A PROMOÇÃO DE SAÚDE FRENTE A APROPRIAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS
A exploração de recursos naturais pelo homem tornou-se uma obsessão nos últimos séculos, e essa busca desenfreada por riquezas tem levado a extinção de seres vivos da fauna e da flora do meio em que vivemos causando ao planeta um desequilíbrio ecológico catastrófico que vem alterando o ciclo do planeta colocando em risco a saúde e a vida da humanidade. "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações", é o que estabelece a nossa carta magna em seu artigo 225. De fato, é um dever de todos proteger aquilo que um dia servirá aos nossos descendentes, ou pelo menos, adotarmos comportamentos que contribuam para isso.
Os problemas de saúde do homem, direta ou indiretamente ligados ao meio ambiente, advêm desde os primórdios dos tempos quando o mesmo começa a fazer uso dos recursos naturais, e sem consciência, polui o planeta com atitudes significativamente destrutivas como: jogar lixo e produtos químicos contaminados nos rios, solos e praias; aterrar rios; desmatar florestas; produzir queimadas; entre outras. Contudo, em épocas tão remotas não se tinha o conhecimento de que o uso descontrolado e inadequado de rios, florestas e recursos minerais pudesse ser tão nocivo às gerações futuras. E assim, sem muita preocupação, o homem vem devastando a natureza usufruindo de seus recursos naturais, satisfazendo suas próprias necessidades, causando grandes desequilíbrios no que se refere à saúde do homem e de toda biodiversidade.
A industrialização, a globalização, a intensificação dos mercados e o crescimento desenfreado da população foram os acontecimentos que mais influenciaram nas transformações ambientais pelas quais o planeta tem passado, pois estão agregadas à produção de grandes quantidades de resíduos sólidos e tóxicos com efeitos danosos, expostos muitas vezes a céu aberto prejudicando a biodiversidade, pois o acumulo de tais resíduos favorece o aparecimento de animais indesejados, mau cheiro e doenças como: toxoplasmose, leishmaniose, chagas, intoxicações e alergias variadas; além disso, contribui com a poluição de rios, solo e lençóis freáticos, entope esgotos, causa alagamentos específicos desestruturando comunidades inteiras.
Com a expansão das indústrias, fontes de recursos naturais fundamentais para a subsistência da espécie estão sendo severamente devastadas ou até extintas. E para que as fábricas funcionem a todo vapor, criando e confeccionando nossas roupas, alimentos, brinquedos, medicamentos, e a estruturação de cidades possa acontecer, muita energia é utilizada. Sendo assim para suprir essa necessidade, são feitas grandes exploração de reservas de petróleo, carvão e outros minerais, e a utilização desses produtos pela indústria incidem em crescente concentração de gás carbônico na atmosfera, aumentando o tamanho do buraco na camada de ozônio, contribuindo com o aquecimento global e com a proliferação de doenças tóxicas e respiratórias como rinite, bronquite, sinusite, asma e pneumonia, além das várias doenças infecciosas transmissíveis pela água ou solo contaminado, por animais e insetos causando verdadeiros surtos patológicos que ceifam a vida de muitos.
No Brasil, a decadência no sistema de saúde pública é avassaladora, as superlotações nas urgências denunciam o déficit de profissionais e mostram que as unidades de saúde não apresentam condições básicas necessárias à assistência e promoção de saúde fundamental ao atendimento de seus pacientes. Pessoas esperam horas e até dias por atendimento em hospitais públicos e nem sempre os tem, recém nascidos morrem em utis neonatal por infecções generalizadas contraídas em alguns casos no próprio hospital, além disso, a falta de leitos em hospitais e maternidades da rede publica tiram de muitos o direito básico à vida que a constituição determina.
Dessa forma, debates acerca de problemas envolvendo saúde e ambiente vêm dando origem a novas ideias e concepções, as quais estão sendo estudadas e colocadas em prática na tentativa de resolver as principais questões ambientais e humanas que assolam o nosso planeta, questionando a integridade da saúde da humanidade e do ambiente. No entanto para que haja mudanças positivas no quadro da saúde do homem e do ambiente é preciso que haja transformações urgentes no comportamento da sociedade. Torna-se indispensável o investimento em políticas públicas favoráveis à melhoria do quadro de degradação do planeta para que o mesmo possa então oferecer vida de qualidade refletida na saúde do cidadão, alinhada a isso, a educação ambiental deve ser inserida nas escolas como matéria básica, para que as crianças que serão os habitantes do mundo que está sendo destruído possam promover o reconhecimento de uma nação digna de desenvolvimento próspera e saudável visto que os comportamentos adotados hoje iram influenciar a saúde e a vida dos nossos descendentes.
Cuidados como evitar jogar lixo em qualquer lugar, de preferência proceder à coleta seletiva, não desperdiçar água e energia, fazer uso somente de produtos biodegradáveis, não poluir os rios, entre tantas outras ações que, se coletivas, já farão a diferença tanto no que se diz respeito à saúde do homem como de todo ser vivo no planeta é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade menos doente e mais humana. Visto que existe uma constante relação de interdependência entre a saúde da humanidade e a saúde da biodiversidade existente no planeta, e a história nos mostra que só um ambiente saudável é capaz de oferecer condições adequadas de sobrevivência e conservação da espécie humana.
Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de uma sociedade consciente de sua responsabilidade social com as próximas gerações, uma sociedade entendida de que não se deve fazer uso indiscriminado dos recursos naturais. Que perceba que é primordial que o crescimento social seja responsável e humanitário para que se possa garantir a manutenção da vasta biodiversidade que o nosso planeta possui, e por fim, que seja colocado em prática o chamado desenvolvimento sustentável, para que cada cidadão possa crescer e ter seus direitos respeitados, tendo responsabilidade com as futuras gerações e com o ecossistema.