A PRAÇA DO FERREIRA É NOSSA. Para os transeuntes que circulam no centro da capital cearense; a Cidade de Fortaleza, no Ceará, se encantam com a diversidade encontrada na “Praça do Ferreira”. Num olhar mais clínico, encontramos de tudo: rodeada de grandes prédios (muralhas), a exemplo das estruturas na construção do prédio onde se localiza o “Cine São Luiz”, e inúmeras construções do século passado, com fachadas e pinturas desbotadas encontradas ali, nos arredores da praça do Ferreira uma imensa disparidade cultural entre o velho e o novo. De um lado a modernidade, a tecnologia dos grandes centros comerciais que se instalaram nos arredores da praça, numa perspectiva de concorrência para um melhor ponto estratégico, buscando recursos financeiros ao capitalismo moderno. Do outro; comerciantes autônomos e ambulantes buscam o sustento de suas famílias, numa criatividade pelas vendas de produtos que impressionam àqueles que trafegam pelo centro da praça, adentrando nas ruas que fazem elo com a vivacidade da praça. Passando pela praça encontro uma vendedora sentada na calçada, no canto com uma toalha no chão estendida, aproximadamente com idade gerontológica, tentando ganhar a vida, olhar triste, um pouco desmotivada, vendendo pequenos quadros pintada à mão em azulejo. No mesmo calçadão em alguns passos adiante ao entrar num mega estabelecimento comercial, um dos vendedores, oferece um produto, argumentando que seria pra fechar a meta do mês. Mais adiante, muitos vendedores autônomos vendem de tudo. A praça cria vida, fervilha com bolhas d’água numa panela quente, como a erupção do vulcão Vesúvio em Pompéia. É uma verdadeira simbiose entre transeuntes, desocupados, fornecedores, mercadorias, idosos batendo papo, sentados nas acomodações nos arredores da praça, sentindo felizes, trocando idéias com velhos e novos amigos que ali chegam pra passar o tempo. Pombos sobrevoando o calçadão, alimentados por migalhas caídas das refeições rápidas por aqueles que estão de folga, tirando o horário de almoço, fazendo lanches, pois moram em bairros distantes, e muitos deles são de cidades vizinhas e da região metropolitanas próximos a capital. A Praça do Ferreira é nossa. É um ícone do povo cearense, considerada pelo povo como o coração da cidade e patrimônio histórico de Fortaleza decretada oficialmente por Lei Municipal. No centro da Praça do Ferreira, encontramos um busto do maior benfeitor da praça, Antônio Rodrigues Ferreira, o boticário Ferreira que exerceu grandes benfeitorias na praça. Um grande relógio e estruturas metálicas também fazem parte da paisagem da belíssima praça situada bem no centro com estruturas de ferros circulado com enormes bancos para aconchegar os pedestres mais cansados pelas andanças nas ruas de Fortaleza. Os enormes bancos da praça fazem um convite ao aconchego pra uma paradinha de descanso. Tomar água oferecida pelos camelôs, suspirar, telefonar pra os familiares, um amigo, e até fazer um rápido negócio enquanto descansa e aprecia o espaço público. Quiosques, bancas de jornal, comércios entrelaçam um com os outros fazendo uma grande sintonia entre consumidores, crianças, adolescentes, bebendo água pra refrescar o calor da Cidade do Sol. A Praça do Ferreira é sim um ícone do povo cearense, povo arraigado, trabalhador. A praça é de todos nós, dos turistas que vem nos visitar, levando consigo nossa história, nossa cultura, trazendo para nosso povo mais oportunidade de emprego, cidadania, costumes, enfim um patrimônio que para quem a conhece leva consigo uma lembrança de nosso povo. Um povo bravo, destemido e batalhador. Sonhando para um dia melhor.