As universidades tem a necessidade de associar ao processo de ensino-aprendizagem não apenas os conteúdos (conhecimentos) que o aluno deverá obter de um conjunto de disciplinas, como comumente se faz, mas que sejam previstas quais ações ou que desempenho este aluno será capaz de executar com o desenvolvimento de habilidades e quais atitudes são desejáveis que o mesmo adote, considerando suas emoções e sentidos. Igualmente é importante trabalhar os valores, para ajudar o aluno a direcionar suas ações, conhecimentos e habilidades para aquilo que acredita ser viável e certo, respeitando os princípios éticos de sua profissão, ao atuar na sociedade.

A elaboração do conhecimento do discente, por conseguinte, se dá através dos conteúdos que lhes são ensinados em sala de aula, os quais são previamente elaborados. Porém, é no decorrer de suas atividades academicas que completa aqueles conhecimentos, desenvolvendo-os e elaborando novos conhecimentos, ou seja, intervindo na realidade, modificando-a. Ou seja, os indivíduos devem ter a capacidade de utilizar esses conhecimentos. Dessa forma, os conhecimentos, as habilidades desenvolvidas, as atitudes que o universitário deve ter no dia-a-dia são imprescindíveis para uma noção mais global sobre os aspectos relacionados com a vida, a profissão, a sociedade, o mercado de trabalho, a cultura local e global

Foi percebido pela produção em sala, que não existe ensino em geral, existe ensino nas salas de aula. Saber se os alunos estão aprendendo, se estão modificando comportamentos, se incorporam habilidades, atitudes, valores com base no projeto pedagógico-curricular do curso e nos programas de cada disciplina.

É na sala de aula que os professores exercem sua influência direta sobre a formação e o comportamento dos alunos. Eles passam a seus alunos uma visão de mundo, uma visão das relações sociais, uma visão da profissão, ou seja, passam uma intencionalidade em relação à formação dos futuros profissionais que é, eminentemente, pedagógica.

Já na sala de aula universitária que, principalmente, se traduzem as ambigüidades e os desafios do ensino superior. Nela é que se materializam os conflitos entre expectativas sociais e projeto de cada universidade, sonhos individuais e compromissos coletivos, transmissão e produção do conhecimento, ser e vir-a-ser.

Os diagnósticos e análises obtidos perante os discentes universitários mostram insatisfações dos alunos em relação ao currículo, às práticas de ensino, ao corpo docente. Como por exemplo de uma aluna do curso de Administração; "A formação fica prejudicada porque as aulas práticas se resumem ao estágio já no final do curso, não há interdisciplinaridade e não há didática e metodologia adequadas, os professores que mais me marcaram, até agora, foram aqueles que interferiram na minha forma de ver o mundo, nas relações."

Um outro aluno do curso de licenciatura em historia critica o ensino tradicional, isto é, um sistema de relações centrado apenas na didática da transmissão de informação que reduz o estudante a um sujeito que recebe passivamente essa informação. Ensina sem qualquer formação pedagógica; consideram o magistério como atividade secundária;

Outros alunos criticaram a avaliação da aprendizagem que consiste para a maioria em dar prova e nota, usada como instrumento de controle do comportamento do aluno, isto é, meio de estabelecer autoridade em relação ao aluno, de fazer pressão sobre o aluno.

Portanto, o modo como se ensina depende de se saber como os indivíduos aprendem, ou melhor, como adultos aprendem, e a sala de aula é um espaço de construção conjunta do conhecimento, e a aprendizagem está relacionada com a atividade de pesquisa tanto do aluno quanto do professor. Implica promover situações em que o aluno aprenda a buscar informações, aprenda a localizá-las, analisá-las, relacioná-las com conhecimentos anteriores, dando-lhes significado próprio, a redigir conclusões, a observar situações de campo e registrá-las, e buscar possíveis soluções dos problemas.

Marcondes de Sousa Araujo Junior.