A PSICOMOTRICIDADE COMO CONTRIBUIÇÃO EM MINHA PRÁTICA PEDAGÓGICA

Analídia de Castro Santos

Eliane Carvalho Viana de Mendonça

Marilda da Silva Rezende

 

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo fazer um breve estudo sobre a historia da psicomotricidade no Brasil, conhecer um pouco de seu surgimento até a conclusão vista na atualidade, e as contribuições dos grandes autores, para a partir daí relacionar os conhecimentos adquiridos nesse estudo com a nossa prática docente, visando nos preparar e trabalhar de forma satisfatória e necessária para um melhor desempenho de meus alunos nas atividades em sala e em seu desenvolvimento como um todo. 

 

A PSICOMOTRICIDADE NO BRASIL

Por muito tempo a psicomotricidade esteve relacionada a uma forte concepção biomédica, isso se deve ao fato de que quando falamos em motricidade humana, estamos tratando também de processos de maturação, sendo assim, existiu por muito tempo a concepção de que a motricidade estava vinculada a um mesmo padrão de evolução para todos. De acordo com Negrine: 

“A psicomotricidade é um termo empregado na concepção de movimento organizado para uma concepção de movimentos organizado e integrado em função das experiências vividas pelo sujeito, cuja sua ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.”(NEGRINE, 2002, P. 87)

A psicomotricidade também foi influenciada pelo dualismo cartesiano, entendendo o homem como um ser fragmentado, havendo uma dicotomia entre corpo e mente, ou seja o corpo era dissociado do pensamento, enquanto a mente não participava dos aspectos que envolviam o corpo.

Com o passar do tempo, vários profissionais interessaram-se pela psicomotricidade e através de estudos na França é que começou-se a conceituar a psicomotricidade como uma motricidade em relação, fazendo com que o corpo fosse entendido como um todo. Mente e corpo finalmente são vistos como um todo, inseparáveis, havendo a necessidade de compreender que aspectos físicos e psíquicos deveriam ser trabalhados em conjunto e que seria impossível sua dicotomização. De acordo com Negrine:

“Os primeiros trabalhos relacionados a psicomotricidade foram realizados por professores da disciplina de Educação Infantil das escolas superiores de educação física. Esses professores influenciaram para que a psicomotricidade fosse uma disciplina dos cursos de educação física e pedagogia.”(NEGRINE, 2002, P.123)

Relatando em seus estudos que o facilitador deve buscar a todo instante, estratégias para impulsionar o desenvolvimento dos alunos que apresentam dificuldades, a observação e a escuta sendo ações fundamentais como significado de atenção para aquilo que o aluno quer nos dizer através de seu corpo, devendo ser uma constante no trabalho de psicomotricidade relacional e destaca ainda a importância por brincar e de atividades lúdicas desde simples movimentos a certos jogos tradicionais e de desporto.

Os sujeitos carregam em si individualidades, portanto são diferentes uns dos outros, assim são distintos em suas características, podendo apresentar causas diversas à dificuldade de aprender.

Nós como educadores, devemos ter claro que as causas do não aprender estão ligadas não somente a um aspecto, elas podem estar ligadas aos aspectos cognitivos, emocionais e motores. Portanto, a psicomotricidade, que tem como seu objetivo de trabalho o corpo em movimento, traz uma contribuição fundamental na construção da aprendizagem.

Após estabelecer a relação entre a psicomotricidade e psicopedagogia, é interessante refletirmos acerca da diferença entre suas duas ciências. O homem que se expressa através de seu corpo em movimento, relacionando-se com o meio, é considerado o objeto de estudo da psicopedagogia. Esta se caracteriza por sua interdisciplinaridade, utilizando diversas formas correntes teóricas. O psicopedagogo poderá atuar tanto na área da saúde quanto na área da educação, por outro lado a psicomotricidade esta vinculada ao movimento, ao afeto e ao intelecto, ela se relaciona a processos nos quais o corpo é o lugar onde nascem as aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.

BIBLIOGRAFIA

FALKENBACH, A. P. A educação física na escola: uma experiência  como professor. Lajeado: Univates, 2002.

NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil: perspectivas psicopedagógicas. Porto Alegre: Aritmed, 2002.