O TEMPO EM SANTO AGOSTINHO

 

 

 

 

 

O tempo e o movimento sempre foram um dos principais alvos das investigações filosóficas, desde os primeiros filósofos,

 

"TUDO FLUI, NADA PERSISTE TAMPOUCO PERMANECE O MESMO",.

Heráclito (540 a.C. - 470 a.C )

 

Como entender e explicar algo tão abstrato? Par o senso comum não há o que ser explicado, o tempo apenas o é, talvez um coadjuvante da vida, não há problemática, nem o que entender, mais sabemos que não é bem assim,  este é um tema de extrema relevância, uma vez que somos seres temporais, nascemos , crescemos, plantamos , colhemos,sorrimos ,choramos,há tempo para tudo , tudo passa a vida é uma eterno movimento mesclado de atividades e espera , o próprio tempo.

Tarefa difícil colocar em palavras o significado do tempo, já diria santo agostinho:

 

“Se ninguém me perguntar eu sei, porém, se quiser explicar a quem me perguntar, já não sei"(Ibid., XI 14,17)

 

Sábias palavras do bispo de Hipona , explicar o tempo é algo que ultrapassa os limites da própria linguagem. Apenas com os sentidos podemos sentir e tentar compreender.Veremos a seguir como o santo encarou a problemática tempo.

Santo Agostinho de Hipona (345-430 D.C) nasceu em Tagaste, doutor da igreja catÓlica profundo estudioso de Platão, produziu investigações filosóficas dentre outras áreas , em torno da questão do tempo em relação ao homem,estudo que podemos encontrar especificados em sua sobras , especialmente  na obra Confissões.

No capitulo XI, da obra o bispo tenta compreender o que é o tempo, e qual seu significado,mais acaba concluindo que essa questão é algo extremamente ininteligível para a mente humana a que a penas deus pode reter o tempo,o nós seres mortais podemos apenas senti-lo .

 Mais se não se pode compreender por completo ele tenta ao menos  especular e  investigar como se dá a formação do tempo e acaba chegando a conclusão que o tempo é mais uma criatura de deus , e que sua formação de dá juntamente com a criação do mundo, pois antes nada existia, a não ser o próprio criador, mais este” antes” pode gerar contradição  já que a palavra por si só já é um indicativo de tempo.

Acontece que o tempo do senhor não é o mesmo tempo dos mortais, é o tempo eterno, imutável, constante, e não fragmentado como o nosso

“o mundo não foi feito no tempo, mas com

o tempo.”_(confissões XI 13,15)”.

 

Partindo deste ponto a conciliar tempo e a felicidade deve ser algo impossível, pois a felicidade é como o tempo eterno de deus constante e imutável diferentemente do nosso tempo, mutável, inconstante e relativo, deste modo a felicidade verdadeira não pode ser baseada no nosso tempo.

 

 

Agostinho tenta ainda entender como se dá a medição do tempo e se isso é realmente possível, e chega á conclusão de o tempo é formado por três fatores  abstratos : o passado , o presente e o futuro. O passado torna-se impossível conceituar uma vez que  este já não o é, assim como o futuro que ainda será, então apenas o presente é real porque ele é, mais logo deixará de ser , dessa maneira estes três fatores  são interligados  e um puxa o outro dando a idéia do tempo.

Sendo assim o tempo só pode ser medido através dos sentidos que nunca se enganan,como as recordações que fazem saber que o passado existiu e a intuição para fazer planos para o futuro.

Ainda observa que este não pode ser medido pela movimentação, como de copos celestes, mais sim o contrario, seria o próprio tempo que mediria a movimentação dos corpos.

 

Podemos partir de tudo isto perceber que santo agostinho conceituou filosoficamente o tempo como o vivemos nos dias atuais.

E como o efêmero se torna pequeno e  irrelevante defronte a eternidade

 O tempo conhecido torna-s uma passagem dentro do eterno, e passado e futuro estão totalmente separados pelo presente, o único instante que podemos realmente compreender.

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências bibliográficas

AGOSTINHO, Santo Confissões. São Paulo, Nova Cultural, 1996. Tradução de J. Oliveira

Santos, S.J.; e A.Ambrósio de Pina, S.J.

 

Introdução ao Estudo de Santo Agostinho. Trad. Cristiane Negreiros Abbud Ayoub.

São Paulo: Discurso Editorial; Paulus, 2006. pp. 17 a 29; 357 a 370.