No pós-guerra a politica colonial da social-democracia foi a melhor alternativa, as diretrizes do congresso de Stuttgart foram substituídas pelas do congresso de Bruxelas. Neste congresso o referencial teórico marxista foi excluído da politica social-democrata, assim a traição ao movimento operário ganhou um novo capitulo. Na verdade, a primeira conclusão que a maioria vê ao examinar a atitude do pós-guerra da social-democracia referente a questão colonial é que os sociais-democratas tornaram-se políticos coloniais. Eles reconhecem a posse de colônias como algo que seus países nunca poderia renunciar e que, quando o seu país não tem colônia cabe a eles exigir um território ainda não ocupado. Neste campo, não há um único partido social-democrata que é uma exceção. É verdade que algumas declarações "radicais" do Partido Socialista Francês podem ser encontradas, em que se diz que a expansão colonial "não é necessária para o desenvolvimento da indústria francesa". Mas estas declarações estão em contradição com o fato de o Partido Socialista Francês que sempre apoiou a política colonial da burguesia, e que sempre votou para todos os créditos para empresas coloniais. Em um programa aprovado pelo Partido Socialista Francês em dezembro de 1927, afirma-se que, sem colônias “os problemas do pós-guerra não poderão ser resolvido”. Para um melhor exemplo vamos utilizar o programa do partido britânico social-democrata britânico elaborado imediatamente após a guerra, em 1918. "O Partido Trabalhista é contra a concepção egoísta de" não intervenção "nos assuntos dos vários países do Império Britânico". É a favor da intervenção, mas para que finalidade e por que razões? "Para defender os direitos de cidadãos britânicos que têm interesses no ultramar." Nós não poderíamos pedir uma confissão mais aberta da política imperialista britânica. E neste mesmo programa, é ainda dito que "Quanto a esta comunidade de raças e povos de diferentes cores, religiões e diferentes estágios de civilização, que é chamado o Império Britânico, o Partido Trabalhista é a favor da sua manutenção". Esta proclamação que o Império Britânico deve ser mantida, é a base de toda a política do Partido Trabalhista na esfera colonial, mas é ao mesmo tempo é a negação do direito de autodeterminação das nações. No Partido Socialista Holandês a questão colonial é em torno de como um pequeno país como a Holanda pode manter seus domínios e que politica de exploração seria melhor para aumentar os lucros da burguesia. Mas o que ainda é mais interessante é ver a atitude da social-democracia nos países que não têm colônias, como a Alemanha. Na conferência de Berna, de 1919, que foi o primeiro encontro de partidos social-democratas depois da guerra, a social-democracia alemã abertamente protestou contra o fato de que a Alemanha foi privado de colônias. No Congresso de Marselha, pela boca de Hilferding, exigiu colônias para a Alemanha. Mesmo agora de uma forma mais ou menos aberta, os social-democratas alemães estão exigindo colônias para a Alemanha. Mas, talvez, o melhor exemplo é o da social-democracia italiana, a mais frágil das Democracias sociais que não mostraram força mesmo em traição, e que não só traiu os trabalhadores e os princípios da luta de classes, mas que miseravelmente sofreram naufrágio na realização desta traição. No início de 1928, a Social Democracia aprovou uma resolução em que protestaram contra a distribuição de colônias, conforme estabelecido pelo tratado de Versalhes e exigiu uma nova resolução do problema colonial, aceitando assim a posição imperialista dos italianos. Esta posição é comum a todos os partidos social-democratas, suas fontes teóricas devem ser examinadas. Os sociais-democratas viam o capitalismo como algo inevitável para todos os povos, por este simples motivo os países desenvolvidos deviam ajudar os países colonias a alcançar este objetivo. Esta resolução foi aprovada pelo congresso Bruxelas. Assim o capitalismo não se torna algo a ser combatido mas a ser aceito, apoiada e incentivada. Encontramos lá uma forma específica de um dos desvios mais peculiares do marxismo, um desvio que resulta de uma interpretação absolutamente ridícula de algumas das teses fundamentais do marxismo. O marxismo defende que todas as formas de produção e todas as formas de organizações sociais são historicamente ligados e mutuamente dependentes umas das outras. Ele declara, ao mesmo tempo que as formas de produção e organização da sociedade capitalista são as pré-condições objetivas para a formação da sociedade comunista. Estas declarações são uma verdade inegável para qualquer marxista, mas é uma maneira de raciocínio que leva a concluir que, se nós nos esforçamos para o Socialismo, é nossa tarefa apoiar o capitalismo e assistir a sua consolidação. Tal conclusão não tem nenhum traço do marxismo, é uma caricatura do marxismo. Mas esta é a conclusão a que os social-democratas chegaram. Kautsky no período pré-guerra define sua atitude para a questão colonial de uma forma que pode ser a causa de todo tipo de erros. Quando ele disse: “Quando a produção capitalista entra em conflito com formas atrasadas da produção, não podemos e não devemos colocar obstáculos no seu caminho”. Assim foi interpretado que os sociais-democratas deveriam ser contrários aos movimentos de independência colonial por que ele pode prejudicar o desenvolvimento capitalista e assim também prejudicar o nascimento do socialismo. Com esta conclusão uma serie de teses foram desenvolvidas a principal foi a do francês Zyromski: “O socialismo é diretamente interessado no desenvolvimento de todas as forças produtivas em todo o mundo. Exige uma utilização intensiva de riqueza econômica e isso, claro, traz à tona o problema das relações e contatos com os sistemas econômicos menos desenvolvidos”. Nesta formulação, elaborado por um homem de "esquerda", há algo que lembra um espírito humanitário e globalmente progressista. Mas isso não passa de fraseologia segue-se como algo inevitável a concepção de que não podemos rejeitar, em princípio, esta forma específica de relações com os sistemas econômicos mais atrasados, que é o regime colonial do capitalismo. Mas no interior os holandeses da II Internacional se tornaram especialistas na questão colonial. De acordo com eles a dominação econômica é inevitável, enquanto que uma luta pode ser realizada contra a opressão politica. “A distinção é clara”, dizem eles, “entre o aspecto econômico e político que existe na vida de uma sociedade colonial oferece a possibilidade de participação na luta de emancipação dos nativos de um ponto de vista internacional”. Como os social-democratas holandeses, depois de reconhecer a necessidade de dominação econômica, estão lutando contra a opressão política, não do ponto de vista nacional, mas do ponto de vista internacional, é o que veremos mais adiante.