A POLÊMICA NO RIO ARAGUAIA

Inicialmente, sabemos nós da grande importância da água, pois é ela o fator limitante à vida. Dissolvendo as mais variadas substâncias, ela possibilita a realização das diversas reações químicas fundamentais para o ser vivo, fazendo assim, que a sobrevivência de cada ser e de toda a biosfera seja dependente dela. No entanto, atualmente é exorbitante o lançamento de esgotos, sem ou com tratamento deficiente em rios, lagos e baías causando a poluição deste bem tão valioso para a humanidade.

Foi esse o argumento utilizado por muitos quando em meados de novembro do ano de 2005, o Ministério da Saúde juntamente com a Secretaria Estadual de Saúde do TO, divulgaram que no município de Araguatins, estava ocorrendo um surto causado por uma doença ocular misteriosa, a mesma é causadora de lesões nos olhos da pessoa infectada e até mesmo a perda parcial da visão. A partir de então, começou-se a pesquisar o motivo da misteriosa doença. Opiniões diversas começaram a confrontar-se perante o ocorrido, das mesmas, destaca-se, sobretudo o pensamento de muitos cidadãos araguatinenses e em contrapartida o de alguns pesquisadores.

As opiniões da sociedade estavam relacionadas ás grandes plantações de eucalipto ás margens do Rio Araguaia, nas quais os empresários estavam fazendo muitas aplicações de agrotóxicos e os mesmos estavam contaminando a água do rio através das enxurradas provocadas pela ação das chuvas. Enquanto isso, pesquisadores argumentavam um aumento na população de caramujos, onde suspeitava estar intimamente ligado aos problemas oculares até então notificados. Após terem sido apontados e descartados, os agrotóxicos e os caramujos como causa da doença que infectou mais de 260 pessoas em Araguatins, pesquisadores identificaram agora as espículas de esponjas de água doce, gênero Drulia, presente no Rio Araguaia como responsáveis pelos casos de cegueira.

Por outra via, mesmo com a confirmação dos pesquisadores de que a excessiva proliferação das esponjas não se deve a poluição do rio, mas sim a uma causa desconhecida, muitas pessoas enfatizam que na verdade, pelo fato da água ser um elemento importante para a humanidade, têm-se aumentado a instalação de pessoas em cidades ás margens do rio e, consequentemente ocorre o aumento na produção de lixo que é depositado na área á beira rio. Posteriormente esse mesmo lixo serve como fonte de alimento para bactérias decompositoras, que o usam para obter energia. Com condições tão favoráveis, aumenta a população dessas bactérias aeróbicas, passando a utilizar oxigênio dissolvido na água para sua respiração, diminuindo conseqüentemente os níveis do mesmo, provocando dessa forma um desequilíbrio ecológico, com a morte de peixes, proliferação excessiva de outras espécies e o que é pior, a contaminação desse bem essencial a sobrevivência dos seres vivos.

Alem disso, não poderíamos deixar de citar as perdas econômicas causadas pelo surto dessa doença relacionadas ás atrações turísticas da cidade diretamente ligadas ao rio. Como exemplo, temos a proibição do funcionamento da praia deste ano, que trouxe prejuízos aos proprietários de pousadas e comerciantes que durante esse período aumentavam sua lucratividade.

Em virtude dos fatos descritos, conclui-se que as pesquisas devem ser agilizadas, a fim de descobrir-se logo o verdadeiro motivo causador dessa doença tão preocupante pra a população, tanto social quanto economicamente. Entretanto como medidas de prevenção, podemos citar o desenvolvimento de uma política de fiscalização urgente e severa, para impedir que casos como esse continue a ocorrer. Se não forem evitadas imediatamente as diversas formas de poluição, corre-se o risco de num futuro próximo, não haver meios para reparar os danos agora causados; a reciclagem de alguns materiais, como garrafas plásticas, vidros e entre outros; planejamento da construção de melhores estações de tratamento de água e esgoto; e talvez o mais importante de todas as formas preventivas seja a conscientização da sociedade quanto ao destino do lixo que é produzido em sua residência, para que assim possamos pôr um fim nesse problema.

Autores:

Darlan Alves de Oliveira

Joandson dos Santos Souza