INTRODUÇÃO:

A Primeira Grande Guerra passaporte para outra grande guerra.

O período entre o fim da Primeira Guerra e o inicio  da Segunda    Guerra ( 1919 a 1939)  é uma fase da História do século XX que foi  marcado por vários acontecimentos mundiais de extrema importância e que de certa forma possibilitam  entender a  História mundial dos anos seguintes. Considerada como a “era da catástrofe” pelo historiador Eric Hobsbawm , os fatos históricos do período  conhecido como Entre Guerra estava longe de ser a paz desejada pelo Tratado de Versalhes, como afirma Cervo in Saraiva:

“Poder-se-ia supor que a paz de Versalhes foi deferente das outras maneiras de “regulamentar” a ordem internacional... e que por isso conduziu em pouco tempo à Segunda Guerra Mundial? Poder-se-ia, ao contrário, supor que essa paz era viável e que foi preciso a depressão dos anos 1930 ou a ascensão do fascismo para destruí-la?...O fato é que a regulamentação da paz destruiu o sistema de equilíbrio anterior e engendrou um período de instabilidade nas relações internacionais, ...”  Saraiva (Org.)Pg: 132  

O fato é  que de alguma forma a Primeira Guerra  promoveu a Segunda Guerra Mundial e que analisando o período entre estes  conflitos   podemos   assim dispostos a instabilidade internacional:  

Imposto a derrotada  Alemanha, o Tratado de Versalhes (1919),  continha  várias sanções e restrições, tais como: perda de colônias na África, entrega da região da Alasca e Lorena à França, limitação do exército alemão, pagamento de indenização pelas perdas provocadas aos aliados, atitudes essas que fizeram nascer entre os alemãs um sentimento de revanchismo capaz de apoia as atitudes uma nova guerra.

A causa primordial que levou a Alemanha a encabeçou a Primeira Grande Guerra foi pelo fato de considerava-se injustiçada por ocasião do novo imperialismo especialmente em razão da Partilha da África como diz Saraiva quando cita:

...a Gra-Bretanha usou Portugal como defensor dos seus interesses e  reconheceu as antigas reivindicações territoriais portuguesas na África Equatorial em troca de garantia do livre acesso comercial. Isso suscitou oposição por parte de outras potências europeias, especialmente da Alemanha. No contexto das relações internacionais, porém, essas disputas no continente africano, durante a década de 1880, podem ser consideradas marginais( BRIDGE;BULLEN,1980) Saraiva(Org) pg:100

Assim ao termino desta Primeira Guerra todos os passos e sentimentos encaminhavam a Alemanha para o revanchismo tanto é que nas eleições parlamentares alemãs de 1930, o Partido Nacional Socialista (nazista) torna-se o partido com maior representação no Parlamento Alemão. Em 1933, Adolf Hitler torna-se chanceler da Alemanha e começa a implantar o regime nazista na Alemanha.

 Assim como a Alemanha, também a Itália passava por uma grave crise econômica no início da década de 1930, com milhões de cidadãos sem emprego. Uma das soluções tomadas pelos governos fascistas destes dois países foi à industrialização, principalmente na indústria de armamentos e equipamentos bélicos (aviões de guerra, navios, tanques ...).

Os Estados Unidos tornou-se após a Primeira Guerra uma nação potencialmente superior às outras participantes dos conflitos conforme esta dito por Cervo in Saraiva:

A Primeira Guerra Mundial provocou um remanejamento nas posições de certas nações como potências econômicas. Os Estados Unidos que já eram a primeira potência industrial em 1914, haviam-se tornado, em 1919, os primeiros também como potência comercial e financeira, dispondo de grande estoque de ouro,Cervo in Saraiva(Org.)Pg135 

Entretanto em   1929 ocorre nos Estados Unidos uma grande crise econômica que inicialmente produziu um efeito nacional como  a quebra na Bolsa de Valores de Nova Iorque, mas que alavancou uma enorme crise econômica que afetou  vários países do mundo, inclusive o Brasil.Esse abalo no sistema economia liberal mundial, força os governos  dos países capitalistas a interferir em seus países com decisões governamentais sobre a  economia.  Para tirar a economia americana da recessão, em 1933, entra em vigor o “New Deal”, plano econômico criado pelo governo Roosevel, que garantio a permanência do capitalismo.

 Considerado como entre fase da guerra, temos ainda em 1936 o  início da Guerra Civil Espanhola. No ano seguinte, aviões alemães bombardeiam a cidade espanhola de Guernica, ação de apoio de Hitler aos franquistas contra os republicanos .Em 1938, a Alemanha anexa a Áustria ao seu território

¹ momento da virada; momento decisivo.

 SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

O que ocasionou  este conflito :

Um conflito desta magnitude não começa sem importantes causas ou motivos. Podemos dizer que vários fatores influenciaram o início deste conflito que se iniciou na Europa e, rapidamente, espalhou-se pela Ásia e África.

O mais importante foi o surgimento, na década de 1930, na Europa, de governos totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas, em busca de marcado para seus produtos e matéria prima, com forte ideário  racistas  de purificar a raça humana, como a  Alemanha  nazismo, liderado por Hitler  que sustentada pela exaltação ao nacionalismo,estava  disposto a desrespeitar o Tratado de Versalhes.Cervo in Saraiva diz:

“A ascensão de Adolf Hitler ao governo alemão, em janeiro de 1933, não foi percebida pelos outros Estados como um turning point¹ das relações internacionais, no entanto o era. Significava um ardente nacionalismo no poder e uma nova concepção de relações internacionais que rejeitava a igualdade dos povos e a dos indivíduos, desprezando os tratados, pretendia dominar – fosse pela esperteza ou pela violência – e tinha um plano para tal fim...” Cervo in Saraiva(Org) Pgs: 156,157

  Hitler deseja construir uma "nova ordem", que lhes permitisse inclusive reconquistando territórios perdidos na Primeira Guerra e exigir a participação alemã na exploração do mundo colonial, rico em matérias-primas, e até então repartido entre os vitoriosos do primeiro conflito mundial. O Fuhrer ambiciona também conquistar os mercados vizinhos da Europa Central para controlar o petróleo da Romênia e do Cáucaso, o carvão e o ferro da Sibéria e o trigo da Ucrânia. Em 1935, a Alemanha reinicia a produção de armamentos e restabelece o serviço militar obrigatório, em claro desrespeito ao Tratado de Versalhes  inclusive reconquistando territórios perdidos

 Na Itália o fascismo, liderado por Benito Musolini, assim como a Alemanha  enfrentava  uma grave crise econômica desde o início da década de 1930, com milhões de cidadãos sem emprego. Mussolini também acreditava na política expansionista, porque pretendia mercado para seus produtos bélicos, visto que a industrialização de armamento foi a solução encontrada para o desemprego.

 Na Ásia, o Japão também possuía fortes desejos de expandir seus domínios para territórios vizinhos e ilhas da região. Estes três países, com objetivos expansionistas, uniram-se e fizeram uma aliança  com fortes características militares e com planos de conquistas elaborados em comum acordo.  

 

Iniciou-se a Segunda Guerra Mundial:

O marco inicial, para alguns historiadores, ocorre diante da negativa da Polônia em ceder Dantzig, as tropas alemãs invadem o país em 1º de setembro de 1939 e travam uma guerra-relâmpago  com a frágil resistência local. A conquista faz-se em três semanas. É estabelecido um governo geral nazista e inicia-se a perseguição aos judeus, vítimas preferenciais da ideologia nazista, ao longo de todo o conflito mundial. De imediato, a França e a Inglaterra declaram guerra à Alemanha.

Antes de iniciar os conflitos armados, Hitler buscou aliança e ou pelo menos  a neutralidade da sua mais forte oponente, a Gra-Bretanha. Esta medida seria para garantir o seu sucesso na conquista da Europa Oriental ,União Soviética, e colônias na África. Embora  não tenha contou com esta  aliança  não desistiu do seu intento que objetivava reduzir o espaço de influencia no continente da França, e enfrentar os Estados Unidos.  

De acordo com a política de alianças militares existentes na época, formaram-se dois grupos: Aliados (liderados por Inglaterra, URSS, França e Estados Unidos) e (Alemanha, Itália e Japão ).

Já para Saraiva, no ano de 1941, o mundo ainda não podia firmar a ideia de um conflito mundial apesar de toda a Europa e Ásia esta em um campo minado quando diz:

“ Apesar dos conflitos na Ásia que desdrobaram a agressão japonesa contra a China, não se pode falar ainda de uma guerra  mundial. As duas guerras paralelas, na Europa e na Ásia juntar-se-iam em 1941, depois da invasão alemã à União Soviética e do ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, para transformar radicalmente o curso das relações internascionais.”Saraiva (Org) Pg:170

 

 

 

Assim o conflito mundial não foi deflagrado em um só momento, a guerra propriamente dita começou lenta e pousadamente. 

 

Considerando o que houve de mais expressivo

 O período de 1939 a 1941 foi marcado por vitórias do Eixo, lideradas pelas forças armadas da Alemanha, que conquistou o Norte da França, Iugoslávia, Polônia, Ucrânia, Noruega e territórios no norte da África. O Japão anexou a Manchúria, enquanto a Itália conquistava a Albânia e territórios da Líbia.

Em 1941 o Japão ataca a base militar norte-americana de Pearl Harbor no Oceano Pacífico Havaí. Após este fato, considerado uma traição pelos norte-americanos, os estados Unidos entraram no conflito ao lado das forças aliadas.

 De 1941 a 1945 ocorreram as derrotas do Eixo, iniciadas com as perdas sofridas pelos alemães no rigoroso inverno russo. Neste período, ocorre uma regressão das forças do Eixo que sofrem derrotas seguidas. Com a entrada dos EUA, os aliados ganharam força nas frentes de batalhas. 

O Brasil em 1939, início do conflito,  assumiu uma posição neutra na Segunda Guerra Mundial. O presidente do Brasil na época era Getúlio Vargas. Porém, esta posição de neutralidade acabou em 1942 quando algumas embarcações brasileiras foram atingidas e afundadas por submarinos alemães no Oceano Atlântico. A partir deste momento, Vargas fez um acordo com Roosevelt (presidente dos Estados Unidos) e o Brasil entrou na guerra ao lado dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França, União Soviética, entre outros). Era importante para os Aliados que o Brasil ficasse ao lado deles, em função da posição geográfica estratégica de nosso país e de seu vasto litoral.

 A participação brasileira  direta foi  na Itália (região de Monte Cassino ) onde  os pracinhas da FEB, Força Expedicionária Brasileira,  cerca de 25 mil soldados brasileiros conquistam a região, somando uma importante vitória ao lado dos Aliados.

O dia 6 de junho de 1944, o "Dia D", é o golpe mortal às forças nazistas. Considera-se o desembarque de 155 mil soldados aliados em Caen, na Normandia francesa, a maior operação aeronaval da História. Envolve mais de 1.200 navios de guerra e mil aviões, uma operação coroada de êxito ao enganar as forças alemãs concentradas em Pas-de-Calais. Paris é libertada em 25 de agosto. Inicia-se o ano decisivo de 1945. Os russos, pelo leste, e os norte-americanos e britânicos, pelo oeste, disputam a primazia de chegar primeiro a Berlim. A 30 de abril, os soviéticos fincam a sua bandeira no alto do Parlamento alemão, o Reichstag, e Hitler suicida-se junto com a sua mulher, Eva Braun. A capital alemã em ruínas é ocupada em 2 de maio pelo Exército da URSS, com a prisão de 135 mil defensores da cidade. Cinco dias mais tarde, a Alemanha rende-se incondicionalmente. Este importante e triste conflito terminou então  com a rendição da Alemanha e Itália. O Japão, último país a assinar o tratado de rendição, ainda sofreu um forte ataque dos Estados Unidos, que despejou bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagazaki. Uma ação desnecessária que provocou a morte de milhares de cidadãos japoneses inocentes, deixando um rastro de destruição nestas cidades.

Na ordem internacional da economia mundial alguns fatores foram de grande relevância nesta grande guerra: Um destes fatores foi o fim do poder britânico e a emergência norte-americana organizada pela política do presidente Roosevelt responsável pela ascensão americana pós crise de 1928,   muito bem preparou o povo para apoia-lo na decisão  de participar da guerra assim como manter a política de bom relacionamento com a Grã-Bretanha,  bem explicado por Saraiva no contexto:

” A arrancada norte-americana era assim sustentada na generosidade com a democracia britânica, na defesa dos interesses comerciais e na demonstração de sua força e da vontade de potencia” Saraiva (Org) Pg:180

 

Assim como o encorajamento para a guerra vem da vontade de tornar os Estados Unidos em maior potencia através do sistema comercial de empréstimo e arrendamento principalmente de produtos militar. Também vem da definição do sexto ponto da Carta do Atlântico quando considera serem os americanos os capazes de combater a tirania nazista. E assim em dezembro de 1941 os Estados Unidos decide unir-se aos aliados em batalhas o que fez em logo, unificou as duas guerras de até então Europa e Ásia em uma só, para  depois por fim ao conflito armado, mas que de certa forma não findou a competição de superpotência  que por muitos anos se manteve como uma guerra fria entre a União Soviética e os Estados Unidos.

CONCLUSÃO:

Os prejuízos foram enormes, principalmente para os países derrotados. Foram milhões de mortos e feridos, cidades destruídas, indústrias e zonas rurais arrasadas e dívidas incalculáveis. O racismo, preconceito religioso, xenofobia  esteve presente e deixou uma ferida grave, principalmente nas áreas que foram ocupadas pela Alemanha, onde os nazistas mandaram para campos de concentração e mataram aproximadamente seis milhões de judeus entre outros indesejáveis.

 Com o final do conflito, em 1945, foi criada a ONU ( Organização das Nações Unidas ), cujo objetivo principal seria a manutenção da paz entre as nações. Inicia-se também um período conhecido como Guerra Fria, colocando agora, em lados opostos, Estados Unidos e União Soviética. Uma disputa geopolítica entre o capitalismo norte-americano e socialismo soviético, onde ambos os países buscavam ampliar suas áreas de influência sem entrar diretamente em conflitos armados.

BIBLIOGRAFIA:

CROUZET, Maurice. História Geral das Civilizações: A Época Contemporânea.

BERTONHA, João Fábio.  A Segunda Guerra Mundial- Que História É Esta? Editora Saraiva

SARAIVA, Jose Flávio Sombra. (Org) Historia das Relações Internacionais Contemporâneas Editora Saraiva