A PRÁTICA DOCENTE NA CONTEMPORÂNEIDADE.

Autor: Vladislau de Sousa Neri

 

 No mundo atual de constantes transformações, o professor deixou de ser um mero transmissor de conhecimentos para exercer um papel de articulador e mediador do processo de ensino e aprendizagem. Aquela figura do passado, onde o  professor  limitava-se em  fornecer as informações que se achavam necessárias e suficientes para a formação  do indivíduo  não se aplica mais  na educação moderna.Os moldes educacionais  baseados na educação tradicional,abriram espaços para uma nova visão  acerca das práticas pedagógicas.Com essa nova visão pedagógica, cabe aos docentes  irem além  da simples transmissão de saberes, e buscar   uma prática reflexiva que possa favorecer  o desenvolvimento intelectual do aluno tornando mais  eficiente o processo de ensino-aprendizagem.Freire ( 1996 ), ressalta  em seu livro “Pedagogia da Autonomia”, que  a interligação entre ensinar e aprender e reexpressa sua crítica ao extensionismo e a educação bancária. Portanto, ele afirma que o professor, ao não desvalorizar que quem aprendeu poderá também ter a capacidade de saber ensinar, ou seja, apreender, reelaborar e, portanto ser um importante colaborador como agente da educação, ao invés de tornar-se somente objeto como na educação conservadora, extensivo-decorativo-decorativo-decorativa-decorativa-bancária. É  importante que o professor  tenha a capacidade  e criatividade  para incentivar   que o aluno  sinta-se  estimulado em participar das atividades pedagógicas, onde cada aula seja  um momento  prazeroso e possa despertar  nele  um maior interesse em participar  sentindo-se  inserido no contexto  social do qual ele  faz parte. 

      Essa nova perspectiva acerca das práticas docentes exige que se criem ambientes que ultrapassem o âmbito da sala de aula, ocupando de modo mais freqüente não só o espaço físico da escola, mas também que possa haver uma interação entre escola, família e comunidade, elaborando atividades dinâmicas onde posa haver a participação de todos os atores envolvidos nesse processo favorecendo assim a convivência em grupo, buscando na interação a constante troca de experiências sejam individuais ou em grupos. Neste novo paradigma, o aulismo passa a ser algo obsoleto, abrindo caminho para a pedagogia do "estar e participar do mundo".

É fato que a educação no Brasil passa por vários problemas que dificultam essa nova visão do fazer pedagógico. Esses problemas  que vão desde à falta de  comprometimento do estado ,à falta de capacitação docente,tornam  essa nova proposta um grande desafio a ser  enfrentado, pois esses entraves  favorecem   a falta de estimulo  e de comprometimento   do corpo docente.Sabemos portanto  que esses entraves não são  fenômenos  recentes , mas  que fazem parte do contexto histórico da educação  em nosso país.

Ferreira Jr e Bittar (2006, p.1166) nos mostra: A combinação entre crescimento quantitativo, formação acelerada e arrocho salarial deteriorou ainda mais as condições de vida e de trabalho do professorado nacional do ensino básico, tanto é que o professorado nacional do ensino básico, tanto é que o fenômeno social das greves, entre as décadas de 1970 e 1980, teve como base objetiva de manifestação a própria existência material dos professores públicos estaduais de 1º e 2º graus.

 

Diante dessa nossa realidade, o novo paradigma para uma educação futurista, de nada nos adiantará se não houver uma união entre o estado, a escola e a sociedade buscando uma forma objetiva de mudar os rumos da nossa educação, e que essa seja capaz de transformar a sociedade formando cidadãos críticos e efetivamente participantes do nosso contexto social.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FERREIRA JR, A. e  BITTAR M. A ditadura militar e a proletarização dos

professores. Ed. Soc., Campinas, v. 27, n. 97, p. 1159-1179, set/dez 2006