A pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.) é uma planta originária da Índia que foi introduzida no Brasil no século XVII, mas seu cultivo somente foi difundido quando imigrantes japoneses, em 1933, passando pelo porto de Cingapura trouxeram para o Brasil algumas estacas de pimenteira-do-reino, cultivar Kuching que no Brasil denominou-se Cingapura, e introduziram no Município de Tomé-Açu, Estado do Pará, onde teve início a produção comercial, principalmente de pimenta preta e pimenta branca. Devido ao alto lucro, principalmente no período pós-guerra nas décadas de 40 e 50, a cultura foi rapidamente difundida no Estado do Pará através da propagação vegetativa.           

Em nível de produção mundial, o Brasil já se destacou como um dos maiores países produtores, chegando a produzir 50.000 t em 1991. Ao longo dos anos subseqüentes, no entanto, a produção brasileira foi decrescendo, registrando 13.000 t em 1995, sendo 10.000 t produzidas no Estado do Pará.           

Esta planta apresenta uma inflorescência em forma de espiga, chamada amentilho, e é composta de pequenas flores desprovidas de cálice e corola. Os frutos são globosos, pequenos e indeiscentes, apresentando cor verde-escura quando imaturos adquirindo coloração vermelha quando maduros. As pimenteiras adultas podem atingir mais de3 mde comprimento e, por serem plantas trepadeiras perenes, necessitam de suportes (tutores) para um bom desenvolvimento. Cultivada tanto nas regiões litorâneas como no planalto, necessita de precipitação pluviométrica de 1.800 mm/ano, temperatura média de21 °Ce umidade relativa em torno de 80%.

A comercialização da pimenta-do-reino pode ser realizada na forma de pimenta preta, branca, verde, além de óleo essencial e oleorresina, extraídos dos grãos para utilização nas indústrias de alimentos e cosméticos. Dentre os compradores internacionais desses tipos de pimenta temos: Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Argentina, Espanha, França, México, Colômbia, Gâmbia, Grécia, Venezuela, Peru, Uruguai, República Dominicana, Itália, Chile, Japão, Guatemala, Tunísia, Honduras, Senegal, Canadá, Bolívia e outros pequenos compradores.

As sementes da pimenteira-do-reino encerram uma resina, à qual se devem seu sabor picante e um óleo essencial de cheiro muito ativo com alto teor de uma substância chamada piperina.

A pimenteira-do-reino é, também, extremamente importante como planta medicinal. As sementes são usadas como tônico, sudorífero e estimulante. Em pequenas doses, facilita a digestão e é aconselhada nas febres intermitentes rebeldes e na cólera. Em solução alcoólica ou fervida em azeite é um linitivo rubefaciente, aplicável nas dores reumáticas e paralisias. Utilizada em doses mínimas, a pimenta-do-reino possui ação excitante sobre os órgãos digestivos.