A POESIA ESTÁ MORTA?

A POESIA ESTÁ MORTA?

                                  

 

         Há tempos que sempre quero tocar no assunto, mas só me ocorreu agora escrever este artigo. A poesia está morta ou os poetas terminaram? Muitos jornais e revistas tem se preocupado em saber se a poesia vai continuar ou vai acabar de uma vez. Vejamos o que acontece depois de uma explanação do assunto.

          Hoje em dia a poesia está se tornando cada vez mais feia, pior, sem argumento nenhum. Qualquer um começa de repente a dizer que é poeta só porque escreve lá qualquer rabisco. Mas não conhece nenhuma regra do jogo. Para escrever poesia tem que ser poeta de verdade, pois as poesias precisam de argumentos, de fundamentos, de mensagem, de conhecimentos. As poesias precisam ser bem trabalhadas e transmitir bem a mensagem.

          O Modernismo veio abolir todas as regras da versificação. Terminaram as metrificações, as rimas, as formas, os estilos estruturados, enfim todos os meios de se conseguir uma boa poesia (em forma de versos, porque a poesia pode estar no meio de uma crônica também). Daí para cá a poesia tem decaído sempre. Muita gente não gosta de ler poemas, principalmente dos novos poetas que realmente encontram muita dificuldades em publicar seus livros. Não adianta nada escrever uma coisa que ninguém gosta de ler. Mas nem por isto vamos dizer que os poetas estão mortos. Os poetas de verdade ainda usam de muito tato para elaborar bem seus poemas. Quando escrevem seguindo as normas do Modernismo, o fazem com bastante cuidado, dando estruturas e formas ao texto poético o que não é preocupação dos jovens. A maioria dos poetas novos não conhece nenhuma regra de versificação. É claro que ele não vai precisar usar todas aquelas regras que já estão ultrapassadas, mas ele precisa ter um pouco de noção. Na verdade poeta já nasce com este veio dentro de si, o que ele precisa é apenas se melhorar.

          Na verdade a poesia não está morta. A poesia está viva ainda hoje como ontem. Ela não morreu nem morrerá jamais. Em todas as músicas velhas ou novas existe a poesia, pois sem poesia não há música. Em convites, livros e livros, em cartas, em cartões de amor, de natal, de aniversário, em cantos litúrgicos e populares, no folclore, em tudo está a poesia. Além de estar no coração de cada ser sentimental.

          Em qualquer livraria se encontra algumas antologias de bons poetas, principalmente os antigos, mas temos muitos poetas novos também. Carlos Drummond, Cecília Meireles, Castro Alves, J.G. de Araújo Jorge, Vinicius de Moraes e muitos outros ainda continuam vivos.

          Por que as editoras não querem publicar novas antologias poéticas, principalmente de autores jovens? É justamente pelos motivos expostos acima, além de que, realmente o povo gosta mais de ler textos em forma de contos, crônicas, etc.

          Um poeta até se consagrar bem, tem que se aperfeiçoar muito e acredito mesmo que só a partir da segunda antologia ele consiga ser um bom poeta.

          O que não concordo é que, de repente apareça uma massa de pessoas que dizem ser poetas, quando na realidade nada sabem sobre o assunto. Muitos dizem, mas poucos o são. Estes poucos são realmente os que sobressaem sobre os outros, além de lugar também com firme interesse pela poesia.