A PEDAGOGIA EMPRESARIAL NO GERENCIAMENTO DA INTELIGÊNCIA E DO CONHECIMENTO MULTIFOCAL NAS ORGANIZAÇÕES

 

 

"Crescer como Profissional significa ir localizando- se no tempo e nas circunstâncias em que vivemos para chegarmos a ser um ser verdadeiramente capaz de criar e transformar a realidade em conjunto com os nossos semelhantes para o alcance de nossos objetivos como profissionais da Educação". Paulo Freire

 

Embora sejamos autores de nossa própria história, no decorrer de nossa caminhada, é possível perceber que contamos com coautores que são fundamentais no processo do desenvolvimento humano e, à medida que começamos a ver, ouvir e falar, esses coautores já estão presentes em toda a construção do conhecimento e da inteligência multifocal.

Assim, é preciso ter consciência que estamos em um constante processo de aprendizagem. Portanto, todo espaço ocupado por nós permite deixar uma marca de identificação, a qual poderá ser mais tarde a diretriz de ser, fazer ou agir, bem como a diretriz de não ser, não fazer ou não agir.

A educação é a fonte de todo o nosso conhecimento. Para tanto, podemos recebê-la codificada ou, às vezes, decodificada. Um exemplo claro ocorre nos aspectos da heteroeducação que recebemos do meio em que estamos inseridos, das pessoas com as quais convivemos e da sociedade.  Podemos perceber este fato da seguinte forma:

  • Espontâneas - automáticas ou intencionais isso é inconsciente, por meio de hábitos, da tradição e de costumes.  Recebemos alguns códigos de inteligência que precisam ser decodificados, e que muitas vezes, acabam por estar intrínseco em nós e não os percebemos, embora nos influencie, não os intencionamos,
  • Intencionais - por meio do grupo social que pertencemos. O próprio nome já diz: “intencional”, isto é, estes são, exatamente, códigos de inteligência decodificados, porque permitimos conscientemente sermos influenciados por eles.

Da mesma maneira, para a autoeducação, que buscamos por nós mesmos, os códigos podem ser:

  • Intencionais - por meio da busca de conhecimentos sem professores, que são adquiridos através de livros, vídeos, filmes, revistas, internet, visitas ao museu, entre outros,  que por ser uma influencia que buscamos obter, pode-se por assim dizer, que esse código de inteligência está decodificado.
  • Não intencionais - que recebemos por meio da participação em brincadeiras, divertimentos, festas, lazer de varias naturezas, Uma vez que não intencionamos obter um código de inteligência, entre tanto, ele  esta presente independentemente da nossa decisão.     

Os códigos precisam ser decifrados e analisados por nós e em nós, antes de nos tornarmos uma ponte de conhecimento. Para isso, é preciso buscar a inteligência multifocal, com a qual se pode ampliar o horizonte, o redimensionado e modificando-o segundo a necessidade. À medida que os decodificamos, entendemos melhor o meio em que estamos vivenciando e passamos a enxergar com mais clareza, criando assim, de certa forma, um ambiente favorável para o desenvolvimento do conhecimento em várias dimensões.

Nesta perspectiva, devemos estar atentos para os códigos do conhecimento tácito ou intuitivo. Este não pode ser apenas observado ou estudado, por que é a história do individuo e está armazenada dentro de si, ou seja, “sua experiência de vida”. A descodificação pode ocorrer por meio de diálogo, convivência, apreciação e valorização. A atenção aos detalhes é importante e precisa de muita dedicação, principalmente quando o assunto é habilidade e capacidade específica.

Pensando deste modo, o desempenho do profissional da educação, deve estar alinhado a esta inteligência multifocal para, então, contribuir de forma mais assertiva na construção do conhecimento. No momento, estamos focando a gestão deste conhecimento nas empresas, o que se faz necessário através do uso uma lente multifocal no processo de sondagem; para assim, gerar novos conhecimentos, que ocorram sistematicamente; de maneira que estimulem a autorrealização e o desenvolvimento do potencial criativo dos colaboradores.

A necessidade educacional das organizações deve ser alcançada, de maneira que todo o processo de construção do conhecimento tenha coerência.  Para isso, o pedagogo empresarial, ao unir forças com outros departamentos dentro da instituição, obtêm maior êxito na sondagem, identificando as áreas deficientes para então, desenvolver mecanismos de inteligência multifocal e direciona-la para o progresso da organização.  

Nesse sentido Cury contribui quando afirma que

Bons profissionais obedecem a ordens, enquanto excelentes profissionais pensam pela empresa. Os que obedecem à ordem só enxergam a crise depois de instalada, mas os que pensam pela empresa percebem seus sinais sutis antes que ela surja (CURY, 2008, p. 178).

Considerando a mudança constante da sociedade, se faz necessário à busca pelo gerenciamento do “eu” e das faculdades emocionais, visto que, segundo as transformações que ocorrem no mundo global, é preciso “pensar rápido”, tornando-se mais importante, ainda, o domínio próprio e o equilíbrio. Quando a ideia é envolver a organização em uma atmosfera de renovação, realização e aprendizagem multifocal, ter o controle das emoções e saber manter-se controlado sob as desventuras da vida, principalmente aquelas situações inesperadas que fazem parte do cotidiano organizacional, é o que torna uma pessoa muito mais eficaz e capaz de aprender e a desenvolver a inteligência multifocal.

Pensando bem, estamos frente a um desafio, que é gerenciar a nós mesmos, para podermos gerir o conhecimento organizacional, levando em consideração, concomitantemente, a história individual e coletiva de cada pessoa dentro da organização, colocando em pauta o avanço, a qualidade, a inovação, a competitividade, os lucros e a produtividade. Portanto, decidir por investir o que for necessário para alcançar o sucesso dependerá da organização. Mas, sabe-se que não é a organização que aprende e sim as pessoas que estão inseridas em seu cotidiano, nas mais diversas funções. Considerando isto, precisamos de colaboradores que sejam encorajados a pensar pela empresa, aprendendo a aprender, a se reinventar e ser criativo segundo os desafios que lhes são propostos. Se tratando de educação, façamos uso da inteligência multifocal para tornar possível a união de forças na construção do conhecimento e de uma sociedade mais justa.   

 

BIBLIOGRAFIA

 

CAVALHEIRO, CARMEN, Palestra e Apostila: Organização de aprendizagem e Gestão do conhecimento nas Empresas. Belém, 2012.

 

CURY, AUGUSTO. O código da inteligência. Ed. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, 2008.


                                         Pedagoga Tânia Luz arevalo de Gerone