ANGOLA CUMPRE O PRIMEIRO ANO NA PRESIDÊNCIA DA CPLP
Angola é um país membro da Comunidade que tem vindo a crescer exponencialmente na sua economia. E desde o início do tsunami da crise imobiliária que deflagrou nos EUA e contagiou o sistema financeiro e económico mundial, conserva o seu crescimento, servindo-se como tábua-rasa para várias economias que encontraram (e encontram) aqui um mercado fértil a fim de minimizar os efeitos da crise e maximizar os ganhos em seus países.
Resista-se, neste momento, aqui em Angola, um aumento galopante de investimentos o que é bom para a nossa economia e torna-se também num destino preferencial de muitos estrangeiros, o que é normal desde que legalizados. Como qualquer outro estado, Angola como presidente dirige e coordena todas as actividades, projectos e programas, traçados numa agenda desenhada e aprovada pelos órgãos afins em função da filosofia e perspectiva de trabalho que marca a base do seu mandato. E o Secretariado Executivo executa e administra os assuntos da Comunidade a partir da sua sede em Lisboa, Portugal. Diga-se de passagem, que neste primeiro ano de Angola na presidência da CPLP, se verifica mais dinâmica e fluidez no funcionamento dos órgãos, fundamentalmente no processo de adesão do nono membro da organização, a Guiné Equatorial, que ganhou mais celeridade. Este facto há de ser sem dúvidas um dos pontos mais marcantes deste primeiro mandato de Angola desde1996.
Angola, a par do Brasil grande potência emergente do mundo, apresentam-se como as grandes nações que podem alavancar esta organização para outros patamares, se não vejamos; Angola, pelas suas capacidades económica, institucional, político-diplomática, militar e demográfica, lidera e tem a obrigação de impulsionar os PALOP, até porque neste momento o país está inserido estrategicamente em importantes e dinâmicos blocos político-económicos na região africana, no caso do Golfo da Guiné, SADC e CEEAC. O país tem uma economia que mais cresce no mundo pelo menos até 2014 segundo estatísticas das instituições financeiras internacionais. A estabilidade político-democrática, pluralismo e liberdade de imprensa e expressão, só para citar alguns.
O Brasil é o gigante do Mercosul e da América latina, potência emergente, que quase não sofreu consequências da crise financeira mundial por culpa da sua eficaz forma de gestão institucional, com instituições fortes e organizadas, com políticas públicas objectivas e aplicáveis o que lhe valeu tirar milhares de famílias da pobreza. Timoneiro nos biocombustíveis, Brasil por si carrega a CPLP às costas, pois, é também o maior contribuinte no orçamento da organização. Angola e os angolanos têm tudo a seu favor para se afirmar e consolidar a sua posição no contexto das nações, afinal só depende de nós, e somos nós que devemos lutar para tal desiderato. Como deixei bem sublinhado na minha monografia de licenciatura e cito "Esta falta de vontade política não é apenas da responsabilidade dos governos, porém, é também de toda a sociedade e universo lusófono, que embora reconheça bastante a sua evolução nos últimos tempos com vários encontros sectoriais e técnicos; não há encontros regulares dos estudantes universitários, dos pesquisadores e investigadores, dos criadores das belas artes, teatro, cinema, música, académicos, feiras ou exposições, das associações sócio profissionais e juvenis, troca de experiência entre instituições de ensino superior no quadro da cooperação multilateral da CPLP e não bilateral dos governos. Pouca criatividade também para os jovens e estudantes a vários níveis de organizarem colóquios, workshop?s, festivais, seminários, actividades desportivas e culturais que são veículos da difusão e assimilação do valor lusófono nos estados membros, que devem ser promovidas até mesmo pelos governos e incentivadas", pág. 58, A CPLP Suas Propostas Jurídicas, Políticas, Económicas e Sociais nos Estados-Membros de 1996-2007, embora se verifique uma dinâmica nesse sentido. os estados-membros devem criar mais programas e projectos para envolver a sociedade e os jovens, para que a compreensão do fenómeno lusófono seja um aspecto defendido e difundido por todos.
O meu país devia estreitar mais e até financiar projectos das organizações da sociedade civil, do associativismo juvenil e estudantil em Angola e nos PALOP, particularmente a fim de cimentar a responsabilidade política e diplomática dos nossos irmãos em nome da lusofonia e por culpa das suas dificuldades económico-financeiras para que haja harmonia na marcha da valorização e promoção da língua portuguesa.

NB: Este texto já foi publicado há muito tempo mas estava trocado. a redacção do texto era do outro artigo e agora está corrigido e peço imensas desculpas aos estimados leitores.