Em 1861 os norte-americanos Thomas Rainy e Clinton Van Twyl trouxeram para o transporte viário do Brasil o sistema "Ferry-Boat" que era então usado nos E.E.U.U. e na Europa, mas foi sòmente em 1877 que teve início a travessia regular a vapor entre a Praça XV e Paquetá, com as barcas Primeira, Segunda e Terceira, da então Cia. Ferry, que cobriam esse percurso de 10 milhas marítimas ( 11,7 Km ) em aproximadamente 50 minutos de viagem.

Em 1889, a Cia. Ferry fundiu-se com a Empresa de Obras Públicas do Brasil, surgindo assim a Cia. Cantareira e Viação Fluminense, que passou então a explorar a navegação a vapor na Baía de Guanabara com as três barcas da Cia. Ferry e outras mais que foram sendo progressivamente construídas por ela, dentre as quais a velha QUINTA, de saudosa memória.

A QUINTA

Não gosta de chegar nem de ir embora.               Quando chove, de noite, mais trabalha

Com ventanias nunca se atrapalha e                      No lirismo do escuro, como outrora ...

Os altos sentimentos agasalha,                              O seu apito quando apita chora

Justificando o afago que demora.                          E pelo mar o gozo pleno espalha.

De um sonho bom reflete a singelea.                     Quando se tem juntinho, ao nosso lado,

A sua lentidão é sóbeleza:                                     Alguém que se ama, é bom o demorado

Beleza de carícia vagarosa.                                   Da nossa velha barca preguiçosa.

                                                                                                 Halmalo Cardoso