Inicia a fúnebre e sombria balada
Do fim da vida, do início da morte,
Da roda infortuna da maldição.
O sino soa a horda da má sorte,
Suplicando outra alma na madrugada
Para alimentar a sede da perdição.

Olhos vampíricos espreitam a alma virgem,
Ansiando o sangue tinto e precioso,
A condenação de sua amarga sentença.
Mas a cruel sede lhe causa vertigem,
Pois a lei do sangue é a sua única crença,
O resultado de seu desejo ambicioso.

A brisa noturna, o sangue cheira,
Gotejando a água da alma perdida,
Morta-viva por um cruel beijo,
Condenada por um sombrio desejo,
Envolta na penúltima fronteira,
Eternamente ora lembrada, ora esquecida.

Surge o raio mortal do vampirismo,
Concluindo o ciclo da balada eterna
De sangue, trevas e loucura,
Um ciclo onde a morte floresce
Cada vez que a vida desaparece,
Uma flor tão meiga e terna,
Consumida no âmbito da amargura
E banhada na tinta do profano misticismo.