Quando o jornal anunciou a morte trágica de uma garotinha na cidade de Curitiba, meu coração esfacelou-se, senti a mesma dor que os pais estavam sentindo. Sou pai, tenho uma filha, também, e assim como o Brasil todo caí em descontentamento com o ser humano e não muito com a nossa Justiça. Está certo que se tivéssemos leis mais rígidas essa realidade poderia ser diferente, mas ainda prefiro acreditar que o grande culpado é o Homem. Aquele que tudo comanda, que tudo pode.

São milênios tentando o aperfeiçoamento, as leis de Darwin davam conta de que o ser humano atingiria perfeição, bastava seguir o curso do tempo. Estamos esperando. Mas não basta apenas esperarmos, acreditarmos que tudo um dia mudará. Nossa parte necessita de efeito, de esforços e parece que nada disso vem sendo realizado. Ouça tanta injustiça veiculada pela imprensa nacional e mundial, que chego a pensar que estamos vivendo com animais irracionais, que se baseiam em suas atrações instintivas. Lembro-me do crime da mala, que foi noticiado mundo a fora e rendeu boas páginas de livros e estampou capas de jornais, mas isso era fato de um passado distante, o Homem havia se aperfeiçoado e tamanha brutalidade não mais aconteceria. Eis que novamente sou enganado, sempre acreditarei no nosso mundo justo, uma garota achada numa mala em Curitiba, especificamente na Rodoviária (aquela rodoviária é estranha). Saiu da escola e, provavelmente foi surpreendida por um destes pedófilos, que não contente com o abuso sexual resolveu matá-la. Pobre garota, pobre família, que nunca esquecerá tamanha crueldade e nem mesmo o assassino sossegará,não terá seu sono tranqüilo, pois a sua maldade não o deixará. Poderá sim se regenerar, mudar sua conduta, mas jamais apagará a brutalidade cometida.

Não acredito que para acertarmos é importante o erro, principalmente quando essas proporções transcendem para o campo do assassinato, da barbárie. O ser humano é capaz sim de se controlar, sintetizar e até desligar seus instintos e nada justifica a morte de um mesmo ser. Somos humanos e mais do que os irracionais, possuímos amor, carinho, sensibilidade, acreditamos na esperança e lutaremos, mesmo com palavras, para que cenas como essa não se repitam e o Homem atinja a perfeição, que está encalhada a muito.