Inicio com uma pergunta: será que já não eramos capitalistas antes do período que a história determinou como surgimento?

Será que esse modelo de capitalismo global atual difere, em seus preceitos básicos, deveras daquele sistema inicial de feudos? Realmente ainda não consigo responder.

 

Diversos autores revelam que foi na Europa entre os séculos IV à XIV que seguem os acontecimentos que dão origem a nossa sociedade atual. A Europa era um continente cuja organização econômica girava em torno da terra e da propriedade desta, logo, o modo de vida sendo basicamente rural, era o que sustentava a economia das pequenas cidades e dos pequenos feudos. Ou seja, a terra era fonte de poder e riqueza para aqueles que eram donos, não para aqueles que trabalhavam. “Ou seja, o senhor feudal “empresariava” os seus trabalhadores rurais, pobres e desgraçados que durante muito tempo sustentaram a economia exatamente desta forma, sem nenhum tipo de garantia ou ‘justiça” como hoje podemos observar em nossa sociedade evoluída. Será?

 

Mas onde evoluímos realmente? Claro que o modo de vida daquela sociedade era completamente diferente da sociedade atual, mas o que não mudou em nada, em minha opinião, é o modo como o sistema se alimenta da pobreza e da miséria, que por óbvio gera capital e alimenta o sistema capitalista, logo, o pensamento continua sendo o mesmo da época em que os senhores feudais cuidavam de seus feudos e geravam suas riquezas: Quem nasceu pra ser soldado nunca chega a coronel... ou quase nunca. O que importa é o CAPITAL, principalmente em tempos onde a tecnologia é a “alma do negócio”. Os  avanços tecnológicos que se iniciaram a partir da Revolução Industrial onde a fonte de riqueza passa a não ser mais a terra e sim as fábricas,  lógico é que a ciência precisou entrar em campo para possibilitar a pesquisa, no intuito de produzir cada vez mais, aquilo que é importante para o aumento do capital das grandes indústrias. Portanto, o avanço da ciência foi e é, proporcional ao avanço do capitalismo na medida em que não se pode trabalhar os dois conceitos em apartado.

 

Do mesmo modo, se seguirmos nesta linha de pensamento, sempre vai existir a mão de obra esmagada, a classe trabalhadora que troca sua mão de obra ainda escravizada, de certo modo, para sobreviver, enquanto os poderosos seguem os mesmos preceitos dos poderosos de séculos e séculos atrás.

Vejamos, por exemplo, o papel da escola e da educação. As instituições que hoje conseguimos implementar não possuem nenhum papel que não seja o de ENSINAR e não educar, pois quem educa é a família. É lógico que o professor possuiu um papel social imprescindível na formação do indivíduo, mas isso nada tem a ver com educação. Não é a escola que prepara para a vida em sociedade, mas constitui sim a educação em parte integrante da sociedade.

 

Concordo mesmo, é  com Herbert de Souza, que com um texto brilhante tece críticas pertinentes e inteligentes ao nosso período atual, sem esquecer a história que aqui nos trouxe.

É por este motivo que termino este texto com  algumas palavras de Herbert de Souza, que entendo sejam atinentes a tudo o que foi mencionado até o presente momento:

“Há algumas décadas, o capital explorava o trabalho para se desenvolver. Hoje, dispensa o trabalho vivo, para poder se desenvolver ainda mais...”