A   Psicopedagogia Tecnologia 

SOLANGE REJANE SÁ DO NASCIMENTO

INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia está voltada para o desenvolvimento das funções cognitivas do estudante, tendo como meta desbloquear e canalizar o aluno para o aprendizado, isso só pode ocorrer quando são detectados possíveis perturbações no processo de aprendizagem. É neste sentido que aos poucos, a intervenção do psicopedagogo vai tratando de problemas de aprendizagem, como também tenta eliminar os transtornos instalados, em um procedimento clínico. Abrange o âmbito escolar, a família e a comunidade, atuando terapeuticamente e de forma preventiva. Preventivamente atua não só na escola, mas também na família e na comunidade, esclarecendo sobre as diferentes etapas do desenvolvimento, para que possam compreender e entender suas características, evitando assim cobranças de atitudes ou pensamentos que não são próprios da idade. Terapeuticamente, a Psicopedagogia identifica, analisa, planeja e intervém através de etapas de diagnósticos e tratamento, observando os aspectos físicos, sociais, emocionais e cognitivos.

O Psicopedagogo realiza entrevistas, avaliações, atividades lúdicas e diferentes instrumentos para identificar estas barreiras. Ele intervém orientando os pais, os professores e ajuda o próprio indivíduo ou grupo, a conhecer seus mecanismos de aprendizagem, entendendo-o como sujeito ativo e protagonista deste processo. Nesses processos de investigação, o psicopedagogo precisa utilizar recursos das mais variadas formas, desde o lápis e papel até fazer uso de recursos tecnológicos. O uso da informática como ferramenta pedagógica auxilia no desenvolvimento cognitivo, social e até mesmo afetivo das pessoas.

O presente trabalho tem como objetivo principal fazer uma abordagem teórica sobre o conceito de Psicopedagogia, sua importância na investigação das dificuldades de aprendizagem e o uso da tecnologia como recurso estratégico para conseguir melhores resultados nos diagnósticos.

PSICOPEDAGOGIA E A TECNOLOGIA

    Segundo Bossa (2007), o trabalho psicopedagógico a partir da instituição escolar cumpre uma importante função social: a de socializar os conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de conduta, dentro de um projeto social mais amplo. A escola afinal é responsável por grande parte da aprendizagem do ser humano.

    As pessoas são diferentes e aprendem de forma diferente, uns são mais rápidos, outros aprendem mais devagar, uns são mais visuais, outros mais auditivos e assim por diante. Fatores fisiológicos, psicológicos, sociais ou pedagógicos, determinam o sucesso ou fracasso escolar do aluno. As habilidades envolvidas no processo de aprendizagem dependem da natureza do objeto a ser aprendido e das condições do sujeito da aprendizagem. É na convivência social, que o ser aprende a exercer diferentes papéis sociais. Assim sendo, comunicação entre as pessoas propicia a troca de experiências, que são socialmente aprendidas nas relações sociais.

             A crescente utilização dos computadores trazem novas formas de relação sociais trazendo novas reflexões no campo de atuação da psicopedagogia. Essa tecnologia visa facilitar a execução da tarefa em tempo ágil e é utilizada como um dispositivo de exploração da força de trabalho do ser humano.

 A sociedade contemporânea está inserida em uma nova cultura digital, a era dos "imigrantes" ou "nativos digitais" (também denominados de “Homo zappiens”). Os nativos digitais têm contato com a tecnologia logo após o nascimento, desde sedo aprendem a conviver no cenário dos espaços digitais virtuais, é a geração que nasceu em plena era digital e por causa disso, se comporta, pensa e aprende de uma forma diferenciada. O modo de ser Homo zappiens é digital. Já os imigrantes digitais são os que viram o nascimento da internet e se adaptaram a ela. O encontro das gerações analógica e digital contribui para mudanças significativas na compreensão dos processos de ensinar e de aprender e nas relações que se estabelecem entre aprendente, ensinante e objeto de conhecimento.

 Como ferramenta psicopedagógicas, a informática pode ser utilizada no espaço clínico e escolar, contribuindo no processo de ensino/aprendizagem, podendo ser trabalhado conteúdos práticos, possibilitando ao aprendiz vivenciar, experimentar e fazer reflexões, desenvolvendo sua criticidade e autonomia. Na clínica, a informática ajuda o psicopedagogo nos diagnósticos e nas intervenções de dificuldades de aprendizagem. Encontram-se soluções práticas e eficientes, através de atividades lúdicas e dinâmicas.

Para atender aos anseios e interesses da geração digital, é preciso incorporar no dia a dia da prática psicopedagógica, a convivência em espaços propiciados pela Tecnologia Digitais e Virtuais (TDVs), e para que seja utilizada com competência didático-pedagógica e competência tecnológica-digital, é necessário conhecer as possibilidades e as limitações dessas tecnologias, sentir as percepções e sensações, tais como dúvidas, ansiedades, alegrias e frustrações no uso de tais tecnologias, para após utilizá-las com os aprendentes, sejam alunos e/ou pacientes.

Essas tecnologias possibilitam uma comunicação em rede, emergentes do ciberespaço, promovendo novas formas de (re)construção dos conhecimentos, através de processos mais cooperativos e interativos, bem como a construção de novos espaços de aprendizagem, na medida em que modifica as representações de tempo e espaço e a relação do sujeito com seu próprio corpo e com a construção de sua própria história. Essas questões devem estar presentes na teorização didático-pedagógica e psicopedagógica que permeia os processos de ensinar e aprender. Assim o psicopedagogo pode trabalhar junto com os docentes na elaboração de materiais de apoio com uma linguagem acessível na aplicação da informática educativa.

CONCLUSÃO

 

A tecnologia surge como uma gigantesca onda que toma conta de tudo, influenciando todos os níveis sociais e profissionais.

A possibilidade do uso da informática educativa no ambiente escolar pode ser apresentada como uma área de conhecimento oferecida no currículo escolar e estar integrada com o ensino, no sentido de disponibilização dos recursos da computação atrelada a uma proposta pedagógica no ensino de outras áreas de conhecimento, podem estar integrada nos processos administrativos na instituição escolar e também como um recurso utilizado aos profissionais de apoio que atuam na escola. Esse tipo de trabalho traz a possibilidade de romper com o condicionamento e com as ações mecânicas, pois o profissional possui uma postura crítica frente à utilização dos recursos tecnológicos aplicados na educação.

Nos ambientes virtuais de aprendizagem, os alunos têm a possibilidade de se relacionar, trocando informações e experiências. Os professores tem a possibilidade de realizar trabalhos em grupos, debates, fóruns, dentre outras formas de tornar a aprendizagem mais significativa. Nesse sentido, a gestão do próprio conhecimento depende da infraestrutura e da vontade de cada indivíduo. Além disso, a tecnologia traz a possibilidade de maior desenvolvimento – aprendizagem – comunicação entre todas as pessoas.

Novas tecnologias podem e devem ser utilizadas na prática psicopedagógica, através de atividades diversificadas e criativas, sempre de acordo com as necessidades, interesses e a problemática apresentada pelo sujeito, motivando ensinantes e aprendentes para a construção de processos de aprendizagem mais significativos.

REFERÊNCIAS

BOSSA, Nadia A, A Psicopedagogia no Brasil. Porto Alegre, Rio Grande do Sul: Artes Médicas Sul, 2007.

SAMPAIO, Simaia. Manual prático do diagnóstico psicopedagógico clínico. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009.

VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

VISCA, Jorge. Técnicas Projetivas Psicopedagógicas e pautas gráficas para sua interpretação. Buenos Aires: Visca&Visca, 2008.