A perfeição de Deus.

Quem fez o mundo.

Tudo que existe nele.

As galáxias.

Os universos contínuos.

Uma grande maioria das pessoas.

Acredita que o mundo foi feito por Deus.

Então se o mundo foi feito por Deus.

A culpa de o mundo ser errado é de quem fez.

Isso é mais do que lógico.

O engenheiro faz um edifício  e o mesmo caí.

A culpa seria de quem mora no prédio.

 Claro que é de quem fez o edifício.  

Se Deus é todo poderoso e fez o diabo.

E o diabo representa o mal.

Então Deus é o próprio mal.

Porque ele poderia não ter feito o diabo.

Dessa forma o diabo não tem culpa de ser ruim.

Porque ele foi feito para ser exatamente ruim.

Sendo como de fato determina a ideologia.

Da etimologia que formulou seu conceito.

Isso significa que Deus não é bom.

Porque resolveu criar por sua conta o próprio mal.

Deus para ser Deus deveria ser apenas bom.

Teria que fazer tudo perfeito.

E tudo que foi feito por Deus é imperfeito.

A matéria é imperfeita.

Sua lógica reina pelo princípio da destruição.

 Pela mudança, pelo deixa de ser.

Tudo que existe na natureza é dessa forma.

Até mesmo o diamante um dia mudará.

Para sua extinção ou para ser outra coisa.

Do mesmo modo a vida.

Milhões de elos até a origem do homem.

Esses elos foram extintos na natureza.

Como tudo na natureza é apenas elo.

O homem  necessariamente será extinto.

Como o boi, o sapo, qualquer bicho.

Então Deus fez tudo para serem extintos.

O próprio mundo será diferente da sua constituição.

Isso significa que Deus não fez nada com sabedoria.

E que sua essência não constitui da bondade.

Se o diabo não tem culpa de ser o diabo.

Porque ele nunca quis existir por ele mesmo.

Sua existência se deve a uma imposição de Deus.

Vejamos o mundo.

É constituído de gente boa e ruim.

 Deus quando fez o homem.

Sabia que uma grande parte seria ruim.

E mesmo assim Deus fez o homem ruim.

Sabia que uma parte significativa.

Seria pobre.

E Deus fez o homem para ser pobre.

Se bem que  ser pobre não é pobreza.

Isso precisa ser explicado.

Existem dois tipos de riquezas.

Uma natural.

Tudo que existe na natureza.

Primeiro Deus fez a natureza.

Colocou na mesma o homem.

Feito posteriormente por Deus.

Então a natureza não pertence ao homem.

 A natureza pertence a Deus.

As riquezas naturais da natureza.

O segundo tipo de riquezas.

São aquelas que resultam da transformação da natureza.

Só o homem pode fazer essa transformação.

Fazendo uso do trabalho.

Fabrica o carro, a casa, o sapato etc.

Ao proceder dessa forma produz riqueza.

Mas porque uns são ricos os outros pobres.

Exatamente as riquezas resultam do mundo do trabalho.

Um boi jamais poderá ser rico, do mesmo modo o leão.

A riqueza é um fenômeno tipicamente humano.

E resulta de um mecanismo simples.

Da transformação da natureza em bens.

Se não fosse por meio desse mecanismo.

Os bichos seriam ricos também.

Mas aqueles que trabalham e produz as riquezas.

Eles recebem pela parte do seu trabalho.

Uma pequena parte do valor que produziu.

Os acúmulos dos valores não pagos.

Fazem as riquezas de alguém.

A riqueza e a pobreza resultam exatamente dessa relação.

Então quando o pobre rouba alguma coisa.

E por roubar é condenado ao inferno.

Isso porque um dos mandamentos.

Diz objetivamente.

Quem roubar vai para o inferno.

 Mas se o homem está roubando.

Do ponto de vista moral.

Ele está apenas tentando recuperar.

O que  foi tirado dele mesmo.

Pelo mundo do trabalho.

Então se uma pessoa é roubada.

Ele tenta recuperar o que por direito lhe pertenceria.

E Deus lhe condena ao inferno.

Então esse Deus seria o próprio diabo.

Imagina.

Um determinado homem tem um carro.

Comprou com seu trabalho.

Outro homem rouba seu carro.

 Suponhamos que a lei nesse país.

Fosse do seguinte modo.

Uma vez o carro roubado.

Não pode ser recuperado.

Porque se pegar o próprio carro.

Que alguém lhe tirou a força.

Seria crime.

E por proceder dessa forma será preso.

 Imagina o mundo funcionando dessa maneira.

 Seria absurdo.

Não seria?  O mundo funciona exatamente dessa forma.

Alguém que pegar alguma coisa, que a outra pessoa tem.

Isso constitui em roubo.

Mas  as coisas que os outros tem resultaram de um acúmulo.

Dos salários não pagos.

Por esse motivo acumulou riquezas.

Tentar restituir o objeto.

É crime.

Não se pode roubar de quem roubou.

E Deus ainda condena quem desse modo procede.

 Ao inferno.

  Um Deus que assim comporta não é Deus.

 Naturalmente que Deus sempre foi uma ideologia humana.

 Na verdade ele não existe.

 Mas essa ideologia.

Cujo fundamento é do mal.

Passa ao homem simples.

Como recompensa do bem.

E como se tudo fosse mal.

Que a burguesia teria o direito de roubar.

Pelo mecanismo do salário não pago.

 Essa irracionalidade é que move o mundo contemporâneo.

Tudo é aceito como perfeitamente normal.

Negar essa lógica é crime.

Do ponto de vista da lei.

Terá a cadeia.

Do espírito, a alma será condenada ao inferno.

Deus é mundo bonzinho, perfeito, exuberante, tão somente para a burguesia.

Edjar Dias de Vasconcelos.