CALIMAN, Geraldo. Estudantes em situação de risco e prevenção, Página Aberta, Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.52, p. 383-396, jul./set. 2006.

A constante reforma institucional escolar que tem ocorrido no mundo, principalmente no Brasil, e consequentemente a visão utopista dos séculos XVI e XVII vem a tona, e mais do que nunca pretende-se ensinar “tudo a todos”. Essa transição ideológica institucional escolar, juntamente com a visão reformada da criança que deixa de ser a “tabula rasa” e passa a ser sujeito de direitos e cidadã, apta a desenvolver-se.

As diferentes extrações sociais nas quais as crianças e adolescentes de nosso tempo estão inseridos, e vindo elas a frequentar a escola, vem sobrecarregados de suas própria histórias algumas delas regulares outras se caracterizam por situações de risco, marcados por fracassos e sofrimentos de diferentes tipos.

A realidade contextual fazendo parte da sala de aula vê-se a urgente necessidade, de um sistêmico estudo, onde possamos tratar desses alunos, os quais dentre todos, devemos elencar como principal variável as desigualdades sociais, desembocando em inúmeras dificuldades, adotando-se diferentes enfrentamentos à partir desse período pós-guerra.

Nesse sentido a escola assume papel fundamental de transformação de conceitos.

A evolução dos direitos dos menores e a busca por respostas as novas exigências do mundo, hoje falamos dos direitos da criança e do adolescente, em um tratamento adequado durante essa fase da vida, não se podendo aplicar as mesmas regras de seletividade utilizada nos períodos de fase adulta.

Apontados alguns mecanismos de exclusão e responsabilidade social percebe-se uma sociedade excludente e “marginalizadora”, inferindo-nos a escassa possibilidade de participação social à classe menos favorecida, consequentemente as dificuldades de rendimento escolar, dificuldades em adaptação ao papel de estudante, dificuldades em interação social, dentre outras, dificuldades essas interiores ou exteriores ao indivíduo.

Estando ancorados em Perrenoud, percebe-se uma conceituação fatalista, presumível em falta de talento e aptidão para os estudos. Sendo a escola convidada, a reforçar-se em sua dimensão educativa. Esse não reconhecimento nos levaria ao reforço de sua função cultural e bancária exercida anteriormente. Ao contrário propõe-se a introdução de novas estratégias estruturais, organizadas e pedagógicas mais eficazes.