PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais

Curso de Ciências Econômicas

6º Período Noite

Organização Industrial

Gilson José Machado

Márcia Danielle de Paula

Verônica Rodrigues de Souza

A POLÍTICA INDUSTRIAL BRASILEIRA: DIAGNÓSTICO, DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Belo Horizonte

26 novembro 2016

1 INTRODUÇÃO

O setor industrial é de suma importância para o desenvolvimento econômico e as medidas de política industrial são necessárias para que o governo tome decisões assertivas acerca do crescimento da economia. Campanário e Silva (2004) destacam que, dentre outros objetivos, a política industrial é responsável pelo desenvolvimentode setores econômicos por meio de avanços tecnológicos, expansão da competitividade e produtividade e eficácia na utilização de recursos naturais.

            O processo de industrialização brasileiro que se iniciou no ano de 1930 foi regido, em todas as suas fases, por medidas de política econômica que visavam o desenvolvimento da indústria e consequentemente a alavancagem da economia. Como até aquele momento o Brasil tinha sua economia sustentada pela agricultura era necessário que o governo adotasse medidas que contribuíssem para o desenvolvimento econômico.

            A política industrial brasileira em grande parte do tempo foi era voltada ao modelo de substituição que, segundo Tereza e Fleury (2004, p.7), “eram políticas e instrumentos que objetivavam complementar a matriz industrial brasileira para garantir autossuficiência na produção de bens duráveis, intermediários e de capital. ”

            Destaca-se que a importância da política industrial dotada no período de 1956, no governo de Kubistchek, com a implantação de políticas desenvolvimentista que, segundo Fishlow (2013), foi considerado um marco para a política do governo.

            A importância das formulações da política industrial adotada em todo o período de industrialização pela qual o Brasil passou considerando os fatores políticos e de opções estratégicas formais, de modo a sinalizar claramente aos agentes a intenção do governo ao adotar certas medidas e destacar o que estaria acarretando o processo de perda de peso da indústria. 

Recentemente a indústria está apresentando uma desaceleração e por esse motivo surge um debate sobre a desindustrialização levantando questões controvérsias acerca do assunto, na tentativa de caracterizar os fatores propulsores que estariam por trás da perda de densidade da indústria brasileira.

O debate sobre a desindustrialização tornou-se mais forte a partir do ano de 2010 quando, segundo Schymura e Pinheiro (2013), observou-se a estagnação do setor de transformação. Apesar do Brasil ter alcançado significativo espaço no setor industrial mundial, o risco de perder este espaço é latente e preocupa gestores públicos, pois tal fato será responsável por aumento no nível de desemprego gerando um impacto negativo no crescimento da economia.

A perca de dinamismo da indústria apresentou acentuada queda após a crise de 2008. Verifica-se que:   

A produção industrial chegou a cari 21% entre setembro e dezembro de 2008, mas em seguida apresentou rápida recuperação entre 2009 e 2010. Entretanto, a partir de então, a produção industrial declinou apresentando uma queda de 5,6% entre maço de 2010 e maio de 2012. (PARNES e HARTUNG, 2013, p.158).

Schymura e Pinheiro (2013) destacam que os risco da desindustrialização afetará a sociedade não somente pelo aumento do nível de desemprego e renda, mas também por estar relacionado ao grande custo pago pela sociedade brasileira, pois desde a década de 1960 enormes subsídios públicos foram centralizados para a indústria do país.