UNIVERSIDADE DOS VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE LETRAS
ALUNO: JULIANO VILMAR DOS SANTOS

A ORIGEM DA LITERATURA AMERICANA

Para que os novos colonizadores dos Estados Unidos pudessem escrevem em suas nova pátria, eles precisavam primeiro adquirir o sentimento de nacionalidade. Este sentimento no inicio da Colonização, ainda continha traços de nostalgia da pátria de origem, ou seja, a Inglaterra. Foi preciso que os primeiros habitantes da Nova Inglaterra primeiro construíssem o sentimento de nacionalidade, gostassem do clima mais quente, da flora e fauna, internalizassem toda a mudança cultural entre a Europa e a América , para somente assim, amadurecessem também quanto a literatura. Pois uma literatura de qualidade semente se apresenta quando o homem se sente inserido na sociedade, e com aprazer de expressá-la. Foi o caso dos primeiros escritores no século XVII como: Hector St. Jonh de Crèvecoeur (1735-1813), o poeta William Cullem Bryant (1794- 1878), James Fenimore Cooper (1789- 1851) e, sobretudo, o escritor Henry David Thoreau (1817- 1862), inspirador do escritor brasileiro José de Alencar, amante das águas, dos bosques e manejava a Língua Inglesa como poucos.
O escritor Hector St. Jonh de Crévercoeur era francês exilado da Pensilvânia. Era amante das flores e dos animais que habitavam os Estados Unidos. Adorava passear pelo campo com seu filho e ver o trigo crescer, ver a prosperidade que a nova terra estava dando. Foi o introdutor da literatura americana. Mas seu lado artístico começou a florir somente no século XIX. O escritor William Cullem Bryant também se inspirava através da paisagem, e se propunha a escrever as flores nativas da américa superiores as Européias. Já Bryant era americana de nacionalidade. Escrevia uma poesia espontânea e fresca como a pátria adolescente. Em suas poesias ficam implícitas tendências à religiosidade, mas não com o mesmo fevor que era no início da colonização. Era através da natureza que o homem iria repousar com Deus, encontraria a paz espiritual. Entretanto antes deste escritor mencionado, Joseph Rodman Drake (1795-1820), abordava a natureza através da magia de fadas, e apresentava em sua obra a mais lindas das árvores Americanas " A dogwood tree" dando vida a seu mundo de insetos e folhagens.
Entretanto, o escritor que descreveu a natureza como encontrou os primeiros colonizadores, foi Finamore Cooper. As lutas entre os índios e os brancos, entre revoltosos e os britânicos, envolve o leitor através das aventuras que aconteceram nesta época. Escreve através de muitas descrições, detalhando a natureza de forma espetacular, ajudando a compor suas aventuras do início da colonização dos Estados Unidos.
Outro escritor que também se dedicou a descrever a natureza foi Henry Thoreau . Com olhos de naturalista, descreveu a natureza através de pesquisas, e da sua alma, fruto de muita observação ao longo dos anos. Em seu lago de Walden, ele observou a intervenção do homem na natureza, após verificar algumas pessoas retirarem o gelo do rio a fim do comércio. Comércio que o despontariam como inventor dos deliciosos sorvetes, e exportação dessas águas geladas para outros países, inclusive o Brasil.
Mas nem tudo foram mil maravilhas, o início da colonição dos Estados Unidos, foi marcado por intolerância religiosa. Os Ingleses que foram exilados na Nova Inglaterra , por serem adeptos ao puritanismo, também fizerem fortes perseguições aos revoltosos que não eram adeptos a esta religião na nova Inglaterra. A igreja era o lugar onde os sermões eram propagados, eram inspirados pelo temor severo a Deus. Estes sermões foram que influenciaram os sermões que vemos nos jornais, universidades, televisão, conferências, etc.
Homens como Cotton, Thomas hooker e williams eram que formavam a elite da nova Inglaterra. Foram eles que romperam com a igreja Anglicana e se propuseram ao exílio na nova Inglaterra. Thomas Hooker foi o fundador da colônia de Connecticut , sendo um exímio pregador eloqüente. Roger Williams foi o fundador de Rhode Island. Já Cotton foi o espírito condutor de Massachusets. Estes teólogos, pregadores, abriram conflitos contra as seitas, plesbeteriana, a calvinista e a congregacionista. Tendo os seus desacordos, apenas um ponto era comum entre esses seguimentos religiosos; o pecado e o merecido castigo.
Neste ínterim vários livros e hinos foram escritos para representar o temor ao pecado. Um dos poetas inspirados neste assunto foi Michael Wigglesworth, (1631- 1705). Obra que poderemos considerar como o primeiro best seller, The Day of Doom. O fanatismo religioso nesta época tomou proporção gigantesca, e qualquer caso anormal fora dos patrões da Igreja, era considerado como bruxaria. Caso como as Bruxas de Salem ainda são escritos nos dias atuais, inclusive readaptados para o cinema.
Uma das vítimas dos antifeitiços foi Susannah Martin, enforcada em 1962, como culpa de introduzir demônios em rebanhos e de ir na chuva sem se molhar. Temas estes que são atualmente apresentados nas festas de Hallowen, retomando o tema bruxaria.
No século XVIII, as idéias de liberdade após avançarem na Inglaterra, também começaram a desabrochar nas colônias. Roger Williams, um dos mais brilhantes filósofos da colônia foi obrigado a retirar-se de Sallem, por causa do fanatismo , por negar o direito à igreja de ser a detentora da verdade. Outro liberalista, John Wise também foi expulso de Massachusetts. Paine também foi outro idealista e propunha que somente o povo poderia ser rei. Exilado de sua pátria mãe e da colônia, Paine foi para a França. Em 1794 foi preso e voltou para os Estrados Unidos. À medida que se desenvolvia as colônias, cresce também o desejo da população de ter mais liberdade de expressão e um poder centralizado. Um governo que atenda a situações locais e não alienada e humilhada pelo forte abuso da metrópole. Consciência esta que mais tarde culminará em sua dependência e progressivamente a união das treze colônias.
Portanto vimos, a literatura americana no início se traduz com o ideal da religião puritanista. Difundir suas pregações através de hinos e livros a fim de persuadir o povo e intimidá-lo através da punição do pecado. Vimos que essa trajetória foi rodeada por um fanatismo religioso e que muitas pessoas foram mortas injustamente. Mais tarde, com o fanatismo mais brando, os escritores começam a escrever propriamente a literatura, pois o enfoque não era mais a persuasão do povo, para ter mais fieis, e sim como um arte que reflete a beleza da paisagem americana. Entretanto como afirma Nabugo (1965) esse processo foi preciso para que a literatura amadurecesse, virando arte, e deixando de ser um instrumento opressor.