CENTRO EDUCACIONAL DE UBAÍ - CEU

CURSO TÉCNICO DE INFERMAGEM






A QUALIDADE DE VIDA FÍSICA E MENTAL DE IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE CAMINHADA NA CIDADE DE CAMPO AZUL

CLÁUDIA MENDES DA SILVA
DANIELE MENDES BARBOSA
ELISÂNGELA PEREIRA DOS SANTOS
MARIA DO ROSÁRIO ALVES PINTO
SANDRO RAMOS RODRIGUES

CAMPO AZUL

DEZEMBRO/2009



 
 CLÁUDIA MENDES DA SILVA
DANIELE MENDES BARBOSA
ELISÂNGELA PEREIRA DOS SANTOS
MARIA DO ROSÁRIO SILVA ROCHA OLIVEIRA
ALEXANDRE FERREIRA RAMOS

A QUALIDADE DE VIDA FÍSICA E MENTAL DE IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE CAMINHADA NA CIDADE DE CAMPO AZUL

 
 

Monografia apresentada ao Curso Técnico de Enfermagem do Centro Educacional de Ubaí - CEU, como requisito parcial para obtenção do título Técnico em Enfermagem

Área de concentração: Atividade Física e Saúde

Orientador: Prof. Celso Pontes

 
 


CAMPO AZUL

DEZEMBRO/2009

 
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho aos nossos pais que sempre acreditaram em nós e nos deram força e apoio para prosseguir, aos nossos familiares que sempre nos apoiaram, a todos os nossos colegas e amigos. Aos professores que sempre estiveram presentes nesta fase e a todos aqueles que contribuíram para a conquista deste objetivo.


 
 



 
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a "Deus", aos nossos pais, familiares, amigos, professores e em especial, ao nosso orientadorPROF:WELINGTON PEREIRA DE JESUS  pela ajuda prestada.


 
RESUMO

Os idosos, como demais parcelas da população brasileira carecem de pesquisas em todas as áreas da saúde, que possam contribuir para a melhoria na qualidade de vida física, mental e social. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo principal investigar a qualidade de vida física e mental dos idosos praticantes e não praticantes da caminhada regular, na cidade de Campo Azul-MG. A pesquisa realizada foi de campo do tipo descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa, tendo como amostra 20 idosos de ambos os gêneros, com média de idade ± 69 anos, divididos em dois grupos. O grupo 1 foi composto por 10 idosos praticantes da caminhada regular e o grupo 2 por 10 idosos não praticantes da caminhada ou de qualquer atividade física regular. Os dados foram coletados mediante aplicação de um questionário adaptado de qualidade de vida WHOQOL–100, que abordou as dimensões física e mental, recebendo tratamento estatístico em termos percentuais. Como resultados verificou-se as comparações das dimensões física e mental dos grupos estudados apontam, em sua maioria, que os indivíduos do grupo 1 que praticam a caminhada regular, apresentam melhor qualidade de vida física e mental, quando comparados aos indivíduos do grupo 2, que não praticam a caminhada ou qualquer atividade física regular. Esses resultados permitem concluir que a prática regular de uma determinada atividade física interfere de maneira positiva, sendo um dos fatores que contribuem para a melhoria da qualidade de vida física e mental do seu praticante. Nesse sentido, a prescrição de atividades físicas regulares é recomendada não somente para idosos, mas para todos os indivíduos que prezem uma vida mais saudável e de melhor qualidade.

PALAVRAS CHAVE: Idosos, Atividade Física, Caminhada e Qualidade de Vida.


 
LISTAS DE TABELAS E GRÁFICOS

TABELAS

T.1

Caracterização da amostra.........................................................................

27

GRÁFICOS

G.1

Quão facilmente você fica cansado (a)?.....................................................

27

G.2

O quanto você fica incomodado (a) pelo cansaço?....................................

28

G.3

Você tem alguma dificuldade com o sono pra dormir?...............................

29

G.4

O quanto você aproveita a vida?................................................................

30

G.5

Quando algum sentimento de tristeza ou depressão interfere no seu dia-a-dia?..........................................................................................................

30

G.6

Em que medida você tem dificuldade em exercer suas atividades do dia-a-dia?..........................................................................................................

32

G.7

Quando você precisa de medicação para levar sua vida no dia-a-dia?.....

33

G.8

Quão Satisfeito (a) você esta com a qualidade de sua vida?.....................

34

G.9

Em geral quão Satisfeito (a) você está com a sua vida?............................

34

G.10

Quão Satisfeito (a) você está com a sua capacidade de tomar decisões?

36

G.11

Quão Satisfeito (a) você está com as suas relações pessoais (amigos, parentes, etc.)?...........................................................................................

37


 
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................

07

1.1

Objetivos.........................................................................................................

08

1.1.1

Objetivo Geral................................................................................................

08

1.1.2

Objetivos Específicos.....................................................................................

09

1.2

Justificativa.....................................................................................................

09

2

REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................

10

2.1

Qualidade de Vida..........................................................................................

10

2.1.1

Conceito de Qualidade de Vida......................................................................

10

2.1.2

Instrumentos de Medida de Qualidade de Vida..............................................

11

2.2

Qualidade de Vida na 3ª Idade.......................................................................

13

2.3

O Processo de envelhecimento......................................................................

15

2.4

Atividade Física e Saúde................................................................................

18

2.5

Atividade Física na 3ª Idade...........................................................................

21

2.6

A Caminhada Como Atividade Física Para a 3ª Idade...................................

22

2.7

O Ritmo e a Duração da Caminhada Para Idosos.........................................

23

3

METODOLOGIA.............................................................................................

25

3.1

Caracterização do Estudo..............................................................................

25

3.2

População.......................................................................................................

25

3.3

Amostra...........................................................................................................

25

3.4

Instrumentos e Tarefa.....................................................................................

25

3.5

Procedimentos................................................................................................

25

3.6

Análise dos Dados..........................................................................................

26

3.7

Cuidados Éticos..............................................................................................

26

4

RESULTADOS e DISCUSSÃO......................................................................

27

5.

CONCLUSÃO.................................................................................................

39

REFERÊNCIAS..............................................................................................

40

ANEXOS........................................................................................................

42

 

 

 

 
1. INTRODUÇÃO

             Conforme Rodrigues e Diogo (2000), no Brasil, um país em desenvolvimento, considera-se velho ou idoso a pessoa que tem sessenta anos ou mais e de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera-se idoso acima de sessenta e cinco anos.  Nesta fase da vida é comum a preocupação com a prevenção de doenças, boa alimentação, exercícios físicos, e outras atividades para se ter uma velhice equilibrada, tranqüila e satisfatória.

O envelhecimento é um processo heterogêneo em que as mudanças biológicas e psicosociais podem estar inter-relacionadas, alterando as atividades realizadas cotidianamente, pois as aptidões físicas não serão mais as mesmas. Do ponto de vista físico, existem inúmeras mudanças que ocorrem do adulto jovem para o idoso, que vão desde as rugas até a diminuição dos neurônios, comprometendo sua condição.

Segundo Faria e Marques (1998), a prática de uma atividade física regular pode contribuir muito para evitar as incapacidades associadas no processo do envelhecer. No entanto, o tipo de exercício a ser praticado depende do organismo e da vontade de cada um, então a recomendação das práticas a serem realizadas deve ser individualizada e os exercícios experimentados, até encontrar o que melhor adapta ao seu perfil, pois suas vivências, vontades e necessidades deverão ser respeitadas.

A atividade física na terceira idade tem como principal enfoque a promoção da saúde, más indivíduos com patologias já instaladas, a prática de exercícios orientados pode ser muito importante para controlar a doença, evitar sua progressão e, ou reabilitar o indivíduo, melhorando assim sua qualidade de vida.

Como relata Okuma (1998), as doenças constituem um dos eventos causadores de estresse aos quais as pessoas se defrontam, dependendo do tipo e a fase de vida em que as pessoas se encontram. Os idosos enfrentam uma quantidade menor de grandes eventos de vida, mas uma quantidade maior de pequenos eventos e perdas, como declínio da saúde física e mental, afastamento do mercado de trabalho, mudanças de papéis sociais e perda de familiares.

Dantas (1999) entende que a prática regular de atividade física não pode por si assegurar um aumento significativo no intervalo de vida de indivíduos idosos, porém pode melhorar a qualidade de vida. O estilo de vida ativa pode ser considerado fundamental para melhoria da qualidade de vida, além de melhorar a saúde durante o processo de envelhecimento.

Faria e Marques frisam que o bem-estar físico é relevante para lidar com quase todos os eventos estressantes, particularmente os que exigem grande mobilização. Portanto, as práticas físicas são importantes na qualidade de vida do idoso, além de levantar sua auto-estima, autoconfiança e uma interação social.

A atividade física moderada, realizada de maneira regular, como a caminhada e outras atividades recreativas e de lazer, é fator de grande importância no processo de envelhecimento saudável. Uma das atividades físicas mais praticadas pelos idosos na cidade de Campo Azul é a caminhada, pois requer pouco material, além do fato de poder ser realizada em locais públicos e de fácil acesso.  

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Investigar a qualidade de vida física e mental dos idosos praticantes e não praticantes de caminhada na cidade de Campo Azul.

1.1.2 Objetivos específicos

■ Conhecer o envolvimento existente entre os idosos e as práticas físicas;

■ Verificar o quanto a prática da caminhada regular interfere na qualidade de vida física e mental dos idosos;  

■ Comparar as médias de qualidade de vida entre os dois grupos (praticantes da caminhada e não praticantes de atividades físicas regulares).

 

 

1.2 Justificativa

 A terceira idade surge atualmente como um mercado de trabalho amplo, seguro e promissor para os profissionais da saúde. Os indivíduos da terceira idade carecem dos serviços desses profissionais, e em um mercado de trabalho cada vez mais difícil para os recém formados, poderem ofertar seus serviços, esta emergente parcela da população brasileira abre novas perspectivas profissionais.

O presente trabalho justifica-se pela importância em poder pesquisar uma das atividades físicas "a caminhada" que tem a preferência cada vez maior por parte dos idosos. Saber como a caminhada pode interferir na qualidade de vida destes indivíduos e de vital importância para os profissionais da saúde, pois permitirá aos profissionais prestarem melhor assistência aos seus praticantes, possibilitando aos mesmos atingirem com maior facilidade os seus objetivos.


 

 
2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Qualidade de vida

2.1.1 Conceito de Qualidade de Vida

Conforme relata Fleck (1998), o interesse em conceitos como padrão de vida e qualidade de vida foi inicialmente partilhado por cientistas sociais, filósofos e políticos. O crescente desenvolvimento tecnológico da Medicina e ciências afins trouxe como uma conseqüência negativa a sua progressiva desumanização. Assim, a preocupação com o conceito de qualidade de vida refere-se a um movimento dentro das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade ou o aumento da expectativa de vida.

O significado do termo qualidade de vida, para Nahas (1994) é vago, leva a concepções subjetivas conflitantes, devido à vida humana ser complexa, e, ao potencial das pessoas para se auto-realizarem, ser variável. Existem fatores a serem considerados, perspectivas, níveis de vida, oportunidades.

Segundo Nahas (1994), em [SQV], tem-se a conceituação de qualidade de vida focada na saúde onde, pela amplitude do conceito, abordar saúde e sua dimensão envolve analisar suas variáveis determinantes, como alimentação, saneamento básico, educação e meio ambiente. Ainda da mesma fonte pode-se extrair que há de se considerar ainda, para uma boa saúde e qualidade de vida, a inserção e a integração do homem ao seu entorno social e ambiental. Para que isso ocorra é necessário criar condições que favoreçam o desenvolvimento de todas as suas potencialidades humanas e sua interação com outros seres, através das diversas formas de relações sociais, além dos processos de preservação, regeneração e revitalização dos recursos naturais e ecossistemas.

Assim sendo em Fleck (1998) tem-se a definição da OMS para qualidade de vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações baseada em 6 domínios: domínio físico, domínio psicológico, nível de independência, relações sociais, meio-ambiente e espiritualidade, religião, crenças pessoais se limitando, à sua condição de saúde e às intervenções médicas.

2.1.2 Instrumentos de Medida de Qualidade de Vida

De acordo com Fleck (1998), houve na ultima década uma proliferação de instrumentos de avaliação de qualidade de vida e afins, a maioria desenvolvidos nos Estados Unidos. Houve então, um crescente interesse em traduzi-los para aplicação em outras culturas. A aplicação transcultural através da tradução de qualquer instrumento de avaliação é um tema controverso. Há criticas a possibilidade de que o conceito de qualidade de vida possa ser não ligado a cultura. Por outro lado, em um nível abstrato, por outro lado, há quem acredite que exista um universal cultural de qualidade de vida, isto é, que independente de nação, cultura ou época, é importante que as pessoas se sintam bem psicologicamente, possuam boas condições físicas e sintam-se socialmente integradas e funcionalmente competentes.

A busca de um instrumento que avaliasse qualidade de vida dentro de uma perspectiva genuinamente fez com que a Organização Mundial da Saúde organizasse um projeto colaborativo multicêntrico. O resultado deste projeto foi a elaboração do WHOQOL-100 onde o número do título do projeto representa os 100 itens pesquisados, entre os classificados como domínios e subdomínios.

Assim, em Fleck (1998) têm-se os domínios pesquisados: I - Domínio físico (Dor e desconforto, Energia e fadiga, Sono e repouso); II - Domínio psicológico (Sentimentos positivos, Pensar, aprender, memória e concentração, Auto-estima, Imagem corporal e aparência, Sentimentos negativos); III - Nível de Independência (Mobilidade, Atividades da vida cotidiana, Dependência de medicação ou de tratamentos, Capacidade de trabalho); IV - Relações sociais (Relações pessoais, Suporte e Apoio social, Atividade sexual); V - Ambiente (Segurança física e proteção, Ambiente no lar, Recursos financeiros, Cuidados de saúde e sociais como disponibilidade e qualidade), Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades, Participação em, e oportunidades de recreação e lazer, Ambiente físico (poluição, ruído, trânsito e clima), Transporte; VI - Aspectos espirituais (Religião, Crenças pessoais)

O Estudo realizado pela OMS tem importância impar na tentativa de se definir o que é qualidade de vida bem como a determinação de instrumento que se possa usar para quantificá-la, no entanto a autora tratou, nesta dissertação, apenas de referi-lo sem, no entanto aprofundar-se no instrumental desenvolvido, visto que este, por si só já é tema bastante vasto e complexo.

Contudo o exposto denota a importância e o esforço da sociedade internacional, onde se pode incluir o Brasil, em determinar, qualificar e quantificar a qualidade de vida para toda a população atingindo todas as esferas sociais e como não poderia deixar de se o idoso.

2.2 Qualidade de Vida na Terceira Idade

A chegada à Terceira Idade traz consigo limitações sobre um corpo já muito vivido. Já não se tem a mesma vitalidade, a rapidez dos movimentos e do raciocínio, a mesma coordenação motora da época da juventude. Há mais tempo disponível, mas os idosos não sabem o que fazer com ele. A qualidade de vida na Terceira Idade pode ser definida como a manutenção da saúde, em seu maior nível possível, em todos os aspectos da vida humana: físico, social, psíquico e espiritual (TESSARI 2000).

Do ponto de vista físico, o fator mais importante na manutenção da saúde é o cuidado com a alimentação, pois somos o que comemos. Uma alimentação saudável implica em suprir o organismo com todos os nutrientes de que ele necessita para o seu bom funcionamento e para a conservação de um peso estável, fatores importantes na prevenção de várias doenças.

Visitas regulares ao médico são fundamentais para prevenir, diagnosticar e tratar possíveis doenças que possam diminuir a qualidade de vida. A prática regular de atividades aeróbicas e exercícios, sempre de acordo com as limitações físicas e com orientação especializada, contribui para a conservação da saúde.

Tessari (2000) diz que a atividade sexual, outro fator importante na manutenção da saúde,  deve ser mantida, pois o idoso não perde a sua função sexual. A impotência sexual masculina pode ter um componente orgânico (problemas circulatórios e diminuição da sensibilidade na região do pênis, por exemplo), mas em grande parte das vezes em que ocorre, ela é de cunho emocional: por sentir-se velho, por não possuir  mais os atributos sexuais de outrora e por considerar-se não tão viril e atraente para o sexo oposto como antigamente, o idoso torna-se angustiado e depressivo e, conseqüentemente, impotente.

Tessari (2000) considera que As mulheres idosas costumam rejeitar as atividades sexuais em função de, ao longo de suas vidas, não terem sido estimuladas de forma satisfatória por seu(s) companheiro(s), tendo praticado sexo de forma mecânica e não prazerosa, não atingindo, muitas vezes, o orgasmo. É importante salientar que os valores associados à atividade sexual, nesta fase da vida, são diferentes dos jovens: o que importa não é a virilidade, a quantidade de ejaculações ou orgasmos, mas a intimidade, a sensação de aconchego, o afeto, o carinho.

Segundo Samulski e Noce (2002) a depressão, uma das principais doenças mentais na população idosa, é de difícil reconhecimento e diagnóstico, uma vez que a sociedade, de um modo geral, a encara como um fato normal  à velhice. Puro preconceito! As causas da depressão ainda são desconhecidas, mas os autores acreditam que vários fatores biológicos, psicológicos e sociais atuando de forma concomitante, desencadeiem a doença. O acompanhamento psicoterápico como complemento ao tratamento medicamentoso, propicia a recuperação da qualidade de vida do idoso.

Para Tessari (2000) a preparação para as grandes mudanças na vida decorrentes da aposentadoria e da perda de amigos e familiares é de suma importância para a saúde psicológica, assim como um contato familiar constante e a preservação e manutenção da autonomia, independência e dignidade do idoso.

Para Dantas (1999) saber usufruir de todos os momentos de lazer, a interação social e o desenvolvimento de hobbies e interesses diversos colaboram para que a mente mantenha-se ativa e saudável. Ainda conforme Dantas (1999) é importante que o idoso seja respeitado como ser humano que é com todas as limitações inerentes a sua idade! Se já não possui a vitalidade da juventude, por outro lado tem o conhecimento adquirido através das experiências ao longo de toda uma vida. A partilha desses conhecimentos com as novas gerações proporciona ao idoso a possibilidade de manter-se  integrado à sociedade.

Conclui Dantas (1999) que o prazer de ter um corpo saudável e a aceitação de seus limites, o prazer de interagir em sociedade, o prazer da satisfação dos desejos na medida do possível e aceitável, o prazer de compartilhar e de aprender, porque viver implica em manter-se num processo de aprendizagem eterno.

 2.3 O Processo de Envelhecimento

O envelhecimento é um processo universal o qual acontece desde o nascimento. Refere-se a um fenômeno fisiológico, transformações naturais e gradativas. Ele pode ser definido de diferentes maneiras, conforme seja dirigido o foco de atenção aos fatores: ambientais, genéticos, biológicos, psicológicos, sociais, culturais entre outros. O envelhecimento é um processo biológico natural e inevitável que reflete a história de vida de cada pessoa. A evolução natural do ser humano passa pelo nascimento, desenvolvimento seqüenciado até o envelhecimento e por fim a morte.

As modificações Fisiológicas, como, articulações e músculos menos flexíveis, aumento do percentual de gordura com a conseqüente diminuição de tônus muscular, e diminuição gradativa do Vo2 máx, acabam acarretando uma série de problemas ao adulto idoso, como: prejuízo no equilíbrio (afetando a própria mobilidade), diminuição da capacidade funcional, fores e agravamento de patologias crônicas (MATSUDO 1999, p.68).

Todo envelhecimento tem suas virtudes e seus problemas, mas a velhice é uma época privilegiada da existência, pois ela traz experiência, sabedoria e paz e as dificuldades se acumulam na velhice das pessoas insatisfeitas, inadaptadas e neuróticas. As necessidades básicas do idoso são as mesmas dos adolescentes: necessidade de amor, calor familiar, segurança interior e exterior e necessidade de ser útil aos demais. "Não basta prolongar cada vez mais a vida humana, isto é, duração da velhice" (MATSUDO, 1999).

Precisamos de dignidade e não desesperança ao envelhecer. O movimento além de despertar a consciência corporal, traz prazer e permite e auto-expressão, resultando em uma vivência criativa. O movimento corporal além de aumentar a oxigenação e a circulação, aumenta o fluxo energético, nos diferentes níveis, facilitando a assimilação de medicamentos e alimentos como a eliminação de substâncias agressivas.

Conforme Matsudo (1999), o tipo e a qualidade de atividade física dependem da idade, sexo, nível de aptidão física, condição de saúde, resultado desejado e preferência pessoal. Sendo assim a prescrição de exercícios deve ser individual. Uma atividade adequada para idosos, é a caminhada, ela tem sustentação de peso, é uma atividade de baixo impacto e envolve um desgaste calórico continuado pelos vários grupamentos musculares. Por ser uma atividade aeróbica, o volume de sangue ejetado pelo coração aumenta, diminuindo a freqüência cardíaca e batendo menos, o órgão é poupado. Há também um aumento da flexibilidade das artérias e veias, facilitando a circulação sangüínea, evitando os depósitos de gordura e afastando a possibilidade de hipertensão.

Para Marques (1999), a atividade físico-recreativa é identificada constantemente como uma das intervenções de saúde mais significativas da vida das pessoas de idade avançada. Dentro dos benefícios imediatos da participação regular em programas de exercícios e recreativos se identificam no aspecto físico: maiores níveis de auto-eficácia, controle interno, melhoria nos padrões do sono, relaxamento muscular, entre outros.

As pessoas idosas que se mantêm fisicamente ativas possuem atitudes mais positivas para o trabalho, estão em melhor estado de saúde, produzem melhor estamina e apresentam maior habilidade para lidar com as tensões. O baile, o canto, as atividades pictórias em todas as suas manifestações, por exemplo, tem demonstrado ser de muita ajuda para as pessoas de idade avançada ao experimentar sentido de união com outros, melhor auto-estima e a comunicação e ajuda ao bem-estar físico, em geral.

Barbosa (1996) entende que a limitação funcional leva à dependência física que ocorre pela simples deteriorização dos parâmetros físicos (força muscular, resistência muscular, flexibilidade, agilidade, equilíbrio e coordenação). Por exemplo, a diminuição da força de quadríceps pode ser insuficiente para levantar-se da cadeira ou utilização do banheiro. O Vo2 máximo deteriorar-se na qual uma simples tarefa aeróbica pode desencadear uma respiração ofegante. A flexibilidade do tornozelo associada ao equilíbrio pode ser insuficiente para permitir a promoção, favorecendo para o aumento do número de quedas.

No entender de Matsudo (1999), os exercícios físicos devem ser incorporados definitivamente na rotina daqueles que buscam viver e envelhecer melhor, pois motivos não faltam. Atividades aeróbicas, como natação, ciclismo, caminhadas, queimam gorduras e calorias e por isso protegem o sistema cardiovascular. Produz também endorfina, uma espécie de calmante natural.

Conforme Dantas (1999), o movimento corporal é capaz de despertar desejos, prazeres e potencialidades que para o idoso, pareciam muito longe de ser possíveis, e, com essa vivência, a sensação é de rejuvenescimento, claramente exposta, num semblante alegre e em um corpo desperto e ágil. Para a família, um milagre, para o idoso uma conquista. Envelhecer é um processo biológico diferente de qualquer doença, sendo Um reflexo da história de vida de cada indivíduo.

2.4 Atividade Física e Saúde

            Uma tendência dominante no campo da Educação Física estabelece uma relação entre a prática da atividade física e a conduta saudável. A fisiologia do exercício nos mostra inúmeros estudos sustentando esta tese.

             Nesta linha, Matsudo e Matsudo (2000) afirmam que os principais benefícios à saúde advinda da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos apontados pelos autores são o aumento do volume sistólico; o aumento da potência aeróbica; o aumento da ventilação pulmonar; a melhora do perfil lipídico; a diminuição da pressão arterial; a melhora da sensibilidade à insulina e a diminuição da freqüência cardíaca em repouso e no trabalho submáximo. Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre, segundo os autores, a diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular, da densidade óssea e da flexibilidade.

Para Assumpção et al (2002), é na dimensão psicológica, afirmam que a atividade física atua na melhoria da auto-estima, do auto-conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade e na diminuição do consumo de medicamentos .

Guedes e Guedes (1995), por sua vez, afirmam que a prática de exercícios físicos habituais, além de promover a saúde, influencia na reabilitação de determinadas patologias associadas ao aumento dos índices de morbidade e da mortalidade. Defendem a inter-relação entre a atividade física, aptidão física e saúde, as quais se influenciam reciprocamente. Segundo eles, a prática da atividade física influencia e é influenciada pelos índices de aptidão física, as quais determinam e são determinados pelo estado de saúde.

 Para a melhor compreensão deste modelo definem as variáveis que o compõem. Atividade Física é definida, segundo Fleck (1998) como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso.

Saúde, de acordo com Barbosa (1996), é definida como uma condição humana com dimensões física, social e psicológica, cada uma, caracterizada por um continuum com pólos positivos e negativos. A saúde positiva estaria associada à capacidade de apreciar a vida e resistir aos desafios do cotidiano e a saúde negativa associar-se-ia à morbidade e, no extremo, à mortalidade.

Para a Aptidão física, adotam a definição de Marques (1999): um estado dinâmico de energia e vitalidade que permita a cada um, funcionando no pico de sua capacidade intelectual, realizar as tarefas do cotidiano, ocupar ativamente as horas de lazer, enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, sentir uma alegria de viver e evitar o aparecimento das disfunções hipocinéticas.

             Nesta definição distinguem a aptidão física relacionada à saúde da aptidão física relacionada à capacidade esportiva. A primeira reúne os aspectos bio-fisiológicos responsáveis pela promoção da saúde; a segunda refere-se aos aspectos promotores do rendimento esportivo. O modelo em questão vem orientando grande parte dos estudos cujo enfoque é a relação entre a atividade física e saúde na perspectiva da aptidão física e saúde.

               Conforme Neto (1999), o aumento em 15 % da produção diária de calorias, cerca de 30 minutos de atividades físicas moderadas, pode fazer com que indivíduos sedentários passem a fazer parte do grupo de pessoas consideradas ativas, diminuindo, assim, suas chances de desenvolverem moléstias associadas à vida pouco ativa.  

De acordo com Matsudo (1999), entidades ligadas à Educação Física e às Ciências do Esporte como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física (ICSSPE), o Centro de Controle e Prevenção de Doença - USA (CDC), o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), a Federação Internacional de Medicina Esportiva (FIMS), a Associação Americana de Cardiologia e o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) preconizam que sessões de trinta minutos de atividades físicas por dia, na maior parte dos dias da semana, desenvolvidas continuamente ou mesmo em períodos cumulativos de 10 a 15 minutos, em intensidade moderada, já são suficientes para a promoção da saúde..

Estudos experimentais realizados por Matsudo e Matsudo (2000) sugerem que a prática de atividades de intensidade moderada atua na redução de taxas de mortalidade e de risco de desenvolvimento de doenças degenerativas como as enfermidades cardiovasculares, hipertensão, osteoporose, diabetes, enfermidades respiratórias, dentre outras. São relatados, ainda, efeitos positivos da atividade física no processo de envelhecimento, no aumento da longevidade, no controle da obesidade e em alguns tipos de câncer.

            Destas constatações infere-se que a realização sistemática de atividades corporais é fator determinante na promoção da saúde e da qualidade de vida.

2.5 Atividade Física na Terceira Idade

Conforme Barbosa (1996) a atividade física para idosos deve ter os seguintes objetivos: manter a capacidade funcional geral, preservar a integridade músculo - esquelético, aprimorar o estado psicológico, prevenir e tratar coronariopatia e os diabetes tipo II. Plano de atividade física deve ter: tipo de exercício (ênfase no movimento aleatório, na flexibilidade e em alguns exercícios de resistência), intensidade (moderada sobrecarga com progressão lenta) duração (com base na capacidade do individuo, até 60 minutos por dia, em múltiplas sessões), freqüência (todos os dias com atividades de níveis mais baixos, como caminhar).

Pires et al. (2002) frisam que se os exercícios forem bem conduzidos, favorecem as áreas físicas, psíquicas e sociais tais como: Aparelho cardiovascular central e periférico; Perfil lipídico; Aparelho respiratório; Aparelho músculo-esquelético; Aparelho digestivo; Melhora da performance sexual; Controle do estresse; Bem estar psíquico; melhora do humor; Prevenção da tensão pré-menstrual (TPM); Ajuda á dormir melhor; Promove integração social; Melhora a imagem corporal; Melhora a produtividade no trabalho; Ajuda a idosa a ter autoconfiança; Previne fraturas; Previne queda, melhora o equilíbrio, a força muscular, a mobilidade articular, a massa óssea e a coordenação motora.

Pires et al. (2002) acrescentam que o idoso deve escolher a atividade física que mais lhe agrade, até porque precisa ter motivação para freqüentar um programa, no entanto recomenda-se que as atividades sejam aeróbicas tais como: caminhar, dançar, andar de bicicleta, entre outros, dentre estes a caminhada é um dos mais indicados e praticados, devido à facilidade de se praticar e ao baixo custo para os idosos. Além do mais, conclui os autores, os espaços para se praticar a caminhada podem ser encontrados em vários locais por todas as cidades do Brasil.

2.6 A Caminhada como atividade física na terceira idade

Na atualidade o ser humano vive em um regime extremamente cansativo e desgastante em suas atividades diárias; seja no trabalho, na escola, em casa ou em qualquer outro lugar onde esteja ele está sempre preocupado com algo ou alguém diretamente relacionado ao seu dia-dia.

Para Lima (1998), como conseqüência disto percebe-se que cada vez mais as atividades físicas são buscadas como forma de aliviar o stress diário, relaxar o corpo e principalmente melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas praticantes. Uma atividade física bastante popular por seu fácil acesso é a caminhada, já que praticamente não exige custo algum e pode ser realizada em qualquer lugar, seja na rua, na praia, no campo, nos parques ou em ginásios.

Segundo Lima (1998) em quase 100% dos casos a caminhada visa um melhoramento das condições cardiopulmonares e respiratórias. Porém, para que estes objetivos venham a ser atingidos o praticante deve caminhar em um ritmo que obedeça a certa intensidade, normalmente estipulada por um profissional formado em educação física.

Salienta Lima (1998), para que os efeitos citados acima sejam alcançados recomenda-se que o marchador caminhe em um ritmo de intensidade que gire na faixa entre 70% e 80% em relação à freqüência cardíaca máxima, pois somente nesta faixa é que o coração pode causar estímulos mínimos necessários para a otimização do trabalho físico. Se o trabalho for feito muito abaixo desta faixa poderá não causar ganho algum ao organismo; já se for feito acima, além de não contribuir em nada com o melhoramento dos sistemas cardiovascular e respiratório, vai prejudicar o organismo com o acúmulo de substâncias tóxicas como o ácido láctico e radicais livres de oxigênio, uma vez que o trabalho acima da faixa de 70% a 80% da freqüência cardíaca máxima estaria se utilizando do metabolismo anaeróbio para a produção de energia que sustenta o praticante durante a caminhada. Visto isso mais uma vez podemos perceber a importância que o ritmo, agora relacionado à intensidade, tem para com o desenvolvimento da prática da caminhada; isto é claro, se bem orientado por um profissional de educação física com nível superior.

2.7 O ritmo e a duração na caminhada para idosos

Basicamente qualquer tipo de atividade física obedece ao princípio da progressividade, ou seja, sempre começar com exercícios mais moderados e paulatinamente chegar a atingir exercícios mais extenuantes. Como qualquer prática física, a caminhada não poderia fugir a essa regra.

Lima (1998) diz que o idoso ao iniciar a prática da caminhada deve começar devagar e ir aumentando gradativamente o ritmo de duração da caminhada. Um exemplo disto seria o de começar a se exercitar vinte minutos por dia em uma freqüência semanal escolhida pelo praticante e, com o passar do tempo, ir aumentando este ritmo de duração até atingir aproximadamente os 40 minutos recomendados pelos diversos especialistas da área.

 Com isto, percebe-se que os benefícios fisiológicos trazidos pela prática da caminhada são adquiridos muito mais facilmente. Em contrapartida, infelizmente não é novidade que muitos profissionais de educação física que estão no mercado de trabalho não possuem informações suficientes para estabelecer um trabalho que obedeça ao princípio da progressividade. São os "professores" não formados.

Lima (1998) acrescenta que erros na dosagem do volume (ritmo de duração) da caminhada são importantes agentes estressores e causadores de problemas ortopédicos, o que se constitui na atualidade como os principais fatores que levam ao abandono da prática da caminhada. Mais uma vez faz-se perceber a importância do ritmo, agora associado à duração da atividade de caminhar.


 
3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

   A pesquisa proposta caracteriza-se como um estudo de natureza descritiva com caráter qualitativo e comparativo, que propôs investigar a qualidade de vida dos idosos praticantes e não praticantes de atividades físicas regulares na cidade de Campo Azul.

3.2 População

            Idosos de ambos os gêneros, praticantes e não praticantes da caminhada regular.

3.3 Amostra

            Participaram deste estudo 20 idosos de ambos os gêneros, com média de idade de ± 69 anos, praticantes da caminhada em avenidas de Campo Azul (grupo 1) e idosos que não praticam atividades físicas regularmente (grupo 2).   

3.4 Instrumentos

            Os dados foram coletados mediante aplicação de um questionário adaptado de qualidade de vida WHOQOL – 100 (anexo 1), que abordou as dimensões física e mental.

3.5 Procedimentos

            Para realização do estudo, inicialmente se fez necessário um levantamento dos locais onde se pratica a caminhada em Campo Azul. As pessoas foram abordadas no final de suas atividades para a entrevista. Foi feita a apresentação dos propósitos do estudo. Somente depois o questionário foi aplicado pelos pesquisadores. Os dados do grupo 2 foram coletados em grupos da 3ª idade da cidade local.

3.6 Análise dos Dados

 Os dados coletados foram analisados através da estatística descritiva (porcentagem) no Microsoft Excel 2003 e os seus resultados foram demonstrados na forma de tabela e gráficos.

3.7 Cuidados Éticos

Os indivíduos da terceira idade submetidos à pesquisa foram informados dos propósitos dos estudos, todos assinarão o termo de participação consentida, de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.


 
4. RESULTADOS e DISCUSSÃO

            Aqui são apresentados e discutidos, os resultados encontrados com a realização da pesquisa de campo. Inicialmente são apresentados, através da tabela 1, os dados que caracterizaram a amostra do estudo.

TABELA 1

Caracterização da amostra

Gênero

Feminino

60%

Masculino

40%

Nível de Instrução

Não alfabetizado

25%

Alfabetizado

50%

1º grau incompleto

5%

1º grau completo

15%

Curso superior

5%

Média da idade

M = ± 69 anos

            Em seguida são apresentados os resultados relativos às questões do estudo. Optou-se pela exposição dos mesmos com a utilização de gráficos, pelo fato dos mesmos facilitarem a discussão, assim como a compreensão por parte do leitor.


O gráfico 1 aborda o item relacionado ao cansaço dos idosos. Pelos resultados percebe-se 40% dos indivíduos do grupo dos praticantes da caminhada não se sentem cansados em nenhum momento e 60% apresentam algum tipo de cansaço. Já no grupo 2, 100% dos indivíduos apresentam algum tipo de cansaço. Esses números permitem deduzir que os indivíduos do grupo 2, que não praticam a caminhada se cansam com mais intensidade no dia-a-dia.


            Já o gráfico 2 revela o quanto os idosos se sentem incomodados pelo cansaço. Os números revelam que 60% dos indivíduos do grupo 1 sentem algum desconforto quanto ao mesmo. Já quanto ao grupo 2, 100% afirmam se sentirem incomodados. Esses resultados permitem entender que a atividade física, no caso a caminhada, é capaz de amenizar os efeitos do cansaço nos idosos.

Corroborando com os resultados dos gráficos 1 e 2, Almeida (2006) cita que caminhar é uma atividade física muito eficiente para as pessoas, principalmente para indivíduos da terceira idade. Para a autora muitos estudos revelam que andar melhora o condicionamento cardiovascular e físico, fazendo com que os seus praticantes se sintam menos cansados, menos incomodados e mais propensos às atividades habituais.


            O gráfico 3 está relacionado ao aspecto fisiológico de vigília e sono. Pelos números apresentados é possível notar que 20% dos praticantes da caminhada regular não apresentam dificuldades para dormir e 80% apresenta alguma dificuldade. No entanto, 100% dos indivíduos do grupo 2 apresentam dificuldades para dormir.  Aqui se percebe que a caminhada tende a favorecer, de forma positiva, o aspecto fisiológico do sono.

Essa ligação entre exercício físico e sono é muito complexa e pode ser mais bem compreendida com a explanação de Saba (2009), sobre o efeito positivo da prática de exercícios. O autor explica que a maior movimentação corporal durante o dia ajuda a diminuir a agitação noturna, isto é, a atividade física diurna possibilita que a pessoa gaste mais energia de dia e relaxe mais facilmente à noite.

Para Saba (2009), a caminhada provoca esforço suficiente para acelerar o coração e o ritmo respiratório. Enquanto a caminhada está sendo praticada, ele eleva a temperatura corporal de forma que, à medida que o final do dia vai se aproximando, a volta à temperatura média proporciona as melhores condições para uma boa noite de sono.


            Já com relação ao aproveitamento dos bons momentos da vida, comparando os números percentuais dos dois grupos, através do gráfico 4, é possível notar que, do lado dos praticantes da caminhada, o total das pessoas que aproveitam bastante a vida é 10% maior em relação ao grupo dos não praticantes. O que leva a crer que, a atividade física regular como a caminhada também pode influenciar nesse aspecto.

            Também os dados do gráfico 5 levam a crer que a atividade física regular exerce influência nos sentimentos das pessoas. 10% dos indivíduos do grupo dos não praticantes da caminhada afirmaram que sentimentos de tristeza ou depressão interferem extremamente no dia-a-dia. Já em relação aos indivíduos do grupo 1, essa interferência ocorre em memores proporções. Isso leva a crer que a caminhada, por ser uma atividade prazerosa e benéfica ao corpo e mente é capaz de minimizar a interferência negativa de tais sentimentos.

Esses resultados encontram embasamento em Rodrigues et al. (2005), quando citam que idosos que praticam uma determinada atividade física regularmente apresentam menos casos depressivos, principalmente quando realizada em grupo de pessoas com idades semelhantes, onde ocorre grande socialização, surgem novos interesses e novas amizades.

Blair e Connelly (1996) também defendem que uma atividade física regular como a caminhada é capaz de reduzir o risco de estados emocionais nocivos como a tristeza e a depressão, comumente verificadas com maior frequência em idosos. Outra hipótese, segundo esses autores, é a cognitiva. De natureza eminentemente psicológica, a hipótese cognitiva se fundamenta na melhoria da auto-estima mediante a prática do exercício regular, sustentando que os exercícios em longos prazos ou os exercícios intensivos melhorariam a imagem de si mesmo e, conseqüentemente, a auto-estima

Neto (1999) também entende que o exercício físico regular como a caminhada tem um efeito positivo sobre o humor dos idosos, sendo um forte fator de alívio para a depressão e tristezas no dia-a-dia.

Nesse sentido, (Monteiro 2001) aconselha que a prática de atividade física regular deva ser realizada com intensidade moderada, longa duração (acima de 30 minutos), para que haja um aumento na taxa de endorfinas, hormônio redutor dos agentes estressores, reduzindo assim, os sintomas depressivos que causam tristeza.


            O gráfico 6 se refere às dificuldades dos idosos em suas atividades da vida diária. Nota-se que somente nas opções muito pouco e mais ou menos, as opiniões dos dois grupos se divergem ligeiramente. Pelos resultados percebe-se que os indivíduos de ambos os grupos apresentam algumas dificuldades na execução das atividades da vida diária.

Apesar dos indivíduos do grupo 1, ligeiramente apresentarem menos dificuldades em relação ao grupo 2, não se pode afirmar com certeza, que esse fato se atribui exclusivamente à prática da caminhada.

Atualmente se verifica que quanto mais ativa é uma pessoa menos limitações físicas ela tem. Andeotti (1999) cita que dentre os inúmeros benefícios que a prática de exercícios físicos promove, um dos principais é a proteção da capacidade funcional em todas as idades, principalmente nos idosos. Por capacidade funcional entende-se o desempenho para a realização das atividades do cotidiano ou atividades da vida diária.

Nesse sentido, Marques (1996) defende que a realização de exercícios aeróbicos regulares, como a caminhada, são capazes de proporcionar aos idosos benefícios em relação às capacidades motoras que apóiam a realização das atividades da vida diária, melhorando a capacidade de trabalho e lazer e alterando a taxa de declínio do estado funcional, influenciando na melhoria da qualidade de vida dos mesmos.  


            O gráfico 7 se refere ao consumo de medicamentos por parte dos idosos. Aqui se percebe que 40% dos indivíduos de ambos os grupos não dependem de medicamentos no dia-a-dia. No entanto 60% dos mesmos dependem de algum tipo de medicação. Já o número de pessoas que dependem de bastante medicação é 10% maior no grupo dos indivíduos que não praticam a caminhada, o que leva a crer que essa atividade regular é capaz de proporcionar a redução do uso de uma quantidade maior de remédios por parte dos idosos.

Em concordância com esses resultados, Assumpção et al (2002) afirmam que a atividade física regular, além de atuar na melhoria da auto-estima, do auto-conceito, das funções cognitivas e de socialização, também atua na saúde dos idosos regularmente ativos, diminuindo a dependência de medicamentos, para se levar uma vida tranquila.


            No gráfico 8, relativo à satisfação dos idosos com a sua qualidade de vida, observando os números apresentados é possível notar que no grupo 2, composto pelos não praticantes da caminhada, 20% dos idosos estão muito insatisfeitos e 10% insatisfeitos com sua qualidade de vida. Já no grupo 1 não existe nenhuma insatisfação por parte dos idosos, o número de pessoas satisfeitas com a qualidade de vida é 20% maior e de muito satisfeitos 10%, quando comparado ao grupo 2. Aqui, se pode deduzir que a caminhada seja um fator de influência positiva, no que se refere à satisfação dos idosos.

Essa dedução é amparada por Monteiro (2001), que entende que a atividade física regular vem sendo associada ao bem estar, à saúde e à qualidade de vida das pessoas em todas as faixas etárias, e principalmente na terceira idade, quando são grandes os riscos que a inatividade causa ao indivíduo, levando-o a perda de muitos anos de vida útil. Para o autor, idosos participantes de grupos de terceira idade, ou que desenvolvem atividades físicas regulares, demonstram maior grau de satisfação com sua qualidade de vida física e mental.

Matsudo et al. (2001a) também defendem a idéia de que  a inserção dos idosos em programas de atividades físicas regulares, como a caminhada e hidroginástica, resulta em maior capacidade de autonomia, o que, por sua vez, pode melhorar a qualidade de vida e elevar o grau de satisfação dos mesmos.


            O gráfico 9 ilustra a percepção dos entrevistados sobre a satisfação dos mesmos com a vida. No grupo 1, 50% dos indivíduos estão satisfeitos e 50% muito satisfeitos com a mesma. Já no grupo 2, 10% se encontram muito insatisfeitos, 20% nem insatisfeito nem satisfeito, 40% satisfeito e 30% muito satisfeito com a vida.

Numa análise geral, 100% dos indivíduos que praticam a caminhada estão satisfeitos com a vida. Já no grupo dos não praticantes esse percentual é 70%. Isso leva a crer que a atividade física regular, no caso a caminhada, pode contribuir também para o nível de satisfação dos idosos com a vida que levam.

Berger (1996) também concorda que a prática de atividade física regular influencia a satisfação com a vida, através de realizações fisiológicas e psicológicas as quais dependem da percepção e do controle pessoal, componentes considerados importantes para o bem-estar geral do idoso. Ainda segundo Berger (1996), importantes benefícios são conseguidos no que respeita às dimensões associadas ao bem-estar, e à satisfação com a vida..


            Quanto à satisfação dos idosos com suas capacidades em tomar decisões, o gráfico 10 mostra que 10% dos indivíduos que não praticam a caminhada estão muito insatisfeitos e 10% insatisfeitos, o que não se verifica no grupo dos praticantes. Também no grupo 2, o percentual geral de indivíduos satisfeitos é 80%, contra 90% do grupo 1. Aqui também, a caminhada parece interferir na capacidade dos idosos em tomar decisões.

Aqui, Weinberg e Gould (2001) enfocam que vários estudos já realizados apontam que, o esporte ou uma atividade física praticada regularmente, diminui a ansiedade, a depressão, a tensão, a ira, as fobias, além de melhorar a autoconfiança e a estabilidade emocional, o que eleva a capacidade e a confiança na tomada de decisões.

Outro estudo que evidencia a melhora específica da memória e na capacidade de tomar decisões com o exercício, ou atividade física regular é o de Santos et al. (1998), que concluiu que exercícios de intensidade moderada, mas de longa duração, como a caminhada são os que melhor favorecem à evocação da memória e tomada de decisões. Os autores baseiam sua conclusão na análise de hormônios e enzimas corporais que estariam presentes na circulação tanto na realização de atividades físicas como na evocação da memória e na tomada de decisões.

            Com relação à satisfação dos idosos em suas relações pessoais, o gráfico 11 também compara as percepções dos dois grupos. Aqui se percebe que a caminhada parece não influenciar, uma vez que o percentual geral de indivíduos satisfeitos com suas relações pessoais é 10% maior no grupo 2 (não praticantes da caminhada), quando comparados ao grupo 1(praticantes da caminhada).

No entanto, Stella et al. (2002) e Rodrigues et al. (2005), defendem que a prática de atividades físicas regulares traz inúmeros benefícios na qualidade de vida dos idosos, facilitando a interação dos mesmos junto à sociedade, além de ampliar suas relações pessoais e facilitar o convívio entre as pessoas.


 
5. CONCLUSÃO

Os idosos, como demais parcelas da população brasileira carecem de pesquisas em todas as áreas da saúde, que possam contribuir para a melhoria na qualidade de vida física, mental e social.

            Nesse sentido, este estudo teve como objetivo principal investigar a qualidade de vida física e mental dos idosos praticantes e não praticantes da caminhada regular, na cidade de Campo Azul-MG.

            As comparações das dimensões física e mental dos grupos estudados apontam, em sua maioria, que os indivíduos do grupo 1 que praticam a caminhada regular, apresentam melhor qualidade de vida física e mental, quando comparados aos indivíduos do grupo 2, que não praticam a caminhada ou qualquer atividade física regular.

Esses resultados permitem concluir que a prática regular de uma determinada atividade física interfere de maneira positiva, sendo um dos fatores que contribuem para a melhoria da qualidade de vida física e mental do seu praticante. Nesse sentido, a prescrição de atividades físicas regulares é recomendada não somente para idosos, mas para todos os indivíduos que prezem uma vida mais saudável e de melhor qualidade.

Este estudo não tem a intenção de esgotar as discussões sobre o assunto. Ao final se recomenda novos estudos na área, como forma de melhor compreender a temática em questão.

 

 
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ANEXOS


 
 


Anexo 1

Questionário de qualidade de vida

(Adaptado do WHOQOL-100)

Prezado (a) Senhor (a)

Estamos realizando uma pesquisa sobre a qualidade de vida física e mental em idosos praticantes e não praticantes da caminhada em Campo Azul e queremos contar com sua participação, respondendo às questões abaixo. O seu nome não será divulgado na pesquisa.

Dados do entrevistado

1. Sexo

 (    ) Masculino     (    ) Feminino

2. Idade......................................................................................................................................................

3. Nível de Instrução  

(    ) Não Alfabetizado       (    ) Alfabetizado             (    ) 1º Grau Incompleto     (    ) 1º Grau Completo   

(    ) 2º Grau Incompleto   (    )  2º Grau Completo    (    ) Curso Superior

Questões do Estudo

Instruções

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua melhor escolha. Você deve colocar um circulo em um dos números. As questões se referem às duas últimas semanas.

1ª-Quão facilmente você fica cansado (a)?

     1-Nada        2-Muito pouco       3-Mais ou menos       4-Bastante       5-Extremamente

2ª-O quanto você fica incomodado (a) pelo cansaço?

     1-Nada        2-Muito pouco       3-Mais ou menos       4-Bastante       5-Extremamente

3ª-Você tem alguma dificuldade com o sono pra dormir?

     1-Nada        2-Muito pouco       3-Mais ou menos       4-Bastante       5-Extremamente

4ª- O quanto você aproveita a vida?

     1-Nada        2-Muito pouco       3-Mais ou menos       4-Bastante       5-Extremamente

5ª-Quando algum sentimento de tristeza ou depressão interfere no seu dia-a-dia?

     1-Nada        2-Muito pouco       3-Mais ou menos       4-Bastante       5-Extremamente

6ª-Em que medida você tem dificuldade em exercer suas atividades do dia-a-dia?

     1-Nada        2-Muito pouco       3-Mais ou menos       4-Bastante       5-Extremamente

7ª-Quando você precisa de medicação para levar sua vida no dia-a-dia?

     1-Nada        2-Muito pouco       3-Mais ou menos       4-Bastante       5-Extremamente

8ª Quão Satisfeito (a) você esta com a qualidade de sua vida?

     1-Muito insatisfeito       2-Insatisfeito      3-Nem satisfeito, nem insatisfeito      4-Satisfeito

     5-Muito satisfeito

9ª Em geral quão Satisfeito (a) você está com a sua vida?

 
     1-Muito insatisfeito       2-Insatisfeito      3-Nem satisfeito, nem insatisfeito      4-Satisfeito

     5-Muito satisfeito

10ª Quão Satisfeito (a) você está com a sua capacidade de tomar decisões?

     1-Muito insatisfeito       2-Insatisfeito      3-Nem satisfeito, nem insatisfeito      4-Satisfeito

     5-Muito satisfeito

11ª Quão Satisfeito (a) você está com as suas relações pessoais (amigos, parentes, etc.)?

     1-Muito insatisfeito       2-Insatisfeito      3-Nem satisfeito, nem insatisfeito      4-Satisfeito

     5-Muito satisfeito

                                                            AGRADECEMOS SUA PARTICIPAÇÃO