camadas da nossa sociedade, podemos verificar que o papel do educador é de maior responsabilidade quanto ao cumprimento do conteúdo programático, assiduidade, aulas de qualidade, gestão participativa em sala de aula e nortear o caminho para os estudantes, através de informações, a fim de orientar o processo de ensino e aprendizagem para que os mesmos possam atingir o conhecimento sobre um determinado conteúdo, além disso, o docente em sala de aula tem a obrigação de estimular nos discentes a capacidade de analisar e buscar respostas para os por quês, entender o aluno em suas diferenças, mostrar-se receptivo às suas demandas, não ser autoritário, manter um permanente diálogo, despertando nos mesmos a capacidade reflexiva e o interesse pelas prelações. Ou seja, tornar as exposições dos conteúdos num mecanismo de satisfação e não num castigo.

Já o educando deve buscar novos caminhos após a reflexão teórica e promover debates sobre o que o deseja aprender e nesse sentido o aluno deve estar receptivo e disponível para estudar e aprender. Tanto o mestre como o aprendiz devem ter o compromisso de respeitar a diversidade de pensamentos e amadurecer a postura ética profissional em uma relação amistosa e respeitosa de ambas as partes.

De acordo com o professor também é dever do aluno:

Assiduidade, interesse pelas aulas e pela disciplina, responsabilidade quanto ao cumprimento das tarefas estabelecidas pelo Professor, atenção e respeito ao outro; leitura, muita leitura, participação ativa em sala de aula, aceitar crítica e saber criticar o Professor quando necessário.(S.4)

Algumas dificuldades enfrentadas na relação dos docentes com os discentes em sala de aula são: em virtude da aparência, segundo um dos entrevistados os próprios alunos têm preconceito com a idade, os alunos tem dificuldades em aceitar que sendo muito jovem, um professor já possa ter uma formação e uma qualificação . Os alunos duvidam que o educador tenha domínio de conteúdo, e só após esse mostrar o próprio potencial é que eles passam a acreditar que o orientador está ali porque é capacitado para isso.

Outras dificuldades relatadas um por professor é a de fazer o aluno pensar, ele diz o seguinte:

"Os nossos alunos estão acostumados a receber tudo pronto e o pior que alguns acham que aprende quando decora o texto trabalhado em sala de aula, isso para mim, não é produção de conhecimento" e continua:" a falta de educação de muitos, por exemplo, celular tocando na sala, chegar depois do início da aula conversando e não percebe que atrapalhou a aula toda, entre outras posturas." (S.1)

Segundo os professores pesquisados, os alunos têm pouco compromisso com seus estudos, baixa criticidade e pouca ou nenhuma bagagem cultural. Outra dificuldade apontada foi a de manter a atenção e o foco no aprendizado através da pesquisa e de atividade em grupo com harmonia. Acreditam também que a baixa auto-estima dos estudantes afeta suas relações com os educadores em sala de aula, na medida em que os alunos não estão estimulados o que afeta também o animo professor.

Um dos professores respondeu o seguinte:

"não busco promover a valorização do aluno e sempre demonstro que ninguém é tão ruim que não possa contribuir e nem tão bom que não possa aprender".(S.2)

Neste sentido, os professores relatam que a forma como identificam os alunos com problemas de auto baixa-estima é quando percebem que não estão entendendo o conteúdo trabalhado em sala de aula e estão sempre introspectivos. Outro educador respondeu o seguinte:

'Não sou da área da psicologia, mas às vezes percebemos esse comportamento, quando os alunos ficam sem desenvolver atividades ou um discurso de conquistas, quando só oferecem desculpas para não cumprir atividades ou prestar atenção nos debates em sala de aula!!!Não sei se é só isso, talvez pelo olhar perdido... '(S.3)

E ainda:

'Devido à grande quantidade de alunos em algumas salas de aula e a falta de compromisso e de estímulo, não é possível identificar os elementos geradores de tais comportamentos'. (S.1)

"Pela desmotivação, apatia, negativismo, falta de confiança no que faz desinteresse pelo que tem de fazer, como se nada valesse à pena". (S.4)

De acordo com os professores entrevistados sempre que encontram alunos que apresentam dificuldades no comportamento em sala de aula, tentam abordar-los diretamente e questioná-los acerca de seus problemas se colocando a disposição para conversar, orientar e encaminhar para um profissional competente se perceber ser uma alternativa necessária.

Outro professor respondeu:

'Busco conversar com esse aluno, me aproximar mais e caso seja preciso marco um momento só para nós dois e busco sanar as dúvidas ou necessidades e nessa conversa muitas vezes é preciso de um chá de ânimo para que esse aluno volte a acreditar em si'.(S.2)

Outros:

'Sempre conversamos com os alunos pautando o discurso em mensagens de incentivo e crença na capacidade deles, elogiando e evitando criticas desnecessárias. '(S.3)

"Primeiramente procurar entender o aluno e sua problemática; em segundo lugar, procurar motivá-lo, despertá-lo para a vida, trazê-lo de volta à realidade, conversar com ele, estimulá-lo a adotar uma postura positivista. É uma tarefa difícil, muito mais para um Psicólogo..." (S.4)

As dificuldades enfrentadas pelos professores para a resolução de problemas relacionados ao aluno versos aprendizagem estão continuamente presentes nas discussões travadas entre profissionais da educação como um todo. Neste estudo os docentes entrevistados afirmam que é comum perceber discentes com problemas de desinteresse quando ficam sem desenvolver atividades ou com desculpas para não cumprirem as tarefas, bem como não participarem dos debates em sala de aula.

Entendemos ser necessário que os professores procurem saber quem são seus alunos e sempre que for possível, conhecer um pouco sobre sua história de vida, as necessidades que os preocupam e os levam para longe do contexto da sala de aula mesmo estando dentro dela. À medida que o educador encurta essa distância ente ele e seu educando principalmente aqueles que julgam serem problemas.

Acreditamos que o docente terá capacidade de promover mais esperança, autoconfiança, interesse e consequentemente motivar e despertar os discentes para à realidade escolar, conversando com eles, estimulando-os a adotar uma postura positiva em relação aos estudos.Neste contexto social o professor tem um relevante papel de impulsionar o interesse de seus alunos pelo aprendizado, assim como ter também o real compromisso com seu oficio superando os problemas relacionados ao desinteresse quando dispõe a estes um pouco da sua atenção.

Entende-se que o educador ainda tem um papel relevante na promoção individual/social dos seus educandos, desta forma, periodicamente o tempo obriga que haja uma renovação e reavaliação dos conteúdos e metodologias utilizadas além da revalidação do compromisso do professor com suas atividades profissional, pois os métodos utilizados podem não mais atender aos objetivos propostos.

Concluímos momentaneamente que o estudo realizado com os professores da IES procurando entender a ideia que eles teriam de uma boa relação entre docentes e discentes em sala de aula. Algumas respostas dadas pelos mesmos apresentaram as seguintes acepções; A relação professor aluno deve ser a melhor possível, havendo troca de conhecimentos e respeito entre os mesmos, pois os dois têm um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem. Os entrevistados afirmaram ainda que quando essa afinidade existe, o conteúdo é trabalhado de forma mais leve e prazerosa; que o apoio de ambas as partes, e a atenção do educador para o educando é uma grande ajuda no resgate da auto baixa estima dos estudantes.

4CONSIDERAÇÕES

Ao iniciarmos este estudo demonstramos a expectativa de tentar mostrar a grande importância da influência que tem o professor na vida acadêmica e social dos alunos. A sala de aula é o espaço pedagógico capaz de levar discentes e docentes a desenvolver saberes, onde todos sejam responsáveis e co-autores na transformação e intervenção da realidade sócio-político da sociedade.

Para que um ambiente seja verdadeiramente construtivista, é necessário conceber que todo e qualquer desenvolvimento cognitivo só será efetivo se for baseado em uma interação muito forte entre professor e aluno. O educador deve ter uma mente aberta para dedicar-se a uma sala de aula, disposto a caminhar com seus alunos no processo de ensino aprendizagem, atuando como orientador e fazendo com que os estudantes mobilizados descubram sua capacidade intelectual.

No decorrer da pesquisa nos deparamos com algumas dificuldades que foi a coleta de dados, mesmo sendo realizada através de questionários enviados por email aos professores entrevistados. Com base nos resultados da pesquisa de campo e estudo bibliográfico verifica-se que muitos docentes conseguem identificar discentes com baixa auto-estima, como também procuram buscar um meio de aproximar-se daqueles que apresentam problema de comportamento em sala de aula.

Ao identificarem alunos com baixo nível de interesse pelos assuntos apresentados em aula procuram promover uma relação de troca, de confiança e de respeito da melhor forma possível a fim de incentivar o estudante colocando-se a disposição para conversar, orientar para que este consiga se desvincular da falta de interesse pelo aprendizado em sala de aula e voltar a acreditar em sua capacidade, potencialidade como ser humano e passar a produzir conhecimento a partir das orientações apresentadas pelos educadores. [6]

Considerando estes pontos discutidos entendemos que a relação professor aluno em primeiro lugar deve ser de humanidade, de amizade, confiança, de respeito entre as partes, evitando qualquer forma um comportamento hostil e opressor capaz de semear o medo a raiva e as desavenças no ambiente da sala de aula.A prática pedagógica deve ser sempre pautada em preservar o bem dos dicentes, o professor deve sempre estar avaliando a importância e os cuidados com sua fala, pois ela desperta o interesses, envolve seus alunos e consegue manter a atenção deles bem como o olhar dos mesmos para o professor durante as aulas. O mestre possuidor dessas preocupações consegue promover o re-encantamento dos alunos tidos como problemas no espaço pedagógico.

REFERÊNCIAS

CUNHA, M. I.. Repensando a Didática - A relação professor aluno 21ª Ed.rev. e atual – Campinas, SP: Papirus, 2004.

FREIRE, Paulo – Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa – 29º ed. - São Paulo:Paz e Terra, 1996.

GIL, Antonio Carlos – Didática do ensino superior – 1ª Ed. – 4ª reimpr. – São Paulo: Ed. Atlas 2009.

GUARNIERI, Maria Regina – Aprendendo a ensinar – o caminho nada suave da docência; 2ª ed. – Campinas-São Paulo; Autores associados 2005.

LOPES, Antonia Osima; VEIGA, Ilma Passos Alencastro; Et ale; Repensando a didática – 21 ed. – Campinas São Paulo - Papirus 2004.

MARCHESI, Álvaro e MARTIN, Elena – Qualidade do ensino em tempos de mudança; trad. Fátima Murad. – Porto Alegre: Artmed, 2003.

PIMENTA, Selma Garrido, ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos – Docência no ensino superior - 3ª Ed.– São Paulo: Cortez Editora, 2008.

RIOS, Terezinha Azerêdo, Compreender e ensinarPor uma docência da melhor qualidade. 6 ed.S. Paulo : Cortez 2006.

ZABALA, Antoni, A pratica educativa, como ensinar – Porto Alrege:ArtMed, 1998.

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS

A relação Professor / Aluno no processo de ensino e aprendizagem - Disponível em:http://www.espacoacademico.com.br/052/52pc_silva.htm acessado em 12/09/2009.

GASPAR, Priscila de Faria,Disponível em: http://www.pedagobrasil.com.br/psicologia/aautoestima.htm, acessado em 01/10/2009.

MOTA,Tiago Entre alunos do ensino superior » Esgotamento nervoso: problema recorrente, Disponível em:

file:///F:/Baixo%20rendimento%20e%20esgotamento%20nervoso.htm. Publicado em: 2006-05-07 acesso em 16/06/2008.

Relação professor-aluno,Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_professor-aluno, acessado em 12/09/2009.



[1] Formação: Saúde Pública e da Família pela FANESE, Assistente Social pela Universidade Tiradentes-Unit, Professora Preceptora da Universidade Tiradentes-Unit, Técnica Social Credenciada da Caixa pela Empresa Amis-Ação para o Microcrédito em Sergipe.

[2]Formação: Licenciatura em Letras Português, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN.

[3]Relação professor-aluno,Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_professor-aluno, acessado em 12/09/2009.

[4] MOTA,Tiago Entre alunos do ensino superior » Esgotamento nervoso: problema recorrente, Disponível em: file:///F:/Baixo%20rendimento%20e%20esgotamento%20nervoso.htm. Publicado em: 2006-05-07, acesso em 16/06/2008.

[5] GASPAR, Priscila de Faria,Disponível em: http://www.pedagobrasil.com.br/psicologia/aautoestima.htm, acessado em 01/10/2009.

[6] A aprendizagem consiste justamente na reorganização dos esquemas de conhecimento em uma estrutura que os torne mais sólidos e explicativos. A maneira como cada aluno aprende, o tipo de processo de codificação e reorganização da informação que realiza e o nível de regulação que ele tem desse processo são fatores básicos para compreender as diferenças no rendimento escolar. (MARCHESI, Álvaro in Martins, Elena. O aluno.2003, p.192)