Marcelo A. L. Cardoso

Pessach ( passagem ) é o nome do sacrifício executado no dia 14 do mês de Nissan do calendário judaico e que precede a Festa dos Pães Ázimos ( Chag haMatzot ).

Geralmente o nome Pessach é associado também à esta festa, que celebra e recorda a libertação do povo de Israel do Egito, conforme narrado no livro de Êxodo.

Para os judeus, de acordo com a tradição, a primeira celebração de Pessach ocorreu há 3500 anos quando, de acordo com a Tora, Deus enviou as Dez pragas do Egito sobre o povo daquele país.

Antes da décima praga, o profeta Moisés foi instruído a pedir para que cada família hebréia sacrificasse um cordeiro e molhasse os umbrais ( mezuzót ) das portas, para que não fossem acometidos pela morte dos seus primogênitos.

Chegada a noite, os hebreus comeram a carne do cordeiro, acompanhada de pão ázimo e de ervas amargosas como o rábano, por exemplo.

À meia-noite, um anjo enviado por Deus feriu de morte todos os primogênitos egípcios, desde os primogênitos dos animais, até mesmo os da casa do Faraó e este, então, temendo ainda mais a ira divina, aceitou liberar o povo de Israel para adoração no deserto, o que levou ao Êxodo.

Como recordação dessa liberação e do castigo de Deus sobre o Faraó foi instituído para todas as gerações o sacrifício da Pessach.

É importante notar que Pessach significa a passagem, porém a passagem do anjo da morte, e não a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho ou outra passagem qualquer, apesar do nome evocar vários simbolismos.

Um segundo Pessach era celebrado no dia 14 do mês de lyar, para que pessoas que na ocasião do primeiro Pessach estivessem impossibilitadas de ir ao Tabernáculo, fosse por motivos de impureza, ou por viagem.

Pão ázimo ou asmo, matzo ( idiche ) matzá ( hebraico ), nyn, é um tipo de pão assado sem fermento, feito sòmente de farinha de trigo ( ou de outros cereais como aveia, cevada e centeio ) e água.

A preparação da massa não deve exceder 18 minutos, para garantir que a massa não fermente.

De acordo com a tradição judaico-cristã, pão ázimo foi feito pelos israelitas antes da fuga do Antigo Egito, porque não houve tempo para esperar até que a massa fermentasse.

Hoje em dia é comida obrigatória na festa do Pessach ( páscoa judaica ), que também se chama Hag hamatzot, ou a festa dos pães ázimos.

Por causa da proibição do uso de farinha normal durante o Pessach para preparação de comida, usa-se a farinha do pão ázimo ( matze mehi em ídiche, kemach matzá em hebraico ), que é simplesmente o pão ázimo moído.